Psocoptera
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Fevereiro de 2008) |
Psocoptera | |
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Graphopsocus cruciatus | |
Classificação científica | |
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Ordem: | Psocoptera
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Os Psocoptera são pequenos insetos hemipteróides de vida livre, exopterygotos neóptera, com cabeça grande e móvel; antenas filiformes e pós-clípeo bulboso. As mandíbulas são assimétricas, maxilas com lacínia arredondada, palpos labiais reduzidos. Suas quatro asas membranosas são mantidas “em telhado” sobre o abdome, e têm venação reduzida; braquipteria e apteria de um dos sexos é freqüente no grupo. Os tarsos são dímeros ou trímeros em adultos, mas sempre dímeros nas ninfas. Não apresentam cercos.
O tamanho dos adultos varia de 1 a 10mm. São encontrados em todas as regiões biogeográficas do mundo. A forma da hipofaringe dos Psocoptera é peculiar porque apresenta adaptações anátomo-fisiológicas para absorver vapor de água do ar atmosférico.
É uma ordem relativamente pequena, com pouco mais de 3.000 espécies descritas.
Biologia geral
Os Psocoptera são importantes por tornarem os recursos da microflora disponíveis pra outros grupos de organismos na teia alimentar.
Os juvenis, em geral, apresentam comportamento gregário; algumas espécies podem ser encontradas explorando um mesmo recurso ou condição microclimática. Quando são perturbados, se dispersam mas voltam a se juntar após cessada a perturbação. Entretanto, os adultos são solitários e só suportam a convivência com os parceiros durante as épocas de cortejamento e cópula.
Pequenos grupos de adultos e ninfas são algumas vezes encontrados em teias (de seda) comum. O tamanho da teia depende da espécie. Numa das famílias (Archipsocidae), as teias podem ser tão grandes ao ponto de cobrirem totalmente um tronco ou galho de grandes árvores. Ninfas de algumas espécies tornam-se inconspícuas, recobrindo-se com fragmentos do habitat que tornam-se aderidos ao seus pêlos glandulares. Ninfas e adultos podem se tornar miméticos aos ambientes onde ocorrem, adquirindo o mesmo padrão de cor. Não se sabe se cromatóforos estão envolvidos neste processo.
Algumas espécies apresentam um órgão estridulatório na coxa. Um espécie da Nova Guiné parece apresentar estrutura estridulatória no tórax e base das asas. Certas espécies que ocorrem em construções humanas produzem um barulho audível, friccionando ou batendo o abdome contra o substrato.
O polimorfismo é comum em várias famílias, envolvendo principalmente a perda ou redução das asas nas fêmeas. Mas pode ocorrer também em ambos os sexos. O controle do polimorfismo, pelo menos em parte e, para algumas espécies, parece ser governado por fatores ambientais.
A perda ou redução das asas é geralmente acompanhada da perda dos tricobótrios (pêlos sensoriais muito finos dos tarsos), dos ocelos e órgãos coxais. Além disso há a retenção de um par de cerdas nos paraproctos (um par de lobos látero-ventrais ao ânus) nos adultos, indicando que aquele polimorfismo é associado com o fenômeno da neotenia.
Habitats
Os Psocoptera podem ser encontrados nas folhas, galhos ou troncos de árvores e arbustos, sob ou sobre a casca, em rochas, em cavernas, habitações humanas ou em produtos armazenados (incluindo grãos). Algumas espécies ocorrem em vários habitats, mas muitas são confinadas a tipos específicos de vegetação.
Dieta
Se alimentam de algas unicelulares, liquens, hifas de fungos, esporos e fragmentos de plantas ou tecidos de insetos mortos. Algumas espécies podem destruir coleções entomológicas.
Estágios imaturos
Os ovos são elipsoidais ou oblongos, de córion fino. A eclosão foi estudada em poucas espécies. Nestas, a ninfa é auxiliada no momento da eclosão, por uma estrutura arrebentadora da casca do ovo (“egg burster”), localizada na cutícula da região cefálica do embrião, mas tal estrutura é perdida imediatamente após a eclosão.
As ninfas apresentam por volta de seis instares, mas este número pode variar principalmente nas espécies polimórficas. Os rudimentos da genitália externa podem ser visualizados nas ninfas de último instar.
Reprodução
A cópula, via de regra, é precedida por uma dança nupcial: o macho se expõe à face da fêmea e, em seguida, ele se apresenta de costas à fêmea tentando passar por baixo dela, pela frente. Em algumas espécies a fêmea apresenta um comportamento ativo de corte, às vezes, chega a ser dominante.
O cortejamento varia de poucos segundos a 10 minutos, e a cópula demora de poucos segundos à várias horas, dependendo da espécie. Os espermatozóides são transferidos em um espermatóforo.
Os ovos são postos isolados ou em grupo, sob ou sobre cascas ou folhas; neste último caso, geralmente na face inferior, adjacente a uma veia foliar. Podem ser recobertos por seda ou incrustados com fragmentos do ambiente.
A viviparidade ocorre em espécies de Archipsocopsis (Archipsocidae) e a partenogênese obrigatória é freqüente. Machos são raros em algumas espécies. Em outras, eles ocorrem em alguns períodos do ano mas não em outros; a partenogênese facultativa também ocorre.
As estratégias de desenvolvimento variam de espécie para espécie, podendo variar intraespecificamente, também, sob diferentes condições ambientais.
Os psocópteros podem ser univoltinos com um período de diapausa; multivoltinos facultativos, ou com reprodução contínua e sobreposição de gerações ao longo do ano.
Inimigos naturais
Seus predadores podem ser pássaros, pererecas, geconídeos (lagartos), aranhas, pseudoescorpiões, larvas de Neuroptera, formigas, reduviídeos, cimicoídeos, vespas e tripes. Como parasitas destacam-se fungos, nematóides e protozoários; e entre os parasitóides destacam-se os himenópteros Mymaridae e Braconidae.
Importância econômica
Podem causar certo prejuízo a produtos (incluindo grãos) armazenados, mas, de um modo geral, só têm acesso aos produtos mal-acondicionados. São de maior importância econômica em coleções entomológicas, herbários, bibliotecas e livrarias.
Geralmente ocorrem em residências, onde causam mais nojo que prejuízos. É provável que algumas espécies sejam hospedeiras intermediárias de platelmintos parasitas, como as fascíolas de ovinos.