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Uso de carvão deve atingir recorde histórico em 2024

18 de dezembro de 2024

China ainda é o maior consumidor mundial, responsável por mais de um terço do uso global do combustível fóssil. Índia e Indonésia também o utilizam em larga escala, compensando queda do uso nas grandes economias.

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Vista aérea de montes de carvão em usina na China
Em 2024, demanda chinesa por carvão deve atingir um recorde de 4,9 bilhões de toneladas, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE)Foto: - /AFP

O consumo global de carvão deve atingir nível recorde em 2024, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), apesar dos apelos contínuos pela eliminação gradual do combustível fóssil altamente poluente.

O relatório Coal 2024 da AIE, divulgado nesta quarta-feira (18/12), projeta que a demanda por carvão deverá ultrapassar 8,9 bilhões de toneladas este ano, marcando um terceiro recorde anual consecutivo, e atingirá seu pico em 2027.

O relatório afirma que a utilização do carvão teve forte recuperação, após diminuir durante a pandemia de covid-19.

A perspectiva de um novo recorde surge em um ano que está muito perto de ser o mais quente da história desde os inícios dos registros, de acordo com o sistema Copernicus de monitoramento climático da União Europeia (UE).

Cientistas têm alertado sobre a necessidade urgente de reduzir drasticamente as emissões dos gases causadores do efeito estufa para conter as mudanças climáticas e evitar consequências catastróficas para o planeta e seus habitantes.

Demanda chinesa atingirá recorde

A China continua sendo o maior consumidor global de carvão, responsável por mais de um terço do uso mundial do combustível fóssil.

Em 2024, a demanda chinesa por carvão deve atingir um recorde de 4,9 bilhões de toneladas, impulsionada pela necessidade cada vez maior de eletricidade no país e pela forte dependência das usinas de energia a carvão.

Apesar dos investimentos significativos em energias renováveis, como solar e eólica, o consumo de carvão da China continua significativamente alto.

Economias emergentes como Índia e Indonésia também contribuem para o aumento no uso de carvão, compensando as quedas registradas nas principais economias globais, como a União Europeia e os Estados Unidos.

A Ásia continua a dominar o comércio global de carvão, com países como a Turquia superando a UE em volumes de importação, enquanto diminui a dependência da Europa em carvão.

Esforços contra o carvão fracassam

No ano passado, a AIE previu que a demanda por carvão atingiria o pico em 2023. Contudo, essa estimativa foi revista e a entidade passou a prever o ápice do uso do carvão para 2027, com base nos padrões de consumo futuros da China.

"Nossos modelos mostram que a demanda global por carvão se estabilizará até 2027, mesmo com o aumento acentuado do consumo de eletricidade", disse Keisuke Sadamori, diretor de mercados e segurança de energia da AIE.

Isso ocorre porque os esforços para o abandono do uso do carvão fracassaram, pois as nações não conseguiram reforçar o compromisso de eliminar gradualmente os combustíveis fósseis na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), no Azerbaijão.

Nos EUA, o retorno iminente de Donald Trump – que repetidamente chamou as mudança climáticas de "farsa" – à Presidência também gerou temores de que as metas e compromissos climáticos possam ser prejudicados.

rc/ra (AFP, DW)