O livro é uma mescla entre, entrevista e fatos que ocorreram com Mary Bell. Gitta Sereny (jornalista e escritora) já havia escrito um outro livro sobre o caso de Mary, mas dessa vez resolveu trazer os fatos contados pela própria personagem principal de sua entrevista.
Passando brevemente por sua fase de infância, adolescência e vida adulta (essas duas últimas com mais destaque) o livro traz uma conversa entre Gitta e Mary, sobre os fatos que Mary consegue se lembrar e relatar das etapas de sua vida, durante os dias que precederam os assassinatos, antes da prisão, durante o julgamento, e também relatos dos seus 12 anos presa em 5 instituições diferentes.
Em algumas respostas, Mary parece confusa ao tentar se lembrar perfeitamente do ocorreu, e chega a deixar frases incompletas, mas que podem ser compreendidas no geral. Gitta fez perguntas críticas e essenciais para entendermos melhor a história de uma criança (11 anos na época dos crimes) que matou outras duas crianças (uma de 3 e outra de 4 anos).
O livro não quer em momento nenhum defender ou justificar o que houve. Muito menos inocentar Mary de seu crime, a entrevista de Gitta traz um ar de clareza para entendermos melhor o que houve com Mary, antes do crime, durante seu julgamento, na sua vida na prisão, e no recomeço após a liberdade.
O livro possui relatos pesados ao falar sobre a infância de Mary, os quais podemos encontrar no final do livro. Acima de tudo a autora deixa uma pergunta no ar “Acreditamos verdadeiramente em redenção?” Julgar uma criança de 11 anos como adulto, sem saber o que levou ela a cometer o crime, é realmente o certo? Esse foi um caso que repercutiu na cidade inglesa de Newcastle, em 1968 e deixa essas perguntas no ar até hoje. A leitura é detalhada e Gitta foi concisa em suas perguntas para Mary.