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Ossétia do Norte-Alânia

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República da Ossétia do Norte-Alânia
Республика Северная Осетия-Алания
Respublika Severnaya Osetiya-Alaniya
Bandeira Brasão
Gentílico: norte-osseta, alano

Localização
Localização

Localização da Ossétia do Norte-Alânia
Capital Vladikavkaz
Língua oficial osseto e russo
Área
  • Total 8000 km²
População
 • Censo 2010 712 980 hab. 
 • Densidade 88,8 hab./km²

A República da Ossétia do Norte-Alânia (russo: Республика Северная Осетия-Алания, tr. Respublika Severnaya Osetiya-Alaniya, AFI[rʲɪˈspublʲɪkə ˈsʲevʲɪrnəjə ɐˈsʲetʲɪjə ɐˈlanʲɪjə]; em osseta: Республикӕ Цӕгат Ирыстон-Алани, Respublikæ Cægat Iryston-Alani, AFI[resˈpublikə t͡səˈgat irɨˈʃton-aˈlani] ouça) é uma república da Federação Russa. Sua população, de acordo com o censo russo de 2010, era de 712.980 habitantes.[1] Sua capital é a cidade de Vladikavkaz. Faz fronteira a oeste com a República da Cabárdia-Balcária, ao sul com a Geórgia e a leste com as Repúblicas da Chechênia e da Inguchétia.

Recentemente a república esteve envolvido em episódios conturbados da política russa, sendo alvo de atentados terroristas em Beslan em 2004, e em 2008 se tornou parte do teatro de operações das forças russas envolvidas na guerra entre Rússia e Geórgia na Ossétia do Sul.

Nome

Nos últimos anos da União Soviética, à medida que os movimentos nacionalistas se propagaram pela região do Cáucaso, diversos intelectuais da República Autónoma Socialista Soviética da Ossétia do Norte pediram pela volta do uso do nome de Alânia, o reino medieval dos alanos. O termo rapidamente se tornou popular na vida cotidiana osseta, sendo utilizado por diversas empresas, um canal de televisão, organizações políticas e cívicas, editoras e um time de futebol. Em novembro de 1994, o nome de "Alânia" foi adicionado oficialmente ao título da república.[2]

Geografia

Paisagem da Ossétia do Norte.

A república se localiza no Cáucaso Norte. Sua parte setentrional se situa na Planície de Stavropol. 22¢ de seu território está coberto por florestas. Sua área é de 8000 quilômetros quadrados.

Faz fronteiras a oeste, noroeste e norte com a República Kabardino-Balkar, a norte com o Krai de Stavropol, a nordeste e leste com a Chechênia, a leste e sudeste com a Inguchétia e a sudeste, sul e sudoeste com a Geórgia (incluindo a Ossétia do Sul).

Rios

Todos os rios da república pertencem à bacia hidrográfica do rio Terek. Entre os rios principais do território estão o próprio Terek, com cerca de 600 quilômetros de extensão, o rio Urukh, com 104 km, o rio Ardon, com 101 km, o rio Kambileyevka, com 99 km, o rio Gizeldon, com 81 km, o rio Fiagdon e o rio Sunja.

Montanhas

Todas as montanhas localizadas no território da república fazem parte do Cáucaso. Seu ponto mais elevado é o Monte Kazbek, com 5033 metros de altitude, seguido pelo Monte Djimara, com 4780 m.

Recursos naturais

Entre seus recuros naturais estão minerais como o cobre, a prata e o zinco, a água mineral, a hidroeletricidade e reservas de petróleo e gás natural.

Clima

Seu clima é moderadamente continental. A temperatura média em janeiro é de -5 graus Celsius e em julho é de 24 ºC. A precipitação anual média é de 400-700 milímetros nas planícies, e de 1000 mm nas montanhas.

História

Mapa político da região do Cáucaso em 1060.
Tribos ossetas (de acordo com B. A. Kaloev).[3][4]

História antiga

O território da Ossétia do Norte foi habitado inicialmente por tribos caucasianas. Alguns alanos nômades se fixaram na região no século VII, formando o reino da Alânia. Com o tempo, acabaram sendo convertidos ao cristianismo por missionários do Império Bizantino. A Alânia lucrou muito com a Rota da Seda, que cruzava seu território.

Depois da Idade Média, as diversas invasões de mongóis e tártaros dizimaram a população daqueles que atualmente são conhecidos como ossetas. O islã foi introduzido à região no século XVII pelos cabardianos. Conflitos entre o Canato da Criméia e o Império Otomano acabaram forçando uma aliança entre a Ossétia e a Rússia imperial no século XVIII; logo, a Rússia estabeleceu uma base militar na capital, Vladikavkaz, tornando a área o primeiro território controlado pelos russos no norte do Cáucaso. Em 1806, a Ossétia já estava sob domínio total russo.

Domínio russo/soviético

Mudanças de fronteira após a Primeira Guerra Mundial.

O domínio dos russos levou a um desenvolvimento rápido da indústria e das ferrovias, que retirou o país de seu isolamento. Os primeiros livros publicados na região surgiram no fim do século XVIII, e o território passou a fazer parte da região russa da Terskaya.

A Revolução Russa de 1917 fez com que a Ossétia do Norte fosse anexada à República Autônoma Socialista Soviética Montanhosa em 1921, e, em 7 de julho de 1924, tornou-se o Oblast Autônomo da Ossétia do Norte. Em 5 de dezembro de 1936 passou a fazer parte da República Socialista Soviética Autônoma da Ossétia do Norte. Na Segunda Guerra Mundial, sofreu uma série de ataques por parte de invasores da Alemanha nazista.

A RSS da Ossétia do Norte se declarou uma república autônoma da União Soviética em 20 de junho de 1990, e teve seu nome alterado para o atual no ano seguinte.

Período pós-soviético

A dissolução da União Soviética trouxe problemas especiais para o povo osseta, que se viu dividido entre a Ossétia do Norte, que fazia parte da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, e a Ossétia do Sul, que fazia parte da República Socialista Soviética da Geórgia. Em dezembro de 1990, o Soviete Supremo da Geórgia aboliu o enclave autônomo osseta em seu território em meio ao crescimento das tensões étnicas na região, e boa parte da população cruzou a fronteira para a Ossétia do Norte. Cerca de 70.000 refugiados que haviam se instalado no distrito de Prigorodny entraram em conflito com a população predominantemente inguche, o que levou ao conflito osseta-inguche.

Além de ter que lidar com os efeitos do conflito na Ossétia do Sul, a Ossétia do Norte teve que lidar com os refugiados provocados pelas guerras travadas em sua vizinha, a Chechênia, bem como as consequências daquele conflito. O incidente mais sangrento foi a crise de reféns em Beslan, em setembro de 2004, na qual insurgentes chechenos leais a Shamil Basayev (que negou e depois assumiu responsabilidade) invadiram e tomaram controle de uma escola, mantendo centenas de reféns. Durante a troca de tiros entre os terroristas e as forças de segurança russas que pôs um fim à crise, 335 civis, a maioria crianças, morreram. Um professor de educação física, Yanis Kanidis, um grego do Cáucaso natural da Geórgia, também foi morto após ter salvo a vida de muitas das crianças.

Referências

  1. Федеральная служба государственной статистики (Seviço Federal de Estatísticas Estatais) (2011). «Всероссийская перепись населения 2010 года. Том 1 (2010 All-russo Population Census, vol. 1)». Всероссийская перепись населения 2010 года (2010 All-Russia Population Census) (em russo). Seviço Federal de Estatísticas Estatais. Consultado em 29 de junho de 2012 
  2. Shnirelman, Victor (2006). "The Politics of a Name: Between Consolidation and Separation in the Northern Caucasus". Acta Slavica Iaponica 23, p. 37–49.
  3. https://s23.postimg.org/aze2tqr9n/2fec9d793e3d.jpg?noredir=1
  4. http://s50.radikal.ru/i129/1003/22/2fec9d793e3d.jpg
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