Cefalosporina: o que é, para que serve (e principais tipos)

Cefalosporinas são antibióticos da classe betalactâmicos, como cefalexina, cefuroxima, ceftriaxona ou cefepima, indicados para o tratamento de infecções como pneumonia, otite média, meningite ou infecções urinárias, na pele ou nos ossos.

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Existem diferentes tipos de cefalosporinas que podem ser indicadas pelo médico, como as cefalosporinas de primeira, segunda, terceira, quarta e quinta geração, que apresentam diferenças no espectro de ação e nos efeitos colaterais.

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Por isso, é importante consultar o médico para que seja realizado o diagnóstico da infecção a ser tratada e, assim, ser orientado o tipo de cefalosporina a ser usado, assim como a dose e a duração do tratamento.

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Para que serve

As cefalosporinas são indicadas para o tratamento de infecções bacterianas, como:

  • Celulite infecciosa e abscessos na pele;
  • Infecção de ferida, picadas, queimaduras ou úlceras infectadas;
  • Bacteremia ou sepse;
  • Infecções urinárias, nos ossos ou articulações;
  • Otite média;
  • Infecções do trato genital ou biliar.

Além disso, as cefalosporinas também podem ser usadas antes, durante e após cirurgias, para prevenir infecções.

Como funciona

As cefalosporinas são antibióticos derivados do fungo Cephalosporium sp. que possuem um anel betalactâmico, capazes de se ligar e bloquear enzimas importantes para a parede celular das bactérias.

Desta forma, ao inibir a síntese da parede celular bacteriana, as cefalosporinas causam a morte da bactéria e, por isso, são antibióticos bactericidas.

Tipos de cefalosporinas

Os principais tipos de cefalosporinas são:

1. Cefalosporinas de primeira geração

As cefalosporinas de 1ª geração foram as primeiras a ser desenvolvidas, sendo as principais:

  • Cefazolina, ampola injetável (Kefazol ou Cezolin);
  • Cefalotina, ampola injetável (Keflin neutro);
  • Cefadroxila, cápsulas ou xarope (Cefamox);
  • Cefalexina, comprimidos ou xarope (Keflex, Cefacimed, Ceflexin ou Cefaxon).

Além disso, em outros países também estão disponíveis cefalosporinas de 1ª geração, como cefapirina e cefradina.

Espectro de ação: principalmente contra cocos gram-positivos, como Staphylococcus spp. ou Streptococcus spp.

Além disso, possuem cobertura mínima contra bactérias gram-negativas, como P. mirabilis, E. coli e K. pneumoniae.

Principais indicações: pneumonia, prostatite, epididimite, infecções urinárias, do trato biliar, tecidos moles ou ossos, celulite infecciosa, abscessos, sepse ou otite média, por exemplo.

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2. Cefalosporinas de segunda geração

As principais cefalosporinas de 2ª geração são:

  • Cefuroxima, ampola injetável (Zinnat);
  • Axetilcefuroxima, comprimidos, xarope (Totacef ou Mefex);
  • Cefoxitina, ampola injetável (Kefox).

Além disso, outras cefalosporinas de 2ª geração são cefprozil, cefmetazol e cefotetan, mas não estão disponíveis no Brasil.

Espectro de ação: maior ação contra bactérias gram-negativas e menor ação contra bactérias gram-positivas do que as cefalosporinas de primeira geração.

No entanto, apresentam ação contra a bactéria H. influenzaeBorrelia burgdorferi.

Principais indicações: doença de Lyme, bronquiolite, pneumonia, infecções nos ossos, geniturinárias, biliar, bacteremia, otite média e profilaxia cirúrgica.

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3. Cefalosporinas de terceira geração 

As principais cefalosporinas de 3ª geração são:

  • Ceftriaxona, ampola injetável (Rocefin ou Triaxin);
  • Cefotaxima, ampola injetável (Clafordil);
  • Ceftazidima, ampola injetável (Fortaz);
  • Cefdinir, xarope (Terza).

Outras cefalosporinas de 3ª geração são a cefoperazona e a cefixima, porém não são aprovadas para uso no Brasil.

Espectro de ação: cobertura maior para bactérias gram-negativas e tem a capacidade de penetrar nas membranas do cérebro.

Por isso, essas cefalosporinas são normalmente usadas para tratar infecções gram-negativas resistentes às cefalosporinas de primeira e segunda geração ou a outros antibióticos betalactâmicos.

Principais indicações: meningite, gonorreia, doença de Lyme disseminada, infecções adquiridas em hospitais, infecções da pele e do tecido mole, por exemplo.

Leia também: Doença de Lyme: o que é, sintomas, causa e tratamento tuasaude.com/doenca-de-lyme

4. Cefalosporinas de quarta geração

A principal cefalosporina de 4ª geração aprovada no Brasil é:

  • Cefepima, ampola injetável (genérico).

Em outros países, outra cefalosporina de 3ª geração disponível é a cefiproma.

Espectro de ação: amplo espectro de ação contra bactérias gram-negativas, inclusive S. pneumoniae Staphylococcus aureus sensível à meticilina (MRSA).

Principais indicações: geralmente usada para infecções sistêmicas graves multirresistentes, neutropenia febril, infecção generalizada, infecção no peritônio, meningite ou pielonefrite.

Leia também: Neutropenia febril: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/neutropenia-febril

5. Cefalosporinas de quinta geração

A principal cefalosporina de 5ª geração aprovada no Brasil é:

  • Ceftarolina fosamila, ampola injetável (Zinforo).

Outra cefalosporina, aprovada em outros países, como Estados Unidos, é a ceftobiprole (Zevtera).

Espectro de ação: amplo espectro contra bactérias gram-positivas, incluindo Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) e gram-negativas.

Principais indicações: pneumonia adquirida na comunidade e infecções de pele e partes moles complicadas.

Cefalosporinas na gravidez

As cefalosporinas na gravidez, como a cefalexina ou o cefaclor, são consideradas seguros durante a gestação, não estando relacionadas, na maioria dos estudos, a aborto espontâneo ou defeitos congênitos no bebê.

Essas cefalosporinas, geralmente, são indicadas para o tratamento de infecções urinárias na gravidez, como uretrite, cistite ou pielite.

No entanto, o uso de cefalosporinas, assim como qualquer outro antibiótico ou remédios, só deve ser feito com indicação do obstetra.

Isso porque, alguns poucos estudos sugerem que as cefalosporinas podem causar defeitos cardiovasculares, fendas palatina ou atresia anorretal no bebê.

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Cefalosporinas na amamentação

As cefalosporinas devem ser usadas com cautela e somente com indicação médica durante a amamentação, uma vez que podem passar para o bebê pelo leite materno e causar problemas gastrointestinais no bebê.

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