Por Adelcimar Carvalho , G1 AC — Cruzeiro do Sul


Presos destruíram dois pavilhões durante motim em Cruzeiro do Sul — Foto: Reprodução/WhatsApp

A administração do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) informou, nesta segunda-feira (19), que, após o motim registrado no último dia 6 no Presídio Manoel Neri, em Cruzeiro do Sul, a unidade deve construir um muro na área do banho de sol para dividir as facções rivais dentro do presídio.

Durante o motim, dois pavilhões foram completamente destruídos pelos presos que tentavam invadir o bloco da facção rival. Desde o ocorrido, quase 600 presos estão acomodados em apenas dois pavilhões da unidade. O gerente de infraestrutura do Iapen, Paulo Renato, disse que o órgão está fazendo levantamento de todo o prejuízo.

Ele anunciou a construção do muro, mas ainda não há previsão para que as obras inciem na unidade. “Vamos dividir as facções construindo um muro no meio da área de banho de sol. Ficarão dois blocos para cada lado. Vamos mudar o tipo de ferrolhos e dobradiças para evitar que aquele tipo de situação se repita”, explica.

Ao todo, 30 grandes precisam ser refeitas. Além disso, Renato disse que outras estratégias de segurança estão sendo estudadas, como a construção de um quadrante de segurança na entrada de cada pavilhão para evitar que os presos quebrem uma porta e tenha domínio. “Ainda não fechamos o orçamento, pois dependemos de outras pessoas”, destaca.

Após finalizar o levantamento de todos os estragos, o relatório deve ser entregue na Casa Civil para que a disponibilidade orçamentária seja analisada.

“Não sabemos se teremos dinheiro para fazer tudo ao mesmo tempo. Por isso, não podemos prever um prazo para a recuperação do presídio. Somente quando fechar o orçamento vamos em busca do financeiro, para depois mensurarmos um prazo. Acredito que, com o dinheiro em mãos, em torno de 30 dias concluiremos a recuperação”, salienta.

Fim dos beliches

O gerente do Iapen disse ainda que outra preocupação são as armas artesanais fabricadas pelos presos dentro da unidade. Após o motim, em menos de 72 horas, quase 200 estoques foram encontrados.

“Possivelmente vamos acabar com os beliches e ficar só com as camas. A parte superior dos beliches é feita com chapa de ferro lisa, que eles cortam e produzem terçados artesanais. Vamos tentar evitar que estes fatos se repitam no presídio”, destaca.

Os trabalhos são paliativos, pois a unidade vai passar por ampliação que prevê investimentos de quase R$ 9 milhões, que está em processo de licitação.

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