“Mais forte que o mundo - A história de José Aldo” finalmente estreou nos cinemas nesta quinta-feira (16) após quatro anos de gestação. Ironicamente, o sucesso de seu diretor, Afonso Poyart, foi o responsável não apenas pelo nascimento do projeto, mas também por alguns dos maiores desafios enfrentados pela produção. Veja no vídeo acima o cineasta falando sobre os problemas e os atores José Loreto e Cleo Pires contando sobre sua preparação para o filme.
Poyart recebeu uma ligação ainda em 2012 da Paris Filmes, que o convidava a dirigir um filme sobre MMA. Ele havia atraído a atenção da produtora apenas com o trailer de seu filme de estréia, “2 coelhos”. Sem conhecer muito bem o mundo das artes marciais mistas, ele partiu para o Google, onde pesquisou sobre os principais lutadores brasileiros.
A história de superação do então campeão dos pesos-pena no UFC, José Aldo, atraiu a atenção do cineasta. Nascido em Manaus, o atleta deixou para trás uma origem humilde para se tornar um dos maiores e mais respeitados vencedores da principal competição da modalidade no mundo.
Após longas conversas com o lutador, Poyart iniciou o roteiro da produção, que chegou até mesmo a confirmar o ator Malvino Salvador no papel do protagonista. No entanto, as boas críticas geradas por “2 coelhos” geraram um outro convite, uma daquelas ofertas que ninguém pode recusar: dirigir o filme “Presságios de um crime” em Hollywood, com Anthony Hopkins no elenco.
“É uma oportunidade que não dava pra eu falar não. Então eu fui fazer meu filme lá. Era um momento em que eu tinha que fazer isso”, conta ele. O longa sobre José Aldo então ficou suspenso por um tempo até maior que o previsto, já que o trabalho nos Estados Unidos demorou mais do que Poyart imaginava.
Ao retornar ao Brasil no final de 2014, ele voltou a se dedicar ao projeto, mas ao terminar o roteiro -- cuja versão final foi trabalhada por Marcelo Rubens Paiva -- muita coisa tinha mudado. Envolvido em uma peça, Salvador já não poderia mais dar a dedicação necessária ao projeto.
A solução veio na forma de José Loreto, que, assim como seu antecessor, também já tinha experiência pessoal no mundo das artes marciais ao praticar judô desde a infância. Ele até poderia não ser tão parecido fisicamente com o lutador -- com 1,85m de altura, Loreto é mais alto que qualquer peso-pena -- mas tinha a vantagem de ser mais jovem. Um bom trunfo em um filme que pretende retratar a vida de Aldo desde a juventude.
“Eu vi todas as lutas dele. Queria entender não como ele andava, mas por que que ele andava assim”, conta o ator, que não tentou imitar o retratado. “Eu me embriaguei dele e, sem querer, sem me preocupar em fazer igual, em andar igual, eu já estava saturado dele. Já era natural. O meu natural era o natural dele.”