A GM fez bastante barulho no Brasil para o lançamento do Chevrolet Onix, em 2012. O hatch estreou com apelo tecnológico, reforçado pela presença da plataforma Mylink – então nova central de entretenimento e conectividade –, e com a adoção de câmbio automático de seis marchas, herdado de veículos maiores da própria marca.
Quem tem um Onix geralmente gosta muito do carro. Mas as reclamações com relação ao pedal de freio baixo, à altura insuficiente da suspensão e à queima frequente de lâmpadas acabam revelando um sentimento ambíguo de amor e ódio.
“Eu acho o carro excelente em tudo. Recentemente, fiz uma viagem a Curitiba e, na média, o consumo ficou em 14 km/l”, conta o gerente de lotérica José Ferreira, de 71 anos. Dono de um Onix 1.0 LT 2015/2016, Ferreira confessa que se incomoda com o barulho do motor três cilindros, com a vibração no painel que isso causa e com um ruído no tampão traseiro quando em marcha lenta.
Porém, o que mais aborrece o lusitano – que vive em São Paulo e já foi goleiro da Portuguesa – é o freio. “O pedal do freio baixa muito. Já levei o carro à oficina, troquei pastilhas e discos e o problema não foi resolvido. Parece ser um problema crônico do carro com que eu já me acostumei”, revela.
O farmacêutico Gabriel Mendes, de 32 anos, relata que fez a opção por seu Onix Premiere II 2020/2021 após analisar os concorrentes com motor 1.0 turbo. “Além de vir muito bem equipado tecnologicamente, com sistema start/stop e até sensor para luzes que queimam, o carro oferece boa potência e relativa economia, por isso gosto dele”, diz.
O termo “relativa economia” a que Mendes se refere tem a ver com a maneira de dirigir na cidade. “Se eu ligar o ar-condicionado, o consumo cai de 11 km/l a 12 km/l para 8 km/l a 7 km/l. Na estrada, a média é de 17 km/l a 18 km/l”, conta. Apesar de estar feliz pela oferta de itens do carro, o farmacêutico aponta que o espaço para os passageiros no banco de trás é apertado para as pernas de pessoas com 1,80 metro ou mais. E que acha a suspensão baixa, porque o carro “raspa em lombadas altas” quando está lotado e carregado de malas.
Nada disso parece incomodar tanto Mendes quanto as lâmpadas queimadas. “As lâmpadas de farol baixo, de ambos os lados, queimam com frequência. A cada dois ou três meses é preciso trocá-las. Eu já tenho até peças de reserva em casa para quando isso acontece. E a garantia não cobre”, conclui.
Outro proprietário satisfeito é o representante comercial Douglas Pinheiro, de 41 anos, dono de um Onix Plus Premier Midnight 1.0 turbo automático: “O carro é confortável, o espaço é bom e o desempenho é sensacional”, diz.
Ele conta que também teve de trocar as lâmpadas dos faróis baixos duas vezes, e reclama da falta de iluminação ambiente no teto do veículo e do câmbio. “O que me incomoda no carro é o comportamento do câmbio. A retomada é um pouco lenta, e quando eu engato a ré a engrenagem faz um barulho e o carro dá uma engasgada. Já levei na Chevrolet, mas disseram que isso não é defeito, que é o normal do carro”, relata.
Em resumo, os donos de Onix gostam de seus carros pelo bom nível de conforto, pelo consumo, pelo desempenho e pela tecnologia. Mas reclamam de ruídos internos, da queima de lâmpadas, do comportamento do câmbio automático e de problemas com o pedal do freio. Nada disso, porém, parece desanimar os entusiastas do compacto. “Eu não tenho intenção de vender meu carro. E, se vender, comprarei outro Onix”, afirma José Ferreira.
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