O vídeo acima mostra a fartura de água: doce, cristalina, a cachoeira parece que cai do céu, em pleno Sertão Nordestino. E é para o local que o Globo Repórter segue. O destino é a Cachoeira do Buracão – um dos lugares mais cobiçados da Chapada Diamantina.
“Eu vivi um momento ali, naquela cachoeira. Que é um cânion. Tinham umas andorinhas voando. Foi maravilhoso, inesquecível, momento mágico”, conta a arquiteta Cristiane Bohlmann.
Nessa bela sinfonia da natureza, as andorinhas dançam o ballet das aves. Como explicar o espetáculo que nos espera em Ibicoara, no leste Chapada Diamantina?
“A Chapada toda é linda! Isso aqui conta uma história milenar, bilhões de anos. É olhar para cada musguinho, cada buraquinho”, diz a arquiteta.
Não é exagero dizer que o buracão é um baú de surpresas. Não é à toa que essa cachoeira é considerada a mais bonita da Chapada Diamantina, se de baixo, ela é impressionante, de cima, é espetacular. Do topo das pedras ao poço profundo, são quase cem metros e pouco mais de 80 de cachoeira e queda d’água livre. E os paredões de pedra são os guardiões deste tesouro.
Água, vento, mata e sol ardente. É muita vida espalhada em cada palmo de terra, em todos os degraus da montanha. Seguimos a trilha até o poço profundo onde a cachoeira desagua. É incontrolável a vontade de ver de bem de perto e sentir a energia do buracão.
“Quando você chega lá, aquela fumaça, aquela luz. Pedra com musgo de todas as cores, verde, amarelo, laranja”, relata a arquiteta Cristiane Pohlmann.
Globo Repórter: Quando você se deparou diante da cachoeira, o que você sentiu?
Cristiane Pohlmann, arquiteta: Vontade de entrar nela, correndo. E de me congelar porque é muito frio.
A bancária Fernanda Vieira também voltou impressionada de lá: “Eu me senti pequena diante de tamanha natureza. Muito lindo”, afirma.
Globo Repórter: E nadou até lá, na cachoeira?
Fernanda Vieira, bancária: Nadei até lá, estou morrendo de frio até agora. A água é gelada, gelada. Mas vale muito à pena.
O mais difícil neste lugar não é chegar. É não se surpreender com tamanha beleza. O Buracão tem 800 metros de diâmetro e mais de 50 de profundidade. Impossível não se emocionar diante da cachoeira.
Andorinhas fazem revoada de despedida do sol. Vai e vem que parece uma dança, ocorre quando elas saem e voltam com a comida dos filhotes. As andorinhas dormem e fazem ninhos atrás da cachoeira, bem perto da queda d’água. É o lugar mais seguro que encontram para proteger suas crias contra os predadores.
Equipe do Globo Repórter se aventura para conhecer a Cachoeira Encantada
Agora, o caminho é cheio de poeira, e o cenário típico das regiões da seca. Mas o destino da equipe do Globo Repórter é outro paraíso perdido: a Cachoeira Encantada, mais um patrimônio escondido na Chapada Diamantina. A cachoeira é uma das mais bonitas da Chapada e fica em uma região bem isolada do parque nacional. É conhecida só por alguns guias e poucos moradores da região. Não é fácil vencer nove quilômetros a pé, rio acima. É uma trilha pesada, de pedras enormes e escorregadias. É uma aventura e tanto o caminho da cachoeira. Quando a equipe do Globo Repórter encontra a cachoeira encantada parece que ela fica bem pertinho do céu.
Vamos explorar um lago secreto que abriga a água que cai do alto. Duzentos e trinta metros e na parte mais alta chega a 250. A água gelada revigora a alma e o coração. Na memória fica a imagem de mais um paraíso escondido.