Corbélia: diferenças entre revisões
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{{Info/Município do Brasil |
{{Info/Município do Brasil/Corbélia}} |
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'''Corbélia''' é um [[Município (Brasil)|município brasileiro]] do [[estados do Brasil|estado]] do [[Paraná]], fazendo parte da [[Região Metropolitana de Cascavel]]. Possui uma área de 529,137 km² e sua população, conforme estimativas do IBGE de 2020, era de {{fmtn|17117}} habitantes.<ref name="IBGE_Pop_2020"/> Sua sede está a uma altitude de 895 metros. |
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<!-- GeoID=4106308 --> |
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<!-- Cabeçalho -->| nome = Corbélia |
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| foto = Imagem Aérea de Corbélia - PR - panoramio.jpg |
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| leg_foto = Vista aérea de Corbélia. |
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| bandeira = Bandeiracorbelia.jpg |
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| brasão = |
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| aniversário = 8 de dezembro |
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| fundação = {{nowrap|{{dtlink|8|12|1961|idade}}}} |
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| gentílico = corbeliense |
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| lema = ''Semeando um futuro melhor' |
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| prefeito = Giovani Miguel Wolf Hnatuw |
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| partido = [[MDB]] 2021-2024 |
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| fim_mandato = 2021- 2024 |
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<!-- Localização -->| mapa = Parana Municip Corbelia.svg |
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| latG = 24 |
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| estado = Paraná |
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| latP = S |
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| latM = 47 |
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| lonP = O |
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| lonG = 53 |
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| lonM = 18 |
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| latS = 56 |
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| lonS = 25 |
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| mesorregião = [[Mesorregião do Oeste Paranaense|Oeste Paranaense]] |
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| microrregião = [[Microrregião de Cascavel (Paraná)|Cascavel]] |
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| vizinhos = [[Ubiratã (Paraná)|Ubiratã]], [[Anahy]], [[Iguatu (Paraná)|Iguatu]], [[Braganey]], [[Cascavel (Paraná)|Cascavel]], [[Cafelândia (Paraná)|Cafelândia]] e [[Nova Aurora (Paraná)|Nova Aurora]] |
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| dist_capital = 508 |
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<!-- Características geográficas -->| área = 529.384 |
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| área_ref = <ref name ="IBGE_Área">{{citar web |url=http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/default_territ_area.shtm |título=Área territorial oficial |autor=IBGE |acessodata=5 de dezembro de 2010|data=10 out. 2002|publicado=Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02)}}</ref> |
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| população = 17071 |
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| altitude = 895 |
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| clima = [[Subtropical]] |
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| sigla_clima = Cfa |
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<!-- Indicadores -->| idh = 0.767 <!--favor manter o formato--> |
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| pib = {{formatnum:260881.442}} mil |
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| pib_per_capita = 16451.09 |
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| Sigla = CBL |
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<!-- Dados gerais -->| link_brasão = http://revistaescola.abril.com.br/img/geografia/barcelona-catalunha.jpg |
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| link_bandeira = |
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| link = |
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| data_mesorregião = [[IBGE]]/[[2008]] <ref name="IBGE_DTB_2008">{{citar web |url=ftp://geoftp.ibge.gov.br/Organizacao/Divisao_Territorial/2008/DTB_2008.zip |titulo=Divisão Territorial do Brasil |data=1 de julho de 2008 |obra=Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais| publicado=Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) |acessodata=11 de outubro de 2008}}</ref> |
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| data_microrregião = [[IBGE]]/[[2008]] <ref name="IBGE_DTB_2008" /> |
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| data_pop = est. [[IBGE]]/[[2019]]<ref name="IBGE_Pop_2019">{{citar web |url= https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/corbelia/panorama |título= Estimativa Populacional de 2019 |obra= |publicado= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) |data= |acessodata= 2 de janeiro de 2020}}</ref> |
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| data_idh = [[PNUD]]/[[2000]] <ref name="PNUD_IDH_2000">{{citar web |url=http://www.pnud.org.br/atlas/ranking/IDH-M%2091%2000%20Ranking%20decrescente%20(pelos%20dados%20de%202000).htm |titulo=Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil |data=2000 |obra=Atlas do Desenvolvimento Humano|publicado=Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) |acessodata=11 de outubro de 2008}}</ref> |
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| data_pib = [[IBGE]]/[[2008]]<ref name="IBGE_PIB">{{citar web |url=http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pibmunicipios/2004_2008/ |titulo=Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008 |publicado=Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística |acessodata=11 de dezembro de 2010}}</ref> |
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| data_pib_per_capita = [[IBGE]]/[[2008]]<ref name="IBGE_PIB"/> |
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'''Corbélia''' é um [[Município (Brasil)|município brasileiro]] do [[estados do Brasil|estado]] do [[Paraná]]. Localiza-se a uma [[latitude]] 24º47'56" [[sul]] e a uma [[longitude]] 53º18'24" [[oeste]], estando a uma altitude de 895 metros. Sua população estimada em [[2019]] foi de 17.071 habitantes. Possui uma área de 529,384 km². |
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Faz parte da [[Região Metropolitana de Cascavel]]. |
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== História == |
== História == |
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<!-- NÃO COPIE nada para a Wikipédia, não é permitido (©). Mesmo de sites oficiais! Leia: Wikipedia:Coisas a não fazer! Não apague este aviso! --> |
<!-- NÃO COPIE nada para a Wikipédia, não é permitido (©). Mesmo de sites oficiais! Leia: Wikipedia:Coisas a não fazer! Não apague este aviso! --> |
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Segundo as pesquisas mais recentes, os mais antigos indícios da presença humana no atual oeste paranaense foram encontrados a cerca de 100 quilômetros para sul do município de Corbélia, no [[sítio arqueológico]] Ouro Verde I. Localizado em [[Boa Esperança do Iguaçu]], nesse sítio foram identificadas diversas [[Ferramenta de pedra|ferramentas de pedra]] e [[Carvão vegetal|carvões]] de uma antiga [[Fogueira|estrutura de combustão]], datada em 9.040 +- 400 anos [[Antes do Presente]]<ref>{{citar periódico |url=https://www.researchgate.net/publication/286210817_Revisao_dos_sitios_arqueologicos_com_mais_de_seis_mil_anos_BP_no_Parana_Discussoes_geoarqueologicas |titulo=Revisão dos sítios arqueológicos com mais de seis mil anos BP no Paraná: discussões geoarqueológicas |data=2008 |acessodata=8 de junho de 2022 |jornal=FUNDHAMentos |publicado=Fundação Museu do Homem Americano |número=VII |ultimo=Parellada |primeiro=Claudia Inês |paginas=118-135}}</ref><ref>{{citar web|ultimo=Bueno|primeiro=Lucas|ultimo2=Gilson|primeiro2=Simon-Pierre|url=https://brc14database.com.br/|titulo=BRC14database Project|data=2021|acessodata=8 de junho de 2022|website=Brazilian Radiocarbon Database}}</ref>. Esses primeiros [[grupos indígenas]] produziam uma grande quantidade de instrumentos líticos, tais como [[Machado|lâminas de machados]], [[Raspador|raspadores]], [[Percutor|percutores]], furadores e [[Ponta de flecha|pontas de flecha]], apresentando padrões técnicos associados à [[Tradição Umbu]]. Nos limites territoriais de Corbélia, por sua vez, também há registro de sítios arqueológicos pré-coloniais com diversas ferramentas de pedra, embora apresentem padrões associados à [[Tradição Humaitá]] ou sem tradição tecnológica definida – caso dos sítios Rancho Mundo<ref>{{citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/sgpa/cnsa_detalhes.php?26934|titulo=sítio Rancho Mundo|data=2016|acessodata=8 de junho de 2022|website=Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref> e Sapucaia 1<ref>{{citar web|url=https://sicg.iphan.gov.br/sicg/bem/visualizar/23092#&panel1-5|titulo=Sítio Sapucaia 1|data=2019|acessodata=8 de junho de 2022|website=Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref>, respectivamente –, o que indicam uma ocupação alguns milênios mais nova do que a observada no Baixo Iguaçu. Esses habitantes pioneiros eram nômades, ocupando sazonalmente áreas altas, abrigos de cavernas e vales de rios, vivendo da caça e da coleta de diversos alimentos, como [[Fruto|frutos]], [[Raiz|raízes]] e [[mel]]<ref>{{citar livro|título=Patrimônio Natural dos Campos Gerais do Paraná|ultimo=Parellada|primeiro=Cláudia Inês|editora=Editora UEPG|ano=2007|editor-sobrenome=Melo|editor-nome=Mário Sérgio de|local=Ponta Grossa|páginas=163-170|capitulo=A arqueologia dos Campos Gerais|isbn=9788577980048|editor-sobrenome2=Moro|editor-nome2=Rosemeri Segecin|editor-sobrenome3=Guimarães|editor-nome3=Gilson Búrigo}}</ref>. |
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Entre quatro e dois mil anos atrás, populações indígenas atualmente associadas à Tradição Itararé-Taquara introduziram o plantio de espécies como a [[mandioca]], [[cará]], [[feijão]], [[amendoim]], [[milho]] e [[batata]]. Ancestrais dos atuais [[Caingangues|Kaingang]] e [[Xokleng]], falantes de idiomas do tronco [[Macro-jê|Macro-Jê]], esses grupos também dominavam técnicas bastante elaboradas de produção cerâmica, formando aldeias caracterizadas por casas subterrâneas<ref>{{citar livro|título=O Brasil antes dos brasileiros: A pré-história do nosso país|ultimo=Prous|primeiro=André|editora=Jorge Zahar Editor|ano=2006|local=Rio de Janeiro|isbn=8571109206}}</ref><ref name=":0">{{citar periódico |url=https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/29849 |titulo=A ocupação humana na Região Sul do Brasil: arqueologia, debates e perspectivas, 1872-2000 |data=2000 |acessodata=8 de junho de 2022 |jornal=Revista USP, Dossiê Antes de Cabral: Arqueologia Brasileira |publicado=Universidade de São Paulo |número=44 |ultimo=Noelli |primeiro=Francisco |paginas=218–269 |volume=II}}</ref>. Em Corbélia, foi identificado um sítio arqueológico desse período nos arredores de um córrego tributário do [[rio Piquiri]], o qual foi registrado no banco de dados do [[Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional|IPHAN]] como sítio Tourinho<ref>{{citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/sgpa/cnsa_detalhes.php?7636|titulo=Sítio Tourinho|data=1970|acessodata=8 de junho de 2022|website=Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref>. Além do cultivo de plantas domesticadas, também realizavam o manejo de diversas espécies silvestres, tais como a [[araucária]] e o [[butiá]]<ref>{{citar periódico |url=https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/29849 |titulo=A ocupação humana na Região Sul do Brasil: arqueologia, debates e perspectivas, 1872-2000 |data=2000 |acessodata=8 de junho de 2022 |jornal=Revista USP, Dossiê Antes de Cabral: Arqueologia Brasileira |publicado=Universidade de São Paulo |número=44 |ultimo=Noelli |primeiro=Francisco |pagina=246 |volume=II}}</ref>. Grupos [[Guaranis|Guarani]] também teriam habitado o vale do rio Piquiri em um período posterior, contudo, o que provavelmente gerou conflitos por território entre essas populações<ref name=":0" /><ref>{{citar periódico |url=https://www.researchgate.net/publication/299282103_NOTA_PREVIA_SOBRE_AS_PESQUISAS_ARQUEOLOGICAS_NO_VALE_DO_RIO_PIQUIRI |titulo=Nota prévia sobre as pesquisas do Vale do rio Piquiri |data=1971 |acessodata=8 de junho de 2022 |jornal=Revista Dédalo |publicado=Universidade de São Paulo |número=13 |ultimo=Chmyz |primeiro=Igor |ultimo2=Sauner |primeiro2=Zulmara Clara |pagina=7-31 |volume=7}}</ref>. |
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Corbélia recebeu status de município pela lei estadual nº 4382 de 10 de junho de 1961, com território desmembrado do município de [[Cascavel (Paraná)|Cascavel]].<ref>{{citar web|url=http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/parana/corbelia.pdf|titulo=Corbélia Paraná - PR Histórico|data=5 de junho de 2010|obra=IBGE|acessodata=27 de abril de 2013}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.corbelia.pr.gov.br/novo/index.php/a-cidade/a-historia|titulo=A História |obra=Prefeitura municipal de Corbélia|acessodata=27 de abril de 2013}}</ref><ref>{{citar web|url=http://web.archive.org/web/20071107014200/http://www.corbelia.org/cidade/historico.php|titulo=HISTÓRICO DO MUNICÍPIO|data=2007|obra=Portal Corbélia|publicado=corbelia.org|acessodata=27 de abril de 2013}}</ref><ref>{{Citar livro|sobrenome=Daiane|nome=PEROZA|título=Corbélia e sua história|editor=Corbélia: BPM|publicação=2005}}</ref> |
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A grande presença Guarani ao longo da bacia do Piquiri também foi registrada por europeus no [[século XVI]], período em que ocorreram as primeiras expedições portuguesas e espanholas na região oeste do Paraná<ref>{{citar livro|título=Naufrágios & Comentários|ultimo=Cabeza de Vaca|primeiro=Álvar|editora=L& PM Pocket|ano=1999|local=São Paulo|isbn=8525409537}}</ref><ref>{{citar web|ultimo=Nimuendajú|primeiro=Curt|url=http://portal.iphan.gov.br/indl/pagina/detalhes/1563|titulo=Mapa Etno-Histórico do Brasil e Regiões Adjacentes|data=2017|acessodata=8 de junho de 2022|website=Inventário Nacional de Diversidade Linguística (INDL)|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref><ref>{{citar periódico |titulo=Los cementerios pré-históricos del alto Paraná (Misiones) |data=1895 |jornal=Boletin del Instituto Geográfico Argentino |publicado=Juan Carbone |ultimo=Ambrosetti |primeiro=Juan Bautista |paginas=227-257 |volume=16}}</ref> . É o caso dos exploradores [[Álvar Núñez Cabeza de Vaca|Alvar Nuñez Cabeza de Vaca]] e [[Ulrich Schmidl|Ulrich Schmmidel]], os quais atravessaram a região em [[1541]] e [[1552]]-[[1553]] respectivamente, aproveitando as redes de caminhos terrestres e fluviais usados há milênios pelos indígenas e conhecido na historiografia como [[Caminho do Peabiru]]<ref name=":1">{{citar periódico |url=https://www.researchgate.net/publication/291081823_Arqueologia_do_vale_do_rio_Piquiri_Parana_Paisagens_memorias_e_transformacoes |titulo=Arqueologia do Vale do Rio Piquiri, Paraná: Paisagens, Memórias e Transformações |data=2013 |acessodata=8 de junho de 2022 |jornal=Revista Memorare |publicado=Universidade do Sul de Santa Catarina |número=1 |ultimo=Parellada |primeiro=Cláudia Inês |paginas=24-42 |volume=1}}</ref>. |
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{{Referências}} |
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Conhecida como [[Guayrá|Província do Guairá]] durante os séculos XVI e [[Século XVII|XVII]], o norte e oeste paranaenses inicialmente despertaram o interesse espanhol, responsáveis por fundar diversas [[Missões jesuíticas no oeste do Paraná|missões jesuíticas]] e cidades, como [[Ontiveros]], Villa Rica del Espiritu Santo e [[Ciudad Real del Guahyrá|Ciudad Real]]<ref>{{citar periódico |url=https://www.academia.edu/38552778/PARELLADA_Claudia_In%C3%AAs_2018_Arqueologia_de_cidades_coloniais_espanholas_na_Prov%C3%ADncia_del_Guair%C3%A1_1554_1632_In_Arqueolog%C3%ADa_Mem%C3%B3ria_del_56_Congreso_de_Americanistas_v_2_p_817_826_Salamanca |titulo=Arqueologia de Cidades Coloniais Espanholas na Província Del Guairá (1554-1632) |data=2018 |acessodata=8 de junho de 2022 |jornal=Arqueología: Memoria del 56° Congreso Internacional de Americanistas |publicado=Aquilafuente; Ediciones Universidad de Salamanca |ultimo=Parellada |primeiro=Cláudia Inês |editor-sobrenome=Alcántara |editor-nome=Manuel |pagina=817-826 |editor-sobrenome2=Montero |editor-nome2=Mercedes García |editor-sobrenome3=López |editor-nome3=Francisco Sánchez}}</ref>. Em [[1628]], por sua vez, foi fundada a missão jesuíta de Nuestra Señora de Copacabana, supostamente em área hoje sob administração do município de Ubiratã<ref>{{citar livro|título=Missões: conquistando almas e territórios|ultimo=Parellada|primeiro=Cláudio|editora=Imprensa Oficial|ano=2009|local=Curitiba|páginas=59-80|capitulo=O Paraná Espanhol: cidades e missões jesuíticas no Guairá}}</ref>. Localizados na margem oposta do rio Piquiri, os grupos indígenas que habitavam as terras da atual Corbélia certamente entraram em contato com esse assentamento colonial seiscentista, sendo possível supor que muitos eventualmente foram atraídos e aldeados pela [[Companhia de Jesus]]. |
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A presença colonial espanhola no Paraná provocou reações da [[Coroa portuguesa|Coroa Portuguesa]], entretanto, e seguidas [[Bandeirantes|expedições bandeirantes]] na região acarretaram a completa destruição desses núcleos coloniais iniciais na década de 1630<ref>{{citar livro|título=Conquista espiritual feita pelos religiosos da Companhia de Jesus nas Províncias do Paraná, Paraguai, Uruguai e Tape|ultimo=Montoya|primeiro=Antonio Ruiz de|editora=Martins Livreiro Editor|ano=1985|local=Porto Alegre}}</ref><ref name=":2">{{citar livro|url=|título=Ubiratã: História e Memória|ultimo=Sperança|primeiro=Alceu|ultimo2=Sperança|primeiro2=Regina|ultimo3=Carvalho|primeiro3=Selene de|editora=Edição do autor|ano=2008|local=Ubiratã|acessodata=8 de junho de 2022}}</ref>. Quanto aos indígenas aldeados pelos jesuítas, muitos foram mortos ou levados para fazendas na [[Capitania de São Paulo]], servindo como [[Escravidão indígena no Brasil|mão-de-obra escrava]] no plantio da [[cana-de-açúcar]] e outros cultivares<ref>{{citar livro|título=Cafelândia: Um pouco da nossa história|ultimo=Cordeiro|primeiro=Marinês|editora=Gráfica Assoeste e Editora LTDA.|ano=2004|local=Cascavel}}</ref>. Mesmo após a consolidação da posse portuguesa das terras do chamado [[Terceiro Planalto Paranaense]], na segunda metade do [[século XVIII]], não ocorreram novas tentativas de colonização como a empreendida pelos espanhóis, o que contribuiu para a reocupação gradual de parte do vale do Rio Piquiri por grupos Xokleng, Kaingang e [[Xetás|Xetá]]<ref name=":1" /><ref name=":2" /><ref>{{citar livro|título=Actualidade indígena|ultimo=Borba|primeiro=Telêmaca|editora=Typ e Lytog. a vapor. Impressora Paranaense|ano=1908|local=Curitiba}}</ref>. |
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{{Região Metropolitana de Cascavel}} |
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Mesmo com a passagem eventual de [[Tropeiro|tropeiros]] pelo vale do Piquiri ao longo do século XVIII e primeira metade do [[século XIX]], assim como expedições paulistas ocasionais nos denominados [[Campos Gerais do Paraná|Campos Gerais]] durante o governo de [[Luís António de Sousa Botelho Mourão|Dom Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão]], a região só foi alvo de políticas de ocupação territorial após a criação da [[Província do Paraná]]<ref name=":2" />. Até então, basicamente as únicas atividades econômicas recorrentes em todo o oeste e norte paranaenses eram a extração de [[erva-mate]] e [[madeira]]<ref name=":3">{{citar periódico |url=http://revistavozes.uespi.br/ojs/index.php/revistavozes/article/view/104 |titulo=O Sudoeste do Paraná e a presença militar na fronteira: aspectos de uma “comunidade imaginada” |data=2016 |acessodata=8 de junho de 2022 |jornal=Vozes, Pretérito & Devir. Dossiê Temático: Artigos |publicado=Universidade Estadual do Piauí |número=1 |ultimo=Zatta |primeiro=Ronaldo |ultimo2=Vannini |primeiro2=Ismael Antônio |paginas=289-308 |volume=V}}</ref>. |
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Realizadas por empresas de capital estrangeiro denominadas “obrages”, as quais faziam uso do trabalho semi-escravo de camponeses [[paraguaios]] e [[argentinos]] (os “mensus”), essas atividades ocorriam sem praticamente nenhum controle do governo paranaense<ref name=":3" /><ref>{{citar livro|título=Cafelândia: Um pouco da nossa história|ultimo=Cordeiro|primeiro=Marinês|editora=Gráfica Assoeste e Editora LTDA.|ano=2004|local=Cascavel|página=20}}</ref>. Dado esse contexto, especialmente após a [[Guerra do Paraguai]] ([[1864]]-[[1870]]), foram realizadas missões de reconhecimento e fundação de colônias militares no sul e oeste do Paraná como forma de assegurar a posse brasileira desses territórios<ref name=":3" /><ref>{{citar livro|url=https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/76641|título=A Colônia Militar do Chopim: 1882 a 1909|ultimo=Barros|primeiro=Vera Lúcia|editora=Universidade Federal de Santa Catarina|ano=1980|local=Florianópolis|tipo=Dissertação de Mestrado em História|acessodata=8 de junho de 2022}}</ref>. |
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Em fins do século XIX e início do [[século XX]], a região entre os rios Piquiri e [[Rio Iguaçu|Iguaçu]] permaneceu ocupada de forma muito esparsa por não-indígenas, embora já existissem [[Fazenda|sítios]] e [[Chácara|chácaras]] de colonos brancos e [[Caboclo|caboclos]] próximos aos caminhos utilizados por ervateiros, militares e tropeiros<ref>{{citar web|url=https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/cascavel/historico|titulo=Cidades. História & Fotos. Cascavel|data=2017|acessodata=8 de junho de 2022|website=Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística}}</ref>. A origem de Corbélia enquanto núcleo fixo de povoamento remonta à década de 1940, entretanto, quando teria se intensificado a chegada de colonos à região<ref name=":4">{{citar web|url=https://www.corbelia.pr.gov.br/detalhe-da-materia/info/historico-do-municipio/6511|titulo=Histórico do Município|data=2020|acessodata=8 de junho de 2022|website=Prefeitura Municipal de Corbélia}}</ref>. A necessidade de se regularizar e legalizar a posse de terras passou a ser uma demanda relevante nesse período, a ponto de ser destacada a Fundação Paranaense de Colonização e Imigração para organizar vistorias e processos de legalização latifundiária<ref name=":5">{{citar web|url=https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/corbelia/historico|titulo=Cidades. História & Fotos. Corbélia|data=2017|acessodata=8 de junho de 2022|website=Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística}}</ref>. |
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Alguns anos depois, em [[1953]], o fluxo migratório crescente gerou um povoado próximo à uma estrada de ligação entre Cascavel e o norte do Paraná<ref name=":5" />. Segundo consta, seu idealizador foi Armando Zanatto, descendente de [[imigrantes italianos]]. O nome da localidade, derivado da palavra francesa ''corbeille'' (cesta), foi escolhido por Iracema Zanatto, esposa de Armando<ref name=":4" />. Em função do seu crescimento demográfico rápido, Corbélia tornou-se Distrito Administrativo de Cascavel em 9 de outubro de [[1957]]<ref name=":5" />. Por sua vez, Corbélia recebeu status de município pela lei estadual nº 4382 de 10 de junho de 1961, com território desmembrado do município de [[Cascavel (Paraná)|Cascavel]]<ref name=":4" /><ref>{{citar web|url=http://web.archive.org/web/20071107014200/http://www.corbelia.org/cidade/historico.php|titulo=HISTÓRICO DO MUNICÍPIO|data=2007|acessodata=27 de abril de 2013|obra=Portal Corbélia|publicado=corbelia.org}}</ref><ref>{{Citar livro|título=Corbélia e sua história|sobrenome=Daiane|nome=PEROZA|editor=Corbélia: BPM|publicação=2005}}</ref>. |
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No início da sua trajetória histórica enquanto município, Corbélia contava com apenas 2.252 habitantes<ref name=":4" />. Em princípios da década de 1970, porém, a população de Corbélia já totalizava 39.834 habitantes, sendo quase todos habitantes das áreas rurais do município. Seu núcleo urbano original apresenta uma malha em formato de grelha, com ruas batizadas com nomes de flores e avenidas nomeadas em homenagem aos estados de origem dos colonos<ref name=":4" />.{{Referências}} |
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{{Portal3|Paraná|Brasil}} |
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{{Controle de autoridade}} |
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[[Categoria:Corbélia| ]] |
[[Categoria:Corbélia| ]] |
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[[Categoria:Fundações no Paraná em 1961]] |
Edição atual tal como às 02h07min de 20 de outubro de 2023
Corbélia
| |
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Município do Brasil | |
Vista aérea de Corbélia | |
Hino | |
Lema | O Progresso Floresce Aqui |
Gentílico | corbeliano |
Localização | |
Localização de Corbélia no Paraná | |
Localização de Corbélia no Brasil | |
Mapa de Corbélia | |
Coordenadas | 24° 47′ 56″ S, 53° 18′ 25″ O |
País | Brasil |
Unidade federativa | Paraná |
Região metropolitana | Cascavel |
Municípios limítrofes | Ubiratã, Anahy, Iguatu, Braganey, Cascavel, Cafelândia e Nova Aurora |
Distância até a capital | 508 km |
História | |
Fundação | 8 de dezembro de 1961 (63 anos) |
Administração | |
Prefeito(a) | Thiago Daross Stefanello[1] (PP, 2025–2028) |
Vereadores | 11 |
Características geográficas | |
Área total IBGE/2019[2] | 529,137 km² |
População total (estimativa IBGE/2020[3]) | 17 117 hab. |
Densidade | 32,3 hab./km² |
Clima | subtropical (Cfa) |
Altitude | 895 m |
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) |
Indicadores | |
IDH (PNUD/2000[4]) | 0,767 — alto |
PIB (IBGE/2018[5]) | R$ 609 687,04 mil |
PIB per capita (IBGE/2018[5]) | R$ 35 813,38 |
Sítio | www www |
Corbélia é um município brasileiro do estado do Paraná, fazendo parte da Região Metropolitana de Cascavel. Possui uma área de 529,137 km² e sua população, conforme estimativas do IBGE de 2020, era de 17 117 habitantes.[3] Sua sede está a uma altitude de 895 metros.
História
[editar | editar código-fonte]Segundo as pesquisas mais recentes, os mais antigos indícios da presença humana no atual oeste paranaense foram encontrados a cerca de 100 quilômetros para sul do município de Corbélia, no sítio arqueológico Ouro Verde I. Localizado em Boa Esperança do Iguaçu, nesse sítio foram identificadas diversas ferramentas de pedra e carvões de uma antiga estrutura de combustão, datada em 9.040 +- 400 anos Antes do Presente[6][7]. Esses primeiros grupos indígenas produziam uma grande quantidade de instrumentos líticos, tais como lâminas de machados, raspadores, percutores, furadores e pontas de flecha, apresentando padrões técnicos associados à Tradição Umbu. Nos limites territoriais de Corbélia, por sua vez, também há registro de sítios arqueológicos pré-coloniais com diversas ferramentas de pedra, embora apresentem padrões associados à Tradição Humaitá ou sem tradição tecnológica definida – caso dos sítios Rancho Mundo[8] e Sapucaia 1[9], respectivamente –, o que indicam uma ocupação alguns milênios mais nova do que a observada no Baixo Iguaçu. Esses habitantes pioneiros eram nômades, ocupando sazonalmente áreas altas, abrigos de cavernas e vales de rios, vivendo da caça e da coleta de diversos alimentos, como frutos, raízes e mel[10].
Entre quatro e dois mil anos atrás, populações indígenas atualmente associadas à Tradição Itararé-Taquara introduziram o plantio de espécies como a mandioca, cará, feijão, amendoim, milho e batata. Ancestrais dos atuais Kaingang e Xokleng, falantes de idiomas do tronco Macro-Jê, esses grupos também dominavam técnicas bastante elaboradas de produção cerâmica, formando aldeias caracterizadas por casas subterrâneas[11][12]. Em Corbélia, foi identificado um sítio arqueológico desse período nos arredores de um córrego tributário do rio Piquiri, o qual foi registrado no banco de dados do IPHAN como sítio Tourinho[13]. Além do cultivo de plantas domesticadas, também realizavam o manejo de diversas espécies silvestres, tais como a araucária e o butiá[14]. Grupos Guarani também teriam habitado o vale do rio Piquiri em um período posterior, contudo, o que provavelmente gerou conflitos por território entre essas populações[12][15].
A grande presença Guarani ao longo da bacia do Piquiri também foi registrada por europeus no século XVI, período em que ocorreram as primeiras expedições portuguesas e espanholas na região oeste do Paraná[16][17][18] . É o caso dos exploradores Alvar Nuñez Cabeza de Vaca e Ulrich Schmmidel, os quais atravessaram a região em 1541 e 1552-1553 respectivamente, aproveitando as redes de caminhos terrestres e fluviais usados há milênios pelos indígenas e conhecido na historiografia como Caminho do Peabiru[19].
Conhecida como Província do Guairá durante os séculos XVI e XVII, o norte e oeste paranaenses inicialmente despertaram o interesse espanhol, responsáveis por fundar diversas missões jesuíticas e cidades, como Ontiveros, Villa Rica del Espiritu Santo e Ciudad Real[20]. Em 1628, por sua vez, foi fundada a missão jesuíta de Nuestra Señora de Copacabana, supostamente em área hoje sob administração do município de Ubiratã[21]. Localizados na margem oposta do rio Piquiri, os grupos indígenas que habitavam as terras da atual Corbélia certamente entraram em contato com esse assentamento colonial seiscentista, sendo possível supor que muitos eventualmente foram atraídos e aldeados pela Companhia de Jesus.
A presença colonial espanhola no Paraná provocou reações da Coroa Portuguesa, entretanto, e seguidas expedições bandeirantes na região acarretaram a completa destruição desses núcleos coloniais iniciais na década de 1630[22][23]. Quanto aos indígenas aldeados pelos jesuítas, muitos foram mortos ou levados para fazendas na Capitania de São Paulo, servindo como mão-de-obra escrava no plantio da cana-de-açúcar e outros cultivares[24]. Mesmo após a consolidação da posse portuguesa das terras do chamado Terceiro Planalto Paranaense, na segunda metade do século XVIII, não ocorreram novas tentativas de colonização como a empreendida pelos espanhóis, o que contribuiu para a reocupação gradual de parte do vale do Rio Piquiri por grupos Xokleng, Kaingang e Xetá[19][23][25].
Mesmo com a passagem eventual de tropeiros pelo vale do Piquiri ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, assim como expedições paulistas ocasionais nos denominados Campos Gerais durante o governo de Dom Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, a região só foi alvo de políticas de ocupação territorial após a criação da Província do Paraná[23]. Até então, basicamente as únicas atividades econômicas recorrentes em todo o oeste e norte paranaenses eram a extração de erva-mate e madeira[26].
Realizadas por empresas de capital estrangeiro denominadas “obrages”, as quais faziam uso do trabalho semi-escravo de camponeses paraguaios e argentinos (os “mensus”), essas atividades ocorriam sem praticamente nenhum controle do governo paranaense[26][27]. Dado esse contexto, especialmente após a Guerra do Paraguai (1864-1870), foram realizadas missões de reconhecimento e fundação de colônias militares no sul e oeste do Paraná como forma de assegurar a posse brasileira desses territórios[26][28].
Em fins do século XIX e início do século XX, a região entre os rios Piquiri e Iguaçu permaneceu ocupada de forma muito esparsa por não-indígenas, embora já existissem sítios e chácaras de colonos brancos e caboclos próximos aos caminhos utilizados por ervateiros, militares e tropeiros[29]. A origem de Corbélia enquanto núcleo fixo de povoamento remonta à década de 1940, entretanto, quando teria se intensificado a chegada de colonos à região[30]. A necessidade de se regularizar e legalizar a posse de terras passou a ser uma demanda relevante nesse período, a ponto de ser destacada a Fundação Paranaense de Colonização e Imigração para organizar vistorias e processos de legalização latifundiária[31].
Alguns anos depois, em 1953, o fluxo migratório crescente gerou um povoado próximo à uma estrada de ligação entre Cascavel e o norte do Paraná[31]. Segundo consta, seu idealizador foi Armando Zanatto, descendente de imigrantes italianos. O nome da localidade, derivado da palavra francesa corbeille (cesta), foi escolhido por Iracema Zanatto, esposa de Armando[30]. Em função do seu crescimento demográfico rápido, Corbélia tornou-se Distrito Administrativo de Cascavel em 9 de outubro de 1957[31]. Por sua vez, Corbélia recebeu status de município pela lei estadual nº 4382 de 10 de junho de 1961, com território desmembrado do município de Cascavel[30][32][33].
No início da sua trajetória histórica enquanto município, Corbélia contava com apenas 2.252 habitantes[30]. Em princípios da década de 1970, porém, a população de Corbélia já totalizava 39.834 habitantes, sendo quase todos habitantes das áreas rurais do município. Seu núcleo urbano original apresenta uma malha em formato de grelha, com ruas batizadas com nomes de flores e avenidas nomeadas em homenagem aos estados de origem dos colonos[30].
Referências
- ↑ [https://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/eleicoes/2024/noticia/2024/12/31/prefeito-de-corbelia-pr-toma-posse-nesta-quarta-1o-veja-lista-de-vereadores-eleitos.ghtml
- ↑ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2019). «Área da unidade territorial - 2019». Consultado em 2 de março de 2021
- ↑ a b «Estimativa populacional 2020 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 28 de agosto de 2020. Consultado em 2 de março de 2021
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