Redenção da Serra: diferenças entre revisões
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'''Redenção da Serra''' é um [[município |
'''Redenção da Serra''' é um [[Município (Brasil)|município brasileiro]] do [[estados do Brasil|estado]] de [[São Paulo (estado)|São Paulo]], que integra a [[Região Geográfica Imediata de Taubaté-Pindamonhangaba|Região Imediata de Taubaté-Pindamonhangaba]]. Sua população, conforme estimativa do IBGE para 2021, era de {{fmtn|3827}} habitantes.<ref name="IBGE_Pop"/> |
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== História == |
== História == |
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A história de Redenção da Serra, tem início no começo do [[século XIX]]. Com o esgotamento do ouro nas Minas Gerais, a economia brasileira se deslocou para o [[Vale do Paraíba]] movida pelo fenômeno do ciclo do café. A monocultura do café trouxe a expansão cafeeira na região, ocupando vales e montanhas, possibilitando o surgimento de cidades e vilarejos, dinamizando e enriquecendo importantes centros urbanos na época como, [[Taubaté]], [[Pindamonhangaba]], [[Guaratinguetá]], [[Lorena (São Paulo)|Lorena]] e [[Bananal]]. |
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O povoado de Santa Cruz do Paiolinho tem seu inicio no século XIX com a exploração territorial do Vale do Paraíba na Província de São Paulo para a expansão cafeeira que emergia no Império do Brasil. |
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Visando ampliar a extensão das lavouras cafeeiras em territórios ainda desconhecidos, o governador da província de São Paulo nomeou o sertanista e grande desbravador [[capitão-mor]], Francisco Ferraz de Araújo, juntamente com sua esposa Maria Leite Galvão de França, moradores da então Vila Real de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Pindamonhangaba, filho do ilustre paulista Miguel Godoy Moreira, um importante e rico proprietário de terras, que ocupou cargos de confiança no governo da [[Capitania de São Paulo]]. |
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Com a ordem do Governador da Província de São Paulo, para que o Capitão-Mor Francisco Ferraz de Araújo '''(*)''' (Pindamonhangaba 1734 - Guaratinguetá 1808) e esposa Maria Leite Galvão de França '''(*)''' (Guaratinguetá 1735-1796) fossem explorar a região dos sertões da Samambaia até o encontro do rio Paraitinga'''(**)'''. |
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Cumprindo a |
Cumprindo a determinação do governador e alimentados pelo sonho de fazer fortuna com o ciclo do café que ganhava forças na região, o casal de desbravadores seguiram rumo aos sertões da [[Serra do Mar]] acompanhados de um grande número de escravos a procura de territórios e terras férteis para o cultivo de café. |
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Se instalaram às margens do [[rio Paraitinga]] num pequeno vale entre as montanhas da região no que hoje é conhecido como [[sertão (geografia)|sertão]] da Samambaia, em terras outrora pertencentes a Taubaté e construíram ali uma fazenda. |
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Segundo relatos um de seus escravos morre durante o caminho do desbravamento e ele foi sepultado em um local próximo onde a família estabeleceu residência e para marcar o local do sepultamento ergue-se uma cruz grande de madeira '''(***)'''. |
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Após a instalação e o início das lavouras, um dos melhores escravos do capitão, ao abrir por entre a mata trilhas e caminhos de acesso à fazenda, morreu picado por uma cobra. O bravo escravo desbravador, foi sepultado em um local aos arredores da fazenda e a sepultura foi assinalada por uma grande cruz de madeira em sua memória. |
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Após o estabelecimento da família as margens do rio, um grande fluxo de pessoas e famílias migrou-se para a região e solicitavam ao senhor Francisco de Ferraz de Araujo terras para construir suas casas para se estabelecerem e as terras doadas por imposição era próxima da grande cruz existente. |
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Com início do povoamento nas proximidades da fazenda, Ferraz de Araújo, a todos que lhe solicitavam terras, mandava que fosse usadas as terras próximas à cruz, sendo esta a única condição e consequentemente o caminho da cruz se tornou popular entre as pessoas que ali vinham morar. |
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Outros relatos afirmam que no local onde se estabeleceu estas pessoas e famílias foi construída uma capela com duas torres e um sino no local onde havia a grande cruz. |
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Mais tarde com o declínio do café no Vale do Paraíba, o vilarejo passou a sobreviver somente da agricultura de subsistência, destacando o cultivo de [[linho]]. Por esse motivo recebeu popularmente o nome de Paiolinho (paiol + linho), referência direta à plantação de linho feita pelos moradores e às fibras secas recolhidas que eram depositadas em uma [[cabana]] de madeira chamada paiol destinadas ao armazenamento. |
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As pessoas que ali residiam passam a cultivar o linho que após ser colido era secado e armazenado em pequenos paióis, assim com o surgimento espontâneo do povoado e construção da Capela de Santa Cruz nas proximidades do ribeirão Palmital pelo vigário Padre João Alves Coelho Guimarães e outros ilustres moradores tais como o fazendeiro Antônio Francisco de Gouveia e Castro e Francisco Cursino dos Santos, filho de Gertrudes Cursino dos Santos, por volta do ano de 1850 é criada a paróquia que recebe a denominação de Santa Cruz do Paiolinho, não há relatos históricos do dia e mês da fundação do pequeno povoado. |
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O vilarejo crescia e por volta do ano de 1850, no lugar da antiga cruz de madeira, foi construída uma pequena capela que possuía duas torres e um sino com ajuda dos moradores e de fazendeiros da região, sendo chamada de capela de Santa Cruz pelo vigário Padre João Alves Coelho Guimarães. O vilarejo ganhava assim a sua primeira paróquia, a paróquia de Santa Cruz do Paiolinho. |
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Outro fato em relação à primeira capela de Santa Cruz é a doação pelo senhor Francisco Cursino dos Santos de uma cruz entalhada em madeira do século XIX que provavelmente é de origem portuguesa, outro notório que ajudou na construção foi o fazendeiro Capitão Manuel José de Siqueira Mattos. |
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Em 24 de março de [[1860]] o povoado foi elevado a [[freguesia]] em terras do [[município]] de Taubaté. A população cresceu e a produção agrícola dava bons lucros, o que levou Paiolinho a ser elevada à categoria de município segundo Lei Provincial nº 33, de 8 de maio de [[1877]]. |
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A denominação do povoado origina-se devido à capela de Santa Cruz e a plantação do linho e seu processo de secagem e armazenamento em pequenos paióis daí o nome: '''SANTA CRUZ DO PAIOL-LINHO.''' |
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O município possuía sede na povoação de Paiolinho e seus territórios foram desmembrados do município de Taubaté tendo sua instalação a 1 de dezembro de 1877. |
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Durante a década de 1860 houve a expansão da cultura cafeeira no Vale do Paraíba Paulista o que atraiu diversas pessoas para a região e com isso houve a ascensão econômica dos fazendeiros e diversos escravos foram trazidos para as fazendas para o trabalho nas lavouras. |
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Em [[1882]], inspirados pelo progresso na região, deu-se início a construção da nova igreja matriz de Santa Cruz, com a ajuda de escravos e pedreiros. Porém antes do término das obras, em 1890, o idealizador do projeto, vigário padre José Grecco, deixou a paróquia, paralisando sua construção e após onze anos, as obras foram reiniciadas, com a posse do Padre Francisco Filipe em 1904, a Igreja Matriz finalmente foi inaugurada |
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Com a ascensão econômica pujante em Santa Cruz do Paiolinho o pequeno povoado desenvolve-se e em 24 de março de 1860 por Lei Provincial de Nº 03 no município de Taubaté o povoado é elevado à categoria de distrito de Paz. |
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Basicamente, o núcleo principal da história de Redenção da Serra foi ligada à [[Abolição da Escravatura]] ([[Lei Áurea]]). Com a extinção do [[tráfico negreiro]] em [[1850]], a [[Lei do Ventre Livre]] em [[1871]] e a [[Lei dos Sexagenários]] em [[1885]], a ideia de total libertação dos escravos já iniciava entre os conservadores e liberais da região. Em Paiolinho chegaram também os ecos da campanha abolicionista e aderidos ao movimento cívico, Redenção da Serra foi a primeiro município paulista a libertar seus [[escravo]]s em 10 de fevereiro de [[1888]], em documento assinado pelos ilustres moradores de Paiolinho, Maria Augusta d'Almeida, Gabriel Ortiz Monteiro, Joaquim Camargo Ortiz, Antônio da Palma, monsenhor João Alves Coelho Guimarães, José Lopes Leite de Abreu, Joaquim Antônio Alves dos Santos e Lourenço Ottoni de Gouveia Castro. Nesta data, declararam assim seus escravos livres, que continuaram a trabalhar mediante salário convencional. No mesmo documento e motivados pelo movimento que ali nascia, resolveram trocar a designação do município de Santa Cruz do Paiolinho para Redenção. |
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Em 1867 é aprovada na Câmara Municipal de Taubaté em uma sessão ordinária em 31 de agosto a autorização para construção do cemitério, que teve como doador do terreno o senhor Francisco Cursino dos Santos. |
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Em 21 de maio de [[1934]], Redenção deixou de ser município e voltou à condição de distrito pela Lei nº 6448, sendo incorporada ao município de [[Jambeiro]], do qual se separou em 5 de julho de [[1935]] e passou a pertencer a [[comarca]] de Taubaté, sendo reinstalado novamente o município em 1 de janeiro de [[1936]]. |
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A comissão para a construção do cemitério era composta pelo senhor Francisco Cursino dos Santos, Manoel José de Siqueira Mattos e o vigário Frei Miguel de Santa Rita. |
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Em 30 de novembro de [[1944]], numa reunião do quadro administrativo, territorial e judiciário do estado de São Paulo, segundo o Decreto-Lei nº 14.334, discutiu-se que Redenção sendo o primeiro local paulista a libertar seus escravos, nada mais justo do que designá-lo com um nome que eternizasse o feito grandioso, assim o antigo povoado de Santa Cruz do Paiolinho, chamada de Redenção, passou a se chamar Redenção da Serra, também devido a sua situação geográfica entre os [[Contraforte (geologia)|contrafortes]] da Serra do Mar. |
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Em 1875 o distrito de Paz de Santa Cruz do Paiolinho contava com 1.908 habitantes, conforme publicação do Jornal Diário de S. Paulo de 10 de fevereiro de 1875. |
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No começo da [[década de 1970]], por uma necessidade de atendimento sócio-econômico regional, o estado deu início à construção da [[Usina Hidrelétrica]] de [[Paraibuna]], represando os [[rio]]s [[rio Paraibuna|Paraibuna]] e Paraitinga e formando a [[Represa de Paraibuna]] ou represa da [[Companhia Energética de São Paulo]] (CESP). |
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Após 17 anos de avanços economicamente o distrito de Paz é elevado à categoria de município em 08 de maio de 1877, pela Lei Provincial Nº 33, desmembrando-se do município de Taubaté, a instalação do município ocorreu em 1º de dezembro do mesmo ano de 1877, com sede no povoado de Santa Cruz do Paiolinho. |
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A construção porém de inusitadas implicações, determinou o desaparecimento de [[Natividade da Serra]] e Redenção da Serra. Da velha Redenção da Serra, cheia de tradições e fatos históricos, restou na parte mais alta do município que não foi atingida pelas águas a Igreja Matriz, o sobrado com sacadas de ferro que sediava a prefeitura e outros poucos sobrados e residenciais da rua Capitão Alvim. A parte mais baixa porém foi totalmente invadida pelas águas. |
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Em 21 de abril de 1880 é publicada a Lei Provincial Nº 84 que concedia as seguintes terras para as obras conforme relatos. |
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Na zona rural, o represamento das águas afetou as terras férteis, eliminando grande parte da agricultura de subsistência. A industrialização da “Calha do Vale” (Taubaté, Pindamonhangaba e Tremembé) e a inundação de parte do município, contribuíram para o êxodo rural de grande parte da população produtiva. |
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-Uma para a obra da escola externa do Collegio do Bom Conselho de Taubaté. |
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Em 25 de agosto de 1974 de acordo com o decreto de implantação nº 190, nasce a nova Redenção da Serra, onde numa colina era erguida pelo povo redencense o cruzeiro que simbolizaria o renascimento do município. |
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-Uma obra da matriz de Caçapava. |
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-Uma para as obras da matriz da villa da Redempção. |
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Estes decretos foram publicados no Jornal Correio Paulistanos em uma quinta-feira dia 1º de maio de 1880. – Dados do Arquivo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. |
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No ano seguinte em 30 de março 1881, era criado pelo vigário José Grecco a Irmandade do Santíssimo Sacramento, entre os fundadores da irmandade estavam fazendeiros e pessoas ilustres que auxiliavam os mais necessitados. |
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A aprovação da irmandade foi pelo bispo da Arquidiocese de São Paulo Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho e pelo conselho de Sua Majestade, o Imperador Dom Pedro II. |
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Após dois anos do Decreto Provincial Nº 84 acima mencionado em 1882 com o crescimento do local deram-se inicio a uma obra monumental na pequena cidade, a substituição da antiga capela por uma nova e ampla igreja matriz. |
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Esta nova igreja teve como idealizador o Padre italiano José Grecco que se inspirou na arquitetura neoclássica e na construção inicialmente usou-se mão de obra escrava e de pedreiros. |
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Neste período iniciavam-se no Império do Brasil alguns movimentos abolicionistas que eram pequenos no Vale do Paraíba, porém na década de 1880 estes movimentos ganham forças e Santa Cruz do Paiolinho, a partir de 1888 adere aos movimentos e os fazendeiros do município decidem por libertar os seus escravos, pois era iminente a alforria dos cativos no império. |
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Em publicação no Jornal Correio Paulistano de 28 de janeiro de 1888, há uma nota em que afirma o sr. Major Manoel José de Siqueira havia alforriados seus escravos entorno de 35 cativos e que outros fazendeiros caminhava para a iniciativa. |
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''“'''Na Villa de Redempção, o sr. major Manoel José de Siqueira libertou todos seus escravos, sendo 3 incondicionalmente e 32 sem a condição de serviço até 31 de Dezembro próximo.''''' |
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'''''Na mesma villa o sr. Joaquim Antônio dos Santos manumittiu 12 escravos.''''' |
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'''''Consta que outros lavradores da mesma villa pretendem fazer o mesmo, libertando perto de duzentos escravos.”''''' |
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'''''CORREIO PAULISTANO 28 DE JANEIRO DE 1888''''' |
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Passando treze dias após a publicação do Correio Paulistano em 10 de fevereiro de 1888 um grupo de fazendeiros e cidadãos ilustres como: Maria Augusta D’Almeida, Gabriel Ortiz Monteiro, Joaquim Camargo Ortiz, Antônio da Palma, Monsenhor José Alves Coelho Guimarães, Joaquim Antônio dos Santos e Lourenço Ottoni de Gouveia Castro assinaram o documento de abolição à escravatura no município de Santa Cruz do Paiolinho, documento este conhecido como “Carta da Fazenda Ponte Alta” que estabelecia que os negros alforriados fossem empregados mediante trabalho remunerado convencional. |
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Diante do pioneirismo no Vale do Paraíba os cidadãos decidiram rebatizar o município de '''REDEMPÇÃO''', pois a redenção tinha chegado aos cativos do município. |
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Três meses depois a Sua Alteza Imperial, a Princesa Isabel sancionou no Paço Imperial da cidade do Rio de Janeiro, capital do império a Lei Imperial Nº 3.353 que alforriava os cativos de todo o Império do Brasil em 13 de maio do ano 1888. |
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No ano de 1890, após o feito histórico da abolição da escravatura as obras da matriz de Santa Cruz que foi iniciada 1882, foram paralisadas com a saída da paróquia do Padre José Grecco que era o idealizador do projeto. |
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Em 15 de novembro de 1889 era abolida a monarquia brasileira e instaurada a república que a partir daí diversas reformas ao longo do inicio do século XX eram realizadas como a federalização e reformas administrativas. |
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Dez anos, após a Proclamação da República em 1899, após onze anos de paralização as obras da matriz de Santa Cruz são retomadas pelo vigário Francisco Fellipe e finalizadas, a inauguração ocorreu em 28 de fevereiro de 1904 com a sagração. |
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Em 1911 uma nova divisão administrativa é realizada e o município de Redenção passa a compor do Distrito Sede, além de ser aprovados recursos para a Construção da Escola Reunida de Redempção e Cadeia Pública. |
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Em 1933 o município permanece na condição de Distrito Sede e em 21 de maio de 1934 com a Lei de Nº 6.448 o município é reconduzido à categoria de distrito incorporado ao município de Jambeiro. |
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No ano de 1935, pela Lei Nº 7.353 de 05 de julho o distrito é incorporado ao município de Taubaté e em 1º de janeiro de 1936 o distrito é elevado novamente à categoria de município pertencente à comarca de Taubaté. |
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Na década de 1940, no governo de Presidente Getúlio Vargas uma nova reforma administrativo, territorial e judiciária é realizada no Estado de São Paulo e em reunião em 30 de novembro o Decreto Lei Nº 14.334 altera a denominação do município de Redenção para Redenção da Serra. |
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O nome REDENÇÃO surge em substituição ao antigo nome Santa Cruz do Paiolinho devido feito histórico de 10 de fevereiro de 1888, a incorporação DA SERRA surge com o decreto mencionado acima devido à região geográfica onde o município está localizado na cadeia de montanhas da Serra do Mar. |
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Em 1960, Redenção da Serra comemorou seus 100 anos de fundação com uma grande festa nas ruas da antiga cidade onde todos os cidadãos comemoraram alegremente a data de 24 de março. |
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Passando treze anos em 1973, após anos de discussões antigas sobre o projeto de represamento dos rios Paraitinga e Paraibuna começam a ser executados, porém este projeto custaria o desaparecimento dos núcleos urbanos dos municípios de Redenção da Serra e Natividade da Serra, além de diversos bairros rurais de ambas as cidades, além de Paraibuna. |
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A Companhia Energética do Estado de São Paulo (CESP) deu inicio a construção a barragem e com isso as sedes dos municípios começavam a serem demolidas, primeiramente Natividade da Serra em 1973 e depois Redenção da Serra 1974, a princípio a ideia do Governo do Estado era extinção dos municípios e incorporação dos territórios aos municípios vizinhos tais como Taubaté e Paraibuna e a população ser remanejadas para as cidades do Vale do Paraíba. |
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Após as lideranças locais debaterem o assunto e decidem em lutar pela construção da nova cidade converge-se em eleger para prefeito de Redenção da Serra o médico Neymar Neves de Azevedo em um acordo com um proprietário de terra senhor João Rodrigues que faz a doação de sua fazenda para a reconstrução da nova cidade e com muita luta e esforços de todos inicia-se a empreitada de um novo sonho cheio de expectativas e esperança. |
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Com o Decreto de Implantação Nº 190 de 25 de Agosto de 1974 nasce oficialmente à nova cidade de Redenção da Serra. |
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No dia 25 de agosto de 1974 umas multidões de cidadãos reuniram-se na praça central e deram inicio a despedida uma longa procissão com uma cruz caminhou pelas ruas da velha cidade até o novo local onde foi lançada a pedra fundamental da nova cidade de Redenção da Serra o novo cruzeiro era instalado e uma missa foi celebrada pelo bispo da Diocese de Taubaté Dom Francisco Borges do Amaral e pelo padre José Kinob. |
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Após as dificuldades encontradas pelo prefeito para a construção da nova cidade junto a CESP e ao governador Paulo Egídio Martins, além de não ter o apoio do governo federal na época o Brasil era presidido por Ernesto Geisel o senhor Neymar deixa a prefeitura assumindo o vice senhor Valdemar Carneiro que dá continuidade ao processo de construção |
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Neste período dão inicio a aberturas das novas ruas, loteamento, construção da nova matriz de Santa Cruz idealizada pelo Padre José Kinob, além do inicio da infraestrutura necessária. |
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No dia 28 de agosto de 1978 era realizada na nova cidade a primeira sessão da Câmara Municipal. |
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A nova matriz de Santa Cruz e casa paroquial construídas na Avenida Dez de Fevereiro tem uma arquitetura singular, a construção da matriz é em formato de um barco e no ponto mais alto uma imensa cruz se ergue como um cruzeiro em alto de um monte, assim a casa paroquial também faz referencia a um barco aportando. |
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Os simbolismos da matriz e da casa paroquial segundo o Conego Amâncio Calderaro são baseados em dois barcos atracando em novas terras para a construção da nova cidade, a matriz em especial, além da referencia ao barco trás consigo o cruzeiro para a nova terra, pois o cruzeiro que marcava o surgimento da antiga cidade, agora marca o inicio da nova cidade. |
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No interior da matriz há uma obra de arte de Zé Demétrio um Cristo Ressuscitado com a cruz em referencia a padroeira da cidade. |
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Outra obra de Zé Demétrio é a estatua da Abolição na entrada da cidade feita em concreto em uma base revestida com pedras. |
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A nova cidade tem construções lindas e singelas como a pequena igreja de São Benedito na Rua Primeiro de Janeiro, Capela do Cruzeiro com seu interior com maior painel do artista plástico Mestre Justino localizada na Rua Nove de Julho com uma vista panorâmica da represa e a cidade a suas margens. |
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Da antiga sede do município sobrou apenas à antiga Matriz de Santa Cruz tombada pelo CONDEPHAT 1982, o casarão que abrigou a antiga prefeitura datada do ano 1882, algumas casas da Rua Capitão Alvim que foram preservadas devido à luta dos moradores e autoridades locais. |
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Ao longo das décadas de 1970 e 1980 foram diversas legislaturas e administrações que passaram e trouxeram grandes contribuições para o desenvolvimento da nova sede do município de Redenção da Serra, embora entre estas décadas houvesse um decréscimo em relação ao número de habitantes com êxodo rural e expansão industrial do Vale do Paraíba, o município vem crescendo a partir dos anos 1990 e 2000. |
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Devido ao marco histórico de 10 de fevereiro de 1888 a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprova o projeto que dá o título à Redenção da Serra de “Berço da Liberdade Paulista” Lei Estadual Nº 500/2011. |
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Após o ciclo do café o município passou pela pecuária leiteira e ainda é mantida, porém muitas das atuais fazendas cultivam vastas florestas de eucaliptos para a fabricação de celulose, matéria prima do papel nas indústrias paulistas, esta atividade gera renda e emprega diversos munícipes. |
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Outra fonte de desenvolvimento econômico é a exploração turística da zona rural com o eco turismo que ainda é pouco expressivo e o turismo náutico em momentos que o reservatório da Represa de Paraibuna está com sua capacidade plena. |
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O município de Redenção da Serra tem uma história riquíssima que podem ser exploradas para gerar renda e assim proporcionar aos habitantes locais uma oportunidade de valorização de sua cultura e tradições. |
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Pesquisa: Secretaria Municipal de Turismo e Cultura. |
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== Demografia == |
== Demografia == |
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| align="center"| 2007 est.|| align="right" | 4.081 |
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| align="center"| 2021 est.|| align="right" | 3.827 |
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|4.494 |
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; Dados do censo de |
; Dados do censo de 2022<ref name="IBGE_Pop"/> |
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* [[População residente|População total]]: 4. |
* [[População residente|População total]]: 4.494 |
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* População Urbana: 3.030 |
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* População Rural: 1.464 |
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* [[Densidade demográfica]] (hab./km²): 14,54 |
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** Homens: 2.172 |
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** Mulheres: 1.875 |
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* [[Densidade demográfica]] (hab./km²): 13,09 |
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* [[Mortalidade infantil]] até 1 ano (por mil): 14,99 |
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* [[Expectativa de vida]] (anos): 71,69 |
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* [[Taxa de fecundidade]] (filhos por mulher): 2,64 |
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* [[Alfabetização|Taxa de alfabetização]]: 85,13% |
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* [[Índice de Desenvolvimento Humano]] (IDH-M): 0,736 |
* [[Índice de Desenvolvimento Humano]] (IDH-M): 0,736 |
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** IDH-M Renda: 0,629 |
** IDH-M Renda: 0,629 |
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=== Hidrografia === |
=== Hidrografia === |
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[[Ficheiro:Represa de Paraibuna.jpg|miniaturadaimagem|direita|[[Represa de Paraibuna]]]] |
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* [[Rio Paraitinga]] |
* [[Rio Paraitinga]] |
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* [[Rio Una (São Paulo)|Rio Una]] (ou Rio das Almas) |
* [[Rio Una (São Paulo)|Rio Una]] (ou Rio das Almas) |
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* [[SP-121]] Otacílio Fernandes da Silva |
* [[SP-121]] Otacílio Fernandes da Silva |
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== Comunicações == |
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A cidade foi atendida pela [[Companhia de Telecomunicações do Estado de São Paulo|Companhia de Telecomunicações do Estado de São Paulo (COTESP)]] até 1973, quando passou a ser atendida pela [[Telecomunicações de São Paulo|Telecomunicações de São Paulo |
A cidade foi atendida pela [[Companhia de Telecomunicações do Estado de São Paulo|Companhia de Telecomunicações do Estado de São Paulo (COTESP)]] até 1973, quando passou a ser atendida pela [[Telecomunicações de São Paulo|Telecomunicações de São Paulo (TELESP)]]<ref>{{citar web|URL=https://web.archive.org/web/19980114175120/http://www.telesp.com.br:80/paginas/06_casasua/060202_operacional.htm|título=Área de atuação da Telesp em São Paulo|data=|acessodata=|publicado=Página Oficial da Telesp (arquivada)|ultimo=|primeiro=|autor=}}</ref>. Em 1998 esta empresa foi privatizada e vendida para a Telefônica, sendo que em 2012 a empresa adotou a marca Vivo para suas operações de telefonia fixa<ref>{{citar web|url=http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=744E691516C513B09DDD47FB9DF8D18F.node1?codteor=1189124&filename=Avulso+-PL+1414/1973|titulo=Convênio de incorporação da COTESP pela TELESP em 25 de outubro de 1973|data=|acessodata=|publicado=Portal da Câmara dos Deputados|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|URL=http://telefonica.mediagroup.com.br/pt/Empresa/Nossa_Historia.aspx|título=Nossa História|data=|acessodata=|publicado=Telefônica / VIVO|ultimo=|primeiro=|autor=}}</ref><ref>{{citar web|URL=http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2012/04/telefonica-conclui-troca-da-marca-por-vivo.html|título=Telefônica conclui troca da marca por Vivo|autor=GASPARIN, Gabriela|data=12 de abril de 2012|publicado=G1|acessodata=}}</ref>. |
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{{Referências}} |
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{{Referências|Instituto Brasileiro Geografia e Estatística – IBGE=https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/redencao-da-serra/historico|Livro: Frases da História de Redenção da Serra Autor Toninho Mendes – Publicação: Câmara Municipal de Redenção da Serra 2012=|Portal oficial do Governo do Estado de São Paulo=http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/ultimas-noticias/pioneira-na-libertacao-dos-escravos-redencao-da-serra-guarda-tradicoes-do-interior/|Câmara Municipal de Redenção da Serra – Página Oficial.=http://www.camaraderedencaodaserra.sp.gov.br/pagina/historia-do-municipio|Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo=https://www.al.sp.gov.br/propositura/?id=1009488}} |
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== Ligações externas == |
== Ligações externas == |
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* {{Link||2=http://www.redencaodaserra.sp.gov.br |3=Página da prefeitura}} |
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* {{Link||2=http://WikiMapia.org/#lat=-23.280379&lon=-45.527601&z=14&l=9&m=h&v=2 |3=Redenção da Serra no WikiMapia}} |
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[[Categoria:Municípios do Vale do Paraíba]] |
Edição atual tal como às 12h21min de 19 de setembro de 2024
Redenção da Serra
| |
---|---|
Município do Brasil | |
Igreja da velha de Redenção da Serra. | |
Hino | |
Gentílico | redencense |
Localização | |
Localização de Redenção da Serra em São Paulo | |
Localização de Redenção da Serra no Brasil | |
Mapa de Redenção da Serra | |
Coordenadas | 23° 16′ 01″ S, 45° 32′ 13″ O |
País | Brasil |
Unidade federativa | São Paulo |
Região metropolitana | Vale do Paraíba e Litoral Norte |
Municípios limítrofes | Taubaté, São Luiz do Paraitinga, Natividade da Serra, Paraibuna, Jambeiro e Caçapava |
Distância até a capital | 165 km |
História | |
Fundação | 8 de maio de 1877 (147 anos) |
Administração | |
Prefeito(a) | Jucimar Ferreira da Silva (PL, 2021–2024) |
Características geográficas | |
Área total [1] | 309,441 km² |
População total (estimativa IBGE/2021[1]) | 4,494 hab. |
Densidade | 0 hab./km² |
Clima | subtropical |
Altitude | 830 m |
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) |
Indicadores | |
IDH (PNUD/2000[2]) | 0,736 — alto |
PIB (IBGE/2008[3]) | R$ 29 290,846 mil |
PIB per capita (IBGE/2008[3]) | R$ 6 924,55 |
Redenção da Serra é um município brasileiro do estado de São Paulo, que integra a Região Imediata de Taubaté-Pindamonhangaba. Sua população, conforme estimativa do IBGE para 2021, era de 3 827 habitantes.[1]
História
[editar | editar código-fonte]A história de Redenção da Serra, tem início no começo do século XIX. Com o esgotamento do ouro nas Minas Gerais, a economia brasileira se deslocou para o Vale do Paraíba movida pelo fenômeno do ciclo do café. A monocultura do café trouxe a expansão cafeeira na região, ocupando vales e montanhas, possibilitando o surgimento de cidades e vilarejos, dinamizando e enriquecendo importantes centros urbanos na época como, Taubaté, Pindamonhangaba, Guaratinguetá, Lorena e Bananal.
Visando ampliar a extensão das lavouras cafeeiras em territórios ainda desconhecidos, o governador da província de São Paulo nomeou o sertanista e grande desbravador capitão-mor, Francisco Ferraz de Araújo, juntamente com sua esposa Maria Leite Galvão de França, moradores da então Vila Real de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Pindamonhangaba, filho do ilustre paulista Miguel Godoy Moreira, um importante e rico proprietário de terras, que ocupou cargos de confiança no governo da Capitania de São Paulo.
Cumprindo a determinação do governador e alimentados pelo sonho de fazer fortuna com o ciclo do café que ganhava forças na região, o casal de desbravadores seguiram rumo aos sertões da Serra do Mar acompanhados de um grande número de escravos a procura de territórios e terras férteis para o cultivo de café.
Se instalaram às margens do rio Paraitinga num pequeno vale entre as montanhas da região no que hoje é conhecido como sertão da Samambaia, em terras outrora pertencentes a Taubaté e construíram ali uma fazenda.
Após a instalação e o início das lavouras, um dos melhores escravos do capitão, ao abrir por entre a mata trilhas e caminhos de acesso à fazenda, morreu picado por uma cobra. O bravo escravo desbravador, foi sepultado em um local aos arredores da fazenda e a sepultura foi assinalada por uma grande cruz de madeira em sua memória.
Com início do povoamento nas proximidades da fazenda, Ferraz de Araújo, a todos que lhe solicitavam terras, mandava que fosse usadas as terras próximas à cruz, sendo esta a única condição e consequentemente o caminho da cruz se tornou popular entre as pessoas que ali vinham morar.
Mais tarde com o declínio do café no Vale do Paraíba, o vilarejo passou a sobreviver somente da agricultura de subsistência, destacando o cultivo de linho. Por esse motivo recebeu popularmente o nome de Paiolinho (paiol + linho), referência direta à plantação de linho feita pelos moradores e às fibras secas recolhidas que eram depositadas em uma cabana de madeira chamada paiol destinadas ao armazenamento.
O vilarejo crescia e por volta do ano de 1850, no lugar da antiga cruz de madeira, foi construída uma pequena capela que possuía duas torres e um sino com ajuda dos moradores e de fazendeiros da região, sendo chamada de capela de Santa Cruz pelo vigário Padre João Alves Coelho Guimarães. O vilarejo ganhava assim a sua primeira paróquia, a paróquia de Santa Cruz do Paiolinho.
Em 24 de março de 1860 o povoado foi elevado a freguesia em terras do município de Taubaté. A população cresceu e a produção agrícola dava bons lucros, o que levou Paiolinho a ser elevada à categoria de município segundo Lei Provincial nº 33, de 8 de maio de 1877.
O município possuía sede na povoação de Paiolinho e seus territórios foram desmembrados do município de Taubaté tendo sua instalação a 1 de dezembro de 1877.
Em 1882, inspirados pelo progresso na região, deu-se início a construção da nova igreja matriz de Santa Cruz, com a ajuda de escravos e pedreiros. Porém antes do término das obras, em 1890, o idealizador do projeto, vigário padre José Grecco, deixou a paróquia, paralisando sua construção e após onze anos, as obras foram reiniciadas, com a posse do Padre Francisco Filipe em 1904, a Igreja Matriz finalmente foi inaugurada
Basicamente, o núcleo principal da história de Redenção da Serra foi ligada à Abolição da Escravatura (Lei Áurea). Com a extinção do tráfico negreiro em 1850, a Lei do Ventre Livre em 1871 e a Lei dos Sexagenários em 1885, a ideia de total libertação dos escravos já iniciava entre os conservadores e liberais da região. Em Paiolinho chegaram também os ecos da campanha abolicionista e aderidos ao movimento cívico, Redenção da Serra foi a primeiro município paulista a libertar seus escravos em 10 de fevereiro de 1888, em documento assinado pelos ilustres moradores de Paiolinho, Maria Augusta d'Almeida, Gabriel Ortiz Monteiro, Joaquim Camargo Ortiz, Antônio da Palma, monsenhor João Alves Coelho Guimarães, José Lopes Leite de Abreu, Joaquim Antônio Alves dos Santos e Lourenço Ottoni de Gouveia Castro. Nesta data, declararam assim seus escravos livres, que continuaram a trabalhar mediante salário convencional. No mesmo documento e motivados pelo movimento que ali nascia, resolveram trocar a designação do município de Santa Cruz do Paiolinho para Redenção.
Em 21 de maio de 1934, Redenção deixou de ser município e voltou à condição de distrito pela Lei nº 6448, sendo incorporada ao município de Jambeiro, do qual se separou em 5 de julho de 1935 e passou a pertencer a comarca de Taubaté, sendo reinstalado novamente o município em 1 de janeiro de 1936.
Em 30 de novembro de 1944, numa reunião do quadro administrativo, territorial e judiciário do estado de São Paulo, segundo o Decreto-Lei nº 14.334, discutiu-se que Redenção sendo o primeiro local paulista a libertar seus escravos, nada mais justo do que designá-lo com um nome que eternizasse o feito grandioso, assim o antigo povoado de Santa Cruz do Paiolinho, chamada de Redenção, passou a se chamar Redenção da Serra, também devido a sua situação geográfica entre os contrafortes da Serra do Mar.
No começo da década de 1970, por uma necessidade de atendimento sócio-econômico regional, o estado deu início à construção da Usina Hidrelétrica de Paraibuna, represando os rios Paraibuna e Paraitinga e formando a Represa de Paraibuna ou represa da Companhia Energética de São Paulo (CESP).
A construção porém de inusitadas implicações, determinou o desaparecimento de Natividade da Serra e Redenção da Serra. Da velha Redenção da Serra, cheia de tradições e fatos históricos, restou na parte mais alta do município que não foi atingida pelas águas a Igreja Matriz, o sobrado com sacadas de ferro que sediava a prefeitura e outros poucos sobrados e residenciais da rua Capitão Alvim. A parte mais baixa porém foi totalmente invadida pelas águas.
Na zona rural, o represamento das águas afetou as terras férteis, eliminando grande parte da agricultura de subsistência. A industrialização da “Calha do Vale” (Taubaté, Pindamonhangaba e Tremembé) e a inundação de parte do município, contribuíram para o êxodo rural de grande parte da população produtiva.
Em 25 de agosto de 1974 de acordo com o decreto de implantação nº 190, nasce a nova Redenção da Serra, onde numa colina era erguida pelo povo redencense o cruzeiro que simbolizaria o renascimento do município.
Demografia
[editar | editar código-fonte]Histórico populacional | |
---|---|
ano | População |
1970 | 5.153 |
1980 | 4.001 |
1991 | 4.008 |
2000 | 4.047 |
2001 | 4.051 |
2002 | 4.055 |
2003 | 4.059 |
2004 | 4.067 |
2005 | 4.071 |
2006 | 4.076 |
2007 est. | 4.081 |
2021 est. | 3.827 |
2022 | 4.494 |
- Dados do censo de 2022[1]
- População total: 4.494
- População Urbana: 3.030
- População Rural: 1.464
- Densidade demográfica (hab./km²): 14,54
- Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M): 0,736
- IDH-M Renda: 0,629
- IDH-M Longevidade: 0,778
- IDH-M Educação: 0,802
- (Fonte: IPEADATA)
Hidrografia
[editar | editar código-fonte]- Rio Paraitinga
- Rio Una (ou Rio das Almas)
- Ribeirão das Antas
- Ribeirão Taberão
- Ribeirão dos Afonsos
- Ribeirão dos Venâncios
- Ribeirão Turvinho
- Corrego do Fonsecada
- Corrego dos Hilários
- Corrego dos Potes
- Corrego dos Bastos
- Corrego Três Mojolos
- Corrego Santo Antônio
Rodovias
[editar | editar código-fonte]Comunicações
[editar | editar código-fonte]A cidade foi atendida pela Companhia de Telecomunicações do Estado de São Paulo (COTESP) até 1973, quando passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP)[4]. Em 1998 esta empresa foi privatizada e vendida para a Telefônica, sendo que em 2012 a empresa adotou a marca Vivo para suas operações de telefonia fixa[5][6][7].
Referências
- ↑ a b c d «Redenção da Serra». IBGE Cidades. IBGE. Julho de 2021
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008
- ↑ a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ «Área de atuação da Telesp em São Paulo». Página Oficial da Telesp (arquivada)
- ↑ «Convênio de incorporação da COTESP pela TELESP em 25 de outubro de 1973». Portal da Câmara dos Deputados
- ↑ «Nossa História». Telefônica / VIVO
- ↑ GASPARIN, Gabriela (12 de abril de 2012). «Telefônica conclui troca da marca por Vivo». G1