Batalha de Jaji
Batalha de Jaji | |||
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Data | 17 de abril de 1987 – 13 de junho de 1987 | ||
Local | Paktia | ||
Desfecho | Vitória militar e estratégica mujahideen
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A Batalha de Jaji (17 de abril a 13 de junho de 1987) foi um confronto travado durante a Guerra Soviética-Afegã entre unidades do Exército Soviético e seus aliados da República Democrática do Afeganistão contra grupos mujahidin afegãos na província de Paktia. Ocorrida durante a primeira fase da retirada das forças soviéticas do Afeganistao,[3] a campanha militar do governo afegão em conjunto com forças soviéticas visava socorrer uma guarnição sitiada em Ali Sher e cortar as linhas de abastecimento do Paquistão para os mujahidins.[4]
A batalha
O complexo mujahidin de al-Masada ("Toca do Leão") foi construído por Osama bin Laden, a fim de ter um centro de treinamento que não dependesse do Paquistão.[5] Em 17 de abril, depois que Ali Sher foi socorrida, Jaji foi atacada por aproximadamente 200 tropas aerotransportadas soviéticas, Spetsnaz, o Exército afegão apoiado pelos soviéticos e milícias tribais.[6]
O exército mujahidin foi estimado em 50 membros, chegando a "milhares", tendo atraído recrutas da área circundante,[6] incluindo forças de todos os sete partidos da resistência. Entre os líderes estavam Jalaluddin Haqqani e Mohammed Anwar, cujas tropas experientes carregavam mísseis Stinger e Blowpipe que ameaçavam os helicópteros de ataque soviéticos.[7] Enaam Arnaout também participou, identificando-se para a imprensa árabe como "Abu Mahmoud, da Síria", e ele foi fotografado ao lado de bin Laden e citado como tendo dito que os soviéticos haviam lançado napalm, destruindo as árvores que os mujahidin esperavam usar para fortificações.[8] Essam al-Ridi, um americano que participou da batalha, afirmou mais tarde que cerca de 50 mujahidin foram mortos e apenas 2 soviéticos, desiludindo-o.[9] Durante a batalha, Abu Ubaidah al-Banshiri e Mohammed Atef lideraram incursões que enveloparam o cerco soviético, emboscando-os fora do acampamento, al-Banshiri sendo baleado na perna durante uma excursão.[2]
Outros participantes da batalha incluíram Abdullah Azzam e seu filho Hutaifa, Abu Khalil, que estava encarregado de manter uma barragem constante de morteiros, e Wael Julaidan.[2] Abu Zaheb e Khaled el Kerde foram mortos na batalha.[10]
Essa batalha mais tarde ficou famosa devido à participação de Osama bin Laden, cuja força de 50 árabes lutou ao lado dos rebeldes afegãos. No entanto, bin Laden e seus combatentes eventualmente recuaram após sofrerem perdas.[11]
Pelo menos 50 dos voluntários árabes e cerca de 70 afegãos foram mortos na batalha de uma semana, e bin Laden sofreu um ferimento no pé.[12] Ahmed Khadr costumava elogiar a bravura dos combatentes em Jaji para seus filhos, mas se recusou a confirmar se ele havia realmente participado ou não.[13]
No final, os mujahidin mantiveram com sucesso seu complexo sistema de túneis e cavernas chamado al-Masada, nas cercanias da vila de Jaji, perto da fronteira com o Paquistão, impedindo sua captura pelos soviéticos.[14][15]
Significado
Embora relativamente sem importância em termos militares, a batalha foi narrada diariamente por Jamal Khashoggi, um jornalista saudita, e suas reportagens deixaram uma impressão de Osama bin Laden como um líder militar vitorioso e atraiu vários seguidores à sua causa.[16][17]
Veja também
Referências
- ↑ a b Coll, Steve (2004). Ghost Wars: The Secret History of the CIA, Afghanistan, and Bin Laden, from the Soviet Invasion to September 10, 2001. [S.l.]: Penguin Books. p. 163. ISBN 1-59420-007-6
- ↑ a b c Bergen, Peter L. (2006). The Osama bin Laden I know : an oral history of al-Qaeda's leader. New York: Free Press. OCLC 63164205
- ↑ Grau, Lester. «Breaking contact nowithout leaving chaos: the Soviet withdrawal from Afghanistan» (PDF). Army.Mil. Foreign Military Studies Office Publications. Consultado em 17 de agosto de 2007. Cópia arquivada (PDF) em 27 de novembro de 2007
- ↑ Isby, David (1989). War in a Distant Country, Afghanistan: Invasion and Resistance. [S.l.]: Arms and Armour Press. pp. 42. ISBN 0-85368-769-2
- ↑ Coll, 157, 163-164
- ↑ a b McGirk, Tim (6 de agosto de 2005). «Moscow's Graveyard». Time. Consultado em 4 de agosto de 2007
- ↑ Isby, David (1989). War in a Distant Country, Afghanistan: Invasion and Resistance. [S.l.]: Arms and Armour Press. pp. 42. ISBN 0-85368-769-2
- ↑ Khashoggi, Jamal (4 de maio de 1988). «Arab youths fight shoulder to shoulder with Mujahedeen [Jovens árabes lutam ombro-a-ombro com os mujahideens]». Arab News. 9 páginas. Resumo divulgativo
- ↑ PBS, Avoiding Amrageddon: Essam Alridi
- ↑ Revista Jihad, Edições 57 & 58, Julho/Agosto de 1989.
- ↑ Bergen, Peter (28 de maio de 2002). Holy War, Inc.: Inside the Secret World of Osama Bin Laden. [S.l.]: Free Press. pp. 56–57. ISBN 0-7432-3467-7
- ↑ Coll, p163
- ↑ Shephard, Michelle (2008). Guantanamo's child : the untold story of Omar Khadr. Mississauga, Ont.: John Wiley & Sons Canada. OCLC 191759667
- ↑ McGirk, Tim (6 de agosto de 2005). «Moscow's Graveyard». Time. Consultado em 4 de agosto de 2007
- ↑ Clarke, Richard A. (22 de janeiro de 2006). «Review of the "Osama bin Laden I know" by Dick Clarke in the Washington Post». PeterBergen.com. Consultado em 5 de agosto de 2007. Cópia arquivada em 22 de abril de 2007
- ↑ «Profile of Osama bin Laden (transcript)». CNN.com. 22 de agosto de 2006. Consultado em 5 de agosto de 2007
- ↑ «Reagan's Osama Connection». Slate. 10 de junho de 2004. Consultado em 28 de abril de 2007. Cópia arquivada em 8 de junho de 2007
- Revista Jihad, "With our four automobiles against the Warsaw Pact" (Com nossos quatro automóveis contra o Pacto de Varsóvia), Edição 31, junho de 1987.