Palácio dos Bandeirantes: diferenças entre revisões
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O '''Palácio dos Bandeirantes''' é o edifício-sede do [[Governo do Estado de São Paulo]] e [[residência oficial]] do [[Lista de governadores de São Paulo|governador]]. Localizado no distrito do [[Morumbi (São Paulo)|Morumbi]], na cidade de [[ |
O '''Palácio dos Bandeirantes''' é o edifício-sede do [[Governo do Estado de São Paulo]] e [[residência oficial]] do [[Lista de governadores de São Paulo|governador]]. Localizado no distrito do [[Morumbi (distrito de São Paulo)|Morumbi]], na cidade de [[São Paulo]], o palácio também abriga as Casas Civil e Militar, algumas secretarias de estado e um amplo acervo histórico e artístico aberto à visitação pública. |
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O projeto inicial, idealizado em 1938 pelo arquiteto italiano [[Marcello Piacentini]], apresentava linhas abstratas, muros lisos e ampla fachada.<ref>Tognon, 1993, pp. 197-200, 224-225.</ref> Com o início das obras, em 1954, sob a direção do engenheiro Francisco da Nova Monteiro, já possuía um estilo italiano com influência neoclássica.<ref>Campos, 2009, p. 13.</ref> O principal objetivo era abrigar a Universidade Conde Francisco Matarazzo, mas, devido a problemas financeiros, teve suas obras paralisadas. Desapropriado durante a gestão de [[Adhemar de Barros]], o edifício substituiu o [[Palácio dos Campos Elísios]] como sede do poder executivo paulista a partir de 19 de abril de 1964,<ref>{{Citar periódico|titulo=Palácio dos Bandeirantes {{!}} Governo do Estado de São Paulo|jornal=Governo do Estado de São Paulo|url=http://www.saopaulo.sp.gov.br/conhecasp/pontos-turisticos/palacio-dos-bandeirantes/|idioma=pt-BR}}</ref> quando recebeu o nome de Palácio dos Bandeirantes,<ref name="Não_nomeado-yA1Q-1">{{Citar web|url=http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/1321-palacio-dos-bandeirantes|titulo=Palácio dos Bandeirantes|acessodata=2017-04-22|obra=www.cidadedesaopaulo.com|lingua=pt-br}}</ref> além de tornar-se moradia oficial do governador e museu.<ref>[http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/1321-palacio-dos-bandeirantes], site oficial de turismo da cidade de São Paulo.</ref> |
O projeto inicial, idealizado em 1938 pelo arquiteto italiano [[Marcello Piacentini]], apresentava linhas abstratas, muros lisos e ampla fachada.<ref>Tognon, 1993, pp. 197-200, 224-225.</ref> Com o início das obras, em 1954, sob a direção do engenheiro Francisco da Nova Monteiro, já possuía um estilo italiano com influência neoclássica.<ref>Campos, 2009, p. 13.</ref> O principal objetivo era abrigar a Universidade Conde Francisco Matarazzo, mas, devido a problemas financeiros, teve suas obras paralisadas. Desapropriado durante a gestão de [[Adhemar de Barros]], o edifício substituiu o [[Palácio dos Campos Elísios]] como sede do poder executivo paulista a partir de 19 de abril de 1964,<ref>{{Citar periódico|titulo=Palácio dos Bandeirantes {{!}} Governo do Estado de São Paulo|jornal=Governo do Estado de São Paulo|url=http://www.saopaulo.sp.gov.br/conhecasp/pontos-turisticos/palacio-dos-bandeirantes/|idioma=pt-BR}}</ref> quando recebeu o nome de Palácio dos Bandeirantes,<ref name="Não_nomeado-yA1Q-1">{{Citar web|url=http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/1321-palacio-dos-bandeirantes|titulo=Palácio dos Bandeirantes|acessodata=2017-04-22|obra=www.cidadedesaopaulo.com|lingua=pt-br}}</ref> além de tornar-se moradia oficial do governador e museu.<ref>[http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/1321-palacio-dos-bandeirantes], site oficial de turismo da cidade de São Paulo.</ref> |
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== Histórico == |
== Histórico == |
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[[Imagem:Felícia Leirner - Colunas, 1975-76.jpg|250x250px|esquerda|miniatura|''Colunas'' (1975), obra de [[Felícia Leirner]] no jardim do Palácio dos Bandeirantes]] |
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Na década de 1950, o Conde [[Francisco Matarazzo Júnior]], figura de destaque no cenário cultural paulistano e herdeiro das [[Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo]] (IRFM), idealizou a criação de uma instituição de ensino superior especializada em [[Economia]] e [[Administração de Empresas]]. Com esse desígnio, instituiu a Fundação Conde Francisco Matarazzo e dotou-a dos recursos financeiros necessários à construção e manutenção da futura universidade. |
Na década de 1950, o Conde [[Francisco Matarazzo Júnior]], figura de destaque no cenário cultural paulistano e herdeiro das [[Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo]] (IRFM), idealizou a criação de uma instituição de ensino superior especializada em [[Economia]] e [[Administração de Empresas]]. Com esse desígnio, instituiu a Fundação Conde Francisco Matarazzo e dotou-a dos recursos financeiros necessários à construção e manutenção da futura universidade. |
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Em 1954, a fundação encomendou o projeto a um dos [[engenheiros]] das IRFM, Francisco da Nova Monteiro, deixando a seu cargo a responsabilidade pela execução em terreno de propriedade da [[Família Matarazzo (ítalo-brasileira)|família Matarazzo]], no Morumbi. O alvará de "início de obra" foi expedido em janeiro de 1955. A construção iniciou-se no mesmo semestre, mas seria prolongada pelos anos seguintes, devido a problemas financeiros e, mesmo com a estrutura básica pronta, a universidade jamais seria instalada.<ref name="VALLADARES">Valladares, 1998, pp. 9-18.</ref> |
Em 1954, a fundação encomendou o projeto a um dos [[engenheiros]] das IRFM, Francisco da Nova Monteiro, deixando a seu cargo a responsabilidade pela execução em terreno de propriedade da [[Família Matarazzo (ítalo-brasileira)|família Matarazzo]], no Morumbi. O alvará de "início de obra" foi expedido em janeiro de 1955. A construção iniciou-se no mesmo semestre, mas seria prolongada pelos anos seguintes, devido a problemas financeiros e, mesmo com a estrutura básica pronta, a universidade jamais seria instalada.<ref name="VALLADARES">Valladares, 1998, pp. 9-18.</ref> |
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[[Imagem:Bandeira_do_governador_do_estado_de_São_Paulo.svg|miniatura|200px|Pavilhão dos governadores de São Paulo, hasteado no Palácio dos Bandeirantes quando presente o governador |
[[Imagem:Bandeira_do_governador_do_estado_de_São_Paulo.svg|miniatura|200px|Pavilhão dos governadores de São Paulo, hasteado no Palácio dos Bandeirantes quando presente o governador]] |
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Entidades como a [[Fundação Getúlio Vargas]] e a Fundação São Paulo foram contatadas para finalizar a obra e assumir sua direção, mas sem sucesso. Iniciaram-se, então, as negociações com o Governo do Estado de São Paulo, que culminaram com a desapropriação do imóvel, em 22 de abril de 1964, durante a gestão Adhemar de Barros. O Estado nada pagou às IRFM, que ganharam, em troca, incentivos fiscais.<ref name="Inaugurada nova sede">{{citar periódico |
Entidades como a [[Fundação Getúlio Vargas]] e a Fundação São Paulo foram contatadas para finalizar a obra e assumir sua direção, mas sem sucesso. Iniciaram-se, então, as negociações com o Governo do Estado de São Paulo, que culminaram com a desapropriação do imóvel, em 22 de abril de 1964, durante a gestão Adhemar de Barros. O Estado nada pagou às IRFM, que ganharam, em troca, incentivos fiscais.<ref name="Inaugurada nova sede">{{citar periódico |
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No ano seguinte, um decreto do executivo paulista, emitido em 19 de abril, determinou a transferência da sede do governo, até então situada no Palácio dos Campos |
No ano seguinte, um decreto do executivo paulista, emitido em 19 de abril, determinou a transferência da sede do governo, até então situada no [[Palácio dos Campos Elíseos]], para o novo prédio. Em 22 de abril, o palácio foi inaugurado como nova sede do Executivo estadual, em solenidade com a presença de alguns populares, que tiveram dificuldade para chegar ao local, devido à ausência de linhas regulares de ônibus atendendo a região.<ref name="Inaugurada nova sede" /> Em seu discurso, Adhemar falou sobre a mudança: "''[Ela deveu-se à necessidade]'' de se obter um pouco mais de conforto para quem necessita de calma para meditar e resolver os problemas de quinze milhões de brasileiros. Trata-se de nos colocarmos um pouco fora do bulício da cidade, para produzir mais. Aqui eu posso ficar em paz, posso caminhar sem que ninguém me peça dinheiro ou emprego."<ref name="Inaugurada nova sede" /> |
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A princípio, o novo prédio foi utilizado esporadicamente, até porque, quando de sua inauguração, ainda não estava totalmente concluído: apenas os aposentos destinados aos despachos do governador tinham recebido acabamento final.<ref name="Inaugurada nova sede" /> O auditório e o saguão principal, por exemplo, estavam claramente inacabados, assim como diversas outras partes do palácio, inclusive as dependências residenciais: o governador seguiria morando no Palácio dos Campos Elíseos até a conclusão das obras.<ref name="Inaugurada nova sede" /> O sistema de telefonia também não estava plenamente operante, com o [[PABX]] ainda dependendo de instalação, prevista apenas para setembro.<ref name="Inaugurada nova sede" /> Até lá, existiam somente as linhas telefônicas diretas. Foi em 1970, durante a gestão de [[Abreu Sodré]] e após várias reformas para adaptação arquitetônica, que o palácio se tornou sede definitiva do governo. |
A princípio, o novo prédio foi utilizado esporadicamente, até porque, quando de sua inauguração, ainda não estava totalmente concluído: apenas os aposentos destinados aos despachos do governador tinham recebido acabamento final.<ref name="Inaugurada nova sede" /> O auditório e o saguão principal, por exemplo, estavam claramente inacabados, assim como diversas outras partes do palácio, inclusive as dependências residenciais: o governador seguiria morando no Palácio dos Campos Elíseos até a conclusão das obras.<ref name="Inaugurada nova sede" /> O sistema de telefonia também não estava plenamente operante, com o [[PABX]] ainda dependendo de instalação, prevista apenas para setembro.<ref name="Inaugurada nova sede" /> Até lá, existiam somente as linhas telefônicas diretas. Foi em 1970, durante a gestão de [[Abreu Sodré]] e após várias reformas para adaptação arquitetônica, que o palácio se tornou sede definitiva do governo. |
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== O palácio == |
== O palácio == |
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[[Imagem:Bandeirantes - 2.JPG|400x400px|esquerda|miniatura|Salão Nobre do Palácio dos Bandeirantes |
[[Imagem:Bandeirantes - 2.JPG|400x400px|esquerda|miniatura|Salão Nobre do Palácio dos Bandeirantes]] |
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Já no memorial descritivo do projeto do edifício, a Fundação Conde Francisco Matarazzo determinou que fossem utilizados na execução da obra "materiais de primeira qualidade" e que a estrutura, iluminação e ventilação obedecessem "a normas rígidas de construção". O pavilhão principal do edifício possui grande porte: {{formatnum:21153}} [[metro quadrado|metros quadrados]] e três pavimentos, onde foram utilizados diferentes tipos de [[mármore]], [[granito]] e outros materiais.<ref name="SILVA" /> |
Já no memorial descritivo do projeto do edifício, a Fundação Conde Francisco Matarazzo determinou que fossem utilizados na execução da obra "materiais de primeira qualidade" e que a estrutura, iluminação e ventilação obedecessem "a normas rígidas de construção". O pavilhão principal do edifício possui grande porte: {{formatnum:21153}} [[metro quadrado|metros quadrados]] e três pavimentos, onde foram utilizados diferentes tipos de [[mármore]], [[granito]] e outros materiais.<ref name="SILVA" /> |
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=== Jardim === |
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[[Imagem:Bruno Giorgi - Escultura, 1970.jpg|200px|direita|miniatura|Escultura de [[Bruno Giorgi]] no jardim do Palácio dos Bandeirantes |
[[Imagem:Bruno Giorgi - Escultura, 1970.jpg|200px|direita|miniatura|Escultura de [[Bruno Giorgi]] no jardim do Palácio dos Bandeirantes]] |
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Circundando o palácio, há um amplo jardim com quase 125 mil metros quadrados, onde se destacam os bolsões remanescentes de [[Mata Atlântica]]. O local abriga mais de duas mil [[espécie]]s de [[Lista de plantas do Brasil|plantas nativas]] e exóticas, como [[Caesalpinia echinata|pau-brasil]], [[Tabebuia|ipê amarelo]], [[cedro-do-líbano]] e [[cerejeira]]s, além de quarenta espécies de [[ave (animal)|ave]]s. Também abriga [[escultura]]s do acervo do Palácio dos Bandeirantes – obras de [[Bruno Giorgi]] e [[Felícia Leirner]], entre outros.<ref name="O GLOBO">{{citar web| titulo=Jardins do Palácio dos Bandeirantes serão abertos à visitação | publicado = O Globo Online| url=http://oglobo.globo.com/sp/mat/2007/09/20/297801511.asp| acessodata=4 de maio de 2008 }}</ref> |
Circundando o palácio, há um amplo jardim com quase 125 mil metros quadrados, onde se destacam os bolsões remanescentes de [[Mata Atlântica]]. O local abriga mais de duas mil [[espécie]]s de [[Lista de plantas do Brasil|plantas nativas]] e exóticas, como [[Caesalpinia echinata|pau-brasil]], [[Tabebuia|ipê amarelo]], [[cedro-do-líbano]] e [[cerejeira]]s, além de quarenta espécies de [[ave (animal)|ave]]s. Também abriga [[escultura]]s do acervo do Palácio dos Bandeirantes – obras de [[Bruno Giorgi]] e [[Felícia Leirner]], entre outros.<ref name="O GLOBO">{{citar web| titulo=Jardins do Palácio dos Bandeirantes serão abertos à visitação | publicado = O Globo Online| url=http://oglobo.globo.com/sp/mat/2007/09/20/297801511.asp| acessodata=4 de maio de 2008 }}</ref> |
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=== Acervo === |
=== Acervo === |
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[[Imagem:Aleijadinho - São José de Botas.jpg|247x247px|esquerda|miniatura|''São José de Botas''. Escultura de [[Aleijadinho]] no acervo do Palácio dos Bandeirantes |
[[Imagem:Aleijadinho - São José de Botas.jpg|247x247px|esquerda|miniatura|''São José de Botas''. Escultura de [[Aleijadinho]] no acervo do Palácio dos Bandeirantes]] |
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O Palácio dos Bandeirantes mantém sob sua guarda uma expressiva coleção de objetos de interesse artístico e histórico, com cerca de 1,7 mil itens.<ref name="PORTAL SP">{{citar web| titulo=Palácio dos Bandeirantes| publicado = Governo do Estado de São Paulo| url=http://www.saopaulo.sp.gov.br/saopaulo/turismo/cap_ptos_palacio.htm| acessodata=4 de maio de 2008 }}</ref> A maioria das obras foi adquirida por [[Luís Arrobas Martins]], sob o governo de Abreu Sodré, iniciando um movimento para transformar o Palácio em centro de cultura, com a constituição de acervo mobiliado, quadros e objetos. Nomes como Oswald de Andrade, Paulo Mendes de Almeida, Sílvia Sodré Assunção, Marcelo Ciampolini e Pedro Antonio de Oliveira Neto formaram uma comissão encarregada de escolher as obras para aquisição do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios Governamentais. O restante das obras foi transferido do Palácio dos Campos Elísios ou doadas por particulares. Há ainda um conjunto de obras produzidas especificamente para o palácio - como as provenientes do concurso ''Painel Bandeirantes'' -, e a Galeria dos Governadores, com bustos e retratos oficiais de ex-governadores de São Paulo. |
O Palácio dos Bandeirantes mantém sob sua guarda uma expressiva coleção de objetos de interesse artístico e histórico, com cerca de 1,7 mil itens.<ref name="PORTAL SP">{{citar web| titulo=Palácio dos Bandeirantes| publicado = Governo do Estado de São Paulo| url=http://www.saopaulo.sp.gov.br/saopaulo/turismo/cap_ptos_palacio.htm| acessodata=4 de maio de 2008 }}</ref> A maioria das obras foi adquirida por [[Luís Arrobas Martins]], sob o governo de Abreu Sodré, iniciando um movimento para transformar o Palácio em centro de cultura, com a constituição de acervo mobiliado, quadros e objetos. Nomes como Oswald de Andrade, Paulo Mendes de Almeida, Sílvia Sodré Assunção, Marcelo Ciampolini e Pedro Antonio de Oliveira Neto formaram uma comissão encarregada de escolher as obras para aquisição do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios Governamentais. O restante das obras foi transferido do Palácio dos Campos Elísios ou doadas por particulares. Há ainda um conjunto de obras produzidas especificamente para o palácio - como as provenientes do concurso ''Painel Bandeirantes'' -, e a Galeria dos Governadores, com bustos e retratos oficiais de ex-governadores de São Paulo. |
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O acervo é formado por pinturas, esculturas, [[arte sacra|peças de arte sacra]] do [[Brasil Colônia|período colonial]] e objetos de [[artes decorativas]]. Entre os artistas representados, destacam-se [[Aleijadinho]], [[Pedro Américo]], [[Almeida Júnior]], [[Benedito Calixto]], [[Oscar Pereira da Silva]] e [[Cândido Portinari]], entre outros. Juntamente com os acervos dos palácios do Horto (São Paulo) e Boa Vista ([[Campos do Jordão]]), a coleção do Palácio dos Bandeirantes integra o [[Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo]].<ref name="SILVA" /> |
O acervo é formado por pinturas, esculturas, [[arte sacra|peças de arte sacra]] do [[Brasil Colônia|período colonial]] e objetos de [[artes decorativas]]. Entre os artistas representados, destacam-se [[Aleijadinho]], [[Pedro Américo]], [[Almeida Júnior]], [[Benedito Calixto]], [[Oscar Pereira da Silva]] e [[Cândido Portinari]], entre outros. Juntamente com os acervos dos palácios do [[Palácio do Horto Florestal|Horto]] (São Paulo) e [[Palácio Boa Vista|Boa Vista]] ([[Campos do Jordão]]), a coleção do Palácio dos Bandeirantes integra o [[Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo]].<ref name="SILVA" /> |
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== Outras sedes == |
== Outras sedes == |
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* Palácio dos Governadores: construído em 1680, sediou o [[Pátio do Colégio|Colégio de São Paulo]] até 1759, a residência da Arquidiocese até 1765, e depois o Palácio dos Governadores. Foi demolido parcialmente em 1896, e totalmente em 1953.<ref name=":0">{{Citar web|url=https://www.pateodocollegio.com.br/cultura/pateo-do-collegio-linha-do-tempo/|titulo=Pateo do Collegio – Linha do tempo – Pateo do Collegio|acessodata=2017-04-08|obra=www.pateodocollegio.com.br}}</ref> |
* Palácio dos Governadores: construído em 1680, sediou o [[Pátio do Colégio|Colégio de São Paulo]] até 1759, a residência da Arquidiocese até 1765, e depois o Palácio dos Governadores. Foi demolido parcialmente em 1896, e totalmente em 1953.<ref name=":0">{{Citar web|url=https://www.pateodocollegio.com.br/cultura/pateo-do-collegio-linha-do-tempo/|titulo=Pateo do Collegio – Linha do tempo – Pateo do Collegio|acessodata=2017-04-08|obra=www.pateodocollegio.com.br}}</ref> |
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* [[Palácio dos Campos |
* [[Palácio dos Campos Elíseos]]: construído entre 1890 e 1899, foi sede do governo de 1915 a 1965. |
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* [[Palácio do Horto Florestal|Palácio do Horto]]: construído na década de 1930, localiza-se no [[Horto Florestal de São Paulo]]. Tornou-se residência de verão do governador em 1949. |
* [[Palácio do Horto Florestal|Palácio do Horto]]: construído na década de 1930, localiza-se no [[Horto Florestal de São Paulo]]. Tornou-se residência de verão do governador em 1949. |
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* [[Palácio Boa Vista]]: construído entre 1938 e 1964, na cidade de [[Campos do Jordão]], é residência oficial de inverno.<ref name="SILVA">Silva, 1994, pp. 233-235.</ref> |
* [[Palácio Boa Vista]]: construído entre 1938 e 1964, na cidade de [[Campos do Jordão]], é residência oficial de inverno.<ref name="SILVA">Silva, 1994, pp. 233-235.</ref> |
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[[Categoria:Arquitetura neoclássica no Brasil]] |
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[[Categoria:Arquitetura do Brasil do século XX]] |
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Edição atual tal como às 01h08min de 28 de outubro de 2024
Palácio dos Bandeirantes | |
---|---|
Fachada principal do Palácio dos Bandeirantes | |
Tipo | Residência oficial, palácio |
Estilo dominante | Eclético |
Arquiteto(a) | Marcello Piacentini (projeto de 1938) Francisco da Nova Monteiro (projeto de 1954) |
Engenheiro(a) | Francisco da Nova Monteiro |
Início da construção | Janeiro de 1955 |
Inauguração | 22 de abril de 1965 |
Proprietário(a) atual | Estado de São Paulo |
Página oficial | www |
Dimensões | |
Número de andares | 3 |
Área por andar | 125.000 |
Geografia | |
País | Brasil |
Localização | São Paulo, SP Brasil |
Coordenadas | 23° 36′ 05″ S, 46° 42′ 44″ O |
Localização em mapa dinâmico |
O Palácio dos Bandeirantes é o edifício-sede do Governo do Estado de São Paulo e residência oficial do governador. Localizado no distrito do Morumbi, na cidade de São Paulo, o palácio também abriga as Casas Civil e Militar, algumas secretarias de estado e um amplo acervo histórico e artístico aberto à visitação pública.
O projeto inicial, idealizado em 1938 pelo arquiteto italiano Marcello Piacentini, apresentava linhas abstratas, muros lisos e ampla fachada.[1] Com o início das obras, em 1954, sob a direção do engenheiro Francisco da Nova Monteiro, já possuía um estilo italiano com influência neoclássica.[2] O principal objetivo era abrigar a Universidade Conde Francisco Matarazzo, mas, devido a problemas financeiros, teve suas obras paralisadas. Desapropriado durante a gestão de Adhemar de Barros, o edifício substituiu o Palácio dos Campos Elísios como sede do poder executivo paulista a partir de 19 de abril de 1964,[3] quando recebeu o nome de Palácio dos Bandeirantes,[4] além de tornar-se moradia oficial do governador e museu.[5]
Tornou-se um centro cultural em 1970, sob o governo de Abreu Sodré, com a iniciativa de reunir um acervo de móveis, quadros e objetos. Foi criada uma comissão com nomes como Paulo Mendes de Almeida, Oswald de Andrade, Sílvia Sodré Assunção, Pedro Antonio de Oliveira Neto e Marcelo Ciampolinni, para a aquisição das obras de arte que atualmente compõem o Acervo Artístico-Cultural dos Palácios Governamentais.[4]
Histórico
[editar | editar código-fonte]Na década de 1950, o Conde Francisco Matarazzo Júnior, figura de destaque no cenário cultural paulistano e herdeiro das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo (IRFM), idealizou a criação de uma instituição de ensino superior especializada em Economia e Administração de Empresas. Com esse desígnio, instituiu a Fundação Conde Francisco Matarazzo e dotou-a dos recursos financeiros necessários à construção e manutenção da futura universidade.
Em 1954, a fundação encomendou o projeto a um dos engenheiros das IRFM, Francisco da Nova Monteiro, deixando a seu cargo a responsabilidade pela execução em terreno de propriedade da família Matarazzo, no Morumbi. O alvará de "início de obra" foi expedido em janeiro de 1955. A construção iniciou-se no mesmo semestre, mas seria prolongada pelos anos seguintes, devido a problemas financeiros e, mesmo com a estrutura básica pronta, a universidade jamais seria instalada.[6]
Entidades como a Fundação Getúlio Vargas e a Fundação São Paulo foram contatadas para finalizar a obra e assumir sua direção, mas sem sucesso. Iniciaram-se, então, as negociações com o Governo do Estado de São Paulo, que culminaram com a desapropriação do imóvel, em 22 de abril de 1964, durante a gestão Adhemar de Barros. O Estado nada pagou às IRFM, que ganharam, em troca, incentivos fiscais.[7]
No ano seguinte, um decreto do executivo paulista, emitido em 19 de abril, determinou a transferência da sede do governo, até então situada no Palácio dos Campos Elíseos, para o novo prédio. Em 22 de abril, o palácio foi inaugurado como nova sede do Executivo estadual, em solenidade com a presença de alguns populares, que tiveram dificuldade para chegar ao local, devido à ausência de linhas regulares de ônibus atendendo a região.[7] Em seu discurso, Adhemar falou sobre a mudança: "[Ela deveu-se à necessidade] de se obter um pouco mais de conforto para quem necessita de calma para meditar e resolver os problemas de quinze milhões de brasileiros. Trata-se de nos colocarmos um pouco fora do bulício da cidade, para produzir mais. Aqui eu posso ficar em paz, posso caminhar sem que ninguém me peça dinheiro ou emprego."[7]
A princípio, o novo prédio foi utilizado esporadicamente, até porque, quando de sua inauguração, ainda não estava totalmente concluído: apenas os aposentos destinados aos despachos do governador tinham recebido acabamento final.[7] O auditório e o saguão principal, por exemplo, estavam claramente inacabados, assim como diversas outras partes do palácio, inclusive as dependências residenciais: o governador seguiria morando no Palácio dos Campos Elíseos até a conclusão das obras.[7] O sistema de telefonia também não estava plenamente operante, com o PABX ainda dependendo de instalação, prevista apenas para setembro.[7] Até lá, existiam somente as linhas telefônicas diretas. Foi em 1970, durante a gestão de Abreu Sodré e após várias reformas para adaptação arquitetônica, que o palácio se tornou sede definitiva do governo.
Atualmente, o Palácio dos Bandeirantes possui múltipla destinação: além de sede do poder executivo, é residência oficial do governador e abriga quatro secretarias de estado, a Casa Civil e a Casa Militar, além de abrigar parte do acervo artístico do governo e exposições temporárias.[8]
O palácio
[editar | editar código-fonte]Já no memorial descritivo do projeto do edifício, a Fundação Conde Francisco Matarazzo determinou que fossem utilizados na execução da obra "materiais de primeira qualidade" e que a estrutura, iluminação e ventilação obedecessem "a normas rígidas de construção". O pavilhão principal do edifício possui grande porte: 21 153 metros quadrados e três pavimentos, onde foram utilizados diferentes tipos de mármore, granito e outros materiais.[8]
Após sua desapropriação, o edifício passou por uma série de reformas de adaptação ao novo uso: criação de espaço destinado aos escritórios, ampliação da área externa e construção de edifícios anexos. A modificação mais drástica da planta original foi feita para abrigar a ala residencial, mas de maneira geral, a fachada não foi comprometida e os materiais originais foram mantidos.[6] A denominação “Bandeirantes” data da época de sua desapropriação. É uma homenagem aos sertanistas pioneiros que, dos séculos XVII ao XVIII, partindo de São Paulo para desbravar o interior da América do Sul, alargaram as fronteiras da Capitania de São Vicente, correspondendo quase que com os limites atuais das fronteiras brasileiras.
Jardim
[editar | editar código-fonte]Circundando o palácio, há um amplo jardim com quase 125 mil metros quadrados, onde se destacam os bolsões remanescentes de Mata Atlântica. O local abriga mais de duas mil espécies de plantas nativas e exóticas, como pau-brasil, ipê amarelo, cedro-do-líbano e cerejeiras, além de quarenta espécies de aves. Também abriga esculturas do acervo do Palácio dos Bandeirantes – obras de Bruno Giorgi e Felícia Leirner, entre outros.[9]
Acervo
[editar | editar código-fonte]O Palácio dos Bandeirantes mantém sob sua guarda uma expressiva coleção de objetos de interesse artístico e histórico, com cerca de 1,7 mil itens.[10] A maioria das obras foi adquirida por Luís Arrobas Martins, sob o governo de Abreu Sodré, iniciando um movimento para transformar o Palácio em centro de cultura, com a constituição de acervo mobiliado, quadros e objetos. Nomes como Oswald de Andrade, Paulo Mendes de Almeida, Sílvia Sodré Assunção, Marcelo Ciampolini e Pedro Antonio de Oliveira Neto formaram uma comissão encarregada de escolher as obras para aquisição do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios Governamentais. O restante das obras foi transferido do Palácio dos Campos Elísios ou doadas por particulares. Há ainda um conjunto de obras produzidas especificamente para o palácio - como as provenientes do concurso Painel Bandeirantes -, e a Galeria dos Governadores, com bustos e retratos oficiais de ex-governadores de São Paulo.
O acervo é formado por pinturas, esculturas, peças de arte sacra do período colonial e objetos de artes decorativas. Entre os artistas representados, destacam-se Aleijadinho, Pedro Américo, Almeida Júnior, Benedito Calixto, Oscar Pereira da Silva e Cândido Portinari, entre outros. Juntamente com os acervos dos palácios do Horto (São Paulo) e Boa Vista (Campos do Jordão), a coleção do Palácio dos Bandeirantes integra o Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo.[8]
Outras sedes
[editar | editar código-fonte]- Palácio dos Governadores: construído em 1680, sediou o Colégio de São Paulo até 1759, a residência da Arquidiocese até 1765, e depois o Palácio dos Governadores. Foi demolido parcialmente em 1896, e totalmente em 1953.[11]
- Palácio dos Campos Elíseos: construído entre 1890 e 1899, foi sede do governo de 1915 a 1965.
- Palácio do Horto: construído na década de 1930, localiza-se no Horto Florestal de São Paulo. Tornou-se residência de verão do governador em 1949.
- Palácio Boa Vista: construído entre 1938 e 1964, na cidade de Campos do Jordão, é residência oficial de inverno.[8]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Tognon, 1993, pp. 197-200, 224-225.
- ↑ Campos, 2009, p. 13.
- ↑ «Palácio dos Bandeirantes | Governo do Estado de São Paulo». Governo do Estado de São Paulo
- ↑ a b «Palácio dos Bandeirantes». www.cidadedesaopaulo.com. Consultado em 22 de abril de 2017
- ↑ [1], site oficial de turismo da cidade de São Paulo.
- ↑ a b Valladares, 1998, pp. 9-18.
- ↑ a b c d e f «Inaugurada nova sede do Executivo Estadual». São Paulo: S.A. O Estado de S. Paulo. O Estado de S. Paulo (27 609). 15 páginas. 23 de abril de 1965. ISSN 1516-2931
- ↑ a b c d Silva, 1994, pp. 233-235.
- ↑ «Jardins do Palácio dos Bandeirantes serão abertos à visitação». O Globo Online. Consultado em 4 de maio de 2008
- ↑ «Palácio dos Bandeirantes». Governo do Estado de São Paulo. Consultado em 4 de maio de 2008
- ↑ «Pateo do Collegio – Linha do tempo – Pateo do Collegio». www.pateodocollegio.com.br. Consultado em 8 de abril de 2017
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Campos, Candido Malta (2009). Do classicismo moderno à tradição inventada: o palácio paulista. Trabalho apresentado no 8o. Seminário Docomomo Brasil, Rio de Janeiro, 2009. 22 p. [2].
- Comissão de Patrimônio Cultural da Universidade de São Paulo (2000). Guia de Museus Brasileiros. São Paulo: Edusp. 417 páginas
- Silva, Heloísa Barbosa; et al. (1994). Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
- Tognon, Marcos (1993). Marcelo Piacentini: arquitetura no Brasil. Dissertação de Mestrado em História da Arte, Campinas, UNICAMP. [3].
- Valladares, Clarival do Prado (1998). Acervo Palácio Bandeirantes. São Paulo: Serasa