Atentado em mercado de Natal abala cidade na Alemanha
Um motorista avançou em alta velocidade contra um mercado de Natal na cidade de Magdeburg, no estado da Saxônia-Anhalt, leste do país, deixando vários mortos e feridos.
Cenário do crime
Foto feita três dias antes do atentado mostra o mercado de Natal no centro de Magdeburg. Suspeito invadiu área com o carro e acelerou contra a multidão que frequentava o evento.
Ação durou três minutos, segundo autoridades locais
O suspeito atropelou várias pessoas, avançando por mais de 400 metros antes de ser preso por policiais. Socorristas e forças de segurança acudiram em grande número ao local.
Suspeito preso usou carro alugado com placa de Munique
Vídeos mostram como vários policiais cercaram carro em uma parada de bonde nas proximidades do mercado de Natal. Sob a mira de armas, o suspeito – um médico psiquiatra saudita de 50 anos de idade – se rendeu e deitou no chão ao lado do veículo, um BMW X5 preto tipo SUV, alugado e com placa de Munique.
Mercado de Natal foi fechado
O mercado de Natal foi fechado e o centro da cidade, esvaziado. Mais de 500 socorristas foram acionados para dar conta das vítimas, informaram as autoridades.
Ao menos 5 mortos e mais de 200 vítimas
Menos de 24 horas depois, autoridades contabilizavam cinco mortos – uma criança de 9 anos e quatro adultos – e mais de 200 feridos, sendo mais de 40 deles em estado grave. Dada a gravidade do estado de saúde de alguns dos feridos, é possível que o número de mortos continue a subir.
Motivação do crime ainda não está clara
Segundo Horst Nopens, promotor responsável pelo caso, a polícia trabalha com a tese inicial de que o crime foi motivado pela insatisfação do suspeito com o tratamento dado pela Alemanha a refugiados sauditas. Nas redes, ele publicava mensagens de tom islamofóbico e anti-imigração, além de sinalizar simpatia pela sigla de ultradireita AfD.
Suspeito se radicalizou
No passado, em entrevistas à imprensa, o suspeito acusou a Alemanha de promover uma "operação secreta" para "perseguir" ex-muçulmanos sauditas e "destruir suas vidas" enquanto dava asilo a sírios jihadistas. Ele também criticava a ex-chanceler alemã Angela Merkel, acusando-a de tentar "islamizar a Europa" – uma tese frequentemente defendida por radicais de ultradireita.
Mercados de Natal visados para ataques
A segurança dos tradicionais mercados de Natal tem sido um tema importante desde 2016, quando um extremista islâmico tunisiano atacou um mercado de Natal em Berlim a bordo de um caminhão, deixando 13 mortos e dezenas de feridos. Desde então, muitas dessas feiras contam com barreiras de proteção para evitar tragédias semelhantes.
Houve falha na segurança?
No caso de Magdeburg, porém, a rota usada pelo agressor não estava protegida por barreira, segundo um funcionário do município. A rota havia sido projetada para permitir que serviços de resgate chegassem à praça em caso de emergência. No entanto, as forças policiais estavam posicionadas e a entrada não foi deixada desprotegida, defendeu.
Reações
Acompanhado da ministra do Interior e comitiva do governo, o chanceler federal Olaf Scholz visitou o local do ataque, expressou suas condolências e prometeu apoio federal às investigações.
Luto
Moradores de Magdeburg trouxeram flores e acenderam vela em memorial improvisado em homenagem às vítimas e suas famílias e entes queridos.
Homenagem às vítimas
Na noite do dia seguinte ao ataque, centenas se reuniram em cerimônia na catedral da cidade. O evento foi transmitido por TVs em toda a Alemanha. A prefeita pediu à população que siga unida, apesar do choque. Já o bispo Gerhard Feige frisou que os presentes estavam lá para oferecer apoio uns aos outros, e exortou o público a não "deixar que o ódio e a violência tenham a última palavra".
Extremistas protestam
A 800 metros dali, manifestantes entoaram slogans extremistas. Houve episódios de hostilidade contra a imprensa, pedidos de "remigração" – eufemismo da extrema direita para a deportação de estrangeiros – e gritos como "nós somos o povo" – slogan nacionalista – e "não queremos abrigos para asilados". ONG diz ter registrado aumento visível de ataques na cidade a pessoas com "aparência estrangeira".