Diocese de Beja
Diocese de Beja Beiensis (sive Pacensis) | |
---|---|
Sé Catedral de Beja | |
Localização | |
País | Portugal |
Território | A Diocese de Beja coincide com o Distrito de Beja |
Arquidiocese metropolitana | Arquidiocese de Évora |
Estatísticas | |
Área | 12 300 km² |
Informação | |
Rito | Romano |
Criação | Século VI Restaurada em 10 de julho de 1770 |
Catedral | Sé Catedral de Beja |
Padroeiro(a) | São José Operário |
Governo da diocese | |
Bispo | José João dos Santos Marcos |
Bispo emérito | António Vitalino Fernandes Dantas, O.Carm. |
Jurisdição | Diocese |
Página oficial | www.diocese-beja.pt |
dados em catholic-hierarchy.org |
A Diocese de Beja é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal. Está integrada na Província Eclesiástica de Évora.
Desde 3 de Novembro de 2016, por sucessão, D. José João dos Santos Marcos é 19.º e atual Bispo de Beja.
História
A mais antiga referência à um bispo de Pax Iulia remonta ao tempo dos Godos, altura em que se constituía como sufragánea da arquidiocese de Emerita Augusta, embora a diocese possa ser mais antiga (século IV), a fazer fé nas evidencias arqueológicas.
São conhecidos os nomes de sete bispos desta antiga sede episcopal, tendo vários deles participado nos concílios em Toledo, capital do reino visigótico, entre 531e 693.
O primeiro bispo certo é São Apríngio, de que fala Isidoro de Sevilha e autor de um comentário sobre o livro do Apocalipse. Autores do século XVI e XVII adicionaram os nomes de três outros bispos (Domiciano, Urso e Isidoro), dos quais, no entanto, não há evidências históricas. Nos registros dos últimos concílios de Toledo, refere-se um episcopus Pacensis ou ecclesia Pacensis, uma indicação de que a cidade havia perdido o nome romano e adquirido o de Pace, que se tornaria Beja no período muçulmano.
Após a invasão muçulmana da Península Ibérica, a sucessão de bispos foi interrompida e a diocese foi de facto suprimida.
Após a Reconquista Cristã, a diocese pacense não foi restaurada, tendo Beja permanecido uma mera vila, e o território do antigo bispado integrado na diocese de Évora. Por seu turno, Afonso IX de Leão, ao criar uma diocese em Badajoz, após a conquista daquela cidade (1230), pretendeu que aquela era a legítima herdeira da diocese de Pax Iulia, o que a leva a ser oficialmente conhecida, em latim, ainda hoje, pelo nome de pacense.
Embora Beja tenha sido elevada a cidade pelo Rei D. Manuel I em 10 de abril de 1521 (uma homenagem que o monarca prestava à cabeça do seu primitivo domínio ducal), tal acto não foi associado (como sucedeu, por exemplo, nos casos do Funchal, Elvas, Angra do Heroísmo, Leiria, Miranda do Douro ou Portalegre) à sua elevação a diocese.
No entanto, a primeira tentativa de restaurar a antiga Sede Episcopal Pacensis foi feita ainda na segunda metade do século XVI pelo cardeal-infante D. Henrique, arcebispo de Évora, que propôs dividir sua imensa arquidiocese, com a criação de duas sedes episcopais em Beja e Elvas, para o benefício de uma melhor acção pastoral. O projecto encontrou forte oposição do cabido da catedral, que, no entanto, não conseguiu impedir a criação da diocese de Elvas (1570 . Por enquanto, Beja continuava sujeita a Évora.
A criação da diocese de Beja por desmembramento da arquidiocese de Évora só viria a acontecer já no século XVIII, com a reorganização das dioceses portuguesas promovida por D. José I, tendo sido erigida canonicamente em 10 de julho de 1770[1] pelo Papa Clemente XIV, por meio da Bula "Agrum Universalis Ecclesiae".
A igreja do colégio jesuíta, dedicada a São Sisenando, tornou-se uma catedral. A nova diocese recebeu o nome eclesiástico de ecclesia Beiensis porque, por uma interpretação incorreta de fontes históricas, o título Pacensis havia sido atribuído à igreja de Badajoz , que acredita-se ser o herdeiro da diocese Pacensis da era visigótica.
Depois de um tempo conturbado no seu pastoreio, foi espiritualmente e estruturalmente restaurada na segunda década do século XX pelo Bispo-Soldado, D. José do Patrocínio Dias.
Bispos de Pax Iulia
- Santo Apríngio (531)
- Palmácio (589)
- Lauro (597)
- Modário (633)
- Teodoreto, Teodoredo (646)
- Adeodato (653, 666)
- João (681, 683, 688 e 693)
- Isidoro Pacense (século VIII)
Bispos de Beja
Bispos desde 1770:[2]
- D. Frei Manuel (I) do Cenáculo, O.F.M. (1770-1802)
- D. Frei Francisco Leitão de Carvalho, O. Cist. (1802-1806)
- D. Frei Joaquim do Rosário, O.F.M. (1807-1808), não chegou a entrar na Diocese
- D. Manuel (II) de Sousa Carvalho (1814), não tomou posse
- D. Luís da Cunha de Abreu e Melo (1819-1833)
- D. Manuel (III) Pires de Azevedo Loureiro (1844-1848)
- D. José (I) Xavier de Cerveira e Sousa (1849-1859)
- D. José (II) António da Mata e Silva (1859-1860)
- D. António (I) da Trindade de Vasconcelos Pereira de Melo (1861-1863)
- D. António (II) Xavier de Sousa Monteiro (1883-1906)
- D. Sebastião Leite de Vasconcelos (1907-1919)
- D. José (III) do Patrocínio Dias (1920-1965)
- D. Manuel (IV) dos Santos Rocha (1965-1980)
- D. Manuel (V) Franco da Costa de Oliveira Falcão (1980-1999)
- D. Frei António (III) Vitalino Fernandes Dantas, O. Carm. (1999-2016)
- D. José (IV) João dos Santos Marcos (2016-presente)
Figuras Eclesiásticas Ilustres da Diocese
Santos
- Santo Apríngio de Beja, Bispo e Padre da Igreja
- São Sisenando, diácono e mártir cristão
Bispos naturais da Diocese
- D. Afonso de Castelo Branco
- D. José Pereira de Lacerda
- D. Afonso Mendes, S.J.
- D. Frei Amador Arrais, O. Carm.
- D. André Teixeira Palha
- D. Frei António de Gouveia
- D. António Sebastião Valente
- D. Frei Baltazar Limpo, O. Carm.
- D. Bartolomeu Leitão
- D. Bernardino de Santo António
- D. Carlos Cristovão Genuês Pereira
- D. Frei Francisco Alexandre Lobo, O.S.B.
- D. Frei Francisco Quaresma, O.F.M.
- D. Frei Francisco da Conceição
- D. José Francisco da Soledade Bravo
- D. Luís Cerqueira, S.J.
- D. Martim Afonso de Mello
- D. Manuel de Moura Manuel
Bispos auxiliares da Diocese
- D. António Cardoso Cunha, bispo auxiliar (1956-1965)
Governadores do Bispado
- Cónego Francisco da Mãe dos Homens Anes de Carvalho (1834-1835)
- Augusto Frederico de Castilho (1835)
- Caetano Gomes Leitão (1835-1838)
- Francisco Paula Vellez(1838-1843)
- João Baptista da Silva (1864-1867)
- Cónego José Dias Correia de Carvalho (1867-1871)
- Cónego António José Boavida (1871-1883)
- Cónego Luís Augusto da Costa (1910-1914)
- Cónego Mons. João Eduardo Marques (1915-1922)
Clérigos Seculares e Regulares
- Frei António das Chagas, O.F.M.
- Frei António Rosado, O.P.
- Padre Diogo Dias Melgaço
- Cónego Diogo de Gouveia
- Frei Pedro Correas, O.F.M.
- Padre Luís Caldeira, S.J.
- Padre-Mestre Manuel Feio
Religiosas
- Sóror Mariana Alcoforado, O.S.C.
- Venerável Madre Mariana da Purificação, O. Carm.
- Venerável Madre Maria Perpétua da Luz, O. Carm.
Fundações Religiosas da Diocese
- Carmelo do Sagrado Coração de Jesus (Carmelo de Beja)
- Congregação das Oblatas do Divino Coração
- Congregação das Servas da Divina Providência, de Maria Auxiliadora e do Próximo
- Fraternidade dos Irmãozinhos de São Francisco de Assis
Escutismo
- Escutismo nesta diocese: Região de Beja
Referências
- ↑ Cheney, David M. (2019). «Diocese of Beja». The Hierarchy of the Catholic Church. Consultado em 10 de julho de 2019. Cópia arquivada em 29 de junho de 2019
- ↑ Cheney, David M. (2019). «Diocese of Beja». The Hierarchy of the Catholic Church. Consultado em 10 de julho de 2019. Cópia arquivada em 29 de junho de 2019
Ligações externas
- «Página oficial da Diocese de Beja»
- «Diocese de Beja - GCatholic.com» (em inglês)
- «Diocese de Beja - Catholic Hierarchy» (em inglês)
- «Diocese de Beja - Catholic Encyclopedia» (em inglês)