A mudança no sistema de tributação de veículos elétricos e híbridos importados no Brasil, a partir de 2024, fez a GWM rever todo o seu cronograma de nacionalização de produtos em nosso mercado. Em vez de iniciar a produção em Iracemápolis (SP) com a picape Poer e o SUV de sete lugares Tank 500, ela o fará com a dupla Haval H4 e H6.
Só que tal decisão afetará também o lançamento dos produtos que originalmente seriam os primeiros da empresa a serem montados no país. A Autoesporte apurou que a GWM deve adiar a chegada às concessionárias brasileiras, tanto da Poer quanto do Tank 500, para 2025, apenas quando a produção nacional de ambos começar.
Assim, a empresa manteria o planejamento inicial de só lançar sua picape média e de seu SUV de sete lugares quando ambos estiverem nacionalizados. Isto porque eles são rivais diretos de Toyota Hilux e SW4, e vistos como produtos estratégicos da GWM para formar uma boa reputação de marca também no interior do Brasil.
Além disso, a mudança permitirá que a fabricante chinesa promova alterações mais profundas nos projetos. Em reuniões realizadas com parceiros comerciais no Brasil, executivos da GWM ouviram que a Poer, em especial, não possui um pacote adequado para a realidade do mercado brasileiro de picapes médias. É preciso atualizá-la.
Como serão a GWM Poer e o Tank 500
Construídos sobre a plataforma de chassi de longarina da GWM, tanto a Poer quanto o Tank 500 utilizam a mesma base de longarinas em sua construção. Por isso serão fabricados também em conjunto. E, pelo mesmo motivo, é possível que a companhia lance os dois produtos ao mesmo tempo no mercado, em meados de 2025.
Os dois modelos também compartilham a motorização híbrida plug-in (PHEV) Hi4-T, que deve ser trazida ao Brasil já convertida para flex, um trabalho que vem sendo realizado pela Bosch. Ela não é formada pelo motor 1.5 turbo do Haval H6, mas sim por um 2.0 turbo, também com quatro cilindros, 16 válvulas e ciclo Miller, dotado de injeção direta de combustível e comando variável de válvulas com escape em dois estágios.
Sozinho, o motor turbo rende 255 cv de potência e 38,7 kgfm de torque com gasolina, além de um impressionante índice de 38,3% de eficiência térmica, acima da média de qualquer motor a combustão. Já o dual motor elétrico de tração tem 163 cv. A potência combinada do atual Tank 500 vendido na China chega a 408 cv, com 76,5 kgfm de torque máximo.
O dual motor elétrico fica integrado ao câmbio automático de nove marchas, em um sistema parecido com o do Jeep Grand Cherokee 4xe. Com isso, há um cardã mecânico para transferir potência e torque ao eixo traseiro. As baterias de 20 kWh ficam também na parte traseira e permitem um alcance de mais de 100 km em modo elétrico no ciclo chinês WLTC.
Lançamentos antecipados
Com a decisão, o cronograma de lançamentos da GWM para 2024 deve ter mudanças. Além da forte possibilidade de lançar o SUV compacto-médio Haval H4, seja como primeiro ou segundo produto nacional da marca, a empresa deve apostar em algum produto da linha Wey, que deve chegar importado, posicionado acima do H6, com motor 1.5 DHT PHEV.
Por fim, devemos ter a estreia da linha Tank com algum SUV 4x4 também vindo da China e com a motorização Hi4-T. Os modelos 300, 400 e 700 são os que estão em estudo.
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