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Vinhais (Portugal)

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Vinhais

Brasão de Vinhais Bandeira de Vinhais

Localização de Vinhais

Gentílico Vinhaense
Área 694,76 km²
População 7 768 hab. (2021)
Densidade populacional 11,2  hab./km²
N.º de freguesias 26
Presidente da
câmara municipal
Luís Fernandes (PS, 2021-2025)
Fundação do município
(ou foral)
1253
Região (NUTS II) Norte
Sub-região (NUTS III) Alto Trás-os-Montes
Distrito Bragança
Província Trás-os-Montes
e Alto Douro
Orago Nossa Senhora da Assunção
Feriado municipal 20 de Maio
Código postal 5320 Vinhais
Sítio oficial http://www.cm-vinhais.pt/
Município de Portugal

Vinhais é uma vila raiana portuguesa localizada na sub-região das Terras de Trás-os-Montes, pertencendo à região do Norte e ao distrito de Bragança.

É sede do Município de Vinhais que tem uma área total de 694,76 km2[1], 7.768 habitantes[2] em 2021 e uma densidade populacional de 11 habitantes por km2, subdividido em 26 freguesias[3]. O município de Vinhais é limitado a norte e oeste pelas regiões espanholas de Castela e Leão e Galiza respectivamente, a leste pelo município de Bragança, a sul por Macedo de Cavaleiros, a sudoeste Mirandela e a oeste por Valpaços e Chaves.

A ocupação humana deste território data de tempos ancestrais, tal como se pode verificar pelos inúmeros vestígios arqueológicos que se podem encontrar nesta região: inscrições rupestres, edificações de tipo dolménico e fortificações castrejas. Esta antiguidade é reiterada pelo Abade de Miragaia:

O chão desta vila e desta paróquia foi ocupado desde tempos remotíssimos, como se infere da lenda ou história da igreja de S. Facundo, que a tradição diz ter sido fundada no tempo dos Godos. (...) Também por aqui se demoraram os Romanos, pois ao norte da vila, no monte da Vidueira, se encontraram em 1872 muitas moedas romanas bem conservadas (...).

Perto de Vinhais foi encontrada uma lápide com a seguinte inscrição: JOVI / O.M. / LOVIIS / IAIIX / VOTO / LAP (Lovesia dedicou por voto e com generoso ânimo ao grande Júpiter).

Em meados do século XIII surgiu, pela primeira vez, a referência a Vinhais, num documento de doação ao mosteiro leonês de São Martinho da Castanheira: in villa que vocitant Villar de Ossus in territorio Vinales. Nesta época, Vinhais não era um topónimo, mas sim um coronómio, visto que designava uma região, um território e não um lugar determinado.

Pensa-se que a primeira povoação de Vinhais foi construída num outeiro, próximo da margem direita do rio Tuela, mais a norte do sítio actual, ou no monte da Vidueira, ou, ainda, no monte Ciradela ou Ciradelha, na Serra da Coroa. Estas suposições justificam-se pelo aparecimento de moedas romanas, vestígios de edificações da antiga cidade romana de Veniatia e da estrada militar romana que ligava Braga a Astorga (Asturica Augusti).

Vinhais foi, primitivamente, um castro de povoamento galaico, transformado pelos romanos em castro galaico-romano, com a sua fortaleza (ópido). Certamente, os suevos ou os visigodos cercaram a localidade de muralhas e, com a expulsão dos muçulmanos, Vinhais ficou arrasada, tendo sido repovoada na época da dominação dos reis de Castela e Leão (D. Sancho II e D. Afonso VI). Este repovoamento foi continuado pelos primeiros reis portugueses, nomeadamente com D. Afonso Henriques, D. Sancho I (O Povoador), D. Afonso II e D. Sancho II.

Vinhais recebeu foral de D. Afonso III, no dia 20 de Maio de 1253, o qual foi outorgado pelo monarca D. Manuel I, em 4 de Maio de 1512.

No contexto da Crise de 1383—1385 em Portugal, quando João I de Castela invadiu Portugal em 1384, o castelo de Vinhais foi um dos muitos que hastearam a bandeira castelhana, recusando, assim, obediência ao Mestre de Avis, futuro João I de Portugal.

No século XVII, Vinhais sofreu bastante com a Guerra da Restauração, devido à sua localização geográfica, tal como conta Pinho Leal, na célebre obra Portugal Antigo e Moderno:

Em 1666, achando-se em Lisboa o III conde de S. João da Pesqueira (futuro 1º Marquês de Távora, criado por D. Pedro II Regente, de 7 de Janeiro de 1670), governador de Entre Douro e Távora (...). entretanto, o general galego D. BALTAZAR PANTOJA, pôs a ferro e fogo a província de Trás-os-Montes. Em 1 de Julho 1666 entrou por Montalegre, no dia 13 de Julho caíu sobre Chaves, no dia 14 de Julho os lugares de Faiões e Santo Estêvão, defendidos pelo sargento-mór ANTÓNIO DE AZEVEDO DA ROCHA, cometendo barbaridades. Recolhendo-se D. BALTAZAR PANTOJA a Monterey, praça galega ao Norte de Verim, e passados poucos dias volveu sobre Portugal, entrando por Monforte, veio pôr cerco a Vinhais, cercando com o seu exército o castelo, que era defendido pelo governador ESTÊVÃO DE MARIS, com os habitantes da vila e mais 50 auxiliares.

Este acontecimento ficou eternizado numa inscrição que, ainda hoje, se pode ver na parede de uma casa que o defensor de Vinhais (Estêvão de Maris) fez:

ESTÊVÃO DE MARIS, GOVERNADOR DES / TA VILA DE VINHAIS, Fº DE Rº DE MORAIS DE TIO / ZELO, MANDOV FAZER ESTAS CASAS / NA E. DE MDCCVI (?) QUANDO PANTOXA / G L DO EXÉRCITO DE GALIZA COM O / MAIOR Q. SE VIO NESTA PROVÍNCIA / E LHE DEFENDEO A MURALHA CÕ / A GENTE NOBRE DA VILA E POV / QVA MAIS DE GRÃ E CÕ PERDER MVTÃ / LEVANTOU O SITIO E QUEIMOU AS / CASAS QUE FICAVÃO FORA DA MVRALHA

Numa relação estreita com a história e arqueologia da vila de Vinhais e de grande parte do município, a memória coletiva preservou, ao longo das gerações, um valioso património lendário, alvo de divulgação e estudo pelo escritor e etnógrafo Alexandre Parafita. Boa parte desse património é apresentada nas obras O Maravilhoso Popular (2000)[4] e A Mitologia dos Mouros (2006).[5]

O município de Vinhais é o maior produtor nacional de castanha, com uma produção média anual de 15 mil toneladas que movimentam 25 milhões de euros.[6]

★ Os Recenseamentos Gerais da população portuguesa, regendo-se pelas orientações do Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853, tiveram lugar a partir de 1864, encontrando-se disponíveis para consulta no site do Instituto Nacional de Estatística (INE).

A população registada nos censos foi:[7]

População do município de Vinhais
AnoPop.±%
1864 19 928—    
1878 20 554+3.1%
1890 20 185−1.8%
1900 19 842−1.7%
1911 20 236+2.0%
1920 18 427−8.9%
1930 19 525+6.0%
1940 23 228+19.0%
1950 23 378+0.6%
1960 26 577+13.7%
1970 18 095−31.9%
1981 16 142−10.8%
1991 12 727−21.2%
2001 10 646−16.4%
2011 9 066−14.8%
2021 7 768−14.3%

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.)

Número de habitantes por Grupo Etário [8]
1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 2021
0-14 Anos 6 628 7 408 5 922 6 778 8 240 8 115 8 742 5 615 4 104 2 240 1 131 694 498
15-24 Anos 3 582 3 324 3 191 3 445 3 923 4 206 4 902 2 675 2 638 1 822 1 271 708 455
25-64 Anos 8 630 8 559 8 064 7 659 9 222 9 439 11 276 7 590 6 860 5 862 5 058 4 244 3 365
= ou > 65 Anos 1 087 1 357 1 202 1 484 1 637 1 527 1 657 1 945 2 540 2 803 3 186 3 420 3 450

(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)

Freguesias do município de Vinhais.

Desde a reorganização administrativa de 2012/2013, o município de Vinhais está dividido em 26 freguesias:

Freguesias do município de Vinhais
Freguesia Residentes (2021)[9]
Agrochão 220
Candedo 289
Celas 189
Curopos e Vale de Janeiro 245
Edral 170
Edrosa 139
Ervedosa 331
Moimenta e Montouto 219
Nunes e Ousilhão 197
Paçó 154
Penhas Juntas 260
Quirás e Pinheiro Novo 203
Rebordelo 605
Santalha 188
Sobreiró de Baixo e Alvaredos 275
Soeira, Fresulfe e Mofreita 157
Travanca e Santa Cruz 146
Tuizelo 296
Vale das Fontes 262
Vila Boa de Ousilhão 138
Vila Verde 151
Vilar de Lomba e São Jomil 207
Vilar de Ossos 222
Vilar de Peregrinos 134
Vilar Seco de Lomba 186
Vinhais 2185

Eleições autárquicas [10]

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Data % V % V % V % V % V % V Participação
CDS-PP PS PPD/PSD FEPU/APU/CDU PSD-CDS CH
1976 40,27 3 26,77 2 20,46 2 5,33 -
51,00 / 100,00
1979 33,64 3 27,62 2 28,99 2 4,69 -
66,53 / 100,00
1982 57,79 5 13,98 1 21,31 1 1,39 -
68,39 / 100,00
1985 52,98 4 1,47 - 40,43 3 1,45 -
66,93 / 100,00
1989 8,65 - 37,73 3 49,52 4 0,50 -
67,39 / 100,00
1993 1,61 - 48,43 4 46,12 3 0,41 -
68,45 / 100,00
1997 65,75 5 29,16 2 1,40 -
66,56 / 100,00
2001 1,98 - 60,65 5 31,44 2 1,91 -
68,21 / 100,00
2005 49,63 4 46,04 3 1,25 -
70,19 / 100,00
2009 6,24 - 68,40 6 20,33 1 1,26 -
63,18 / 100,00
2013 PPD/PSD 59,25 5 CDS-PP 1,56 - 34,17 2
63,51 / 100,00
2017 48,64 4 0,76 - 47,63 3
68,30 / 100,00
2021 50,67 3 0,52 - 44,62 2 1,53 -
68,20 / 100,00

Eleições legislativas

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Data %
CDS PSD PS PCP UDP AD APU/

CDU

FRS PRD PSN BE PSD
CDS
PAN L CH IL
1976 33,88 28,72 19,96 2,72 1,04
1979 AD AD 22,86 APU 1,88 58,81 5,64
1980 FRS 0,91 67,33 4,76 17,50
1983 31,74 27,33 27,68 0,55 4,59
1985 26,19 31,38 22,31 0,86 4,53 6,33
1987 8,24 65,18 14,99 CDU 0,73 2,34 1,00
1991 7,02 60,85 23,89 1,69 0,66 1,59
1995 6,42 43,68 44,98 0,37 1,34
1999 5,65 39,93 49,11 1,82 0,41 0,67
2002 7,83 49,78 36,89 1,58 0,88
2005 7,55 37,99 46,42 1,20 2,34
2009 13,06 32,77 41,81 1,89 4,70
2011 10,09 50,18 30,50 1,80 1,43
2015 PSD CDS 37,26 2,27 3,63 49,42 0,64 0,28
2019 3,67 39,90 43,29 1,49 3,70 0,90 0,24 0,59 0,09
2022[11] 1,51 40,21 44,92 1,02 1,48 0,42 0,12 6,86 0,74
2024[12] AD AD 35,94 37,89 0,62 1,45 0,48 0,64 15,11 1,32

Ensino Pré-Escolar

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  • Jardim de Infância de Agrochão
  • Jardim de Infância de Ervedosa
  • Jardim de Infância de Rebordelo
  • Jardim de Infância de Vinhais

Ensino Primário

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  • Escola Primária de Ervedosa
  • Escola Primária de Penhas Juntas
  • Escola Primária de Rebordelo
  • Escola Primária de Vilar de Lomba
  • Escola Primária de Vinhais

Ensino de 2º, 3º Ciclo e Secundário

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  • Escola Básica e Secundária D.Afonso III, Vinhais
  • Posto Territorial de Rebordelo
  • Posto Territorial de Vinhais
  • Quartel de Bombeiros de Vinhais

Equipamentos públicos

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  • Parque Biológico de Vinhais

Referências

  1. Instituto Geográfico Português, Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013 Arquivado em 9 de dezembro de 2013, no Wayback Machine. (ficheiro Excel zipado)
  2. «Conheça o seu Município». www.pordata.pt. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  3. Diário da República, Reorganização administrativa do território das freguesias, Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, Anexo I.
  4. PARAFITA, Alexandre (2000). O Maravilhoso Popular. Lisboa: Plátano Editora 
  5. PARAFITA, Alexandre (2006). A Mitologia dos Mouros. Vila Nova de Gaia: Gailivro 
  6. Gazeta Rural n.º 257, 15 de Outubro de 2015, pág. 8.
  7. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  8. INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
  9. Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  10. «Concelho de Vinhais : Autárquicas Resultados 2021 : Dossier : Grupo Marktest - Grupo Marktest - Estudos de Mercado, Audiências, Marketing Research, Media». www.marktest.com. Consultado em 18 de dezembro de 2021 
  11. «Eleições Legislativas 2022 - Vinhais». legislativas2022.mai.gov.pt. Consultado em 30 de novembro de 2023 
  12. «Eleições Legislativas 2024 - Vinhais». legislativas2024.mai.gov.pt. Consultado em 25 de março de 2024 

Ligações externas

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