Durante um mês, a cada quatro anos, os olhos do mundo se voltam para as competições dos mais diversos esportes. As Olimpíadas trazem à tona não apenas o patriotismo, mas aumentam o espírito competitivo e afloram o lado torcedor. Muitos destes esportes são, até então, pouco conhecidos. Outros, praticados no dia a dia, como o futebol e a natação – dois dos esportes mais queridos e realizados pelos brasileiros.
A pesquisa Sponsorlink, do IBOPE Repucom, especializada em perfil e comportamento dos fãs de esporte no País, mostrou, em 2013, que 49% dos brasileiros conectados com 16 anos ou mais se declaravam fãs de natação (interessados ou muito interessados pela modalidade), representando um total de mais de 26 milhões de indivíduos. Nos últimos trinta anos, em oito edições, o Brasil conquistou medalha em sete, seja nas piscinas ou na maratona aquática (em águas abertas). Confirmando sua posição, a pesquisa mais recente, de novembro de 2021, realizada logo após as Olimpíadas de Tóquio, mostrou que este volume atingiu sua máxima histórica com 60% do universo da apuração – 66 milhões de pessoas – se consideram fãs do esporte.
Foi nesta época, em 2017, que os trigêmeos da família Taques entraram nas piscinas para iniciar seu treinamento – e competir entre eles. O Aspirante da Escola Naval Carlos Miguel Pires Taques de Almeida conta que os irmãos praticavam judô quando os pais decidiram trocá-los de esporte. “A partir daí, fizemos natação no meio civil em 2017 e 2018. Em 2019, começamos a estudar para os concursos. O Rafael e o Gabriel passaram para a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) em 2020 e eu fiquei mais um ano estudando. Nesta época, não podíamos fazer nenhum esporte porque estávamos em período de pandemia. Em 2021, passei para o Colégio Naval (CN)”, lembra ele. No ano seguinte, a primeira competição militar entre os irmãos: a NAE, evento realizado entre os alunos das escolas militares das Forças Armadas de nível médio – o CN, a EPCAR e a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx). Cada um disputou uma modalidade (costas, borboleta e peito), mas se enfrentaram no 4x100 medley.
Em 2024, os irmãos de 19 anos representam, agora, cada um, uma Força: Carlos Miguel é Aspirante da Escola Naval (EN), enquanto Carlos Rafael é Cadete Aviador da Academia da Força Aérea (AFA) e Carlos Gabriel é Cadete da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), após trocar a EPCAR pela EsPCEx. No dia 20 de julho, na piscina do ginásio da AFA, em Pirassununga (SP), a família Taques se reuniu novamente para torcer pelos irmãos. Os trigêmeos competiram na modalidade de 100 metros costas na natação da 56ª edição da NAVAMAER, competição que reúne atletas das escolas militares de nível superior.
Além de promover a competição e o espírito esportivo entre as academias, a NAVAMAER também destacou o espírito de união dentro de casa. “Nós sempre tivemos apoio dos nossos pais para todas as competições em que participamos, não importa se em São Paulo, em Minas Gerais ou no Rio de Janeiro. Eles sempre estiveram presentes“ diz o Aspirante Taques. Segundo ele, os pais se esforçam para ser neutros em relação à torcida não apenas entre os filhos, mas em relação às Forças. “Quando um de nós está na água, eles torcem para o filho – ou para os filhos. Eles gritam o nome de quem está na água”, conta.
Durante a competição, a mãe dos trigêmeos, Jussara Josiney Pires Taques Leite de Almeida, chegou a comentar que era maravilhoso poder estar com a família reunida, além de destacar que “não há favoritismo, a torcida é igual para todas as escolas. Como costumamos brincar, de qualquer forma alguma medalha vai chegar lá em casa”. O pai, Carlos Wellington Leite de Almeida, que já foi Tenente da Marinha do Brasil, destacou que “a educação militar realmente prepara os jovens para enfrentar os desafios da vida. Sempre desejei ver meus filhos trilhando um caminho de sucesso que começa pela excelência na educação oferecida pelas escolas militares”.
“O sentimento de participar junto com meus irmãos em uma competição vem desde pequeno, quando nós três fazíamos judô. Em uma competição, por exemplo, o pódio foi todo composto pela gente. Temos uma rivalidade saudável, além de as disputas serem uma oportunidade de nos reunirmos, o que acontece com pouca frequência em virtude das nossas rotinas individuais”, finaliza o Aspirante.
A NAVAMAER
Tradicional campeonato esportivo realizado entre as escolas de formação de Oficiais das Forças Armadas Brasileiras, a NAVAMAER reuniu, no mês de julho, cerca de 600 Aspirantes e Cadetes da Escola Naval, da Academia Militar das Agulhas Negras e da Academia da Força Aérea. A AFA sediou a disputa das 12 modalidades da 56ª edição da competição.
Os representantes da Marinha conquistaram 28 medalhas – 11 ouros, nove pratas e oito bronzes –, além da classificação de 12 Aspirantes para a quarta edição dos Jogos Mundiais de Cadetes (JMC), que serão realizados na Venezuela no mês de agosto. Em 2025, a 57ª NAVAMAER ocorrerá na Escola Naval.
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