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Cidade-estado

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Singapura, uma das mais importantes cidades-Estado da atualidade, é também um dos maiores centros financeiros do mundo
Vaticano, vista da Praça de São Pedro do topo da cúpula da Basílica de São Pedro.
Mónaco.

O termo cidade-Estado significa cidade independente, com governo próprio e autônomo, sendo comum, esta denominação, na antiguidade, principalmente na Grécia Antiga, tais como Tebas, Atenas e Esparta.[1] Mais tarde as cidades-Estado e suas ligas, também vieram a fazer um papel importante na auge jubsvaldaa Itálica]].[1] Por exemplo, as repúblicas de Gênova, Pisa, Florença, Amalfi e, a mais famosa de todas, Veneza. O mesmo ocorreu na Alemanha, como a Liga Hanseática medieval ('Hansa' é um termo do alemão antigo que significa 'Liga'). Na Alemanha moderna existem três cidades que muitas vezes podem ser classificadas erroneamente de cidades-Estado: Hamburgo, Berlim e Bremen, que apesar de não pertencerem a nenhuma província ou subdivisão do país (tendo status político ao mesmo nível destas), ainda estão sob o poder da República Federal da Alemanha, isto é, não são independentes, como uma cidade que é corretamente tida como "cidade-Estado" deve ser (como é o caso de Singapura).[1]

Atualmente, o termo cidade-Estado também é, às vezes, empregado para designar cidades que se transformaram em minúsculos países, como Vaticano e Mônaco, politicamente autossuficientes.

Singapura, na Ásia, conhecida internacionalmente como um dos Quatro Tigres do Oriente, uma referência a sua robusta economia, também é uma cidade-Estado. Ainda na Ásia, Hong Kong e Macau também são consideradas cidades-Estado por serem consideradas Regiões Administrativas Independentes dentro da China;

No norte da África, Tânger foi uma cidade-Estado por algum tempo no século passado. Quando a França e a Espanha dividiram o Sultanato de Marrocos em zonas administrativas de acordo com o Tratado de Fez de 1912, Tânger recebeu um status especial.[1] A Convenção de 1923 transformou o status de Tânger em uma "cidade internacional", governada por uma assembleia legislativa de vinte e seis representantes estrangeiros, oriundos do Reino Unido, França, Espanha, Portugal, Itália, Bélgica, Países Baixos, Suécia e Estados Unidos. O poder executivo ficou sob o manto do Comitê de Controle, composto de representantes consulares dos países signatários. O poder do judiciário era administrado por cortes de juizes da paz da Bélgica, França, Espanha e Reino Unido. Árabes e judeus tinham sistemas de corte próprios.

Antiguidade

Grécia

Durante a Grécia Antiga, Atenas era uma importante cidade-Estado. Na imagem, a Acrópole.
Ver artigo principal: Pólis

A partir do século VIII a.C., os gregos formaram as chamadas pólis, que eram cidades-Estado (cidades autónomas): estas cidades eram economicamente autossuficientes (autarquia);[1] tinham uma massa proporcionada de cidadãos; era nestas cidades que se davam os cultos cívicos, religiosos e aos heróis e tinham leis próprias.

América

Algumas das mais notáveis cidades-Estado da América Central foram:

Teotihuacán, localizada a vinte e cinco quilômetros ao norte da atual Cidade do México; Copán, localizada em Honduras; Tula (México), uma cidade Tolteca que dominou a região central do atual país do México; Texcoco, uma pequena cidade-Estado do México, fundada por volta dos anos 1200 nas margens do (drenado) lago Texcoco, a qual veio a servir de base de planos de ataque dos conquistadores espanhóis à capital de Tenochtitlán (a atual Cidade do México); e ainda no México, a cidade-Estado de Tlaxcala, vizinha da cidade-Estado de Texcoco (citada acima), e rival invicta da poderosa cidade-Estado de Tenochtitlán, o que motivou seus líderes a ajudarem os espanhóis em sua histórica conquista desta cidade-Estado, a capital azteca de Tenochtitlán.

Os maias da Mesoamérica organizavam a sua sociedade em cidades-Estados. Na imagem, vista de Chichén Itzá, um dos principais centros do período pós-clássico

É importante notar o papel histórico da jovem Malintzin, uma moça ameríndia também conhecida como La Malinche ou Doña Marina. Malintzin, que já era bilíngue antes da chegada dos espanhóis, tendo sido fluente em seu idioma materno, o náuatle (idioma dos aztecas, também conhecidos como mexicas) e yucateco (a língua de seus amos, uma das línguas do tronco maia peninsular), facilmente aprendeu também a falar o castelhano uma vez em contato com os espanhóis. Assim, dotada dessas habilidades linguísticas e, depois, adicionalmente, também na condição íntima de amante do conquistador Hernán Cortez, ela veio a auxiliar grandemente na devastadora dominação dos povos das terras da América Central pelos invasores ibéricos.

Vale notar que algumas destas civilizações da América Central chegaram a manter redes de comércio muito expansivas a se estenderem, por exemplo, até ao Vale de Ohio, ao norte, no atual estado de Ohio (localizado entre os estados de Nova Iorque e Michigan), na fronteira entre os Estados Unidos com o Canadá. Quanto aos limites meridionais destas vastas redes de empreitadas comerciais pelas cidades-Estado da América Central, isso ainda não está bem claro e definido. Mas certo é que obtiveram seus conhecimentos de ourivesaria de seus contatos comerciais ao sul. Portanto, é concebível que tenham chegado a alcançar comercialmente, através de povos intermediários, até as grandes civilizações andinas da América do Sul.

Algumas das cidades-Estado mais notórias da América do Sul foram Chancay, Cusco, Sipan, Cajamarca e Caral; esta última, supostamente, sendo a mais antiga de todas elas.

Artigos relacionados

Referências

  1. a b c d e Emerson Santiago (26 de setembro de 2011). «Cidade-estado». InfoEscola. Consultado em 30 de novembro de 2012 

Ligações externas