Carl Rogers: diferenças entre revisões
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Revisão das 01h07min de 18 de dezembro de 2011
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Carl Ransom Rogers (8 de janeiro de 1902, Oak Park, Illinois, EUA - 4 de fevereiro de 1987, La Jolla, Califórnia, EUA), Psicólogo norte-americano que foi o primeiro a gravar sessões psicoterapêuticas, com as devidas permissões, tornando possível o estudo objetivo de um processo eminente subjetivo. Em consequência, foram feitas algumas constatações até então impensadas, como a de que o motivo da melhora dos clientes ocorria independente do motivo pelo qual os terapeutas acreditava em que os estavam beneficiando. Comparando-se análises feitas por observadores neutros, verificou-se que elas coincidiam mais com as dos próprios clientes que com a dos psicoterapeutas, ou seja, os primeiros é que percebiam melhor o que realmente os ajudava e o quanto estavam sendo compreendidos ou não por quem os atendia. Sua dedicação à construção de um método científico na psicologia foi reconhecido por prêmio da Associação Americana de Psicologia, da qual também foi eleito presidente, em 1958. Seus métodos científicos estão descritos em livros traduzidos no Brasil como "A Pessoa como Centro" e "Um jeito de ser". “Subvertendo” a “relação de poder” terapeuta-cliente (decorrente do pressuposto, até então, de que psicólogos e psiquiatras é que detinham o conhecimento da subjetividade de seus pacientes)seu trabalho "suberteu" também outras áreas, o que só se tornou visível para o próprio Rogers após décadas de atividades, como relatou em uma de suas últimas e melhores obras, “Sobre o Poder Pessoal” – livro em que traça, por exemplo, um paralelo entre suas descobertas e as de Paulo Freire e de sua “pedagogia do oprimido”. Fruto de suas pesquisas, sistematizou o método da “Terapia centrada no cliente” que depois evoluiu para a “Abordagem centrada na pessoa”(ACP), mas ele próprio afirma que seu objetivo nunca fora criar um sistema próprio de psicoterapia e sim estudar os critérios necessários para a evolução da psicoterapia científica como um todo. É considerado um precursor da psicologia humanista e criador da linha teórica conhecida como Abordagem Centrada na Pessoa (ACP).[1]
Introdução
Ao contrário de outros estudiosos cuja atenção se concentrava na idéia de que todo ser humano possuía uma neurose básica, Rogers concluiu com suas pesquisas que essa visão não era exata, passando a defender que, na verdade, o núcleo básico da personalidade humana era tendente à saúde, ao bem-estar. Tal conclusão sobreveio a um processo meticuloso de investigação científica levado a cabo por ele, ao longo de sua atuação profissional.
Carl Rogers ficou famoso por desenvolver um método psicoterapêutico centrado no próprio paciente. O terapeuta tem que desenvolver uma relação de confiança com o paciente para poder fazer com que ele encontre sozinho sua própria cura.
Esse psicólogo marcou não só a Psicologia Clínica, como também, a Psicoterapia, Administração – de empresas e de escolas etc. - o Aconselhamento Psicológico, Aconselhamento Pastoral, a Educação e Pedagogia, a Psicopedagogia, Orientação Educacional, assim como a Literatura, o Cinema e as Artes, de modo explícito ou implícito, consciente ou não conscientemente.
Foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 18 de janeiro de 1987.[2]
Realizou-se doze filmes sobre o seu trabalho, deixando um elevado número de documentos sonoros e audiovisuais, que (des)velam seus modos de ser sendo psicólogo (psicoterapeuta).
Publicou 16 livros, dentre os quais se destacam: "Tornar-se Pessoa", "Um Jeito de Ser", "Terapia Centrada no Cliente" e "Liberdade de aprender em nossa época".
Principais idéias
A partir dessa concepção primária, o processo psicoterapêutico consiste em um trabalho de cooperação entre psicólogo e cliente, cujo objetivo é a liberação desse potencial de crescimento, tendo como resultado a pessoa aberta à experiência,vivendo de maneira existencial,tornando-se ele mesmo.
Há três condições básicas e simultâneas defendidas por Rogers como facilitadoras,no relacionamento entre psicoterapeuta e cliente, para que ocorra a atualização desse núcleo essencialmente positivo existente em cada um de nós. São elas: a consideração positiva incondicional; a empatia e a congruência.
Em linhas gerais, ter consideração positiva incondicional é receber a aceitar a pessoa como ela é e expressar uma consideração positiva por ela, simplesmente por que ela existe, não sendo necessário que faça ou seja isto ou aquilo,portanto,aceitá-la incondicionalmente; a empatia, por sua vez, consiste na capacidade de se colocar no lugar do outro, ver o mundo através dos olhos dele e procurar sentir como ele sente;e a congruência, a coerência interna do próprio terapeuta.
O interessante na abordagem rogeriana é que a aplicação do seu método em psicoterapia, passa por um processo de amadurecimento do próprio psicoterapeuta, já que ele não pode simplesmente apropriar-se de uma "técnica", mas que lhe seja próprio e natural agir conforme as condições desenhadas por Rogers. Percebe-se então, por exemplo, que a expressão de uma afetividade incondicional só ocorre devidamente se brotar com sinceridade do psicólogo; não há como simular tal afetividade. O mesmo ocorre com a empatia e com a congruência. Por isso se diz que não existe uma "técnica rogeriana", mas sim psicólogos cuja conduta pessoal e profissional mais se aproximam da perspectiva de Carl Rogers.
Outro ponto a considerar é que após longos estudos, Rogers chegou à conclusão de que as três condições são eficazes como instrumento de aperfeiçoamento da condição humana em qualquer tipo de relacionamento, tais como: na educação entre professor e aluno, no trabalho, na família,nas relações interpessoais em geral.
Abordagem centrada na pessoa
Há muitos nomes para, o que hoje, aqui estamos a denominar de Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Há psicólogos ou orientadores educacionais, ou mesmo professores que "falam" em Orientação Não Diretiva, ou em Psicoterapia Humanista-Existencial (Corey), de Terapia Centrada no Cliente, de Pedagogia Centrada no Aluno, ou Abordagem Experiencial, de Grupos de Encontro, de Gestão Humana Existencial de Recursos Humanos ou de Gestão Humanista Existencial de Empresas, de Mediação de Conflitos Sociais pela ACP, Políticos ou Raciais Centrados na Pessoa etc.
Enfim, a sua ação ao longo deste século, foi de um contínuo empenho no caminho da liberdade e da libertação das forças interiores (Self) do ser humano, na sua capacidade de enfrentar a si e o outro, no mundo mesmo, e sua tendência a uma atitude de respeito e ao crescimento.
Essas forças internas do ser humano se mostram nos seus modos de ser – ser sendo no mundo - sempre alguém aberto ao desenvolvimento e aprendizagem positivos, tendo dentro de si algo que o impulsiona: a Tendência Atualizante, modos de auto-atualização de suas potencialidades, de fazer, sentir, agir seu próprio florescimento.
Rogers fez severas oposições aos conceitos deterministas de ser humano, buscando fundamentar-se nas Filosofias Humanistas Existenciais e utilizando-se do método fenomenológico de pesquisa. Para Roger, cada pessoa possui em si mesmo as respostas para as suas inquietações e a habilidade necessária para resolver os seus problemas. Por isso, o sentimento de pena e o determinismo seriam maneiras de negar a capacidade de realização de cada indivíduo.[1]
Tornar-se pessoa
Rogers se opôs à teoria de B.F.Skinner de que a personalidade do homem seria moldada pelo meio por meio de condicionamentos operantes. Para Rogers todos os homens são bons na sua essência, e que todo o aprendizado deveria ser organizado no sentido do indivíduo para o meio, e não o contrário[3]. Neste sentido, ele nos diz:
“ | A Questão é saber se podemos permitir que o conhecimento se organize no e pelo indivíduo, em vez de ser organizado para o indivíduo. | ” |
Influências no Brasil
Acusado de "romântico" durante a ditadura militar no Brasil, Rogers chegou a acreditar que a democracia brasileira seria viável caso os governos militares - instalados no poder nacional de então - se submetessem aos Grupos de Encontro e à Psicoterapia. Esse pensamento obviamente impunha, no mínimo, aos psicólogos brasileiros, da época, uma questão ética: Tratar ou não daqueles que eram torturadores?
Rogers expôs suas práticas em inúmeras gravações, tendo também se apresentando num programa de televisão sob o comando de Júlio Lerner,na TV Cultura (8 de março de 1977). Nessa ocasião,foi realizado no estúdio, em tempo real, um Grupo de Encontro com a participação de voluntários, incluindo os próprios funcionários da TV, facilitado por Maria Bowen ,que foi posteriormente comentado por Bowen, John Wood , Raquel Rosemberg e o próprio Rogers.
O CVV (Centro de Valorização da Vida) segue a idéia de conduta em seu atendimento estilo Rogers, onde os volutários atendentes acreditam na tendência atualizante da pessoa sendo atendida.
Notas e Referências
- ↑ a b Denis Gleyce. Pena ou compaixão. Revista Universo Espírita. N°35, ano 3.
- ↑ http://www.nrogers.com/carlrogersevents.html
- ↑ Bill E. Forisha, Frank Milhollan (1978). Skinner X Rogers. Maneiras contrastantes de encarar a educação 8 ed. São Paulo: Summus. 196 páginas. 9788532300355