Alberto Miná havia dito que gostava de ser o azarão. E, neste sábado, no UFC Seul, ele quebrou o favoritismo de Yoshihiro Akiyama, pelo card principal do evento, e o venceu por decisão dividida dos jurados (29 a 28, 28 a 29, 29 a 28), mantendo-se invicto no MMA, onde soma 12 triunfos.
- Os chutes baixos realmente foram forte e eu senti. Ele é muito duro, queria parabenizá-lo, é difícil enfrentar caras assim. Tenho muito respeito por ele. Ele veio com um jogo sólido, respeitei as mãos pesadas dele. Tive um grande camp na Kings MMA e estava pronto para enfrentá-lo - disse o atleta canarinho, radicado em Hong Kong.
Yoshihiro Akiyama e Alberto Miná fizeram um primeiro round apenas discreto: muito estudo, pouca ação. O equilíbrio forçou o brasileiro a tentar algo que pudesse fazer a balança pender para o seu lado. Sendo assim, aplicou uma queda a oito segundos do fim da parcial, levando ligeira vantagem sobre o asiático.
No segundo assalto, o japonês mostrou pressão ao chutar forte a coxa esquerda de Miná, cuja região ficou muito marcada, repetidas vezes. Akiyama dominou o centro do octógono e conectou um violento uppercut, bem digerido pelo paraibano. A resposta veio em forma de uppercut e cruzado de esquerda, uma boa sequência do brasileiro. O lance deu confiança a Miná, que, logo depois, partiu com tudo para cima do oponente, aplicando duríssima variedade de golpes. Semi-nocauteado, Akiyama sobreviveu e foi salvo pelo gongo. Incrédulo, Miná olhou para o árbitro, como se estivesse dizendo: "Por que você não interrompeu a luta?"
A batalha ganhou contornos emocionantes na terceira etapa. Com menos mobilidade em função do cansaço, Miná foi encurralado contra a grade. As tentativas de queda eram frustradas pelo japonês. O paraibano conseguiu a queda ao segurar a perna do adversário, mas ficou por baixo. Exausto, Miná encontrava dificuldades para se levantar e, em um desses momentos, deu as costas para o oponente, que foi para cima, terminando a batalha golpeando o rival no chão. O público vaiou o resultado, porém, Miná colocou seu típico chapéu nordestino e festejou a vitória com seus treinadores.
Kim "passeia" e despacha Waters
Principal nome da Coreia do Sul no card, Dong Hyun Kim correspondeu às expectativas da torcida, que o apoiou durante os poucos minutos que esteve no octógono. O peso-meio-médio derrotou Dominic Waters por nocaute técnico, aos 3m11s do round inicial, sem que o americano lhe oferecesse qualquer perigo. Foi um passeio.
- Quero Demian Maia de novo. Agora, na Coreia do Sul - declarou o lutador, ainda no cage.
Logo no começo do confronto, Dong Hyun Kim aplicou uma belíssima queda em Dominic Waters, bloqueando o braço esquerdo do americano. O anfitrião aplicava socos e cotoveladas, enquanto o oponente esperneava para sair do incômodo crucifixo. A cada golpe de Kim, a torcida gritava em coro, dando ritmo à atuação do coreano.
Após intensa e repetida sequência na mesma posição, Kim obrigou o árbitro a interromper o confronto. Kim, então, foi saudar os compatriotas, esbanjando sorrisos.
Sétimo colocado no ranking da divisão, Kim vinha de vitória por finalização sobre Josh Burkman. Já Dominic Waters perde pela segunda vez no UFC, onde ainda não venceu.
RESULTADOS COMPLETOS
Ben Henderson venceu Jorge Masvidal por decisão dividida (47 a 48, 48 a 47, 48 a 47)
Dong Hyun Kim venceu Dominic Waters por nocaute técnico a 3m11s do R1
Alberto Miná venceu Yoshihiro Akiyama por decisão dividida (29 a 28, 28 a 29, 29 a 28)
Doo Ho Choi venceu Sam Sicilia por nocaute técnico a 1m33s do R1
Dongi Yang venceu Jake Collier por nocaute técnico a 1m50s do R2
Mike de la Torre venceu Yui Chul Nam por decisão dividida (29 a 28, 28 a 29, 29 a 28)
Tae Hyun Bang venceu Leo Kuntz por decisão dividida (28 a 29, 29 a 28, 29 a 28)
Seo Hee Ham venceu Cortney Casey por decisão unânime (triplo 29 a 28)
Fredy Serrano venceu Yao Zhikui por nocaute técnico aos 44s do R1
Marco Beltran venceu Ning Guangyou por decisão dividida (29 a 28, 28 a 29, 29 a 28)
Dominique Steele venceu Dong Hyun Kim por nocaute aos 27s do R3