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Pajé: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Xamã guarani.jpg|180px|thumb|Pajés [[guaranis]] em dança festiva, em 2007.]]

O '''pajé''' ou '''pagé'''<ref>[http://pt.thefreedictionary.com/Pag%C3%A9 Pagé, The Free Dictionary by Farlex]</ref> é uma pessoa de destaque em certas [[tribo]]s [[Povos ameríndios|indígenas]] da [[América do Sul]]. São [[curandeiro]]s, tidos como portadores de poderes ocultos, ou orientadores espirituais.
[[Ficheiro:Xamã guarani.jpg|150px|thumb|Pajés [[guaranis]] em dança festiva, 2007]]

O '''pajé''' ou '''pagé'''<ref>[http://pt.thefreedictionary.com/Pag%C3%A9 Pagé, The Free Dictionary by Farlex]</ref> é uma pessoa de destaque em certas tribos [[Povos ameríndios|indígenas]], são [[curandeiro]]s, tidos como portadores de poderes ocultos ou orientadores espirituais.


==Terminologia==
==Terminologia==
Segundo o [[dicionário Aurélio]] é uma palavra de origem [[tupi]], adotada como termo das disciplinas [[antropologia]] e [[etnologia]] brasileira que designa o especialista ritual que, nas comunidades indígenas brasileiras, tem a atribuição ou o suposto poder referido ao de comunicar-se com as diversas potências e seres não humanos (espírito de animais, de pessoas mortas, etc.) tendo como sinonímia os termos: [[xamã]], manda-chuva, benzedor e [[curandeiro]]. Outras terminologias se aplicam: caraíbas, paié, pagi, pay, payni, pai <ref name="BOTELHO">BOTELHO, João Bosco; COSTA, Hideraldo Lima da. Pajé: reconstrução e sobrevivência. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 13, n. 4, Dec. 2006 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702006000400009&lng=en&nrm=iso>. access on 25 Oct. 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702006000400009.</ref> <ref>Cunha, Antonio Geraldo da 1982 Dicionário histórico das palavras portuguesas de origem tupi. 2. ed. São Paulo: Melhoramentos. </ref>
Segundo o [[dicionário Aurélio]], é uma palavra de origem [[língua tupi|tupi]], adotada como termo das [[disciplina]]s de [[antropologia]] e [[etnologia]] brasileira. Designa o [[Experto|especialista]] [[ritual]] que, nas [[povos indígenas do Brasil|comunidades indígenas brasileiras]], tem a atribuição ou o suposto poder de comunicar-se com as diversas potências e seres não humanos ([[espírito]]s de animais, de pessoas mortas etc.). Tem, como [[sinonímia]], os termos: [[xamã]], manda-chuva, [[benzedor]] e [[curandeiro]]. Outras terminologias se aplicam: caraíbas, paié, pagi, pay, payni, pai.<ref name="BOTELHO">BOTELHO, João Bosco; COSTA, Hideraldo Lima da. Pajé: reconstrução e sobrevivência. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 13, n. 4, Dec. 2006 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702006000400009&lng=en&nrm=iso>. access on 25 Oct. 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702006000400009.</ref> <ref>Cunha, Antonio Geraldo da 1982 Dicionário histórico das palavras portuguesas de origem tupi. 2. ed. São Paulo: Melhoramentos. </ref>


==Funções==
==Funções==
Assim como os [[xamã]]s, podem assumir o papel de médicos, sacerdotes e fazer uso de plantas para fins medicinais ou invocação de entidades. Normalmente, o conhecimento da utilização da planta correta para cada caso ou situação é passado de geração em geração, trazendo assim uma responsabilidade para o pajé da tribo.
Assim como os [[xamã]]s, podem assumir o papel de [[médico]]s, [[sacerdote]]s e fazer uso de [[Planta medicinal|plantas para fins medicinais]] ou [[invocação]] de [[Entidade espiritual|entidades]]. Normalmente, o conhecimento da utilização da planta correta para cada caso ou situação é passado de [[geração]] em geração, trazendo, assim, uma [[responsabilidade]] para o pajé da tribo.
Alguns índios acreditam que os pajés têm ligações diretas com os deuses, sendo representantes escolhidos pelos deuses para passar a profecia ao povo.<ref name="BOTELHO"/>
Alguns índios acreditam que os pajés têm ligações diretas com os [[divindade|deuses]], sendo representantes escolhidos pelos deuses para passar a [[profecia]] ao povo.<ref name="BOTELHO"/>
== Pajelança ==

A ''[[Encantaria#Pajelança|Pajelança]]'' ou ''Cura'' diz respeito a um sistema médico-religioso praticado na [[Amazônia|região amazônica]], no qual se recebem entidades chamadas de [[Encantado (entidade)|encantados]]. O curador ou pajé entra em transe, identificando o mal que acomete a pessoa que buscou ajuda e prepara medicamentos naturais para o tratamento das enfermidades. Com a chegada dos negros na região, ritos africanos e indígenas foram mesclados, em especial no [[Maranhão]] e no [[Pará]], influenciando religiões sincréticas como o [[Tambor de Mina|tambor de mina]], o [[terecô]] e o [[babaçuê]].<ref>{{citar web|url=https://docplayer.com.br/57948419-As-faces-da-umbanda-no-piaui.html|titulo=Religiões afroameríndias no Piauí|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.xamanismo.com.br/pajelanca/|titulo=Pajelança|data=2018-07-05|acessodata=2018-12-17|obra=Xamanismo|ultimo=Kbello|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://educalingo.com/pt/dic-pt/pajelanca|titulo=PAJELANÇA - Definição e sinônimos de pajelança no dicionário português|acessodata=2018-12-17|obra=educalingo.com|lingua=pt}}</ref>
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== {{Ver também}}==
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==Leitura adicional==
==Leitura adicional==
* BRUNELLI, Gilio (1996) '''Do xamanismo aos xamãs: estratégias tupi-mondé frente à sociedade envolvente''''. In: Langdon, E. Jean Matteson (org.) Xamanismo no Brasil: novas perspectivas. Florianópolis: Ed. UFSC.
* BRUNELLI, Gilio (1996). ''Do xamanismo aos xamãs: estratégias tupi-mondé frente à sociedade envolvente''. In: Langdon, E. Jean Matteson (org.) Xamanismo no Brasil: novas perspectivas. Florianópolis: Ed. UFSC.
* VILLAS BOAS, ORLANDO. A arte dos pajés, impressões sobre o universo espiritual xinguano. SP, Globo, 2000
* VILLAS BOAS, ORLANDO. ''A arte dos pajés, impressões sobre o universo espiritual xinguano''. SP, Globo, 2000


== Ligações externas ==
== Ligações externas ==
* [https://www.significados.com.br/paje/ Significado de Pajé, Significados]
* [https://www.significados.com.br/paje/ Significado de Pajé, Significados.]


[[Categoria:Sacerdotes]]
[[Categoria:Sacerdotes]]

Revisão das 23h07min de 27 de janeiro de 2019

 Nota: Para outros significados, veja Pajé (desambiguação).
Pajés guaranis em dança festiva, em 2007.

O pajé ou pagé[1] é uma pessoa de destaque em certas tribos indígenas da América do Sul. São curandeiros, tidos como portadores de poderes ocultos, ou orientadores espirituais.

Terminologia

Segundo o dicionário Aurélio, é uma palavra de origem tupi, adotada como termo das disciplinas de antropologia e etnologia brasileira. Designa o especialista ritual que, nas comunidades indígenas brasileiras, tem a atribuição ou o suposto poder de comunicar-se com as diversas potências e seres não humanos (espíritos de animais, de pessoas mortas etc.). Tem, como sinonímia, os termos: xamã, manda-chuva, benzedor e curandeiro. Outras terminologias se aplicam: caraíbas, paié, pagi, pay, payni, pai.[2] [3]

Funções

Assim como os xamãs, podem assumir o papel de médicos, sacerdotes e fazer uso de plantas para fins medicinais ou invocação de entidades. Normalmente, o conhecimento da utilização da planta correta para cada caso ou situação é passado de geração em geração, trazendo, assim, uma responsabilidade para o pajé da tribo. Alguns índios acreditam que os pajés têm ligações diretas com os deuses, sendo representantes escolhidos pelos deuses para passar a profecia ao povo.[2]

Pajelança

A Pajelança ou Cura diz respeito a um sistema médico-religioso praticado na região amazônica, no qual se recebem entidades chamadas de encantados. O curador ou pajé entra em transe, identificando o mal que acomete a pessoa que buscou ajuda, e prepara medicamentos naturais para o tratamento das enfermidades. Com a chegada dos negros na região, ritos africanos e indígenas foram mesclados, em especial no Maranhão e no Pará, influenciando religiões sincréticas como o tambor de mina, o terecô e o babaçuê.[4][5][6]

Ver também

Referências

  1. Pagé, The Free Dictionary by Farlex
  2. a b BOTELHO, João Bosco; COSTA, Hideraldo Lima da. Pajé: reconstrução e sobrevivência. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 13, n. 4, Dec. 2006 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702006000400009&lng=en&nrm=iso>. access on 25 Oct. 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702006000400009.
  3. Cunha, Antonio Geraldo da 1982 Dicionário histórico das palavras portuguesas de origem tupi. 2. ed. São Paulo: Melhoramentos.
  4. «Religiões afroameríndias no Piauí» 
  5. Kbello (5 de julho de 2018). «Pajelança». Xamanismo. Consultado em 17 de dezembro de 2018 
  6. «PAJELANÇA - Definição e sinônimos de pajelança no dicionário português». educalingo.com. Consultado em 17 de dezembro de 2018 

Leitura adicional

  • BRUNELLI, Gilio (1996). Do xamanismo aos xamãs: estratégias tupi-mondé frente à sociedade envolvente. In: Langdon, E. Jean Matteson (org.) Xamanismo no Brasil: novas perspectivas. Florianópolis: Ed. UFSC.
  • VILLAS BOAS, ORLANDO. A arte dos pajés, impressões sobre o universo espiritual xinguano. SP, Globo, 2000

Ligações externas