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Guerra do Yom Kippur

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Guerra do Yom Kippur
Conflito Árabe-Israelense

Data 6 a 26 de outubro de 1973
Local Oriente Médio: Península do Sinai, Colinas de Golã e redondezas.
Desfecho Cessar-fogo com a resolução RCSNU 338 levando à Conferência de Genebra
Mudanças territoriais
  • As forças egípcias ocupam a margem oriental do Canal de Suez, com exceção do ponto de passagem israelense perto da Base Aérea de Deversoir[4]
  • As forças israelenses ocupam 1.600 km² de território na costa sudoeste do Canal de Suez e cercam um enclave egípcio em sua margem oriental,[4] mas não conseguiu ocupar Suez ou Ismailia depois de ser derrotado na Batalha de Suez e na Batalha de Ismaília.[5]
  • Forças israelenses ocupam 500 km² da região síria de Basã, no topo das colinas de Golã, levando-os a 32 km da capital síria de Damasco[6]
Beligerantes
 Israel

Apoio:

 Egito
Síria Síria
 Iraque

Apoio:

Comandantes
Golda Meir
Ephraim Katzir
Moshe Dayan
David Elazar
Ariel Sharon
Shmuel Gonen
Benjamin Peled
Israel Tal
Rehavam Zeevi
Aharon Yariv
Yitzhak Hofi
Rafael Eitan
Abraham Adan
Yanush Ben Gal
Anwar Sadat
Hafez al-Assad
Saad El Shazly
Mustafa Tlass[7]
General Shakkour[7]
Naji Jamil[7]
Ahmad Ismail Ali
Hosni Mubarak
Mohammed Aly Fahmy
Abdel Ghani el-Gammasy
Abdul Munim Wassel
Abd-Al-Minaam Khaleel
Abu Zikry
Forças
415 000 soldados
1 500 tanques,
3 000 blindados
945 unid. de artilharia[8]
561 aeronaves
84 helicópteros
38 barcos da Marinha[9]
Egito: 800 000 soldados (300 000 posicionados), 2 400 tanques, 2 400 blindados, 1 120 unid. de artilharia,[8] 690 aeronaves, 161 helicópteros, 104 barcos da Marinha,
Síria: 150 000 soldados (60 000 posicionados), 1 400 tanques, 800–900 blindados, 600 unid. de artilharia,[8] 350 aeronaves, 36 helicópteros, 21 barcos da Marinha,
Iraque: 60 000 soldados, 700 tanques, 500 blindados, 200 unid. de artilharia,[8] 73 aeronaves[9]
Cuba:400 guerrilheiros[10]
Baixas
2 656 mortos
7 250 feridos
400 tanques destruídos
600 tanques quebrados/ retornados ao serviço
102 aviões destruídos[11]
8 528* – 15 000** mortos
19 540* – 35 000** feridos
2 250 tanques destruídos ou capturados
432 aviões destruídos[11]
* Análise do Ocidente
** Análise de Israel

Guerra do Yom Kippur (em hebraico: מלחמת יום הכיפורים; transliterado: Milchemet Yom HaKipurim ou מלחמת יום כיפור, Milchemet Yom Kipur; em árabe: حرب أكتوبر‎, transl. ħarb October, ou حرب تشرين, ħarb Tishrin), também conhecida como Guerra Árabe-Israelense de 1973, Guerra de Outubro, Guerra do Ramadão ou ainda Quarta guerra Árabe-Israelense, foi um conflito militar ocorrido de 6 de outubro a 26 de outubro de 1973, entre uma coalizão de estados árabes, liderada por Egito e Síria, contra Israel. O episódio começou com um ataque do Egito e da Síria.

Planejado para o dia do feriado judaico Yom Kippur, forças do Egito e Síria cruzaram, respectivamente, as linhas de cessar-fogo no Sinai e nas colinas do Golã, territórios que haviam sido capturadas por Israel, em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias.[nota 1]

Durante os primeiros dias, egípcios e sírios avançaram recuperando partes de seus territórios. O cenário começou a se inverter, a favor de Israel, na segunda semana de lutas, quando os israelenses forçaram os sírios a retroceder, nas colinas de Golã, enquanto o Egito mantinha sua posição no Sinai, fechando a comunicação entre a linha Bar-Lev e Israel. Mas, ao sul do Sinai, os israelenses encontraram uma brecha entre os exércitos egípcios e conseguiram cruzar para o lado oeste do canal de Suez, no local onde a grande muralha Bar-Lev ainda não havia sido tomada, e passaram a ameaçar a cidade egípcia de Ismaília.

Esse desenvolvimento levou as duas superpotências da época - os Estados Unidos, a favor dos interesses de Israel, e a URSS, favorável aos países árabes - a uma tensão diplomática. Mas um cessar-fogo, obtido por intermédio das Nações Unidas, entrou em vigor, em 25 de outubro de 1973.

Ao término das hostilidades, as forças israelenses, já recuperadas das baixas iniciais e com um esmagador poderio militar, haviam adentrado profundamente no território dos árabes e encontravam-se a 40 km da capital da Síria, Damasco - que foi intensamente bombardeada -, e a 101 km do Cairo, capital egípcia.

O presidente Gamal Abdel Nasser do Egito, morto em setembro de 1970, havia sido sucedido por Anwar Sadat, considerado mais moderado e pragmático que Nasser. Como meta de seu governo, decidira neutralizar a política expansionista do Estado de Israel e, ao mesmo tempo, assegurar sua posição de liderança no mundo árabe. Resolve, então, retomar a península do Sinai. O plano de um ataque a Israel sem aviso, em conjunto com a Síria, recebeu o nome de código Operação Badr (palavra árabe que significa "lua cheia"), sugerindo usar a maré de sizígia (fenômeno da atração gravitacional exercido entre a Lua e a Terra) para transpor os obstáculos bélicos instalados por israelenses ao longo do canal de Suez. Para tanto, os egípcios, recorreram à utilização de possantes bombas de sucção e usaram as águas do canal como agente de erosão hídrica, destruindo as fundações da até então intransponível barreira, de 50 metros de altura, construída pelos israelenses com areia do deserto, para guarnecer toda a margem ao norte do canal de Suez contra os exércitos árabes.

Com o corte feito às custas de jatos de água, em poucas horas os soldados egípcios puderam abrir diversas passagens ao longo dos 160 quilômetros das fortificações integrantes da linha Bar-Lev, alcançando o lado desprotegido das casamatas israelenses e, consequentemente, obrigando os israelenses a se render.[14]

Golda Meir, primeira-ministra de Israel na época.
Presidente Anwar Sadat no congresso

Enquanto o Egito atacava as posições israelenses desprotegidas na península do Sinai, as forças sírias atacaram os baluartes das colinas de Golã. Nessa investida, graves perdas foram infligidas ao exército israelense. Contudo, após três semanas de luta, as Forças de Defesa de Israel (FDI) obrigaram as tropas árabes a retroceder, e as fronteiras iniciais reconfiguraram-se.

Batalhas navais

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A Batalha de Latakia, entre os sírios e os israelenses, aconteceu em 7 de outubro, segundo dia do conflito. Foi uma nítida vitória israelense, que demonstrou a eficácia dos barcos militares equipados com sistema de autodefesa ECM. A marinha israelense também demonstrou sua superioridade naval no Mediterrâneo com uma segunda vitória em 9 de outubro, na batalha de Baltim, afundando três barcos da marinha egípcia.[15][16][17][18] As batalhas de Latakia e Baltim "mudaram favoravelmente a situação para Israel".[19]

Cinco noites depois da Batalha de Baltim, cinco barcos da marinha israelense entraram no porto egípcio de Ras Ghareb, onde mais de cinquenta pequenas embarcações do Egito estavam ancoradas, incluindo barcos de pesca armados e carregados com tropas e munições. Na batalha que se seguiu 19 destes foram afundados.[20]

Ao terminar o conflito, o balanço fora muito positivo para Israel.[15][21][22]

Consequências

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A guerra teve implicações profundas para muitas nações. O Mundo Árabe, que havia sido humilhado pela derrota desproporcional da aliança egípcio-sírio-jordaniana durante a Guerra dos Seis Dias, se sentiu psicologicamente vingado por seu momento de vitórias no início do conflito, apesar do resultado final. Esse sentimento de vingança pavimentou o caminho para o processo de paz que se seguiu, assim como liberalizações como a política de infitah do Egito. Os Acordos de Camp David, em 1978, levaram a relações normalizadas entre Egito e Israel - a primeira vez que um país árabe reconheceu o Estado israelense. O Egito, que já vinha se afastando da União Soviética, então deixou a esfera de influência soviética completamente.

Uma das consequências desta guerra foi a crise do petróleo, já que os estados árabes, membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) boicotaram os Estados Unidos e os países europeus que apoiavam a sobrevivência de Israel. Se a curto prazo a medida agravou a crise econômica mundial, a longo prazo a comunidade internacional aprendeu a usar fontes alternativas de energia, e inclusive outras áreas do planeta começaram a aumentar a exploração de petróleo, como foi o caso da região do mar do Norte, na Europa, do Alasca, nos Estados Unidos, da Venezuela, do México, da África do Sul, da União Soviética e, também no Brasil.

Notas

  1. No outono de 2003, em seguida à abertura de arquivos secretos dos documentos-chave de Amã , o jornal Yediot Aharonot publicou uma série de artigos de dois jornalistas investigativos, Ronen Bergman e Gil Meltzer, que, mais tarde, publicaram Yom Kippur War, Real Time: The Updated Edition. revelando que líderes políticos israelenses, incluindo Golda Meir e Moshe Dayan, embora cientes da possibilidade de uma investida árabe, decidiram não realizar um ataque preventivo. 'Se atacarmos primeiro, não conseguiremos ajuda de ninguém', teria dita Meir.[12][13]

Referências

  1. Herzog (1975). The War of Atonement. [S.l.]: Little, Brown and Company. ISBN 9780316359009 
  2. P.R. Kumaraswamy (2013). Revisiting the Yom Kippur War. [S.l.]: Routledge. p. 184. ISBN 978-1-136-32888-6. (p. 184) "Guerra do Yom Kippur ... seu desfecho final foi, sem dúvida, uma vitória militar..." (p. 185) "... em outubro de 1973, que apesar da vitória militar de Israel" 
  3. Loyola, Mario (7 de outubro de 2013). «How We Used to Do It – American diplomacy in the Yom Kippur War». National Review. p. 1. Consultado em 2 de dezembro de 2013 
  4. a b Morris, 2011, Righteous Victims, p. 437
  5. «What We Can Learn from the 1973 Battle of Suez City: An Urban Warfare Project Case Study». Modern war institute. 13 de janeiro de 2022. Consultado em 6 de outubro de 2022 
  6. Morris, 2011 p. 433, "Basã... 500 quilômetros quadrados... o que o levou a 32 km de Damasco"
  7. a b c Defence Journal
  8. a b c d O número reflete unidades de artilharia de calibre 100mm para cima
  9. a b (em russo) Yom Kippur War em sem40.ru
  10. «Intelligence During the Six-Day War (1967)». www.jewishvirtuallibrary.org. Consultado em 28 de agosto de 2019 
  11. a b Rabinovich, 496–497
  12. Rabinovich, p. 89.
  13. Yediot Ahronoth/Hemed Books, 2004. ISBN 965-511-597-6
  14. Simon Dustan, The Yom Kippur War: The Arab-Israeli War of 1973, p.8,9 -11
  15. a b Dunstan, The Yom Kippur War, p. 114
  16. Rabonovich, The Boats of Cherbourg, pp. 256–262
  17. Dupuy, Elusive Victory, pp. 562–563
  18. Herzog, The Arab-Israeli Wars, p. 312
  19. Vego, Naval Strategy and Operations in Narrow Seas (Routledge: 1999), at p.151
  20. Almog, "Israel's Navy beat the odds", United States Naval Institute — Proceedings (Mar 1997), Vol. 123, Iss. 3; p. 106.
  21. Morris, Righteous Victims, p. 432
  22. Herzog, The Arab-Israeli Wars, p. 314
  • Herzog (1975), The War of Atonement, Little, Brown and Company. Foreword.
  • Insight Team of the London Sunday Times (1974), Yom Kippur War, Double Day and Company, p. 450.
  • Luttwak; Horowitz (1983), The Israeli Army, Cambridge, MA: Abt Books.
  • Rabinovich (2004), The Yom Kippur War, Schocken Books, p. 498.
  • Kumaraswamy, PR, Revisiting The Yom Kippur War, pp. 1–2.
  • Johnson; Tierney, Failing To Win, Perception of Victory and Defeat in International Politics, p. 177.
  • Liebman, Charles (July 1993) (PDF), The Myth of Defeat: The Memory of the Yom Kippur war in Israeli Society, Middle Eastern Studies, 29, London: Frank Cass, p. 411.

Ligações externas

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Bandeira de Israel
Bandeira de Israel
Bandeira de Israel
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Guerras de Israel
Independência
1947-49
Suez
1956
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1967
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1969-70
Yom Kipur
1973
Líbano
1982
Líbano
2006