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Crise

Confrontos pós-eleição deixam sete mortos e acirram tensão na Venezuela

Milhares de manifestantes saíram às ruas de Caracas para pedir recontagem dos votos da eleição do último domingo | Isaac Urrutia/Reuters
Milhares de manifestantes saíram às ruas de Caracas para pedir recontagem dos votos da eleição do último domingo (Foto: Isaac Urrutia/Reuters)
Conflitos tiveram início na última segunda-feira |

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Conflitos tiveram início na última segunda-feira

Pelo menos sete pessoas morreram e 61 ficaram feridas em episódios de violência pós-eleitoral envolvendo governistas e opositores na Venezuela, segundo o governo. Os conflitos se iniciaram na segunda-feira e aumentaram ainda mais a tensão no país, dividido após a eleição que no último domingo levou o chavista Nicolás Maduro à presidência.

De acordo com a rede de televisão estatal, o ministro de Comunicação venezuelano, Ernesto Villegas, responsabilizou o candidato derrotado, Henrique Capriles, "pelos danos que sucederam (às eleições) e por qualquer outro cenário de violência que possa acontecer no país". Mais tarde, o presidente eleito acusou a Embaixada dos Estados Unidos em Caracas de financiar os protestos e os atos de violência.

A tensão aumentou depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, vencedor da eleição por uma margem de 1,77 ponto porcentual sobre Capriles. A estreita margem levou o oposicionista a dizer que só reconhecerá a derrota nas urnas se houver uma recontagem voto a voto. O conselho descartou recontar os votos.

Capriles chegou a convocar para hoje uma passeata para que seus correligionários exigissem do CNE a recontagem dos votos, mas cancelou a marcha no fim da tarde. "Não vamos nos mobilizar", disse depois de insistir que o governo está por trás dos atos de violência que afetaram alguns lugares do país. "Amanhã, aquele que sair estará do lado da violência, estará fazendo o jogo do governo (...) o governo quer que ver mortos no país", afirmou. Capriles pediu que, ao invés da passeata, sejam feitos novos "panelaços" no resto da semana.

Desafio

Horas antes, Maduro advertiu que o governo não permitiria a realização do protesto. "A passeata não será permitida", declarou o presidente eleito. "Com a mão dura, vou fazer frente ao fascismo, à intolerância. Se querem me derrubar, estou aqui. Venham me pegar", desafiou Maduro.

Depois disso, o presidente eleito acusou os EUA de fomentarem a tensão pós-eleitoral no país. "A embaixada financiou e dirigiu todos os atos de violência", declarou Maduro à televisão estatal. "A Embaixada dos Estados Unidos financiou esses grupos neonazistas", prosseguiu. "Este país não pode ser governado pela burguesia, (...) assassina desse jeito", disse.

Pouco antes da acusação de Maduro, o governo dos Estados Unidos alegou não estar "em condições" de parabenizar o candidato governista por sua vitória e qualificou como "difícil de explicar" a decisão do CNE de proclamá-lo vencedor sem a realização de uma recontagem dos votos.

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