História do Laos: diferenças entre revisões
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País do [[Sudeste Asiático]], localizado entre o [[Vietnã]] e a [[Tailândia]], o [[Laos]] teve grande diversidade de habitantes, alguns consanguíneos dos [[Khmers|quemeres]], outros, os [[laocianos]], [[grupo étnico]] predominante, dos [[tais]]. Os primeiros habitantes foram os [[Khas|''kha'']], que já no {{séc|V}} moravam no país sob a soberania do [[Reino de Funan]]. Posteriormente, foram dominados pelo [[reino de Chenla]] e o primitivo [[Império Quemer]], assim como o sucessor deste último, que estava baseado em ''[[Angkor]]''. Os [[laosianos]], originários do sul da [[China]], deslocaram-se mais para o [[sul]] devido à pressão [[Império Mongol|mongol]], tendo, no {{séc|VIII}}, criado o poderoso [[reino de Nanchao|reino de ''Nanchao'']], no [[sudoeste]] da [[China]]. A partir de ''Nanchao'', os tais penetraram pouco a pouco na [[península da Indochina]] e suplantaram as primitivas tribos [[Khas|''kas'']]. Durante os séculos XII e XIII, fundaram o [[principado de Muong Swa|principado de ''Muong Swa'']] (posteriormente, ''[[Louangphrabang]]''). |
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== Do reino de ''Lan Xang'' ao fim do protetorado francês == |
== Do reino de ''Lan Xang(1354 a 1707)'' ao fim do protetorado francês(1862 a 1893) == |
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[[imagem:Map-of-southeast-asia 1400 CE.png|thumb|left|[[Sudeste Asiático]] em 1400: o [[Império Quemer]] em vermelho, o [[reino Aiutaaia]] ([[Sião (Tailândia)|Sião]]) em violeta, o [[Lan Xang|Reino de ''Lang Xang'']] em verde, o [[Reino de Sucotai]] em laranja, o [[Champa]] em amarelo, o [[reino de Lanna]] em roxo, o ''[[Dai Viet]]'' em azul.]] |
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[[Ficheiro:SisavangVong.jpg|thumb|[[Estátua]] do Rei ''[[Sisavang Vong]]'' ([[1904]]-[[1959]]).]] |
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A história escrita do país começou quando, em |
A história escrita do país começou quando, em 1353, o rei quemere de ''Angkor'' casou a sua filha com o príncipe lao [[Fa Ngum]] e o ajudou a fundar o primeiro estado laosiano, o reino independente de ''[[Lan Xang]]'' ("terra de um milhão de [[elefante]]s"), com capital em ''[[Luang Prabang]]'', o qual, por um determinado período, foi muito poderoso. Entre 1353 e 1371, [[Fa Ngum]] conquistou extensos territórios, que, além do Laos, abrangiam grande parte do [[norte]] e [[leste]] da futura [[Tailândia]], e introduziu o [[budismo]]. Entre 1373 e 1548, os seus sucessores rechaçaram o grupo ''[[tai]]'' e anexaram o vizinho [[reino de Lan Na]] (''[[Chiang Mai]]''), quando o Estado obteve sua máxima expansão. Em 1563, ''[[Vientiane]]'' tornou-se a capital do país. |
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⚫ | Entre 1574 e 1591, o território do Laos foi atacado e destruído pelas forças [[Birmânia|birmanesas]]. Após um período de [[anarquia]] no {{séc|XVII}}, seguido do longo e próspero reinado de ''[[Souligna-Vongsa]]'' (''[[Suliyavongsa]]''), considerado a idade de ouro do Laos {{nwrap||1637|1694}}, ''[[Lan Xang]]'' entrou em decadência na primeira década do {{séc|XVIII}}. Ainda no {{séc|XVIII}}, hostilizado pelos vizinhos e por suas minorias tribais, ''[[Lanxang]]'' foi dividido entre os reinos de ''[[Champassak]]'', ''[[Luang Prabang]]'' ([[norte]]) e ''[[Vientiane]]'' (sul). Os três reinos, debilitados pelas lutas entre si e pelos ataques de birmaneses, vietnamitas e siameses (tai), acabaram sendo submetidos ao domínio do [[Reino de Rattanakosin]] (atual [[Tailândia]]) em 1778. A expansão do Sião até o [[nordeste]] provocou, em meados do {{séc|XIX}}, os protestos da França, que estabelecera um protetorado sobre o [[Vietnã]]. Em 1887, o rei de ''[[Luang Prabang]]'', [[Oun Kham]] {{nwrap||1869|1895}}, pediu proteção à [[França]] contra o Sião. Depois de alguns incidentes entre a França e o Sião, uma expedição militar francesa, em 1893, ocupou as cidades mais importantes e estabeleceu um protetorado, formando a [[Indochina Francesa|Indochina]], sendo que a anexação completa do país se deu entre 1904 e 1907. Entre 1893 e 1904, o reino de Sião assinou vários tratados reconhecendo o protetorado francês sobre o Laos. Em 1904, iniciou-se o reinado de ''[[Sisavang Vong]]'', que se prolongou até 1959. |
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== O Laos independente == |
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[[Ficheiro:Souphanouvong1978.jpg|thumb|left|170px|O príncipe ''[[Souphanouvong]]'', lider do partido nacionalista ''[[Pathet Lao]]''.]] |
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{{double image|left|Souphanouvong1978.jpg|180|President John F. Kennedy with Prime Minister of Laos, Prince Souvanna Phouma (01) (cropped).jpg|170|O príncipe ''[[Souphanouvong]]'', líder do partido nacionalista ''[[Pathet Lao]]'', e seu meio-irmão, [[Suvanna Phuma]]}} |
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Em 1949, os franceses assinaram um acordo com o rei de ''Luang Prabang'' pelo qual reinaria sobre uma [[monarquia constitucional]] semi-independente dentro da [[União Francesa]]. Porém, vários dissidentes do movimento [[nacionalismo|nacionalista]] pró-independência ''[[Pathet Lao]]'' (Nação Lao), fundado pelo príncipe ''[[Souphanouvong]]'' e que participara ativamente da descolonização, fizeram uma aliança com as forças pró-comunistas do ''[[Vietminh]]'', que estavam lutando contra os franceses no [[Vietnã]], e ocuparam o Norte do país em abril de 1953, estabelecendo o governo do ''[[Pathet Lao]]''. No ano seguinte, a [[Conferência de Genebra]], que acabou com a [[Guerra da Indochina]], ratificou a independência do Laos, obrigando as tropas vietnamitas e francesas a abandonarem o país, mas estabeleceu que o ''[[Pathet Lao]]'' devia deixar as duas províncias que ocupava. Seguiram-se enormes ajudas econômicas dos [[EUA]], mas, a partir dessa data, as várias [[etnia]]s entraram em sucessivos conflitos. |
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[[Suvanna Phuma]], desde 1951 à frente de um governo neutralista, manteve-se como [[primeiro-ministro]]. Em 1955, o Laos foi admitido na [[Organização das Nações Unidas]] ([[ONU]]). Entre 1957 e 1964, sucessivos governos de união nacional congregaram neutralistas ([[Suvanna Phuma]]), [[comunista]]s ([[Suphanuvong]]) e [[monarquista]]s ([[Bun Um]]), mas a situação política continuou sendo instável. Em 1959, desencadeou-se a [[Guerra Civil do Laos]] entre as forças conservadoras, ajudadas pelos [[Estados Unidos]], e as de [[esquerda]] (''[[Pathet Lao]]''), com o apoio da [[URSS]]. Em meados de 1961, ''[[Pathet Lao]]'' tinha obtido o controle de aproximadamente a metade do país, mas a [[Guerra Civil do Laos|luta]] continuou durante a década de 70, o que fez com que o Laos sofresse grandes prejuízos. Envolvido na [[Guerra do Vietnã]] {{nwrap||1964|1973}}, o país lutou contra os [[Estados Unidos]] e foi vítima de [[bombardeio]]s norte-americanos e intervenções dos [[Vietnã do Norte|norte-vietnamitas]] e [[Tailândia|tailandeses]]. |
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Em 1971, os comunistas possuíam uma posição militar forte e forçaram conversações que levaram a assinatura de um [[cessar-fogo]] em 1973. Um ano depois, [[Souvanna Phouma]] concordou em estabelecer um novo governo de coalizão com o líder do ''[[Pathet Lao]]'', seu meio-irmão [[Souphanouvong]]. Em 1975, porém, os [[militar]]es do ''[[Pathet Lao]]'' controlavam praticamente todo o país e em 3 de dezembro a [[monarquia]] foi finalmente abolida, sendo destronado o rei [[Savang Vatthana]] (apoiado pela [[França]] e [[Estados Unidos]]), e proclamada a [[República Democrática Popular do Laos]], de caráter [[comunista]], sob a presidência de [[Suphanuvong]]. A partir de então, a [[política exterior]] do Laos esteve marcada por confrontos com o [[Camboja]] e a [[Tailândia]]. |
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{{double image|right|Kaysone DDR 1982.jpg|200|The Prime Minister, Dr. Manmohan Singh meeting with the President of Laos, Mr. Khamtay Siphandone at Vientiane in Laos on November 29, 2004 (cropped).jpg|200|Os líderes comunistas [[Kaysone Phomvihane]] e [[Khamtay Siphandone]]}} |
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[[Souphanouvong]] permaneceu na presidência até |
[[Souphanouvong]] permaneceu na [[Presidente do Laos|presidência]] até 1986, embora o poder real estivesse nas mãos do secretário-geral do [[Unipartidarismo|partido único]] que atuava como [[primeiro-ministro]], [[Kaysone Phomvihane]] {{nwrap||1975|1992}}, cujo governo manteve fortes ligações com o [[Vietnã]]. A destruição causada pela guerra, a retirada da ajuda norte-americana, a nova política socialista do regime e a terrível [[seca]] de 1977 impediram o desenvolvimento do país. Em 1977, assinou-se um tratado de amizade com o [[Vietnã]]. Em 1980, constituiu-se uma frente nacional de liberação laosiana, apoiada pela [[China]]. Em 1986, Suphanuvong renunciou e, a partir de 1989, o primeiro-ministro [[Kaysone Phomvihane|Phomvihane]] iniciou um certo afrouxamento do regime político, assim como movimentos em direção à reestruturação da economia. |
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Devido a política mais liberal e às ajudas da [[URSS]] e do [[Vietnã]], a situação do país foi melhorando. A partir da [[década de 1990]], a influência do [[Vietnã]] no território diminuiu. Em |
Devido a política mais liberal e às ajudas da [[URSS]] e do [[Vietnã]], a situação do país foi melhorando. A partir da [[década de 1990]], a influência do [[Vietnã]] no território diminuiu. Em 1989 decorreram as primeiras eleições e, dois anos mais tarde, foi promulgada uma [[Constituição]] [[Presidencialismo|presidencialista]], embora mantivesse o país sob o controle político do [[Partido Revolucionário do Povo do Laos]]. Em 1992, [[Kaysone Phomvihane|Kaysone]] foi eleito [[Presidente do Laos|Presidente]], sendo sucedido por [[Nouhak Phoumsavane]] após sua morte. [[Khamtay Siphandone]], [[primeiro-ministro]] desde 1991, assume a chefia do partido único. Os [[EUA]] reataram laços diplomáticos com o país e em maio de 1992 foi negociado um [[empréstimo]] pelo [[FMI]]. Em 1997, o Laos foi admitido na [[ASEAN]]. Em 1998, [[Khamtay Siphandone|K. Siphandone]] tornou-se [[chefe de Estado]]. Em 2000, V. [[Vorachit]] foi nomeado [[primeiro-ministro]]. No entanto, o país continua a ser vítima dos problemas climáticos e das guerras do passado. |
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Edição atual tal como às 07h55min de 29 de setembro de 2024
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Novembro de 2011) |
País do Sudeste Asiático, localizado entre o Vietnã e a Tailândia, o Laos teve grande diversidade de habitantes, alguns consanguíneos dos quemeres, outros, os laocianos, grupo étnico predominante, dos tais. Os primeiros habitantes foram os kha, que já no século V moravam no país sob a soberania do Reino de Funan. Posteriormente, foram dominados pelo reino de Chenla e o primitivo Império Quemer, assim como o sucessor deste último, que estava baseado em Angkor. Os laosianos, originários do sul da China, deslocaram-se mais para o sul devido à pressão mongol, tendo, no século VIII, criado o poderoso reino de Nanchao, no sudoeste da China. A partir de Nanchao, os tais penetraram pouco a pouco na península da Indochina e suplantaram as primitivas tribos kas. Durante os séculos XII e XIII, fundaram o principado de Muong Swa (posteriormente, Louangphrabang).
Do reino de Lan Xang(1354 a 1707) ao fim do protetorado francês(1862 a 1893)
[editar | editar código-fonte]A história escrita do país começou quando, em 1353, o rei quemere de Angkor casou a sua filha com o príncipe lao Fa Ngum e o ajudou a fundar o primeiro estado laosiano, o reino independente de Lan Xang ("terra de um milhão de elefantes"), com capital em Luang Prabang, o qual, por um determinado período, foi muito poderoso. Entre 1353 e 1371, Fa Ngum conquistou extensos territórios, que, além do Laos, abrangiam grande parte do norte e leste da futura Tailândia, e introduziu o budismo. Entre 1373 e 1548, os seus sucessores rechaçaram o grupo tai e anexaram o vizinho reino de Lan Na (Chiang Mai), quando o Estado obteve sua máxima expansão. Em 1563, Vientiane tornou-se a capital do país.
Entre 1574 e 1591, o território do Laos foi atacado e destruído pelas forças birmanesas. Após um período de anarquia no século XVII, seguido do longo e próspero reinado de Souligna-Vongsa (Suliyavongsa), considerado a idade de ouro do Laos (1637–1694), Lan Xang entrou em decadência na primeira década do século XVIII. Ainda no século XVIII, hostilizado pelos vizinhos e por suas minorias tribais, Lanxang foi dividido entre os reinos de Champassak, Luang Prabang (norte) e Vientiane (sul). Os três reinos, debilitados pelas lutas entre si e pelos ataques de birmaneses, vietnamitas e siameses (tai), acabaram sendo submetidos ao domínio do Reino de Rattanakosin (atual Tailândia) em 1778. A expansão do Sião até o nordeste provocou, em meados do século XIX, os protestos da França, que estabelecera um protetorado sobre o Vietnã. Em 1887, o rei de Luang Prabang, Oun Kham (1869–1895), pediu proteção à França contra o Sião. Depois de alguns incidentes entre a França e o Sião, uma expedição militar francesa, em 1893, ocupou as cidades mais importantes e estabeleceu um protetorado, formando a Indochina, sendo que a anexação completa do país se deu entre 1904 e 1907. Entre 1893 e 1904, o reino de Sião assinou vários tratados reconhecendo o protetorado francês sobre o Laos. Em 1904, iniciou-se o reinado de Sisavang Vong, que se prolongou até 1959.
Em 1940, hostilidades entre a França e a Tailândia (antigo Sião). O Japão impõe à França o abandono da margem direita do rio Mecom. Em março de 1945, os franceses foram expulsos pelos japoneses, que proclamaram a independência do Laos. Dois movimentos, um anti-japonês e outro antifrancês, disputaram a supremacia. Depois da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, foi formado um Governo Provisório. Em 1946, os Franceses, recusando a independência do país, expulsaram os nacionalistas, repuseram o rei no trono e concederam autonomia ao país.
O Laos independente
[editar | editar código-fonte]Em 1949, os franceses assinaram um acordo com o rei de Luang Prabang pelo qual reinaria sobre uma monarquia constitucional semi-independente dentro da União Francesa. Porém, vários dissidentes do movimento nacionalista pró-independência Pathet Lao (Nação Lao), fundado pelo príncipe Souphanouvong e que participara ativamente da descolonização, fizeram uma aliança com as forças pró-comunistas do Vietminh, que estavam lutando contra os franceses no Vietnã, e ocuparam o Norte do país em abril de 1953, estabelecendo o governo do Pathet Lao. No ano seguinte, a Conferência de Genebra, que acabou com a Guerra da Indochina, ratificou a independência do Laos, obrigando as tropas vietnamitas e francesas a abandonarem o país, mas estabeleceu que o Pathet Lao devia deixar as duas províncias que ocupava. Seguiram-se enormes ajudas econômicas dos EUA, mas, a partir dessa data, as várias etnias entraram em sucessivos conflitos.
Suvanna Phuma, desde 1951 à frente de um governo neutralista, manteve-se como primeiro-ministro. Em 1955, o Laos foi admitido na Organização das Nações Unidas (ONU). Entre 1957 e 1964, sucessivos governos de união nacional congregaram neutralistas (Suvanna Phuma), comunistas (Suphanuvong) e monarquistas (Bun Um), mas a situação política continuou sendo instável. Em 1959, desencadeou-se a Guerra Civil do Laos entre as forças conservadoras, ajudadas pelos Estados Unidos, e as de esquerda (Pathet Lao), com o apoio da URSS. Em meados de 1961, Pathet Lao tinha obtido o controle de aproximadamente a metade do país, mas a luta continuou durante a década de 70, o que fez com que o Laos sofresse grandes prejuízos. Envolvido na Guerra do Vietnã (1964–1973), o país lutou contra os Estados Unidos e foi vítima de bombardeios norte-americanos e intervenções dos norte-vietnamitas e tailandeses.
Em 1971, os comunistas possuíam uma posição militar forte e forçaram conversações que levaram a assinatura de um cessar-fogo em 1973. Um ano depois, Souvanna Phouma concordou em estabelecer um novo governo de coalizão com o líder do Pathet Lao, seu meio-irmão Souphanouvong. Em 1975, porém, os militares do Pathet Lao controlavam praticamente todo o país e em 3 de dezembro a monarquia foi finalmente abolida, sendo destronado o rei Savang Vatthana (apoiado pela França e Estados Unidos), e proclamada a República Democrática Popular do Laos, de caráter comunista, sob a presidência de Suphanuvong. A partir de então, a política exterior do Laos esteve marcada por confrontos com o Camboja e a Tailândia.
Souphanouvong permaneceu na presidência até 1986, embora o poder real estivesse nas mãos do secretário-geral do partido único que atuava como primeiro-ministro, Kaysone Phomvihane (1975–1992), cujo governo manteve fortes ligações com o Vietnã. A destruição causada pela guerra, a retirada da ajuda norte-americana, a nova política socialista do regime e a terrível seca de 1977 impediram o desenvolvimento do país. Em 1977, assinou-se um tratado de amizade com o Vietnã. Em 1980, constituiu-se uma frente nacional de liberação laosiana, apoiada pela China. Em 1986, Suphanuvong renunciou e, a partir de 1989, o primeiro-ministro Phomvihane iniciou um certo afrouxamento do regime político, assim como movimentos em direção à reestruturação da economia.
Devido a política mais liberal e às ajudas da URSS e do Vietnã, a situação do país foi melhorando. A partir da década de 1990, a influência do Vietnã no território diminuiu. Em 1989 decorreram as primeiras eleições e, dois anos mais tarde, foi promulgada uma Constituição presidencialista, embora mantivesse o país sob o controle político do Partido Revolucionário do Povo do Laos. Em 1992, Kaysone foi eleito Presidente, sendo sucedido por Nouhak Phoumsavane após sua morte. Khamtay Siphandone, primeiro-ministro desde 1991, assume a chefia do partido único. Os EUA reataram laços diplomáticos com o país e em maio de 1992 foi negociado um empréstimo pelo FMI. Em 1997, o Laos foi admitido na ASEAN. Em 1998, K. Siphandone tornou-se chefe de Estado. Em 2000, V. Vorachit foi nomeado primeiro-ministro. No entanto, o país continua a ser vítima dos problemas climáticos e das guerras do passado.