No duelo entre os veteranos pesos-pesados Roy Nelson e Josh Barnett que encerrou o UFC Japão, aconteceu o que poucos acreditavam ser possível: uma decisão por pontos. Famosos pela agressividade e pelo poder de nocaute, os dois lutadores duelaram por cinco rounds sem que houvesse o que o público mais queria ver: uma finalização ou um nocaute. Nas papeletas dos juízes, a vitória ficou com Josh Barnett por unanimidade (48-47, 48-47 e 50-45).
- Minha forma foi fruto do trabalho duro que eu fiz no meu camp. Roy Nelson é muito duro, mas eu não fui bom o suficiente. Nada do que eu fiz hoje foi bom o suficiente. Obrigado, Japão. eu amo vocês, e sempre que venho aqui, fico muito emocionado. Acho que ninguém aqui gostaria de uma decisão por pontos. Mas Roy nelson é um campeão, um grande guerreiro, e merece estar aonde está. Por isso eu queria lutar com esse cara. Ele aceitou a luta e não deu um passo para trás - disse Barnett, alterando o discurso entre inglês e japonês.
A luta começou com Roy Nelson tentando o seu clássico overhand de direita e, após receber um chute alto, levando a luta para o chão, ficando por cima de Barnett. Usando bem o seu peso, Nelson mantinha o rival sob controle, mas o árbitro ordenou que a luta voltasse a ser disputada em pé novamente. Barnett buscava as joelhadas e os uppercuts, enquanto Roy Nelson absorvia os golpes e buscava levar a luta para o chão, o que conseguiu a 40s do intervalo. Novamente por cima, Nelson apenas pressionou Barnett até o fim do round.
Roy Nelson voltou para o segundo round aplicando dois golpes duros de direita, que foram absorvidos por Barnett. O contragolpe foi um chute baixo que tirou o equilíbrio de Nelson momentaneamente. Barnett conseguiu uma boa sequência de socos e joelhadas que abalaram Roy Nelson. Mais cansado, o "gordinho" abria brechas na sua defesa, que eram aos poucos aproveitadas por Barnett. O ex-campeão dos pesados do UFC mostrou mais preparo físico e mais elementos em seu jogo para agredir Roy Nelson, e venceu o segundo round.
No terceiro round, ainda ofegante, Roy Nelson travou a luta assim que pôde na grade, evitando a movimentação e os golpes de média distância de Barnett, e passou a aplicar joelhadas na perna do rival até o árbitro separá-los. Muito cansado, Roy Nelson já não mostrava forças para aplicar seus golpes de direita, e apenas defendia as tentativas de ataque de Josh Barnett. este, por sua vez, não mostrava ter poder para nocautear Nelson, mas mantinha o ritmo de ataque que lhe dava a vantagem na luta.
Pela primeira vez na carreira lutando um quarto round, Roy Nelson buscava travar a luta na grade e, confiando no seu poder de absorção de golpes, se mantinha na defensiva enquanto Josh Barnett desferia uma sequência de golpes com socos, cotoveladas e joelhadas. Mesmo aplicando alguns socos, principalmente uppers, Nelson não conseguia conectá-los. Muito cansados, os dois lutadores atuavam na base da raça, e no fim do round tinham quase condições de ir para os seus córneres.
No quinto e último round, com ambos os lutadores exaustos, a luta foi disputada durante quase a sua totalidade na grade. enquanto Roy Nelson ficava com as costas na cerca, Josh Barnett aproveitava para golpear seguidamente, mas devido à resistência de Nelson, não conseguia derrubá-lo. Barnett mostrava um pouco mais de preparo físico e golpeava Nelson, que nos últimos segundos ainda tentou alguns socos, mas sem nenhum sucesso.
Leia como foram as demais lutas da noite:
Homem-Ambulância Uriah Hall vence Gegard Mousasi com belo nocaute
Taticamente perfeito, Kyoji Horiguchi vence Chico Camus por unanimidade
Na antepenúltima luta da noite, o peso-mosca japonês Kyoji Horiguchi dominou inteiramente o americano Chico Camus, vencendo a luta entre eles por decisão unânime dos juízes (triplo 30-27) mostrando ótimo preparo físico e uma execução perfeita do seu plano de luta.
A luta começou com Horiguchi tomando a iniciativa do combate, sempre com a base de carateca. Com muita movimentação de ambos os lutadores, o combate era disputado em alta velocidade. Horiguchi conseguia conectar melhor os golpes e mostrava mais agilidade na entrada e saída do raio de ação de Camus.
O japonês voltou para o segundo round com mais intensidade, acertando bons golpes no americano, buscando suas costas logo em seguida. Camus defendeu as investidas, mas já mostrava um ferimento no olho direito. Os dois atletas mantinham a movimentação frenética, e Horiguchi consolidava seu domínio na luta com maior precisão nos golpes.
No terceiro round, mesmo em vantagem pelos dois primeiros rounds, Kyoji Horiguchi mantinha seu plano de luta intacto: movimentação e golpes rápidos, além dos contra-ataques precisos. Chico Camus não conseguia acompanhar o ritmo do japonês, e se frustrava seguidamente com isso. Lutando com muita confiança, Horiguchi não teve problemas em consolidar a vitória.
Takeya Mizugaki domina George Roop e vence com tranquilidade
Em uma luta sem muitas emoções, o peso-galo japonês Takeya Mizugaki venceu sem muita dificuldade o americano Geroge Roop por decisão unânime dos juízes (triplo 29-28). Após a luta, Mizugaki não segurou a emoção e chorou muito, inclusive durante a entrevista no octógono.
- Quando perdi para Dominick Cruz eu achei que iria me aposentar, que não continuaria no esporte, mas voltei para a academia, treinei muito e estou de volta ao grupo dos melhores do mundo - disse o japonês.
A luta começou com os dois lutadores partindo para a trocação franca. Mizugaki tentou travar o combate na grade, e Roop, mesmo com muito mais envergadura, não conseguiu evitar. O japonês usava a velocidade para se aproximar e golpear o americano, e conseguia recuar antes do contragolpe. Melhor na luta, Mizugaki dominava o duelo.
Takeya Mizugaki continuou aproveitando a sua velocidade e a lentidão de George Roop no segundo round para conseguir golpear o americano e evitar ser golpeado. Com muita tranquilidade, o japonês executava sua estratégia de luta e mantinha a vantagem no combate. No terceiro e último round Mizugaki mostrava cansaço e se movimentava menos, dando chance a Roop de se recuperar na luta. Mas o americano não conseguia se impor, ficando sempre um passo atrás do japonês nas ações até o final.
Diego Brandão venceu Katsunori Kikuno por nocaute técnico aos 28s do R1
Mizuto Hirota e Teruhito Ishihara empataram (29-28, 28-29 e 29-29)
Keita Nakamura venceu Li Jingliang por finalização aos 2m17s do R3
Nick Hein venceu Yusuke Kasuya por decisão unânime (30-27, 29-28 e 29-28)
Kajan Johnson venceu Naoyuki Kotani por decisão unânime (29-28, 29-28 e 30-27)
Shinsho Anzai venceu Roger Zapata por nocaute técnico (interrupção médica) aos 47s do R3