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Vaginite: diferenças entre revisões

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vaginose bcteriana -quadro clinico e fisiopatologia
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diagnostico e tratamento da vaginose bacteriana
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Clinicamente, a vaginose bacteriana pode ser tanto assintomática quanto sintomática. 2 O quadro clínico caracteriza-se por corrimento de intensidade variável, acompanhado de odor vaginal fétido (descrito frequentemente como “odor de peixe”). Por vezes, a paciente refere apenas o odor, estando o corrimento ausente. O odor fétido piora com a relação sexual desprotegida e durante a menstruação, devido a alcalinidade do sêmen ou do sangue menstrual. O corrimento pode variar de um aspecto esbranquiçado ao amarelo.
Clinicamente, a vaginose bacteriana pode ser tanto assintomática quanto sintomática. 2 O quadro clínico caracteriza-se por corrimento de intensidade variável, acompanhado de odor vaginal fétido (descrito frequentemente como “odor de peixe”). Por vezes, a paciente refere apenas o odor, estando o corrimento ausente. O odor fétido piora com a relação sexual desprotegida e durante a menstruação, devido a alcalinidade do sêmen ou do sangue menstrual. O corrimento pode variar de um aspecto esbranquiçado ao amarelo.


Não é comum o paciente apresentar prurido, a menos que haja outras afecções associadas, como a candidíase. <ref>Fernandes, Cesar Eduardo (2019). ''Tratado de Ginecologia Febrasgo''. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil Ltda. p. 267</ref>{{Referências}}
Não é comum o paciente apresentar prurido, a menos que haja outras afecções associadas, como a candidíase. <ref>Fernandes, Cesar Eduardo (2019). ''Tratado de Ginecologia Febrasgo''. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil Ltda. p. 267</ref>

=== Diagnóstico ===
Pode ser feito através dos critérios de Amsel, porém a associação de apenas 3 sinais ou sintomas já é suficiente para confirmar o diagnóstico de vaginose bacteriana. Os critérios são:

* pH vaginal maior que 4,5;

* Leucorréia: cremosa, homogênea, cinzenta e aderida às paredes vaginais e colo;
* Teste das aminas/ Whiff-test: é adicionado de 1 a 2 gotas de hidróxido de potássio (KOH) a 10% na secreção vaginal e depositado em uma lâmina. Se houver o surgimento imediato de um odor desagradável (peixe em putrefação) é característico à teste positivo. Esse é um exame simples e de fácil avaliação.
* Exame a fresco (microscopia): há a presença de clue cells (células epiteliais vaginais cobertas de gardnerella vaginalis). Essas células constituem um dos melhores indicadores de vaginose, especialmente quando presentes em mais de 20% das células.

O diagnóstico pode ser feito também por meio do Gram da secreção vaginal e do citopatológico, onde será possível visualizar as clue cells. <ref>''Passos, Eduardo Pandolfi (2017). Rotinas em Ginecologia. Porto Alegre: Artmed Editora Ltda. p. 141''</ref>

=== Tratamento ===
As pacientes sintomáticas devem ser tratadas, não sendo necessário o tratamento de todas as pacientes assintomáticas (50 – 70% dos casos), destas serão tratadas apenas as que forem submetidas a procedimentos ginecológicos.

Geralmente o tratamento consiste na administração de antibióticos, como a clindamicina ou metronidazol.

O metronidazol via oral (VO) ou tópico durante 5 a 7 dias é a droga de primeira escolha e em pacientes alérgicas ou impossibilitadas de fazer o uso do metronidazol, o fármaco de escolha será a clindamicina.

Apesar do tratamento em esquema de dose única ter eficácia reduzida, pode ser utilizado em pacientes com risco de descontinuação do tratamento. Nestes casos utilizar metronidazol ou secnidazol 2g, VO dose única.

É comum a recorrência após o tratamento em mais de 30% das mulheres em até três meses. Nestes casos o tratamento usual com metronidazol deve ser repetido e na ausência de resposta deve ser reavaliado o esquema terapêutico.

O tratamento também deve ser realizado nas gestantes sintomáticas e também para aquelas com alto risco de desenvolverem trabalho de parto prematuro (TPP), já que a presença de infecção se associa a esta condição. O esquema terapêutico de escolha nas gestantes é o metronidazol VO e durante a lactação, dar preferência as medicações tópicas.

Está em discussão se a profilaxia probiótica diminui a recorrência de vaginose bacteriana.<ref>''Passos, Eduardo Pandolfi (2017). Rotinas em Ginecologia. Porto Alegre: Artmed Editora Ltda. p. 141''</ref>{{Referências}}


{{Doenças da pelve, genitais e mamas}}
{{Doenças da pelve, genitais e mamas}}

Revisão das 17h58min de 14 de outubro de 2020

Vaginite
Vaginite
Células do colo do útero revestidas por bactérias Gardnerella vaginalis durante uma vaginose bacteriana, a infeção vaginal mais comum.
Sinónimos Vulvovaginite, infecção vaginal, inflamação vaginal[1]
Especialidade Ginecologia
Sintomas Prurido, ardor, dor, corrimento vaginal, mau odor[1]
Causas Infeções (vaginose bacteriana, vaginite por candidíase , tricomoníase), reações alérgicas, estrogénio baixo[2]
Método de diagnóstico Exame vaginal, medição do pH, cultura microbiológica do corrimento[3]
Condições semelhantes Inflamação do colo do útero, doença inflamatória pélvica, cancro, presença de corpos estranhos[3]
Tratamento Baseado nas causas[1]
Frequência ~33% das mulheres em dado momento da vida[4]
Classificação e recursos externos
CID-9 616.10, 616.1
CID-11 290861382
DiseasesDB 14017
MedlinePlus 000566
eMedicine 257141
MeSH D014627
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Vaginite ou vulvovaginite é a inflamação da vagina e da vulva.[4][5] Os sintomas mais comuns são comichão, ardor, dor, corrimento vaginal e mau odor.[1] Alguns tipos de vaginite podem causar complicações durante a gravidez.[1]

As três principais causas são infeções, especificamente vaginose bacteriana, vaginite por candidíase e tricomoníase).[2] Entre outras causas menos comuns estão alergias a substâncias como espermicidas e sabões, ou a diminuição da quantidade de estrogénio no corpo durante a amamentação ou durante a menopausa.[2] É possível que a mesma infeção tenha mais de uma causa.[2] As causas mais comuns variam conforme a idade.[3]

O diagnóstico geralmente consiste num exame vaginal, na medição do pH, e na cultura microbiológica do corrimento vaginal.[3] Para o diagnóstico deve ser excluída a presença de outras doenças que manifestam sintomas semelhantes, como a inflamação do colo do útero, a doença inflamatória pélvica, o cancro, a presença de corpos estranhos ou doenças da pele.[3]

O tratamento depende da causa subjacente.[1] Se a causa é uma infeção, essa infeção deve ser tratada.[3] Os banhos de assento podem ajudar a aliviar os sintomas.[3] Os sabões e produtos de higiene feminina como sprays não devem ser usados.[3] Cerca de um terço das mulheres são afetadas por vaginite pelo menos uma vez na vida.[4] A doença é mais comum entre mulheres em idade fértil.[4]

Vaginose Bacteriana

Definição

A vaginose bacteriana é uma síndrome clínica polimicrobiana caracterizada por um desequilíbrio da microbiota vaginal causado por um aumento exagerado de bactérias anaéróbicas (Provetella sp. e Mobiluncus sp.), Gardnerella vaginalis, Ureasplasma sp., Mycoplasma sp. e outros anaeróbicos que associados à redução ou ausência dos lactobacilos acidófilos (Lactobacillus sp. produtores de peróxido de hidrogênio). [6]

Epidemiologia

Dentre as infecções genitais, a vaginose bacteriana é a principal desordem vaginal em mulheres em idade fértil, sendo responsável por mais 60% das alterações vulvovaginais. Estima-se que aproximadamente 20 a 30% das mulheres no mundo apresentem vaginose bacteriana, podendo elevar a prevalência para 50 a 60% nas populações com comportamento de risco.[7]

Além disso, é a causa mais comum de corrimento vaginal, afetando cerca de 10-30% das gestantes e 10% das mulheres atendidas na Atenção Básica, podendo ser em alguns casos, assintomática.[8]

O principal agente etiológico envolvido é a Gardnerella vaginalis, sendo uma bactéria presente na microbiota vaginal normal sendo detectada em torno de 20 a 80% das mulheres sexualmente ativas e em quase todas as mulheres sintomáticas. Além dela, há outras bactérias que podem causar a vaginose bacteriana, tais como as dos gêneros Prevotella, Peptostreptococcus, Bacterioides, Mobiluncos, Micoplasma e a espécie Atopobium vaginae[9]

Fisiopatologia

A vagina é um ambiente microbiológico seletivo, com isso a flora residente resiste a colonização de microoranismos exógenos e auxilia na saúde da mulher. Essa flora consiste de microorganismos que coexistem com o organismo humano, mas é um equilíbrio delicado e qualquer mudança pode tornar esses mesmos organismos agressivos tornando-os responsáveis por infecções.

A vaginose bacteriana é um exemplo, essa doença é uma infecção causada pelo microorganismo Gardnerlla varginales que é uma bactéria presente em até 80% das mulheres sexualmente ativas e saudáveis. Mas a VB ocorre quando há um desequilíbrio da microbiota vaginal, esse desequilíbrio pode ser causado tanto por fatores endógenos como pelo estrógeno, como por fatores exógenos, como o esperma. Esses fatores levam a mudanças no PH vaginal, com essa mudança há uma seleção com aumento exagerado da flora anaeróbica levando a um aumento concomitante da produção de substâncias protetoras quem em alta quantidade se tornam prejudiciais e levam ao mau cheiro.

Na vaginose, ao contrário das vaginites, não há lesão tecidual, ou quando ela existe é mínima, o que ocorre é apenas o desequilíbrio da microbiota vaginal.

A VB pode ainda ser dividida em dois tipos: I – quando há predomínio de Gardnerella vaginalis

e a tipo II, quando esta está associada a Mobilluncus sp e demais bactérias.

Nessa patologia, as bactérias anaeróbias tem como produto final de seu metabolismo ácido succínico e ácido acético o que impede a quimiotaxia dos leucócitos o que dificulta a resposta imune do hospedeiro.[10]

Quadro Clínico

Clinicamente, a vaginose bacteriana pode ser tanto assintomática quanto sintomática. 2 O quadro clínico caracteriza-se por corrimento de intensidade variável, acompanhado de odor vaginal fétido (descrito frequentemente como “odor de peixe”). Por vezes, a paciente refere apenas o odor, estando o corrimento ausente. O odor fétido piora com a relação sexual desprotegida e durante a menstruação, devido a alcalinidade do sêmen ou do sangue menstrual. O corrimento pode variar de um aspecto esbranquiçado ao amarelo.

Não é comum o paciente apresentar prurido, a menos que haja outras afecções associadas, como a candidíase. [11]

Diagnóstico

Pode ser feito através dos critérios de Amsel, porém a associação de apenas 3 sinais ou sintomas já é suficiente para confirmar o diagnóstico de vaginose bacteriana. Os critérios são:

  • pH vaginal maior que 4,5;
  • Leucorréia: cremosa, homogênea, cinzenta e aderida às paredes vaginais e colo;
  • Teste das aminas/ Whiff-test: é adicionado de 1 a 2 gotas de hidróxido de potássio (KOH) a 10% na secreção vaginal e depositado em uma lâmina. Se houver o surgimento imediato de um odor desagradável (peixe em putrefação) é característico à teste positivo. Esse é um exame simples e de fácil avaliação.
  • Exame a fresco (microscopia): há a presença de clue cells (células epiteliais vaginais cobertas de gardnerella vaginalis). Essas células constituem um dos melhores indicadores de vaginose, especialmente quando presentes em mais de 20% das células.

O diagnóstico pode ser feito também por meio do Gram da secreção vaginal e do citopatológico, onde será possível visualizar as clue cells. [12]

Tratamento

As pacientes sintomáticas devem ser tratadas, não sendo necessário o tratamento de todas as pacientes assintomáticas (50 – 70% dos casos), destas serão tratadas apenas as que forem submetidas a procedimentos ginecológicos.

Geralmente o tratamento consiste na administração de antibióticos, como a clindamicina ou metronidazol.

O metronidazol via oral (VO) ou tópico durante 5 a 7 dias é a droga de primeira escolha e em pacientes alérgicas ou impossibilitadas de fazer o uso do metronidazol, o fármaco de escolha será a clindamicina.

Apesar do tratamento em esquema de dose única ter eficácia reduzida, pode ser utilizado em pacientes com risco de descontinuação do tratamento. Nestes casos utilizar metronidazol ou secnidazol 2g, VO dose única.

É comum a recorrência após o tratamento em mais de 30% das mulheres em até três meses. Nestes casos o tratamento usual com metronidazol deve ser repetido e na ausência de resposta deve ser reavaliado o esquema terapêutico.

O tratamento também deve ser realizado nas gestantes sintomáticas e também para aquelas com alto risco de desenvolverem trabalho de parto prematuro (TPP), já que a presença de infecção se associa a esta condição. O esquema terapêutico de escolha nas gestantes é o metronidazol VO e durante a lactação, dar preferência as medicações tópicas.

Está em discussão se a profilaxia probiótica diminui a recorrência de vaginose bacteriana.[13]

Referências

  1. a b c d e f «Vaginitis». NICHD (em inglês). 2016. Consultado em 14 de outubro de 2018 
  2. a b c d «What causes vaginitis?». NICHD (em inglês). 2016. Consultado em 14 de outubro de 2018 
  3. a b c d e f g h «Overview of Vaginitis». Merck Manuals Professional Edition. Maio de 2018. Consultado em 14 de outubro de 2018 
  4. a b c d «Vaginitis». ACOG. Setembro de 2017. Consultado em 14 de outubro de 2018 
  5. Ferri, Fred F. (2016). Ferri's Clinical Advisor 2017 E-Book: 5 Books in 1 (em inglês). [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 1333. ISBN 9780323448383 
  6. TEIXEIRA, Pedro; SILVA, Glenda; TEIXEIRA, Luiz. PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À VAGINOSE BACTERIANA EM MULHERES ATENDIDAS PELO SUS NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO/MG. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE FARMÁCIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS, [S. l.], p. 1-86, 16 ago. 2018.
  7. SOCIEDADE PORTUGUESA DE GINECOLOGIA. REVISÃO DOS CONSENSOS EM INFECÇÕES VULVOVAGINAIS: Vaginose bacteriana. Reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, [S. l.], p. 39-43, 17 mar. 2012.
  8. PROTOCOLO Clínico e Diretrizes Terapêuticas Infecções Sexualmente Transmissíveis: Relatório de Recomendação. CONITEC, [S. l.], p. 39, 1 abr. 2015.
  9. Duarte, Suzane (Outubro de 2019). «Fisiopatologia, diagnóstico e tratamento da vaginose bacteriana». BrazilianJournal of Development. Consultado em 14 de outubro de 2020
  10. Silva Duarte, Suzane Meriely; Faria, Felipe Venancio; Souza Lima, Ricardo Matos; Sampaio, Jéssica Soares; Maia, Tatiana Mesquita Basto; Guimarães, Greg Resplande; Martins, Miquéias de Oliveira; Deprá, Liliane Buzzi Borghezan (2019). «Fisiopatologia, diagnóstico e tratamento da vaginose bacteriana». Brazilian Journal of Development (10): 21467–21475. ISSN 2525-8761. doi:10.34117/bjdv5n10-300. Consultado em 14 de outubro de 2020 
  11. Fernandes, Cesar Eduardo (2019). Tratado de Ginecologia Febrasgo. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil Ltda. p. 267
  12. Passos, Eduardo Pandolfi (2017). Rotinas em Ginecologia. Porto Alegre: Artmed Editora Ltda. p. 141
  13. Passos, Eduardo Pandolfi (2017). Rotinas em Ginecologia. Porto Alegre: Artmed Editora Ltda. p. 141