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Cuanza Sul

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Cuanza Sul
Localidade de Angola Angola
(Província)


Localização do Cuanza Sul em Angola
Dados gerais
Fundada em 15 de setembro de 1917 (107 anos)
Gentílico cuanza-sulenho
Província Cuanza Sul
Município(s) Amboim, Cassongue, Cela, Conda, Ebo, Libolo, Mussende, Porto Amboim, Quilenda, Quibala, Seles e Sumbe
Características geográficas
Área 55 660 km²
População 2 109 999[1] hab. (2018)

Dados adicionais
Prefixo telefónico +244
Projecto Angola  • Portal de Angola

Cuanza Sul é uma das 18 províncias de Angola, localizada na região central do país. Sua capital está na cidade e município de Sumbe.

Segundo as projeções populacionais de 2018, elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística, conta com uma população de 2 109 999 habitantes e área territorial de 55 660 km² (4.7 % da área total do país[2]), sendo a quinta província mais populosa de Angola.[1][3]

A província é dividida administrativamente em 12 municípios e 32 comunas, sendo constituída pelos municípios de Amboim, Cassongue, Cela, Conda, Ebo, Libolo, Mussende, Porto Amboim, Quilenda, Quibala, Seles e Sumbe.

A povoação desta província iniciou-se na foz do rio Cambongo-Negunza, em 1769, por decreto de Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, governador-geral de Angola, que ordenava a construção de um forte-presídio denominado Novo Redondo. O rio Cambongo-Negunza recebeu o seu nome em homenagem ao então soba local Negunza Cabolo.

Ora ficando sob influência administrativa do distrito de Benguela, ora ficando sob responsabilidade administrativa dos distritos de Luanda e Cuanza, o Cuanza Sul ficou à margem do desenvolvimento da colônia até o início do século XX.

Em 15 de setembro de 1917 o governo colonial decide por dividir o distrito de Cuanza em distrito de Cuanza Norte (sede em Golungo Alto) e distrito de Cuanza Sul (sede em Porto Amboim).[4]

No ano de 1955 a sede distrital foi transferida de Porto Amboim para a cidade de Sumbe.

Limita-se a norte e nordeste pelos rios Longa e Cuanza, com as províncias de Luanda, Cuanza Norte e Malange; ao sul com a província de Benguela; ao sudeste com as províncias do Bié e Huambo, e; ao oeste com o Oceano Atlântico.

Nesta província encontram-se os Montes Luvili, as Serras da Sanga e Bimbe, os Subaltiplanos e Altiplanos do Congolo e Mombolo, as Escarpas Amboim-Seles, as Escarpas do Libolo,[5] o Subplanalto Libolo-Seles[5] e o Planalto do Amboim (ou planalto da Gabela),[5] este último uma região algodoeira[6] e cafeeira importantíssima.[7]

Segundo a classificação climática de Köppen-Geiger, no populoso litoral cuanza-sulenho prevalece o clima semiárido quente (BSh). Já na região de Munenga predomina o clima tropical de savana (Aw/As), enquanto que nas regiões de Ebo e Cassongue o clima oceânico (Cwa/Cwb).[8]

Os maiores grupos étnicos presentes na província são os ambundos, ao norte, falantes do quimbundo, e; os ovimbundos, ao sul, falantes do umbundo. A principal língua falada é o português.[9]

Panorama da cidade de Uaco Cungo, na província do Cuanza Sul.

As actividades econômicas mais importantes do Cuanza Sul estão ligadas ao seu forte setor agropecuário, principalmente o de lavouras permanentes. A industrialização está vocacionada para a transformação dos produtos agrícolas produzidos na própria província.

Agropecuária e extrativismo

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As culturas permanentes mais relevantes são as do café,[10] da palmeira do dendém, da banana, dos citrinos, além de hortofrutícolas, como a goiaba.[11]

Já a lavoura temporária têm como destaque a cana-de-açúcar e o algodão, nas proximidades do litoral, e; o milho, trigo, batata, soja, arroz e girassol na região sub-planáltica.[11]

Existe a criação de gado bovino para corte e leite nas zonas média e alta do planalto, e no litoral, aproveitando os imensos campos naturais.[11]

A pesca extrativa marítima é um forte setor na baía do Quissonde e na faixa litorânea de Sumbe; enquanto que a pesca fluvial é praticada principalmente no Libolo e no Mussende.[11]

Indústria e mineração

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É no subsetor agroindustrial em que se encontram as principais plantas industriais do Cuanza Sul. São vocacionadas basicamente para o beneficiamento do leite e da carne bovina. Existem ainda plantas agroindustriais relevantes para o beneficiamento mínimo do café e do arroz.[11]

Outra atividade que tem forte presença agroindustrial é o de extração madeireira, com movelarias, serrarias e marcenarias. Sua presença é registrada nos municípios de Seles, Libolo e Amboim, onde existem grandes quantidades de eucaliptos, pinheiros e gravilhas.[11]

Já a atividade mineral de cunho industrial registra massa salarial na extração de diamantes, calcário, areia e seixo.[12]

Ainda registram-se as atividades industriais de fabricação de bebidas, de estalagem e reparos de embarcações, e de massa salarial e de tributos relevantes advindos da geração hidroelétrica na Central Hidroelétrica de Laúca, na Central Hidroelétrica de Capanda e na Central Hidroelétrica de Caculo Cabaça.

Comércio e serviços

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O setor comercial concentra-se no centros atacadistas de Sumbe e Porto Amboim, de importância estritamente regional, para fornecer alimentos e itens básicos para a província.[13]

Em matéria de serviços, o setor logístico têm grande destaque no escoamento de produtos pelo Porto do Cuanza Sul, em Porto Amboim.

Cultura e lazer

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A província é famosa pelas suas pinturas rupestres da época do Neolítico e de ruínas de antigas fortificações, como a Fortaleza do Amboim, o Fortim do Quicombo, o Forte da Quibala e a Fortaleza de Calulu.[14]

Referências

  1. a b Schmitt, Aurelio. Município de Angola: Censo 2014 e Estimativa de 2018. Revista Conexão Emancipacionista. 3 de fevereiro de 2018.
  2. António, João. O micro-crédito como ferramenta para o relançamento da cultura do café na região agrícola do Libolo e Amboim. Universidade Técnica de Lisboa, 2008.
  3. «Governo de Angola - INE - Resultados Definitivos Recenseamento da População (2014) - Page 89» (PDF). Consultado em 19 de setembro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 6 de maio de 2016 
  4. Cuanza Sul - um nome derivado da divisão do distrito colonial do Cuanza. 31 de maio de 2013.
  5. a b c Diniz, A. Castanheira.; Aguiar, F. de Barros.. Zonagem Agro-Ecológica de Angola: estudo cobrindo 200 000 Km2 do território. Lisboa - Porto: Instituto da Cooperação Portuguesa; Fundação Portugal-África; Fundo da EFTA para o Desenvolvimento Industrial em Portugal. 1998.
  6. Rede Angola (31 de outubro de 2015). «Porto de águas profundas de Porto Amboim avança em 2017». Consultado em 20 de março de 2021 
  7. O Caminho-de-Ferro em Angola. Info Angola. [s/d].
  8. Clima: Cuanza Sul. Climage-data.org. 2019.
  9. Costa, R. J.. Colonialismo e gênero entre os Ovimbundu: relações de poder no Bailundo (1880-1930). Brasília: Universidade de Brasília, 2014.
  10. Bernardo, Cláudio Nobre; Henriques, Pedro Damião de Sousa; Carvalho, Maria Leonor da Silva. Estudo da produção, transformação e comercialização do café no município de Amboim, Cuanza Sul. Évora: Editora da Universidade de Évora, 2013.
  11. a b c d e f Cuanza Sul é certeza na produção agrícola. Jornal de Angola. 1 de agosto de 2016.
  12. Cuanza-Sul: Fábrica de calcário vai proporcionar 50 postos de trabalho. Mining.com. 1 de abril de 2014.
  13. Cuanza Sul: Comércio licencia 190 operadores em um mês. Portal Angop. 8 de dezembro de 2018.
  14. «Cuanza Sul – Guia Turismo de Angola». guiaturismoangola.com. Consultado em 13 de novembro de 2016