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Paulo Kogos

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Paulo Kogos
Paulo Kogos
Paulo Kogos em 5 de junho de 2021
Nascimento 20 de maio de 1986 (38 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidade brasileiro
Cidadania Brasil
Estatura 1,68 m[1]
Progenitores
  • Waldemar Kogos[2]
  • Lígia Kogos[2]
Ocupação youtuber, ativista, escritor
Escola/tradição Universidade Mackenzie, Insper e Mosteiro de São Bento.[3]
Serviço militar
Patente Aspirante a oficial subalterno da 2ª classe da reserva (CPOR)
Religião Católico romano

Paulo Hugenneyer Kogos (São Paulo, 20 de maio de 1986) é um empresário, youtuber, economista e influenciador digital brasileiro. É conhecido como ativista nas redes da extrema-direita brasileira,[4][5], sendo notório pela defesa de posições libertárias e anarcocapitalistas[6][7], bem como pela sua atuação pouco ortodoxa na defesa de suas ideias.[8][9][10][11]. A partir de 2020 se destacou como uma das figuras mais proeminentes das manifestações contrárias ao isolamento social durante a pandemia de COVID-19 e a favor de Jair Bolsonaro.[2][12] Define-se como católico, conservador, anarcocapitalista e se autodeclara no "extremo da extrema-direita".[5]

Vida pessoal

Paulo Kogos é o filho único do ginecologista Waldemar Kogos e de Lígia Kogos, uma das mais conhecidas dermatologistas do Brasil, conhecida como a "Rainha do Botox", que conta entre os seus clientes Marcela Temer, Beth Szafir e Amaury Jr.[2] Kogos cuida dos negócios da clínica de dermatologia da família,[3] localizada nos Jardins.[13]

Kogos afirma ter síndrome de Asperger, uma condição neurológica também conhecida como autismo leve.[14].

Educação

Kogos afirma ter estudado um ano no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, em 2005, sendo aspirante a oficial de reserva da Arma de Comunicações do Exército Brasileiro.[3]

Logo após concluir o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, foi graduado em Administração de Empresas pelo Insper. Segundo o próprio, terá também cursado pós-graduação em Economia na Universidade Mackenzie.[3]

Em abril de 2020, encontrava-se no segundo ano da graduação em Filosofia, na faculdade do Mosteiro de São Bento, em São Paulo.[3]

Ativismo político

Kogos afirma que foi sempre politicamente ativo, por influência do avô, perfilando-se sempre na direita, como libertário e anarcocapitalista.[15]

Em 6 de novembro de 2020, em entrevista ao programa Pânico, da emissora Jovem Pan, declarou-se no "extremo da extrema-direita", reforçando publicamente sua identificação como anarcocapitalista.[15]

Numa entrevista ao Estadão, declarou-se "anarcocapitalista com tendências monárquicas", afirmando-se contra a democracia, na qual vê "a perda de freios morais e limites éticos". Defende um ideal de sociedade cristã, livre mercado, da ordem e da hierarquia, baseado no princípio da desigualdade social, em que umas pessoas estão mais aptas que outras a servir. O poder seria, assim, exercido por "pequenas governanças feitas por uma elite natural".[16]

Em abril de 2020, afirmava-se visceralmente contra a política partidária, negando ter interesse em disputar uma eleição.[3]

Segundo a Veja, após a veiculação de uma entrevista no site da revista, Kogos teria sido expulso do Club Athletico Paulistano, o mais elitista do Brasil. Kogos nega esta informação, confirmando, no entanto, haver recebido uma advertência verbal por se ter envolvido em uma briga de torcida de futebol, em 2016.[3]

Em 2022, Paulo Kogos filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro, para disputar as eleições para a Assembleia Legislativa de São Paulo,[17]e propôs o pagamento de impostos com bitcoin em São Paulo.[18][19]

Redes sociais

Em 2018, o canal do YouTube de Paulo Kogos foi identificado num trabalho acadêmico da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa como uma das vozes dominantes no ecossistema de movimentos populistas da direita brasileira naquela plataforma. O uso do algoritmo Force Atlas 2 e das métricas Modularidade e Grau Médio Ponderado permitiram detetar toda uma comunidade centrada no canal de Kogos, inserindo-se tanto na rede dominada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), como na dominada pelo canal "Ideias Radicais", esta com uma densidade de utilizadores cinco vezes superior à da rede dominada pelo Movimento Brasil Livre, atuando como ponte entre as comunidades de ambas as redes. O canal surge com grau ponderado alto na rede dominada pelo "Ideias Radicais", caracterizada pelas relações de grande coerência no quadro do liberalismo e do anarcocapitalismo.[20]

Ficou conhecido pelas declarações políticas polêmicas no seu canal no YouTube, "Ocidente em Fúria", que contava em novembro de 2020 com 126 mil inscritos.[21] Kogos afirma-se cristão, defendendo no seu canal a Igreja e a sociedade contra o que chama de devastação moral. Afirma que Jair Bolsonaro acertou quando apelou contra a cristofobia no seu discurso na 75.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em 22 de setembro, afirmando ser um problema mundial.[15] Defende o separatismo, a volta da Inquisição e das Cruzadas.[13]

Na foto de perfil do Instagram, posa de metralhadora em punho, aparecendo também caracterizado de templário e guerreiro viking, em odes à Idade Média, e fazendo um símbolo de arma com as mãos.[13]

Em abril de 2020, Kogos havia sido expulso da rede social Twitter, que cancelou o seu perfil por julgar impróprio o conteúdo de suas postagens.[3]

Declarações sobre a pandemia de COVID-19

Kogos foi acusado por meios de imprensa de ser um negacionista da COVID-19[1][22][23][11], tendo o mesmo classificado a COVID-19 como "um vírus pouco pior do que uma gripezinha", afirmando que a Organização Mundial de Saúde "deveria ser militarmente extinta por comandos armados".[13] Manifestou-se contrariamente ao isolamento social de forma enérgica, tendo com isso vindo a ganhar alguma projeção tanto positiva como negativa.[3][13] Kogos tem igualmente usado o seu canal do YouTube para atacar a vacinação contra a COVID-19.[24]

Em 2020, durante a pandemia de COVID-19, tornou-se uma das figuras mais proeminentes das manifestações contrárias ao isolamento social e a favor de Jair Bolsonaro.[2]

Apesar de João Doria, governador de São Paulo, ser amigo da família, e de no passado Kogos haver participado de vários encontros organizados pelo governador, denominados "Family Workshop" e destinados às empresas familiares, Kogos passou a declarar-se feroz opositor do governador paulista e das medidas de isolamento social por ele decretadas, promovendo uma campanha de oposição.[2][13]

Em 12 de abril, participou de uma manifestação na Avenida Paulista carregando um caixão falso do então governador João Doria. Segundo Kogos, o caixão simbolizava o enterro político de João Doria, do nazismo, do comunismo e daquilo que chamou de "psdbismo".[2]

Em consequência, foi atacado nas redes sociais por considerarem o gesto um desrespeito com as dezenas de milhares de mortes até então causadas pela COVID-19 em todo o mundo. Circulavam então no Twitter uma série de vídeos e fotos de Kogos em situações aleatórias, como no enterro de Hebe Camargo e no lançamento de vinhos de Galvão Bueno.[2] Kogos acabaria por postar um vídeo se desculpando a João Doria.[13][25]

Em junho do mesmo ano, surgiu fantasiado de cavaleiro templário em manifestações da Avenida Paulista contra João Doria, em uma simbologia enquadrada na admiração da extrema-direita pela Idade Média europeia e pelas Cruzadas Templárias.[26]

Em setembro de 2020, Kogos não usou a máscara em um shopping de São Paulo servindo-se do pretexto de estar tomando um sorvete. A mídia referiu-se jocosamente ao ato como a "Revolta do Sorvete".[27]

Referências literárias

Kogos aparece como personagem no livro infantil de propaganda liberal escrito por Giuliano Miotto, Anya e o Mistério do Sumiço do Cãozinho Galt, publicado em agosto de 2019, no papel de Kogros, o terrível, "um garoto que pensava ser um ogro".[28]

Referências

  1. a b SAMPAIO, Paulo (5 de novembro de 2020). «'Nunca namorei na vida', diz Paulo Kogos, influencer com 126 mil seguidores». UOL TAB. Consultado em 10 de agosto de 2022. Cópia arquivada em 6 de julho de 2022 
  2. a b c d e f g h Batista Jr., João (13 de abril de 2020). «"Doria é neonazista", diz Paulo Kogos, que participou de ato com caixão | VEJA Gente». VEJA. Consultado em 25 de fevereiro de 2021 
  3. a b c d e f g h i Batista Jr., João (14 de abril de 2020). «Paulo Kogos, do meme do caixão: 'Sou vítima de um massacre de reputação' | VEJA Gente». VEJA. Consultado em 25 de fevereiro de 2021 
  4. «Bolsonaristas hesitam, discutem voto forçado em Covas e até cogitam Boulos». Valor Econômico. 22 de novembro de 2020. Consultado em 25 de fevereiro de 2021 
  5. a b «'Bolsonaro acertou, cristofobia atinge todo o mundo', diz Paulo Kogos – Jovem Pan». ‘Bolsonaro acertou, cristofobia atinge todo o mundo’, diz Paulo Kogos – Jovem Pan. 6 de novembro de 2020. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  6. «Monark, "Anarco"Capitalismo e o Fascismo: algumas considerações sobre capilarização de projetos de poder». Esquerda Online. 18 de março de 2020  Texto "https://esquerdaonline.com.br/2022/03/18/monark-anarcocapitalismo-e-o-fascismo-algumas-consideracoes-sobre-capilarizacao-de-projetos-de-poder/ " ignorado (ajuda);
  7. «Paulo Kogos dispara aos militantes do MBL: "Vocês nunca defenderam liberdade", assista». Brado Jornal. 12 de setembro de 2021  Texto "https://www.bradojornal.com/noticias/politica/2021/09/12/paulo-kogos-dispara-aos-militantes-do-mbl-voces-nunca-defenderam-liberdade-assista/ " ignorado (ajuda);
  8. «Contraponto: Entrevista com Paulo Kogos». Brasil Paralelo. 22 de janeiro de 2021. Consultado em 18 de agosto de 2022. Cópia arquivada em 10 de agosto de 2022 
  9. «Ancap Paulo Kogos critica Samy Dana: "não tem coragem de debater um economista da escola Austríaca"». Livecoins. 22 de dezembro de 2020. Consultado em 18 de Agosto de 2022 
  10. «Paulo Kogos declara em entrevista: 'É um dever moral votar no Bolsonaro'». Brado Jornal. 20 de dezembro de 2021. Consultado em 18 de agosto de 2022. [hhttps://web.archive.org/web/20211220224905/https://www.bradojornal.com/noticias/politica/2021/12/20/paulo-kogos-declara-em-entrevista-e-um-dever-moral-votar-no-bolsonaro/ Cópia arquivada em 20 de dezembro de 2021] 
  11. a b AFFONSO, Eduardo (28 de maio de 2022). «Brasil é a capital das falácias para enganar os trouxas». O Globo. Consultado em 10 de agosto de 2022. Cópia arquivada em 10 de agosto de 2022 
  12. Caetano, Guilherme (8 de maio de 2020). «Deputado bolsonarista de SP tem contrato com empresa de acusado por ataques virtuais». O Globo. Consultado em 25 de fevereiro de 2021 
  13. a b c d e f g Trindade, Eliane (21 de abril de 2020). «Guerra do botox contra o coronavírus une a família Kogos». Folha de S. Paulo 
  14. Sampaio, Paulo (5 de novembro de 2020). «'Nunca namorei na vida', diz Paulo Kogos, influencer com 126 mil seguidores». tab.uol.com.br. Consultado em 21 de junho de 2021 
  15. a b c «'Bolsonaro acertou, cristofobia atinge todo o mundo', diz Paulo Kogos – Jovem Pan». 'Bolsonaro acertou, cristofobia atinge todo o mundo', diz Paulo Kogos – Jovem Pan. 6 de novembro de 2020. Consultado em 25 de fevereiro de 2021 
  16. Lara, Matheus (23 de agosto de 2020). «Para 8 em cada 10, democracia não é conceito absoluto - Política». Estadão. Consultado em 25 de fevereiro de 2021 
  17. «Partidos vão investir em influenciadores, ex-BBBs e policiais como 'puxadores de voto'». cbn.globoradio.globo.com. Consultado em 16 de maio de 2022 
  18. «Paulo Kogos, candidato a deputado, propõe pagamento de impostos com bitcoin em São Paulo Por Criptonizando». Investing.com Brasil. Consultado em 31 de agosto de 2022 
  19. «Candidato a deputado estadual, Paulo Kogos propõe pagamento de impostos com Bitcoin». Livecoins. 25 de agosto de 2022. Consultado em 31 de agosto de 2022 
  20. Silva, Rodrigo Oliveira (2019). Um mapa da «direita» no YouTube do Brasil através dos métodos digitais. Lisboa: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) , Universidade Nova 
  21. Sampaio, Paulo (5 de novembro de 2020). «'Nunca namorei na vida', diz Paulo Kogos, influencer com 126 mil seguidores». tab.uol.com.br. Consultado em 25 de fevereiro de 2021 
  22. «Youtuber Paulo Kogos levanta cartaz 'Vacina mata, cloroquina salva' em frente a posto de imunização em bairro de elite de SP». Folha de S.Paulo. 18 de março de 2021. Consultado em 10 de agosto de 2022. Cópia arquivada em 9 de janeiro de 2022 
  23. BITTENCOURT, Julinho (2 de abril de 2022). «Paulo Kogos faz manifestação solitária e sem máscara pela cloroquina em frente a posto de vacinação». Revista Fórum. Consultado em 10 de agosto de 2022. Cópia arquivada em 10 de agosto de 2022 
  24. Caetano, Guilherme (21 de agosto de 2020). «Vacina chinesa testada em SP é atacada nas redes sociais por bolsonaristas». Época. Consultado em 25 de fevereiro de 2021 
  25. «Boletim Matutino da VICE 15/04/20». Vice. Consultado em 25 de fevereiro de 2021 
  26. Kneipp, João Conrado (2 de junho de 2020). «Entenda a simbologia presente nos protestos bolsonaristas». br.noticias.yahoo.com. Consultado em 25 de fevereiro de 2021 
  27. Lacsko, Madeleine (5 de janeiro de 2021). «A Revolta do Sorvete: o parque de areia antialérgica mostra suas garras». Gazeta do Povo. Consultado em 25 de fevereiro de 2021 
  28. Cordeiro, Tiago (16 de agosto de 2019). «Mises e Scruton: livros infantis fazem iniciação ao pensamento liberal». Gazeta do Povo. Consultado em 25 de fevereiro de 2021