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OMS pede que governos elevem imposto de refrigerante e suco

11 de outubro de 2016

Agência das Nações Unidas afirma que medida ajudaria a diminuir consumo e combater obesidade, diabetes e cáries. Excesso de peso atinge quase 40% dos adultos no mundo.

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Linha de produção da Coca-Cola, uma das bebidas açucaradas mais famosas do mundoFoto: picture-alliance/dpa/J. Kalaene

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta terça-feira (11/10) a governos de todo o mundo que aumentem os impostos sobre bebidas açucaradas, como refrigerantes e até mesmo sucos naturais, como uma maneira de combater a obesidade, o diabetes e as cáries dentárias.

A agência das Nações Unidas para a saúde estima que uma política fiscal que eleve o preço de bebidas açucaradas em ao menos 20% resultará numa redução proporcional do consumo desses produtos.

Segundo a OMS, a redução do consumo de bebidas açucaradas significa menor ingestão de açúcares livres e de calorias, melhora nutricional e queda no número de pessoas que sofrem com obesidade, diabetes e cáries dentárias.

Açúcares livres são monossacarídeos (como a glucose e a frutose) e dissacarídeos (como a sacarose ou o açúcar de mesa) adicionados aos alimentos e bebidas pelo fabricante, cozinheiro ou consumidor, assim como os açúcares naturalmente presentes no mel e em sucos de fruta, tanto naturais como concentrados.

"O consumo de açúcares livres, incluindo produtos como bebidas açucaradas, é um fator importante no aumento global da obesidade e do diabetes", disse Douglas Bettcher, diretor do departamento de prevenção de doenças não transmissíveis da OMS.

"Se os governos taxarem produtos como as bebidas açucaradas, podem reduzir o sofrimento e salvar vidas. Podem também reduzir os custos da saúde e aumentar receitas para investir nos serviços de saúde", acrescentou.

A OMS recorda que, em 2014, mais de um em cada três (39%) adultos em todo o mundo tinha excesso de peso, e que a prevalência global da obesidade mais do que duplicou desde 1980, com 11% dos homens e 15% das mulheres atualmente considerados obesos.

Estima-se também que 42 milhões de crianças com menos de 5 anos tenham excesso de peso ou obesidade, um aumento de cerca de 11 milhões nos últimos 15 anos.

Também o número de pessoas que vivem com diabetes está aumentando, de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014, e estima-se que a doença tenha sido diretamente responsável por 1,5 milhão de mortes só em 2012.

"Nutricionalmente, as pessoas não precisam de qualquer açúcar na sua dieta. A OMS recomenda que, se as pessoas consumirem açúcares livres, que mantenham a sua ingestão abaixo de 10% de todas as suas necessidades energéticas, reduzindo-a abaixo dos 5% para benefícios sanitários adicionais. Isso equivale a menos de uma dose (250 ml) diária de uma das bebidas açucaradas normalmente consumidas", diz Francesco Branca, diretor do departamento de Nutrição para a Saúde e o Desenvolvimento da OMS.

Além de propor a tributação dos alimentos e bebidas para os quais existem alternativas mais saudáveis, a OMS também sugere a concessão de subsídios que permitam reduzir de 10% a 30% os preços de legumes e frutas frescas, como forma de aumentar o seu consumo.

AS/lusa/ap