Não julgar um livro pela capa pode até ser fácil, difícil mesmo é não julgar um carro pelo seu visual. Isso porque apesar do design do veículo ser um dos fatores decisivos na hora da escolha do consumidor, algumas fabricantes parecem não se importar muito com isso.
E tudo bem que beleza é algo muito subjetivo, mas existem sim veículos que são considerados desprovidos de beleza por unanimidade. Por isso, a Autoesporte resolveu consultar os seguidores no Instagram para trazer uma lista com os carros mais feios da história. E se você acha que vai encontrar os tradicionais Fiat Multipla e Pontiac Aztek por aqui, está enganado.
Confira os 16 carros mais feios de todos os tempos:
Gurgel BR 800
Vamos começar pelo Gurgel BR 800, que foi o primeiro veículo 100% desenvolvido e fabricado no Brasil. Mas, apesar de sua importância, ele não conseguiu agradar tanto os consumidores. E a prova disso é o seu tempo no mercado de apenas três anos (1988 até 1991).
O Gurgel tinha uma aparência de um carro bravo com suas linhas muito retas, mas também pelos seus faróis quadrados, setas abaixo do farol e lanternas tricolor. O veículo só tinha duas portas e teve pouco mais de 7 mil unidades vendidas. Ainda assim, garanto que você gostaria de ter um desses na garagem para aproveitar o surpreendente consumo de 25 km/l.
Toyota Prius
A primeira geração do Toyota Prius que chegou ao Brasil tinha um visual completamente aceitável. Mas, invés de evoluir o design do carro híbrido, a marca japonesa conseguiu deixar o estilo do veículo suscetível a críticas na sua segunda geração, em 2016. A dianteira já não agrada, mas o estilo ainda piora nas laterais e, principalmente, na traseira. O carro tem muitas linhas que se unem até chegar na parte de trás, que é, de certa forma, quadrada. Além disso, as lanternas são enormes e têm um formato estranho de bumerangue.
Chevrolet Agile
O Chevrolet Agile foi um hatch lançado em 2009 com a ideia substituir o Corsa e entrar na briga com o Volkswagen Fox. Mas convenhamos que o Fox pelo menos vence a batalha do visual. O Agile tinha grade dianteira bipartida, faróis grandes demais para um compacto e uma traseira muito reta e lisa. Em 2013, ele foi reestilizado e adotou um visual mais agradável, mas continuou sendo vendido só até 2016, quando foi ultrapassado pelo Onix. Ainda assim, quase 350 mil unidades foram emplacadas.
Aston Martin Lagonda Wagon
Um carro funerário? Não! Um Aston Martin! O Lagonda Wagon entrega seu visual já no nome: um carro longo – até demais. A sensação é de que um rolo passou por cima do veículo para deixar ele com esse design. E o interessante é que fabricante realmente levou a sério o termo "perua" no nome.
SsangYong Actyon
Um visual desproporcional. É assim que podemos classificar a primeira geração do SsangYong Actyon. A dianteira é baixa e arredondada, enquanto a traseira é alta, grande e quadrada. Além disso, o carro tem uma grade pontiaguda e triangular e faróis espichados e circulares. O Actyon sobreviveu no Brasil entre 2008 e 2012, mas a verdade é que a fabricante coreana nunca conseguiu fazer sucesso por aqui – com nenhum de seus modelos.
Chevrolet Cobalt
O sedã Chevrolet Cobalt é outro que não consegue passar despercebido pelo visual. Antes de chegar no Brasil, a versão do carro era até bonita, mas a marca resolveu se inspirar no Agile. E é por isso que a sua frente é tão esquisita. Há quem ache que esse é o único defeito do veículo (conhecido por seu ótimo espaço interno e porta-malas), mas a traseira completamente retangular com certeza também não agrada.
Por esses motivos, o Cobalt ganhou um novo design em 2016 e ficou bem mais sofisticado, mas também não conseguiu sobreviver com a chegada do Onix. Assim, deixou de ser produzido em 2019.
Ford Scorpio
A primeira geração do Ford Scorpio realmente mirou em um escorpião e acertou em cheio. Agora, a segunda geração, produzida de 1994 a 1998, passou longe do aracnídeo. Os faróis deixaram o formato retangular para receber algo mais oval, assim como a grade. Na parte de trás, a tampa do porta-malas era muito volumosa e havia uma faixa contínua para as lanternas traseiras quase juntas ao para-choque.
Mitsuoka Orochi
Superesportivos chamam atenção naturalmente apenas por serem superesportivos. Mas, a fabricante japonesa Mitsuoka queria chamar ainda mais atenção e criou o Orochi. O design foi construído com referência ao mítico dragão japonês Yamata de oito cabeças. E é por isso que ele tem duplas lanternas na dianteira e na traseira, uma grade que lembra uma boca e uma espécie de escama no capô. E é claro que essa ideia não fez sucesso. Assim, o modelo começou a ser vendido em 2006 e saiu de linha em 2014.
Marcos Mantis M70
Um carro com visual esportivo e moderno em 1970? Você já sabe né? Sinônimo de fracasso. Foi exatamente isso que aconteceu com o M70, que tinha um bico de pato longo e uma espécie de grelha no capô. Por isso, ficou apenas dois anos no mercado e vendeu pouco mais de 30 unidades. Mas vamos combinar que ele também passaria longe do sucesso hoje em dia.
Fiat Doblò
Você deve concordar que já viu muitas Doblò pelas ruas do Brasil. Mas, com certeza, também vai concordar que o bom número de vendas não é pelo visual ovalado. O motivo, na verdade, é pela versatilidade da minivan. Ela foi a forma mais prática de levar sete pessoas durante muitos anos no Brasil. E, por isso, apesar de não ter ganhado nova geração desde que chegou, em 2001, foi um dos carros que ficou mais tempo mais tempo à venda no nosso país. Em 20 anos, foram mais de 160 mil unidades emplacadas.
Tyrrell P34
E não são só carros de passeio que são mal pensados pelos designers. O principal exemplo disso é o carro da Tyrrell para as temporadas de 1976 e 1977 da Fórmula 1. Ele era o único com seis rodas do grid: duas na parte traseira e quatro na dianteira. Para melhorar – ou piorar – o modelo ainda trazia um bico nada estiloso.
Caoa Chery QQ
E há quem diga que os visuais feios são toleráveis nos carros mais velhos. Mas, com certeza, não são nada aceitáveis em carros novos, como é o caso do Chery QQ. O mini carro, que tem apenas 2,98 metros de comprimento, é completamente quadrado. Além disso, o elétrico da fabricante chinesa só é oferecido em tons diferenciados: roxo, verde claro, azul bebê e branco.
E a esquisitice vai além do design, mas também chega no nome. O modelo se chama Ice Cream e suas versões são conhecidas como Pudim, Cone e Sundae. O lado bom é a autonomia de 170 km e o preço de pelo menos R$ 26 mil na cotação atual. No Brasil, o elétrico mais barato é pelo menos cinco vezes mais caro. Valeria a pena aturar esse visual, né?
Ford Taurus
E se tínhamos uma crítica por um formato quadrado, agora vamos ao visual redondo. O Ford Taurus começou a ser fabricado em 1985, mas só foi começar a chamar atenção em sua terceira geração, em 1996. A fabricante norte-americana, na verdade, só seguiu a tendência do final dos anos 90, mas exagerou já que até o vidro traseiro era circular. A tal inovação no visual, claro, não fez sucesso e o modelo logo voltou ao seu estilo inicial.
Toyota Etios Cross
A versão simples do Toyota Etios nunca foi lembrada por ter um visual bonito. E para piorar, a fabricante japonesa resolveu se inspirar em modelos como o CrossFox e Renault Sandero Stepway para criar o Etios Cross. O resultado foi um exagero por completo. Na frente, o carro traz um detalhe prateado grande demais. Ao seu redor, um plástico preto que deixou a tentativa de um visual off-road poluído. Mesmo assim, a versão foi comercializada de 2013 a 2018.
KIA Shuma
Uma mistura de Ford Scorpio com Chevrolet Cobalt não tem como ser bonita. Esse é o Kia Shuma, que trazia um design levemente arredondado na frente, com duas duplas de lanternas, e ficava desproporcional com a sua traseira toda quadrada. O visual nada agradável do sedã só ficou no mercado por quatro anos (1998 a 2001).
Renault Avantime
Assim como o próprio nome já diz, o Renault Avantime era um carro à frente do seu tempo. Isso porque a fabricante trouxe muita informação no mesmo veículo. Futurista, tinha espaço de minivan e ainda trazia um design esportivo. Tudo ao mesmo tempo. Esse não era um visual que poderia agradar motoristas entre 2001 e 2003. Tanto que, nesse período, apenas 8.557 unidades foram produzidas. E olha que a Renault estimava emplacar pelo menos 15 mil unidades só no primeiro ano.
Hyundai Creta
Para finalizar, vamos sair do passado e voltar para o presente mais atual possível: Hyundai Creta 2022. O visual é digamos, polêmico. A dianteira é marcada pelos faróis divididos em três estágios e ainda traz detalhes como o da entrada de ar, que também é dividida em três na parte inferior da grade dianteira e do para-choque. A traseira também deixa a desejar com a junção dos vincos geométricos da tampa do porta-malas com os filetes das lanternas.
E pode até ser que esses carros tenham motorizações ou preços atrativos, mas as fabricantes precisam lembrar que o visual sempre será o cartão de visitas...
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