Igreja de Alexandria
Igreja de Alexandria (Sé episcopal de Alexandria) | |
Mosaico do séc. XIII representando São Marcos em Alexandria. | |
Líder | Papa de Alexandria |
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Área geográfica | Diocese do Egito |
Sede | Alexandria |
Fundador | Apóstolo Marcos |
Origem | Séc. I |
Separações | Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria Igreja Ortodoxa Grega de Alexandria |
Elevada a arquidiocese em 325
Designada como patriarcado em 531 |
A Igreja de Alexandria (em árabe: كنيسة أنطاكية) ou Igreja do Egito foi uma das quatro sés apostólicas do Cristianismo primitivo, juntamente com Antioquia, Roma e Jerusalém (Constantinopla foi adicionada posteriormente como a quinta), e uma das cinco Grandes Igrejas que compunham a pentarquia antes do Grande Cisma.[1][2][3]
História
[editar | editar código-fonte]Origens
[editar | editar código-fonte]Tradicionalmente, acredita-se que tenha sido fundada por São Marcos por volta de 42 d.C.[1] [nt 1]
A cidade de Alexandria era a capital da província do Egito e uma das grandes metrópoles do Império Romano, onde residia uma forte colônia judaica. Segundo a tradição cristã, Marcos, o Evangelista, teria sido enviado a esta cidade pelos apóstolos Pedro e Paulo por volta do ano 42, na época do Imperador romano Cláudio. Em 62 Marcos teria nomeado Bispo Aniano, saindo da cidade para viajar a Roma para se encontrar com Pedro e mais tarde teria pregado no nordeste da Itália, em Aquileia e Ravena. Parece que voltou a Alexandria, por volta do ano 64, mas depois desta data não há informações mais confiáveis sobre ele. Segundo Eusébio de Cesaréia (século IV) e A Lenda Dourada (século XIII), Marcos foi martirizado em Alexandria, sendo seu corpo arrastado pelas ruas da cidade.
Os primeiros cristãos do Egito eram principalmente judeus alexandrinos, mas depois deles um grande número de egípcios abraçou a fé cristã. O Cristianismo se espalhou por todo o Egito em poucas décadas, como pode ser visto nos escritos do Novo Testamento em Bahnasa, no Médio Egito, datados por volta do ano 200, e um fragmento do Evangelho de João escrito na língua copta, que se encontra no Alto Egito e datando da primeira metade do século II. Na época das perseguições romanas, uma motivação extra para a conversão foi a oposição ao domínio romano recém-estabelecido no século I, que havia submetido a população egípcia a uma pequena minoria governante de origem greco-romana. A esta situação há que acrescentar as enormes cargas fiscais a que estavam sujeitos os camponeses egípcios e a exploração econômica geral a que estava subordinado todo o Egito, território que era considerado o "celeiro do Império".
O símbolo da cruz de Cristo começou a ser usado em Alexandria, entre os cristãos coptas; era um costume que se originou lá. Sabe-se que não existia nas catacumbas ou no lábaro de Constantino que usava um chrismon (anagrama críptico de Jesus Cristo, representado pelas letras gregas sobrepostas Χ (xi) e Ρ (rho), dentro de um O).
Patriarcado
[editar | editar código-fonte]Em 451, o vigésimo oitavo cânon do Concílio de Calcedônia elevou a Sé de Alexandria à dignidade patriarcal.[3][4] Foi formalmente designada como Patriarcado desde 531.[3][5]
Divisões
[editar | editar código-fonte]No Concílio de Calcedônia, o Patriarca Dióscoro I de Alexandria foi condenado por apoiar a doutrina miafisita, pelo que foi deposto e exilado pelo Imperador Teodósio II. Seu lugar foi ocupado por Protério de Alexandria, que em 457 foi assassinado em uma revolta e o clero egípcio proclamou Timóteo II de Alexandria como patriarca, cujos primeiros atos foram rejeitar o Concílio de Calcedônia e excomungar o Papa Leão I o Grande e os patriarcas de Antioquia e Constantinopla. Posteriormente, patriarcas miafisitas e calcedonianos se sucederam até que, a partir de 536, houve em Alexandria um patriarca calcedoniano melquita e um patriarca copta miafisita que deu origem a Igreja grega e Igreja copta, respectivamente. Em 642 teve lugar a conquista árabe muçulmana de Alexandria, e Alexandria ficou fora do Império Bizantino.
Atualmente
[editar | editar código-fonte]Hoje, três Igrejas alegam ser descendentes diretas da Igreja de Alexandria:
- Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria (451)
- Igreja Ortodoxa Grega de Alexandria (451)
- Igreja Greco-Católica Melquita (1724)
- Igreja Católica Copta (1824)
Até 1964, existia também o Patriarcado Latino de Alexandria, hoje extinto.
Ver também
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Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ Eusébio de Cesaréia, autor da História Eclesiástica no século IV, afirma que s. Marcos veio ao Egito no primeiro ou terceiro ano do reinado do Imperador Cláudio, ou seja, 41 ou 43 dC.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- "The Church of Alexandria" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b «CATHOLIC ENCYCLOPEDIA: The Church of Alexandria». www.newadvent.org. Consultado em 31 de maio de 2023
- ↑ «Pentarchy | Christianity | Britannica». www.britannica.com (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2023
- ↑ a b c «A IDEIA DA PENTARQUIA NO CRISTIANISMO.». www.homolaicus.com. Consultado em 31 de maio de 2023
- ↑ «Philip Schaff: NPNF2-14. The Seven Ecumenical Councils - Christian Classics Ethereal Library». www.ccel.org. Consultado em 31 de maio de 2023
- ↑ «CATHOLIC ENCYCLOPEDIA: Patriarch and Patriarchate». www.newadvent.org. Consultado em 5 de junho de 2023