Mulheres Apaixonadas
Mulheres Apaixonadas | |
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Informação geral | |
Formato | Telenovela |
Gênero | crônica do cotidiano |
Duração | 75 minutos |
Criador | Manoel Carlos |
Elenco | |
País de origem | Brasil |
Idioma original | português |
Episódios | 203 |
Produção | |
Diretores | Ricardo Waddington Rogério Gomes José Luiz Villamarim |
Tema de abertura | "Pela luz dos olhos teus", Tom Jobim e Miúcha |
Exibição | |
Emissora original | Rede Globo |
Formato de exibição | 480i (SDTV) |
Transmissão original | 17 de fevereiro – 11 de outubro de 2003 |
Cronologia | |
Programas relacionados |
Mulheres Apaixonadas é uma telenovela brasileira produzida e exibida no horário das 20 horas pela Rede Globo, de 17 de fevereiro a 11 de outubro de 2003, em 203 capítulos,[2] substituindo Esperança e sendo substituída por Celebridade. Foi a 63ª "novela das oito" exibida pela emissora.
Escrita por Manoel Carlos com a colaboração de Maria Carolina, Fausto Galvão e Vinícius Vianna, teve direção de Marcelo Travesso e Ary Coslov. A direção geral foi de Rogério Gomes, José Luiz Villamarim e Ricardo Waddington (também diretor de núcleo).[3]
Contou com as participações de Christiane Torloni, José Mayer, Tony Ramos, Susana Vieira, Giulia Gam, Marcello Antony, Helena Ranaldi e Dan Stulbach.[1]
Enredo
A personagem central é Helena, uma mulher que resolve viver uma nova paixão após quinze anos de casada. Tem uma vida estável com o músico Téo, mas o casamento entrou em uma rotina que ela não suporta mais. Os dois têm um filho adotado, Lucas, e Helena é diretora de uma escola de segundo grau do Rio de Janeiro, a Escola Ribeiro Alves (ERA), que pertence ao marido e à cunhada, Lorena. Téo tem uma banda, onde toca saxofone, e também é pai de Luciana, filha da crooner Pérola, com quem ele se relacionou no passado e que, hoje é casada com o músico Ataulfo. Pérola e Ataulfo têm outro filho, Jairo, e tocam na banda de Téo. As famílias têm uma ótima relação.
Téo, porém, com medo de perder o amor de Helena, esconde dela um grande segredo: Lucas é seu filho com Fernanda, uma ex-garota de programa, mãe também da menina Salete. O músico não tem nenhum envolvimento amoroso com Fernanda, mas é a ele que ela sempre recorre para pedir ajuda. Além disso, Salete é muito apegada a Téo e a Lucas, que conhece por acaso. Em determinada altura da trama, já separado de Helena, Téo decide contar a verdade a ela. Mas antes que o faça, ele e Fernanda são vítimas de bala perdida durante uma troca de tiros no Leblon. Téo é atingido na cabeça e sobrevive depois de uma cirurgia. Fernanda não resiste, após alguns dias internada em estado grave. Antes de morrer, ela revela tudo a Helena. Sem a mãe, Salete fica sob a guarda da avó Inês, que só pensa em usufruir do dinheiro de Téo. No final da novela, o músico e a menina fazem exames de DNA, e Téo descobre que também é pai de Salete, o que lhe garante a guarda da menina.
Os questionamentos de Helena sobre sua vida conjugal ganham força quando ela reencontra César, ex-namorado que ela abandonou para se casar com Téo. César é um conceituado neurocirurgião, que trabalha na mesma clínica onde Luciana faz residência em medicina, e é pai de jovem Marcinha, aluna da escola de Helena. O médico fica viúvo no começo da história. Ele também é pai de Rodrigo, com quem tem um relacionamento difícil porque o jovem o responsabiliza pela morte da mãe. César tem um caso com sua assistente, Laura, e depois começa a namorar Luciana. A relação com Helena só tem início na metade da trama, e os dois terminam juntos. Após muitas reviravoltas, Téo e Laura descobrem que têm muitas afinidades e passam a viver juntos.
Em torno de Helena circulam suas confidentes e conselheiras em assuntos sobre casamento, amor, traição, família e paixões: suas irmãs Hilda e Heloísa. Hilda é a mais realizada das irmãs: é dona de uma lanchonete e tem uma relação feliz com o marido Leandro e a filha Elisa, com os quais troca risos e confidências. Sua felicidade é abalada pela descoberta de um câncer de mama. Heloísa, por sua vez, sofre com o ciúme doentio que sente pelo marido, Sérgio, e suas atitudes de descontrole acabam por destruir o casamento. Como agravante, ela esconde do marido que não pode ter filhos. Entre outras ações ensandecidas, Heloísa picota as roupas de Sérgio, provoca escândalos, acusando-o constantemente de infidelidade, e até o fere com uma faca durante uma discussão.
Lorena, a irmã de Téo, é uma mulher vibrante que não se furta a viver suas paixões. Foi casada com Rafael, com quem teve Diogo e Vidinha, e não hesita em experimentar um novo relacionamento ao descobrir-se apaixonada por Expedito, homem bem mais jovem do que ela. Os dois vivem uma bonita relação até o momento em que sua nora se envolve com o rapaz para se vingar, fazendo com que ela se devaste com a situação embora tenha procurado não demonstrar. No final, Lorena acaba superando a traição nos braços de Ricardo.
Erros e acertos em busca do amor ideal também estão presentes nos núcleos jovens da trama. Marina, filha de Silvia e Afrânio, casa-se com Diogo no início da novela mesmo depois de flagrar o rapaz aos "amassos" com a prima em plena festa de casamento. Ele foi o primeiro homem de sua vida e, apesar de mulherengo e aventureiro, aceita as formalidades do casamento porque vai ser pai. Mas a relação também enfrenta conflitos. O maior deles é o ciúme que Marina tem do marido com a prima Luciana. Diogo e Luciana tiveram um relacionamento no passado e ainda sentem atração um pelo outro. No decorrer da história, Marina perde o filho, e o casamento dos dois se complica ainda mais, com cobranças e manifestações de ciúmes da parte dela. Diogo, desgastado, decide se separar e Marina, tentando mostrar-se forte e independente, começa a trabalhar com fotografia e moda. No final, Diogo e Luciana assumem que se gostam de verdade e decidem viver juntos.
A trama acompanha também o romance de Edwiges e Cláudio, que aborda o tabu da virgindade pós adolescência e o preconceito social. A relação é desaprovada por Marta, mãe do rapaz, porque a moça é de família humilde. E Edwiges, aos vinte anos, é virgem, sempre sonhando se entregar a um homem que ama de verdade. Após uma briga com a namorada, Cláudio se rende ao assédio de Gracinha, filha de empregados de sua casa, e a moça engravida, gerando um novo conflito familiar e mais um obstáculo em sua relação com Edwiges. Esta, por sua vez, aconselha Gracinha a não abortar. A história termina com Cláudio e Edwiges casados, quando ela tem sua primeira noite de amor.
Uma das histórias mais marcantes foi a do casal de idosos Flora e Leopoldo, que vivem no mesmo apartamento com o filho Carlão, a nora Irene e os netos Carlinhos e Dóris. Os dois foram atores e ajudam o filho no sustento da casa e da família, mas são frequentemente maltratados pela neta, que só consegue enxergá-los como um peso. Dóris humilha e furta dinheiro dos avós para satisfazer seus caprichos, mas os dois sofrem calados. Por sua insensibilidade, Dóris chega a levar uma surra de cinto do pai. Em outra ocasião, ela é expulsa de casa, mas Irene enfrenta Carlão e não deixa a filha ir embora. O problema só se resolve no final, quando Flora e Leopoldo se mudam para o Retiro dos Artistas, onde têm uma vida mais tranquila e feliz.
Um dos outros pontos de destaque da trama foi a paixão entre Estela e padre Pedro, que levantou a discussão sobre o celibato. A dondoca aparentemente fútil é prima de Helena, Hilda e Heloísa, e sabe ser atrevida, chique e divertida apesar de ser uma pessoa carinhosa e de bom coração. Mora em uma ampla suíte no hotel onde Rafael trabalha. Promove festas barulhentas e fartas de comida e bebida, onde comparece todo tipo de gente, desde jogadores de futebol a artistas de televisão. É divorciada e nunca mais se casou, tendo passado a viver pequenos romances. Quando criança, apaixonou-se pelo padre que fez sua primeira comunhão e o reencontra durante uma festa de casamento, onde a chama se reacende e ela decide bater o pé até que o mesmo resolva largar a batina para ficarem juntos, fato este que se concretizou nos últimos capítulos.
O drama da professora Raquel, que é agredida pelo marido Marcos, mas não tem coragem de denunciá-lo à polícia foi de extrema importância não só para a novela. Para fugir do marido, Raquel se muda de São Paulo para o Rio de Janeiro e consegue dar aulas de educação física na ERA, mas ele descobre seu paradeiro e volta a transformar sua vida em um inferno. Entre outros atos de violência, Marcos costuma bater na mulher com uma raquete de tênis. Na escola, Raquel faz amizade com o aluno Fred, e os dois vivem uma relação de afeto e cumplicidade, apesar da contrariedade dos pais do rapaz. Marcos passa a perseguir o garoto, e Raquel o denuncia. No final, Marcos atrai Fred para uma emboscada, com a ajuda de Dóris, e os dois morrem em um acidente automobilístico. A professora termina a novela grávida do estudante, a quem faz uma homenagem na festa de fim de ano da escola.
A transformação da personagem Silvia, mãe de Marina, é mais uma trama que mostra a mulher em busca da paixão. Entediada no casamento, Silvia passa a se encontrar às escondidas com o taxista Caetano. Caetano é casado com Rosinha, que trabalha na ERA, e os dois têm um filho. Silvia descobre a traição de Caetano e vira sua cúmplice e amante. A "madame" e o taxista passam a frequentar casas de forró e motéis, onde Silvia vive suas mais reprimidas fantasias, levando sempre na bolsa um figurino popular.
A novela também enfoca os equívocos da estudante Paulinha, que tem vergonha do pai, Oswaldo, o porteiro da escola; o preconceito sofrido pelas jovens estudantes Clara e Rafaela, que vivem uma relação homossexual e o drama de Santana, professora alcoólatra que chega a ser afastada do trabalho por não conseguir controlar sua dependência.
Produção
A telenovela estrearia apenas em setembro de 2003, mas devido à exibição da novela Desejos de Mulher, cujo tema era também sobre os bastidores da moda, Celebridade, de Gilberto Braga, foi adiada para depois de Mulheres Apaixonadas. A estreia da trama foi antecipada e escalada para substituir Esperança.[4]
A novela teve quinze aberturas diferentes, sempre mostrando fotografias enviadas por telespectadores, em diferentes tons de azul. As mulheres apareciam destacadas, enquanto os homens, embaçados. Inicialmente a abertura seria trocada a cada quatro semanas, mas a ideia fez tanto sucesso, que passou a ser de duas em duas semanas, tendo na última semana, a abertura diferente da penúltima.[5]
Mulheres Apaixonadas foi a quinta e última parceria do diretor Ricardo Waddington com Manoel Carlos. Os dois fizeram juntos História de Amor (1995), Por Amor (1997), Laços de Família (2000) e a minissérie Presença de Anita (2001), e a partir da novela Páginas da vida (2006) o autor inicia uma nova parceria com o diretor Jayme Monjardim.
A novela marcou a estreia de alguns atores na TV, entre eles Bruna Marquezine, Paula Picarelli, Carol Castro, Pedro Furtado, Pitty Webo, Rafael Calomeni e Manoelita Lustosa.[6]
Gravações
As gravações da novela começaram em 25 de novembro de 2002, em Cancún, no México. As cenas eram apenas dos atores Christiane Torloni e Tony Ramos.[7]
A telenovela foi ambientada na cidade do Rio de Janeiro, mais precisamente nos bairros do Leblon, Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca. As cenas eram gravadas nos estúdios do Projac e nas ruas da cidade, pois a novela não possuía cidade cenográfica.[8]
Muitas vezes, os capítulos eram gravados no mesmo dia em que seriam exibidos, pelo motivo dos roteiros serem entregues aos atores com atraso. Apesar da correria, isso não comprometeu o andamento da trama e nem precisou de interferência da Globo para se chegar a uma solução[9].
A cena do tiroteio de Fernanda começou a ser gravada no dia 5 de agosto de 2003, no bairro do Leblon, e reuniu cerca de mil pessoas como plateia, além da equipe de produção e gravação. A gravação da cena durou cerca de dez horas.[10] A equipe teve que regravar a cena em que Fernanda é baleada, pois a gravação anterior havia sido prejudicada por um flash que apareceu justamente na hora em que a personagem leva o tiro. Por questão de iluminação, o diretor decidiu regravar a cena inteira, dessa vez com a rua fechada, e também deu sequência às cenas do resgate. A gravação das cenas foi finalizada em 7 de agosto, depois de mais de dois dias de trabalho.[11]
O subprefeito da zona sul do Rio, Cláudio Versiani, proibiu as gravações das cenas de tiroteio, alegando que a cena iria atrapalhar o trânsito. A equipe conseguiu autorização do prefeito Cesar Maia (PFL) para poder gravar as cenas. A Associação Brasileira da Indústria Hoteleira e o Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares do Rio também protestaram contra as gravações.[12] Eles alegaram que a novela afastaria os turistas.[13]
Repercussão
A novela foi satirizada pelo Casseta & Planeta, Urgente! como Mulheres Recauchutadas.[14] O folhetim e a repercussão das tramas viraram tema de reportagem da revista americana Newsweek, publicada em julho de 2003.[15]
Em 27 de agosto de 2003, os atores Dan Stulbach e Helena Ranaldi foram a Brasília visitar o então presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), e participaram do lançamento do Programa Nacional de Combate à Violência contra a Mulher, como um incentivo de mudar a lei da violência contra a mulher, assunto abordado entre os personagens dos dois atores na trama.[16][17]
Em 22 de setembro, depois de ser mais uma vez espancada, só que dessa vez nua, Raquel (Helena Ranaldi) tomou coragem e o denunciou para a Delegacia Especial da Mulher.[18] A atitude da professora incentivou milhares de mulheres no país a fazerem o mesmo, e com isso o número de denúncias contra violência doméstica aumentou consideravelmente em todo o país. Só no Rio de Janeiro as denúncias contra a violência feminina cresceram em 40%.[19]
O drama vividos pelos idosos Leopoldo (Oswaldo Louzada) e Flora (Carmem Silva) também comoveu as autoridades do país. A telenovela fez com que o Estatuto do idoso tivesse agilidade em sua aprovação no Senado Federal.[20] Além disso, houve um incentivo para o aumento das denúncias de agressões contra os idosos.[21]
Temas abordados
A trama abordou a violência no Rio de Janeiro e suas consequências para os moradores, bem como a questão do armamento. Na história, Fernanda (Vanessa Gerbelli) e Téo (Tony Ramos) são baleados na rua, durante uma perseguição policial a bandidos. As cenas foram exibidas a partir do capítulo 150, que foi ao ar em 9 de agosto de 2003.[22]. Logo após, a novela entrou numa espécie de campanha contra o armamento. Em 14 de setembro, os atores, junto com mais de trinta mil pessoas, participaram de uma passeata a favor do desarmamento; cenas desse protesto foram exibidas na novela um dia depois.[23][24]
A violência doméstica foi um dos temas que mais causou polêmica. Marcos (Dan Stulbach) entrou na novela no capítulo 70, que foi ao ar em 8 de maio.[25] Ele violentava e agredia fisicamente a professora Raquel (Helena Ranaldi), além de ter características de psicopata. Numa das cenas mais fortes da trama, ela é espancada com uma raquete, e deixa os ferimentos à mostra. A cena foi exibida no capítulo 97, que foi ao ar em 9 de junho.[26]
A laqueadura foi abordada na trama pela personagem Heloísa (Giulia Gam). Em uma das cenas, ela revela que não tem filhos não porque não quer, mas porque não pode, pois fez às escondidas, uma ligadura de trompas.[27] Um dos temas mais polêmicos foi os maus tratos que a vilã Dóris, vivida por Regiane Alves, causava em seus avós Leopoldo (Oswaldo Louzada) e Flora (Carmem Silva), chegando a jogar o avô no chão e dizer palavras pesadas e cruéis com os idosos. Mas pagou caro pelas suas maldades ao levar uma surra de cinto de seu pai, Carlão (Marcos Caruso), numa cena memorável, regenerando-se ao fim.
O câncer de mama também foi um assunto abordado na trama. Hilda (Maria Padilha) descobre um nódulo em seu seio, e ao fazer o exame, descobre que ele é maligno. As cenas em que ela descobre que tem câncer foram exibidas no capítulo 148, em 7 de agosto.[28] Manoel Carlos diz que Hilda foi escolhida para ter o câncer na trama justamente porque ela era uma pessoa feliz. A doença a pegaria de surpresa e o exemplo de vida da personagem enquanto luta contra a doença funcionaria melhor. Ele não escolheria uma pessoa infeliz, pois segundo ele, pode se esperar tudo de quem é infeliz.[29]
Homossexualidade foi outro tema debatido pela trama através das personagens Clara (Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli), que enfrentaram a resistência dos pais e assumiram o amor que sentiam uma pela outra. Pesquisas feitas à época apontaram que o público não era contrário à relação homossexual das duas meninas, porém não aceitaria uma cena de beijo.[30] O autor Manoel Carlos encontrou uma solução criativa ao mostrar, no último capítulo, as personagens trocando um leve beijo na montagem do clássico Romeu e Julieta, de William Shakespeare, encenada na escola, em que as duas faziam os papéis principais. A abordagem didática do tema foi considerada um avanço. Em várias cenas, as personagens apareciam discutindo a homossexualidade feminina e o preconceito de que eram vítimas e o bullying.[31]
A trama também abordou o celibato, mostrando o amor entre uma socialite (Lavínia Vlasak) e um padre (Nicola Siri).[32]
Controvérsias
Separar controvérsias numa se(c)ção específica pode não ser a melhor maneira de se estruturar um artigo, pois pode gerar peso indevido para pontos de vista negativos. |
Médicos cirurgiões criticaram a novela, principalmente por causa do personagem César (José Mayer). Eles alegavam que o personagem ofendia a profissão dos médicos, com seu comportamento de cunho duvidoso. Para os médicos, a neurocirurgia é uma das mais complexas da medicina, devendo ser exercida por pessoas de equilíbrio, coisa que o personagem não era, pois era visto como problemático.[33]
Em setembro de 2003, o Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Jundiaí e Região entrou com um processo contra a Globo. Eles exigiam que a cena do sexo entre Zilda (Roberta Rodrigues), empregada doméstica e Carlinhos (Daniel Zettel), filho do patrão não fosse exibida. Mesmo com o sindicato alegando preconceito contra os domésticos, o processo não seguiu adiante.[34]
Elenco
Classificação indicativa e denúncias
Inicialmente a trama era classificada como "não recomendado para menores de 12 anos", mas a partir de 30 de junho de 2003, o Ministério da Justiça interveio e a reclassificou como "não recomendado para menores de 14 anos", em virtude das exibições de cenas violentas e insinuações sexuais além dos limites.[35]
No mesmo ano a telenovela entrou na lista da campanha "Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania", que é formada por denúncias de telespectadores e pelo Comitê de Acompanhamento da Programação (CAP), onde estão como representantes mais de 60 entidades que assessoram a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados para criar o "Ranking da Baixaria na TV".[36][37]
Para poder ser reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, a novela foi editada, conseguindo assim a classificação para maiores de 10 anos. É a primeira novela da sessão a ter essa classificação. Mesmo após a liberação da trama, alguns membros do Ministério Público Federal ficaram preocupados com a reprise, pois mesmo com classificação 10 anos as crianças com idade inferior poderiam assistir a novela na ausência dos pais.[38] Manoel Carlos chegou a ficar preocupado com o resultado da edição da sua novela no horário da tarde. O autor teria ficado chateado porque não foi consultado pela emissora sobre os cortes nos capítulos.[39]
Bastante editada na reprise, a novela teve entre as cenas mais editadas a do tiroteio no Leblon, a cena em que Raquel é espancada no banheiro da Ribeiro Alves por Marcos (esse foi o núcleo com mais cenas editadas e/ou cortadas devido às agressões que Raquel sofreu de Marcos ao longo da trama) e a cena em que Dóris é descoberta pelo pai, entre várias outras.
Audiência
Estreou com uma média de 45 pontos com picos de 52, com share de 64%.[40] Seu último capítulo marcou 59 pontos, com picos de 66 e share de 77%.[41] Teve média geral de 46,6 pontos.[42][43]
Reprise
Foi reexibida pelo Vale a Pena Ver de Novo de 1 de setembro de 2008 a 27 de fevereiro de 2009, em 130 capítulos, substituindo Cabocla e sendo substituída por Senhora do Destino.[44][45]
A estreia da reprise teve uma média de 16 pontos, reestreando nos primeiros meses com audiência razoável.[46]
Logo a audiência da reprise começou a subir ao longo dos capítulos e superou várias vezes a audiência das tramas inéditas, como Negócio da China e Três Irmãs. O último capítulo marcou uma média de 26 pontos, com picos de 30. Sua reexibição marcou uma média total de 18 pontos.[carece de fontes]
Atualmente está sendo reexibida na íntegra pelo Canal Viva desde o dia 24 de agosto de 2020, substituindo O Clone.[47][48] É a primeira novela a ter a abertura modificada no canal, contando com a participação do público através de fotografias, assim como na exibição original, porém ganhando novas fontes e uma logo modificada.[49] Desde a estreia até 5 de setembro, a reprise levou o Canal Viva à liderança do ranking nacional da TV paga. Em comparação com a então recordista, O Cravo e a Rosa, de Walcyr Carrasco, reprisada em 2019, o crescimento de audiência foi de 37% na faixa de exibição.[50]
O capítulo exibido em 19 de outubro de 2020, em que Dóris recebeu uma surra do pai por maltratar os avós, alcançou mais de 768 mil indivíduos e foi líder da TV Paga no seu horário de exibição. No Twitter, as hashtags #CoçaDaDórisNoVIVA e #MulheresApaixonadasNoVIVA entraram nos Trending Topics.[51]
Trilha sonora
Prêmios e indicações
Referências
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- ↑ Redação Globo Notícias (17 de julho de 2009). «Abertura de Mulheres Apaixonadas recebeu 100 mil fotos». Rede Globo. Consultado em 1 de julho de 2010. Arquivado do original em 24 de julho de 2009
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- ↑ Prêmio Austregésilo de Athayde de 2003
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- ↑ Premio Faz Diferença
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- ↑ CHAMADA TROFÉU IMPRENSA 2004 - VENCEDORES 1. Vimeo. Página visitada em 18 de Março de 2014.
- ↑ Premiações Artísticas :: Prêmio Master
- ↑ Redação Contigo! Online (2004). «6º Prêmio Contigo! - Vencedores». Revista Contigo! Online. Consultado em 1 de julho de 2010. Arquivado do original em 22 de julho de 2011
Ligações externas
- Telenovelas ambientadas na cidade do Rio de Janeiro
- Programas de televisão do Brasil que estrearam em 2003
- Programas de televisão do Brasil encerrados em 2003
- Vale a Pena Ver de Novo
- Vale a Pena Ver de Novo (Globo Internacional)
- Telenovelas com temática LGBT do Brasil
- Prêmio Contigo! de TV para melhor novela
- Telenovelas com temática LGBT
- Telenovelas premiadas com o Troféu Imprensa
- Telenovelas premiadas com o Extra de televisão
- Telenovelas em português
- Telenovelas da Rede Globo da década de 2000
- Telenovelas exibidas no Viva