O Relatório de Atividades 2005 da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) homenageia o artista paulista Francisco Rebolo, um dos grandes nomes da pintura brasileira. Todas as imagens que ilustram a publicação são obras de Rebolo, artista que aliou ao lirismo, espontaneidade e leveza no registro de temas cotidianos – principais características de seu trabalho, na opinião dos críticos – , um completo domínio da técnica da pintura, da forma e do uso das cores, resultando em uma obra singela mas profundamente elaborada, universal embora fiel à fisionomia do seu lugar.
Rebolo nasceu em São Paulo, em 1902, quinto filho de uma família de imigrantes espanhóis. Antes de dedicar-se à pintura artística, realizou pinturas decorativas em residências e igrejas e foi jogador de futebol – entre outros clubes, jogou no Corinthians, pelo qual foi campeão em 1922 e para o qual, anos depois, desenhou o brasão definitivo.
Pequeno empresário, dono de uma empresa de decoração, instalou-se, em 1933, em uma sala no Palacete Santa Helena, na Praça da Sé. Ali dá início à sua carreira de pintor e desenhista. Dois anos depois, a sala-ateliê passa a ser dividida com o pintor Mário Zanini e o espaço começa a ser freqüentado por novos artistas como Fúlvio Pennacchi, Aldo Bonadei, Clóvis Graciano, Humberto Rosa, Manuel Martins e Alfredo Rizzotti – que alugam uma segunda sala no mesmo prédio – e, posteriormente, Alfredo Volpi. Formava-se o Grupo Santa Helena.
Rebolo participaria ainda do grupo Família Artística Paulista e da criação do Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Sindicato de Artistas Plásticos do Estado de São Paulo.
Ao longo de sua carreira de 46 anos – Rebolo faleceu em 1980 – o artista realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior. Em 2002, quando da realização da exposição Rebolo – 100 anos, mostra comemorativa do seu centenário, a curadora Lisbeth Rebollo Gonçalves, professora de história da arte e filha do artista, identificou quatro fases na sua obra.
A primeira, que vai de 1932 a 1947, caracteriza-se pela pintura de paisagens feitas ao ar livre nos arredores de São Paulo, naturezas-mortas, composições com figuras e personagens, retratos e auto-retratos. Na segunda fase, de 1947 a 1960, as paisagens são ima-ginárias e há o predomínio dos elementos formais. A pintura é mais geométrica e racional. É nessa época, em 1955, que recebe o 1o prêmio do Salão de Arte Moderna, de Viagem ao Exterior, passando dois anos na Europa.
A terceira fase, de 1960 ao começo dos anos 1970, caracteriza-se pela pesquisa de novos materiais – gravuras em madeira, pedra e metal – novas técnicas e texturas: utiliza a espátula para aplicar a tinta e obter relevos e volumes ou constrói a obra a partir da retirada de lascas da pintura anteriormente feita. Na quarta fase, na década de 1970, ele retorna ao uso do pincel, ao colorido luminoso, ao lirismo poético.
“No dia em que não pinto, não vivo; é um dia perdido!”, disse Rebolo.
É este artista que a FAPESP tem a honra de apresentar nas páginas do seu Relatório de Atividades 2005.
Conheça mais sobre ele em http://www.uol.com.br/franciscorebolo
Para ler Relatório de Atividades 2005 da FAPESP (em pdf), clique aqui.
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