Galaxy Note 7: companhia aérea proíbe celular em voo para o Brasil

A solicitação foi feita em português, inglês e francês. Num dado momento, um dos funcionários se confundiu ao afirmar que o Galaxy S7 – em vez do Note 7 – deveria permanecer desligado.

A gravação foi feita na noite desta segunda-feira (12), dez dias depois que a fabricante sul-coreana admitiu um problema grave na bateria do telefone e iniciou um recall mundial. Enquanto isso, novos casos surgem, como o de um garoto de seis anos que ficou ferido ao manusear o telefone, em Nova York, nos EUA, no sábado (10). Em entrevista a um jornal, a avó da criança disse que está "assustada demais para chegar perto de qualquer outro dispositivo".

Há confusão sobre o assunto e a Samsung não explica quais são os procedimentos que os consumidores brasileiros devem adotar. Uma vez que o lançamento nacional do produto estava previsto para a segunda quinzena de setembro, não houve tempo hábil para que o telefone com tela de 5,5 polegadas chegasse às prateleiras.

Antes mesmo disso, a fabricante cancelou o período de encomenda do Note 7, que começaria em 22 de agosto. A data já havia sido anunciada à imprensa e a Samsung não comunicou os veículos jornalísticos de que havia mudado a pré-venda – muito menos que já investigava os casos de explosão.

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Várias dúvidas

A principal dúvida diz respeito às unidades do Galaxy Note 7 importadas do exterior. A empresa se limita a pedir que os consumidores busquem o serviço de atendimento ao cliente. Ao telefonar para o SAC para solicitar orientações, uma atendente do serviço terceirizado anotou os dados e disse que a própria fabricante entraria em contato, num prazo de 24 horas, para prestar esclarecimentos sobre o possível recall. Ela falou para manter o telefone desativado, inclusive sem recarregar ou mexer nele.

A Samsung brasileira não informou: 1) se oferece garantia mundial para o Galaxy Note 7, tal qual a Apple faz com o iPhone; 2) se o produto está em produção nas fábricas nacionais; 3) qual é a data de lançamento do Galaxy Note 7 no Brasil. Segundo a empresa, a chegada dele foi adiada.

Por enquanto, a fabricante explicou que as explosões têm sido causadas por problemas na bateria, mas sem dar detalhes sobre o defeito no componente. Estima-se que 2,5 milhões de telefones Note 7 foram vendidos ao redor do mundo, e não se sabe qual percentual destes aparelhos tem o problema.

Procon orienta

No Brasil ainda não houve nenhuma queixa a respeito do assunto, segundo o Procon de São Paulo, que monitora o caso. O consumidor que comprou o produto fora do Brasil e enfrentou algum problema pode procurar o fabricante para efetuar o reparo. "O Código de Defesa do Consumidor estabelece, no artigo 18, prazo de até 30 dias para sanar os problemas de fábrica constatados", informou o órgão.

O Procon-SP considera que a fabricante é responsável por prestar toda a assistência ao consumidor quando o produto foi adquirido fora do país, mas é fabricado por um fornecedor que atua no mercado interno.

Veja abaixo os destaques do Samsung Galaxy Note 7, em vídeo gravado durante o lançamento do smartphone no Rio de Janeiro.

Outro celular da Samsung pode pegar fogo? Leitores comentam no Fórum

Recomendação da Agência Nacional de Aviação Civil

Leia a seguir o comunicado enviado pela Anac às empresas aéreas que operam no Brasil. O documento foi encaminhado em 13 de setembro.

"A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) encaminhou ontem (12/09) aos operadores de transporte aéreo do país recomendação quanto ao uso e ao transporte do smartphone Galaxy Note 7 em aeronaves.

Devido a diversos incidentes causados pelas baterias de íons de lítio do modelo da Samsung, em diferentes lugares do mundo, a agência orientou que as empresas aéreas alertem os passageiros quanto aos riscos no transporte do aparelho nas aeronaves. No ofício, a Anac sugere que passageiros e tripulantes não liguem nem recarreguem esse modelo dentro de suas aeronaves, até que a substituição dos modelos defeituosos seja realizada pela fabricante. A recomendação sugere, ainda, que o modelo Note 7 da Samsung não seja transportado por passageiros ou tripulantes em bagagens despachadas, mas somente em bagagem de mão e desligado.

Na semana passada, os problemas causados pela bateria do smartphone Galaxy Note 7 levaram à autoridade de aviação civil dos Estados Unidos (Federal Aviation Administration – FAA) a alertar as companhias aéreas daquele país quanto aos cuidados no transporte e utilização do aparelho dentro das aeronaves."

Posicionamento da Samsung

Confira abaixo a nota da Samsung Brasil à imprensa. Ela foi emitida em 2 de setembro e, desde então, não teve nenhuma atualização. A Samsung não respondeu aos questionamentos feitos pelo TechTudo sobre o recall do Note 7.

"A Samsung tem o compromisso de produzir produtos de alta qualidade e, por isso, levamos cada relatório de incidente de nossos clientes muito a sério. Em resposta a casos relatados recentemente do Galaxy Note 7, realizamos uma investigação minuciosa e encontramos uma questão referente à bateria.

Até o dia 1º de Setembro ocorreram 35 casos que foram relatados globalmente e estamos atualmente realizando uma inspeção completa com os nossos fornecedores para identificar possíveis baterias afetadas no mercado onde os produtos já foram vendidos.

No entanto, como a segurança dos nossos clientes é uma prioridade absoluta para a Samsung, interrompemos as vendas do Galaxy Note 7 nos países onde o produto já estava sendo comercializado. Para os clientes desses mercados que já têm um Galaxy Note 7, a Samsung voluntariamente substituirá o aparelho atual por um novo nas próximas semanas. Estamos trabalhando em conjunto com os nossos parceiros para garantir que a experiência de substituição seja a mais conveniente e eficiente possível.

A Samsung destaca que o produto ainda não foi comercializado no Brasil e seu lançamento no país será adiado. Esse processo visa garantir que a Samsung continuará a fornecer produtos da mais alta qualidade aos nossos clientes. Para mais informações a respeito do caso, por favor, entre em contato com nossa equipe de atendimento ao consumidor pelo telefone: 4004-0000 (capitais) e 0800-124-421 (demais cidades)."

Colaborou: Caio Bersot. Com informações: New York Post e Gizmodo.com.