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A Starlink já não é mais uma novidade entre os serviços de Internet, mas ainda está longe de ser uma produto comumente visto, principalmente no Brasil. A rede via satélites de Elon Musk, que pretende levar conectividade a cada vez mais pessoas ao redor do mundo, tem algumas particularidades que tornam sua adesão relativamente baixa, principalmente em grandes centros urbanos. Entre elas estão o custo elevado de adesão e a superioridade da fibra óptica em termos de velocidade.

Como todo serviço ou produto, a Starlink tem vantagens e desvantagens, e a escolha por contratar ou não precisa considerar as demandas reais de cada usuário. Após analisar pontos negativos e positivos do serviço, é possível chegar a uma decisão esclarecida e fazer a melhor escolha. Nas linhas a seguir, o TechTudo lista três boas razões para contratar o serviço da Starlink, e três motivos para fugir da Internet via satélite do Elon Musk.

3 motivos para contratar a Starlink — e outros 3 para 'fugir' da rede — Foto: Reprodução/Uswitch
3 motivos para contratar a Starlink — e outros 3 para 'fugir' da rede — Foto: Reprodução/Uswitch

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MOTIVOS PARA CONTRATAR A STARLINK

1. Cobertura em áreas remotas

Com uma cobertura de milhares de satélites em baixa órbita, a Starlink consegue levar Internet de boa qualidade para regiões com pouca infraestrutura, como zonas rurais, comunidades isoladas em áreas de mata preservada ou até zonas de conflito. Isso é útil para populações ou empresas que precisam de acesso digital, mas não dispõem de opções viáveis, visto que as prestadoras convencionais simplesmente não chegam até o local de atuação. Ter acesso pleno à Internet, vale ressaltar, é imprescindível para garantir acesso a serviços básicos, como sistemas bancários.

Projeto Conexão Povos da Floresta com serviço da Starlink — Foto: Reprodução/Projeto Conexão Povos da Floresta (Editada por Daniel Trefilio)
Projeto Conexão Povos da Floresta com serviço da Starlink — Foto: Reprodução/Projeto Conexão Povos da Floresta (Editada por Daniel Trefilio)

Considerando que o Brasil é um país de dimensões continentais, com muitas áreas que se encaixam nesse contexto, a cobertura ampla da Starlink acaba sendo uma solução disponível para muitas famílias e populações. De outra forma, elas ainda precisariam se deslocar até as grandes cidades para acessar facilidades simples, como realizar uma transferência bancária, estudar ou ter atendimento médico preliminar por telemedicina.

2. Velocidade competitiva para Internet via satélite

Apesar de ser uma rede sem fio, a Starlink oferece velocidades bem superiores às de outros serviços de conexão via rádio ou satélites em órbitas maiores, operando entre 50 Mbps e 150 Mbps, com latências de até 40 ms. Ainda que não seja tão rápida quanto os planos 5G, a Internet por satélite garante que o sinal chegue sem depender de proximidade a antenas. Além disso, o serviço apresenta planos sem franquias de dados, algo que não existe no sistema de telefonia móvel brasileiro.

Satélite da Starlink em órbita — Foto: Divulgação/Starlink
Satélite da Starlink em órbita — Foto: Divulgação/Starlink

Mesmo comparada outras empresas de Internet via satélite, a velocidade mais baixa da Starlink ainda é quase cinco vezes superior ao valor médio ofertados por operadoras concorrentes. Uma das únicas concorrentes com velocidades próximas dos 50 Mbps mínimos da empresa de Elon Musk é a Viasat. Porém, os planos têm preços similares, e ainda trazem limite de franquia mensal de dados. Outra vantagem é que essa velocidade é possível também em movimento, servindo como uma solução interessante para motor-homes ou caminhonetes.

3. Instalação relativamente simples

A uma última vantagem fortíssima da Starlink é que ela não depende de serviços técnicos para instalação geral. Praticamente todo o procedimento de instalação e configuração é realizado pelo usuário em processo guiado no próprio aplicativo da marca, com passo a passo detalhado. Apenas a fixação da antena, no caso de instalações fixas, pode precisar de profissionais especializados. No entanto, não obrigatoriamente o profissional precisa ser da empresa de Elon Musk, já que será preciso apenas fixar o suporte e passar o cabo pelo conduíte.

Kit básico Starlink e primeiros passos de instalação — Foto: Reprodução/Starlink (Editada por Daniel Trefilio)
Kit básico Starlink e primeiros passos de instalação — Foto: Reprodução/Starlink (Editada por Daniel Trefilio)

Com isso, o uso do serviço fica disponível quase que imediatamente após a chegada do kit, sem precisar de uma visita técnica para validar o sinal na central e desbloquear o roteador, como ocorre nos serviços de fibra, e mesmo de outras operadoras por rádio ou satélite. A configuração do Wi-Fi também é simplificada com uma interface simples e poucas etapas — tudo também no app da Starlink. Essa comodidade é um diferencial importantíssimo para moradores de áreas remotas.

3 MOTIVOS PARA NÃO CONTRATAR A STARLINK

1. Custo elevado de adesão e mensalidade

A preço cheio, o investimento inicial para adquirir o kit mais básico da Starlink é de R$ 2.400. Mesmo em oferta, o valor cai para R$ 1.400 no melhor dos cenários. Por si só, isso já representa um preço altíssimo, fora do orçamento de boa parte dos brasileiros. Considerando que a mensalidade mais barata do plano residencial fixo é de R$ 184, e o usuário não pode usar sua antena em outras localidades, esse plano acaba ficando mais caro para um plano de 150 Mbps que algumas conexões de fibra de 700 Mbps ou mais.

Antena Starlink Mini — Foto: Reprodução/The Verge
Antena Starlink Mini — Foto: Reprodução/The Verge

Para os planos com mobilidade, o custo do kit de antena e roteador se mantém em R$ 2.400, mas a mensalidade quase triplica, saltando para R$ 450. Já para o uso em embarcações, longe da faixa costeira, só o kit dispara para impressionantes R$ 13.700 e a mensalidade mais barata, com franquia de 50 GB prioritários, é de R$ 1.283, enquanto a de 1 TB é de R$ 5.132. Isso é fora da realidade de praticamente todos os usuários comuns, e faz sentido apenas para casos extremamente pontuais.

2. Fibra óptica ainda é mais veloz

Novamente, planos de fibra óptica são consideravelmente mais rápidos, tendo em vista que as operadoras não costumam ofertar velocidades abaixo de 300 Mbps, mesmo em cidades pequenas. Além disso, a latência das conexões (tempo decorrido entre o usuário enviar um sinal e o servidor responder) pode ser até 10 vezes menor que a da Starlink. Apesar de este último fator não interferir na velocidade nominal de transferência, é ele que determina o tempo de resposta em jogos online, por exemplo.

TIM UltraFibra oferece opção de até 1 giga de velocidade — Foto: Reprodução/TIM
TIM UltraFibra oferece opção de até 1 giga de velocidade — Foto: Reprodução/TIM

Ela ainda é um fator que pesa bastante na qualidade de serviços de streaming, pois eles trabalham com carregamento em tempo real de dados e utilizam trocas constantes de pacotes de dados para solicitar o “próximo trecho” do filme. Além disso, soma-se a qualidade do sinal e velocidade média de transmissão aos preços dos planos de fibra, geralmente sem taxa de instalação e com mensalidades a partir de R$ 80. Sendo assim, a Starlink só faz sentido, de fato, quando não houver uma operadora de fibra com cobertura na região.

3. Interferência de condições climáticas

O último fator para evitar a Starlink é consequência direta das características de operação do serviço. Por ser uma rede via satélite de transmissão de dados, barreiras físicas ou de campos magnéticos fatalmente vão interferir ou até bloquear totalmente o sinal de Internet. Justamente por essa razão, a empresa de Elon Musk recomenda a instalação de antenas sempre em áreas externas, elevadas, e direcionadas para a posição com menor incidência de morros ou prédios. No entanto, nuvens e tempestades são fenômenos naturais que costumam gerar campos eletromagnéticos, e ficar mudando a posição da antena em tempo real não é uma possibilidade.

Aplicativo Starlink verificando por obstruções para selecionar local de instalação da antena — Foto: Reprodução/Starlink (Editada por Daniel Trefilio)
Aplicativo Starlink verificando por obstruções para selecionar local de instalação da antena — Foto: Reprodução/Starlink (Editada por Daniel Trefilio)

As antenas com base fixa até contam com sistema de ajuste automático de orientação, mas a amplitude de movimento da base é limitada e, dependendo da posição das nuvens, não há o que ser feito. Por utilizar satélites de baixa órbita, a Starlink é bem menos impactada que outros serviços similares, mas não está isenta de enfrentar interrupções de serviço dependendo das condições do tempo. A boa notícia é que o serviço é reestabelecido automaticamente assim que o clima melhora, não sendo preciso solicitar uma visita técnica.

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