Para quem lutou três vezes na mesma noite em outubro do ano passado, uma luta apenas não parecia ser nada de mais. E foi assim para o veterano Roan Jucão, de 36 anos de idade. Nem mesmo ter diante de si o americano de origem filipina Mark Muñoz tirou a concentração do peso-médio brasileiro, que não teve dificuldades para finalizar o rival com um mata-leão clássico em apenas 1m40s do primeiro round. Voltando ao UFC após seis anos e meio, Jucão fez uma luta taticamente perfeita e chegou à 20ª vitória em 29 lutas na carreira.
Antes da luta começar, o árbitro auxiliar John McCarthy fez o brasileiro cortar as unhas na entrada do octógono. Após alguns minutos, em que Jucão chegou a roer as unhas para acelerar o processo, finalmente ele foi liberado para subir ao palco da luta. O combate começou com Jucão defendendo uma tentativa de queda de Muñoz, ficando por cima no chão e buscando as costas preparando a finalização, que veio com um mata-leão perfeito. O brasileiro chegou a avisar ao árbitro Jerin Valel que Muñoz havia apagado antes de a luta ser interrompida.
Luta entre Kid Yamamoto e Roman Salazar acaba sem resultado lesão do americano
A luta entre o japonês Kid Yamamoto e o americano Roman Salazar terminou sem resultado, após o japonês acertar por duas vezes o dedo no olho do americano, que não conseguiu recuperar a visão a tempo de voltar a lutar. O combate foi interrompido aos 2m37s do segundo round.
A luta começou com Yamamoto dominando o centro do octógono e adotando a tática de bater e sair do raio de ação de Salazar. Com muita movimentação e deixando a guarda baixa, o japonês não deixava que o americano o acertasse e aplicava alguns golpes que somavam pontos junto aos juízes. A luta não agradava o público, que vaiava já ao fim do primeiro round.
O panorama da luta não mudou no segundo round. Yamamoto seguia se movimentando sempre, com a guarda baixa, e Salazar tomava pouco a iniciativa do combate, e quando tomava, recebia os contragolpes do japonês. Na metade do segundo round, Yamamoto acertou o dedo no olho de Salazar pela segunda vez, e o americano mostrava muita dificuldade para conseguir enxergar. Após o tempo de cinco minutos para que Salazar se recuperasse, o árbitro John McCarthy perguntou se ele conseguia enxergar para lutar e ele disse que não sabia. McCarthy não teve alternativa a não ser declarar a luta sem resultado.
Tim Means arrasa Dhiego Lima no primeiro round e vence a terceira seguida contra brasileiros
Com uma atuação irrepreensível, o meio-médio Tim Means nocauteou o brasileiro Dhiego Lima em apenas 2m17s do primeiro round, somando a terceira vitória seguida contra brasileiros no UFC (havia batido Hernani Perpétuo e Márcio Lyoto anteriormente). Já Dhiego Lima sofreu sua segunda derrota em três lutas na organização.
A luta começou com Tim Means dominando o combate inteiramente, acertando bons golpes em Dhiego Lima, que sentia o castigo e buscava acertar algum soco milagroso que o salvasse do nocaute. O americano teve a tranquilidade de desviar dos socos do brasileiro e aplicar cotoveladas, joelhadas e um cruzado de esquerda que derrubou Lima, forçando Herb Dean a interromper a luta.
Na base da força bruta, Derrick Lewis nocauteia Ruan Potts
Na única luta de pesos-pesados do card, o americano Derrick Lewis venceu por nocaute técnico o sul-africano Ruan Potts aos 3m18s do segundo round, após dominar boa parte da luta na base da força bruta. Mesmo com mais técnica no chão, Potts não conseguiu suportar a superioridade do rival, e sofreu sua terceira derrota seguida no UFC.
A luta começou com Lewis mostrando confiança e não se desgastando, cercando Potts e, após tentar duas vezes o chute alto, encurtou a distância para lutar na grade. O americano buscou o ataque e Potts, ao tentar se afastar, perdeu o equilíbrio e caiu. No chão, o sul-africano tentou a chave de perna reta, mas Lewis conseguiu livrar-se da posição e voltou a lutar em pé. Potts mais uma vez levou a luta para o chão, ficando por cima do americano. Mostrando muita força física, o americano levantou-se e aplicou diversos socos fortes em Potts, que suportou a pressão e terminou o round desgastado e sentindo o castigo sofrido nos segundos finais antes do intervalo.
No segundo round Lewis voltou aplicando um chute alto e Potts, após absorver o golpe, buscou as pernas do americano, que ficou por cima no chão dando socos seguidos. O sul-africano resistiu e Lewis, após se levantar, mergulhou de volta em direção ao rival, ficando por cima no chão, mas na guarda. O americano, mesmo cansado, continuou golpeando Potts até que o árbitro Jerin Valel interrompeu o combate, decretando o nocaute técnico.
Valmir Lázaro vence James Krause em luta equilibrada e morna
Primeiro brasileiro a se apresentar no UFC 184, o peso-leve baiano Valmir Lázaro venceu o americano James Krause por decisão dividida dos juízes (29-28, 28-29 e 29-28). A luta foi equilibrada e pouco movimentada, e não empolgou o público. Esta foi a primeira vitória de Lázaro, que se recuperou da derrota para James Vick em sua estreia no UFC.
A luta começou com Krause se movimentando melhor e buscando os chutes, enquanto Lázaro se preocupava com a esquiva e os contra-ataques. Krause conseguiu uma derrubada rápida, mas o brasileiro levantou-se rapidamente, ficando na grade. Lázaro aos poucos se soltava e aplicava seu boxe, que é o seu ponto forte. Mais alto, o americano buscava os chutes para afastar o brasileiro, que trabalhava os jabs e cruzados para pontuar.
Os dois lutadores voltaram para o segundo round com menos velocidade que no primeiro, e apostando na luta em pé. Os golpes de ambos eram "telegrafados", permitindo a defesa ou a esquiva do rival. Nenhum dos atletas mostrava potência nos ataques, o que fazia o combate ser menos empolgante do que poderia. Lázaro apostava nos jabs para pontuar, enquanto Krause tentava conectar os chutes.
Tomando a iniciativa do combate, James Krause iniciou o terceiro round buscando agredir Valmir Lázaro, que contragolpeava e buscava não deixar o adversário abrir vantagem no round. As combinações de jab e chute baixo incomodavam o americano, que tentou travar a luta levando para o chão, sem muito sucesso. Os dois lutadores jogavam golpes sem velocidade, mostrando cansaço até o fim da luta.
Masio Fullen vence Alexander Torres em luta movimentada e sem técnica
Na luta de abertura do evento, entre o peso-pena mexicano Masio Fullen e o colombiano Alexander Torres, quem levou a melhor foi Fullen, que começou sendo dominado no primeiro round, mas virou o combate e venceu por decisão dividida dos juízes (29-28, 28-29 e 29-28).
A luta começou com os dois atletas buscando a trocação franca, e Torres parecia afobado para tentar levar a luta para o chão. Ao perceber que este era o caminho mais difícil, o colombiano passou a buscar os golpes diretos, que abalaram momentaneamente Fullen. O mexicano recuperou-se e conectou bons golpes em Torres, que sentiu e diminuiu o ritmo. Torres voltou a acertar bons golpes, aplicando um knockdown no rival, que defendeu-se como pôde até conseguir uma derrubada desesperada para conter os ataques. A luta, ainda que de nível técnico baixo, era empolgante pela entrega dos atletas.
O segundo round trouxe os dois lutadores mais cansados, mas Fullen mostrava mais foco no combate, encurralando Torres e buscando devolver os golpes que havia recebido no round anterior. Mais consciente, o mexicano levou vantagem na trocação e impediu os avanços do colombiano no combate. No terceiro round Fullen manteve o domínio do round anterior, golpeando Torres constantemente e assumindo a vantagem na parte final da luta. Cansado, o colombiano não conseguia levar o combate para o chão e acabou sendo dominado pelo mexicano, que festejou a vitória assim que a luta acabou. Torres também comemorou, mas sem muita efusividade.
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