Phoneutria nigriventer: diferenças entre revisões
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[[Ficheiro:Phoneutria nigriventer.jpg|thumb|253px|Fêmea de ''P. cf nigriventer'' (a espécie é venenosa e o seu manuseamento constitui um risco significativo).<ref>Wandering Spiders of the Amazon (2013). ''[http://www.wandering-spiders.net/phoneutria/toxicity/ Phoneutria - toxicity]''. Staatliches Museum für Naturkunde Karlsruhe (State Museum of Natural History Karlsruhe). Retrieved 23 February 2013.</ref>]] |
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'''''Phoneutria nigriventer''''' <small>([[Eugen von Keyserling|Keyserling]], 1891)</small>,<ref>Publicação original: Keyserling, 1891 : ''Die Spinnen Amerikas. Brasilianische Spinnen.'' Nürnberg, vol. 3, pp. 1-278.</ref> conhecida pelos nomes comuns de ''armadeira'' ou ''aranha-bananeira'', é uma [[espécie]] de [[aranha]] [[araneomorfa]] da [[família (biologia)|família]] [[Ctenidae]], considerada como uma das espécies de aranha mais [[tóxica]]s conhecidas. É uma grande aranha errante, de aspecto imponente e comportamento agressivo, com um tamanho próximo ao de uma mão humana, com grandes [[quelícera]]s de coloração avermelhada, dois olhos grandes frontais e dois, de menores dimensões, em cada lado. As patas são grossas e peludas, fazendo desta aranha, que é muito veloz, um animal temido nos navios de transporte de [[banana]]s, nas plantações e nos portos tropicais. A área de [[distribuição natural]] inclui o Brasil, o Paraguai, o Uruguai (onde terá sido introduzida) e o norte da Argentina. |
'''''Phoneutria nigriventer''''' <small>([[Eugen von Keyserling|Keyserling]], 1891)</small>,<ref>Publicação original: Keyserling, 1891 : ''Die Spinnen Amerikas. Brasilianische Spinnen.'' Nürnberg, vol. 3, pp. 1-278.</ref> conhecida pelos nomes comuns de ''armadeira'' ou ''aranha-bananeira'', é uma [[espécie]] de [[aranha]] [[araneomorfa]] da [[família (biologia)|família]] [[Ctenidae]], considerada como uma das espécies de aranha mais [[tóxica]]s conhecidas. É uma grande aranha errante, de aspecto imponente e comportamento agressivo, com um tamanho próximo ao de uma mão humana, com grandes [[quelícera]]s de coloração avermelhada, dois olhos grandes frontais e dois, de menores dimensões, em cada lado. As patas são grossas e peludas, fazendo desta aranha, que é muito veloz, um animal temido nos navios de transporte de [[banana]]s, nas plantações e nos portos tropicais. A área de [[distribuição natural]] inclui o Brasil, o Paraguai, o Uruguai (onde terá sido introduzida) e o norte da Argentina. |
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==Descrição== |
==Descrição== |
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Apresenta patas grandes, com 130 a 150 mm de comprimento, com um tamanho corporal de 17 a 48 mm<ref name=martins2007>Martins & Bertani 2007 : ''The non-Amazonian species of the Brazilian wandering spiders of the genus Phoneutria Perty, 1833 (Araneae: Ctenidae), with the description of a new species.'' Zootaxa, n. 1526, {{p.|1-36}}.</ref>. |
Apresenta patas grandes, com 130 a 150 mm de comprimento, com um tamanho corporal de 17 a 48 mm.<ref name=martins2007>Martins & Bertani 2007 : ''The non-Amazonian species of the Brazilian wandering spiders of the genus Phoneutria Perty, 1833 (Araneae: Ctenidae), with the description of a new species.'' Zootaxa, n. 1526, {{p.|1-36}}.</ref> A espécie tem a reputação de se esconder nos cachos de [[banana]]s<ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/england/somerset/4182228.stm Une araignée de cette espèce trouvée dans un régime de banane pique une cliente], na página da BBC.</ref>, o que deu origem ao nome comum de aranha-bananeira (em inglês: ''banana spider''). Esse comportamento, aliado ao seu tamanho (ocupa toda a palma de uma mão), grandes [[quelícera]]s, autênticos [[colmilho]]s, de coloração avermelhado-pardo, dois grandes olhos frontais e dois olhos menores de cada lado, a que se juntam patas grossas e peludas, fazem com que esta aranha, que é muito veloz, seja muito temida nos navios de transporte de bananas, nas plantações de bananas, nos portos tropicais. |
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⚫ | A par da espécie ''[[Phoneutria fera]]'', que apenas ocorre naturalmente nas selvas entre o [[Peru]] e o [[Brasil]], esta aranha [[nómada]] é considerada como a mais [[venenosa]] de todas as aranhas conhecidas.<ref>[http://sites.ffclrp.usp.br/pbbg/articles/articles_RJW/herzig2002.pdf Herzig, Ward, Ferreira dos Santos, 2002 : “Intersexual variations in the venom of the Brazilian armed spider ''Phoneutria nigriventer'' (Keyserling, 1891).” ''Toxicon'', vol. 40, n.º 10, pp. 1399–1406]{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}.</ref> |
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A espécie tem a reputação de se esconder nos cachos de [[banana]]s<ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/england/somerset/4182228.stm Une araignée de cette espèce trouvée dans un régime de banane pique une cliente], na página da BBC.</ref>, o que deu origem ao nome comum de aranha-bananeira (em inglês: ''banana spider''). Esse comportamento, aliado ao seu tamanho (ocupa toda a palma de uma mão), grandes [[quelícera]]s, autênticos [[colmilho]]s, de coloração avermelhado-pardo, dois grandes olhos frontais e dois olhos menores de cada lado, a que se juntam patas grossas e peludas, fazem com que esta aranha, que é muito veloz, seja muito temida nos navios de transporte de bananas, nas plantações de bananas, nos portos tropicais. |
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Daí resulta que ''Phoneutria nigriventer'' é a espécie de aranha que mais acidentes causa, particularmente entre os trabalhadores das plantações de bananeiras. Como a espécie vive nas plantações de [[banana]], quando os trabalhadores fazem a colheita podem ser atacados por esta agressiva inquilina. A sua picada é tão venenosa que a quantidade de veneno de ''P. nigriventer'' requerido para matar a um rato de laboratório de 20 [[grama]]s é de apenas 6 μg por via intravenosa e de 134 μg por via subcutânea, comparado com 110 μg e 200 μg respectivamente para o veneno de ''[[Latrodectus mactans]]''.<ref name="ReferenceA">Venomous Animals and their Venoms'', vol. III, ed. Wolfgang Bucheral and Eleanor Buckley</ref> |
Daí resulta que ''Phoneutria nigriventer'' é a espécie de aranha que mais acidentes causa, particularmente entre os trabalhadores das plantações de bananeiras. Como a espécie vive nas plantações de [[banana]], quando os trabalhadores fazem a colheita podem ser atacados por esta agressiva inquilina. A sua picada é tão venenosa que a quantidade de veneno de ''P. nigriventer'' requerido para matar a um rato de laboratório de 20 [[grama]]s é de apenas 6 μg por via intravenosa e de 134 μg por via subcutânea, comparado com 110 μg e 200 μg respectivamente para o veneno de ''[[Latrodectus mactans]]''.<ref name="ReferenceA">Venomous Animals and their Venoms'', vol. III, ed. Wolfgang Bucheral and Eleanor Buckley</ref> |
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Acresce que o seu comportamento [[sinantrópico]], aliado à sua capacidade nómada, permitem que apareça lugares inesperados de todo o mundo, em geral associada a bananas e a outras mercadorias originárias dos portos da América do Sul. |
Acresce que o seu comportamento [[sinantrópico]], aliado à sua capacidade nómada, permitem que apareça lugares inesperados de todo o mundo, em geral associada a bananas e a outras mercadorias originárias dos portos da América do Sul. A presença da espécie foi assinalada no início de 2014 na zona portuária da cidade de [[Londres]].<ref>[http://www.mondo24.it/2013/11/10/colonie-di-ragni-velenosissimi-allinterno-delle-banane-allarme-in-tutta-europa/ ''Colonie di ragni velenosissimi all’interno delle banane. Allarme in tutta Europa''].</ref> |
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O seu veneno contém duas [[toxina]]s: (1) a [[toxina PhTx3]], um poderoso agente neurotóxico que bloqueia o controle muscular, o que conduz à asfixia por paralisia do [[movimento respiratório]], e induz intensa inflamação dos[[Terminação nervosa| nervos sensitivos]] produzindo uma síndrome dolorosa extrema; e (2) a [[toxina Tx2-6]] que desencadeia uma forte estimulação nervosa e aumenta a taxa de [[ácido nítrico]] no [[sangue]] produzindo longos e dolorosos acessos de [[priapismo]] nos homens.<ref>{{en}} [http://www.abc.net.au/news/2007-05-05/spider-venom-may-provide-impotence-solution/2540368 ''Spider venom may provide impotence solution''] sur ABCNews Online</ref>. |
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⚫ | Alguns dos efeitos secundários da sua picada são a perda de controle muscular, dor intensa e dificuldade respiratória. Se a vítima não é tratada com o antiveneno, pode provocar a morte devido à falta de oxigénio. Em geral, nos seres humanos, o veneno demora de 2 a 12 horas a provocar o seu pleno efeito. |
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{{Referências|Notas}} |
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== Publicação original == |
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* Keyserling, 1891 : ''Die Spinnen Amerikas. Brasilianische Spinnen.'' Nürnberg, {{vol.|3}}, {{p.|1-278}}. |
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==Bibliografia== |
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* {{Citar periódico| apelido= Nunes | nome = KP. |coautores= A. Costa-Gonçalves; LF. Lanza; SF. Cortes; MN. Cordeiro; M. Richardson; AM. Pimenta; RC. Webb; R. Leite; ME. De Lima | título = Tx2-6 toxin of the Phoneutria nigriventer spider potentiates rat erectile function. | revista = Toxicon | volume = 51 | número = 7 | página = 1197-206 | mês=Junho| ano = 2008 | doi = 10.1016/j.toxicon.2008.02.010 | pmid = 18397797 }} |
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* {{Citar periódico| apelido = Simò | nome = Miguel |coautores= Antonio D. Brescovit | título = Revision and cladistic analysis of the Neotropical spider genus Phoneutria Perty, 1833 (Araneae, Ctenidae), with notes on related Ctenidae | revista = Bulletin of British Arachnological Society | volume = 12 | número = 2 | página = 67-82 |ano = 2001}} |
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* {{Citar periódico| apelido = Bernard | nome = C. |coautores= C. Legros; G. Ferrat; U. Bischoff; A. Marquardt; O. Pongs; H. Darbon | título = Solution structure of hpTX2, a toxin from Heteropoda venatoria spider that blocks Kv4.2 potassium channel. | revista = Protein Sci | volume = 9 | número = 11 | página = 2059-67 | ano = 2000 | pmid = 11152117 }} |
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* {{Citar periódico| apelido= Santos | nome = RG. |coautores= CR. Diniz; MN. Cordeiro; ME. De Lima | título = Binding sites and actions of Tx1, a neurotoxin from the venom of the spider Phoneutria nigriventer, in guinea pig ileum. | revista = Braz J Med Biol Res | volume = 32 | número = 12 | página = 1565-9 | mês=Dezembro| ano = 1999 | pmid = 10585642 }} |
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*{{Citar livro|título=Clinical Neurotoxicology: Syndromes, Substances, Environments, Expert Consult - Online and Print|url=http://books.google.com/books?id=Pmcy24y2HyMC&pg=PA485|ano=2009|editor=Elsevier Health Sciences|página=485–|isbn=978-0-323-05260-3}} |
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*{{Citar livro|autor=Lawrence I. Gilbert|autor2=Sarjeet S. Gill|título=Insect Pharmacology: Channels, Receptors, Toxins and Enzymes|url=http://books.google.com/books?id=-TLKSBYZpVgC&pg=PA115|data=28 de maio de 2010|editora=Academic Press|página=115–|isbn=978-0-12-381448-7}} |
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*{{Citar livro|autor=Rosemary H. Waring|autor2=Glyn B. Steventon|autor3=Steve C. Mitchell|título=Molecules of Death|url=http://books.google.com/books?id=FvgNKPxb43IC&pg=PA363|ano=2007|editor=Imperial College Press|página=363–|isbn=978-1-86094-814-5}} |
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*{{Citar livro|autor=Abba Kastin|título=Handbook of Biologically Active Peptides|url=http://books.google.com/books?id=Xz4yFpdSRrwC&pg=PA467|data=26 janeiro 2013|editor=Academic Press|página=467–|isbn=978-0-12-385096-6}} |
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*{{Citar livro|autor=Jérôme Casas|título=Spider Physiology and Behaviour [electronic Resource]: Physiology|url=http://books.google.com/books?id=RCs0uQLZqWMC&pg=PA28|ano=2011|editor=Academic Press|página=28–|isbn=978-0-12-387668-3}} |
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*{{Citar livro|autor=Pamela Nagami, M.D.|título=Bitten: True Medical Stories of Bites and Stings|url=http://books.google.com/books?id=aKLu6T_DTX0C&pg=PA294|data=1º setembro 2005|editor=St. Martin's Press|página=294–|isbn=978-1-4668-2764-6}} |
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== Ligações externas == |
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Edição atual tal como às 21h45min de 19 de março de 2023
armadeira, aranha-bananeira Phoneutria nigriventer | |||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Phoneutria nigriventer (Keyserling, 1891) | |||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||
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Phoneutria nigriventer (Keyserling, 1891),[2] conhecida pelos nomes comuns de armadeira ou aranha-bananeira, é uma espécie de aranha araneomorfa da família Ctenidae, considerada como uma das espécies de aranha mais tóxicas conhecidas. É uma grande aranha errante, de aspecto imponente e comportamento agressivo, com um tamanho próximo ao de uma mão humana, com grandes quelíceras de coloração avermelhada, dois olhos grandes frontais e dois, de menores dimensões, em cada lado. As patas são grossas e peludas, fazendo desta aranha, que é muito veloz, um animal temido nos navios de transporte de bananas, nas plantações e nos portos tropicais. A área de distribuição natural inclui o Brasil, o Paraguai, o Uruguai (onde terá sido introduzida) e o norte da Argentina.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Apresenta patas grandes, com 130 a 150 mm de comprimento, com um tamanho corporal de 17 a 48 mm.[3] A espécie tem a reputação de se esconder nos cachos de bananas[4], o que deu origem ao nome comum de aranha-bananeira (em inglês: banana spider). Esse comportamento, aliado ao seu tamanho (ocupa toda a palma de uma mão), grandes quelíceras, autênticos colmilhos, de coloração avermelhado-pardo, dois grandes olhos frontais e dois olhos menores de cada lado, a que se juntam patas grossas e peludas, fazem com que esta aranha, que é muito veloz, seja muito temida nos navios de transporte de bananas, nas plantações de bananas, nos portos tropicais.
A par da espécie Phoneutria fera, que apenas ocorre naturalmente nas selvas entre o Peru e o Brasil, esta aranha nómada é considerada como a mais venenosa de todas as aranhas conhecidas.[5]
Daí resulta que Phoneutria nigriventer é a espécie de aranha que mais acidentes causa, particularmente entre os trabalhadores das plantações de bananeiras. Como a espécie vive nas plantações de banana, quando os trabalhadores fazem a colheita podem ser atacados por esta agressiva inquilina. A sua picada é tão venenosa que a quantidade de veneno de P. nigriventer requerido para matar a um rato de laboratório de 20 gramas é de apenas 6 μg por via intravenosa e de 134 μg por via subcutânea, comparado com 110 μg e 200 μg respectivamente para o veneno de Latrodectus mactans.[6]
Acresce que o seu comportamento sinantrópico, aliado à sua capacidade nómada, permitem que apareça lugares inesperados de todo o mundo, em geral associada a bananas e a outras mercadorias originárias dos portos da América do Sul. A presença da espécie foi assinalada no início de 2014 na zona portuária da cidade de Londres.[7]
O seu veneno contém duas toxinas: (1) a toxina PhTx3, um poderoso agente neurotóxico que bloqueia o controle muscular, o que conduz à asfixia por paralisia do movimento respiratório, e induz intensa inflamação dos nervos sensitivos produzindo uma síndrome dolorosa extrema; e (2) a toxina Tx2-6 que desencadeia uma forte estimulação nervosa e aumenta a taxa de ácido nítrico no sangue produzindo longos e dolorosos acessos de priapismo nos homens.[8].
Alguns dos efeitos secundários da sua picada são a perda de controle muscular, dor intensa e dificuldade respiratória. Se a vítima não é tratada com o antiveneno, pode provocar a morte devido à falta de oxigénio. Em geral, nos seres humanos, o veneno demora de 2 a 12 horas a provocar o seu pleno efeito.
Como a toxina Tx2-6 contida no veneno da aranhas Phoneutria nigriventer pode produzir fortes erecções, de até quatro horas de duração, por estimulação nervosa,[9] cientistas brasileiros esperam fabricar a partir desta toxina medicamentos para ajudar homens que sofrem de disfunção eréctil.
Notas
- ↑ Wandering Spiders of the Amazon (2013). Phoneutria - toxicity. Staatliches Museum für Naturkunde Karlsruhe (State Museum of Natural History Karlsruhe). Retrieved 23 February 2013.
- ↑ Publicação original: Keyserling, 1891 : Die Spinnen Amerikas. Brasilianische Spinnen. Nürnberg, vol. 3, pp. 1-278.
- ↑ Martins & Bertani 2007 : The non-Amazonian species of the Brazilian wandering spiders of the genus Phoneutria Perty, 1833 (Araneae: Ctenidae), with the description of a new species. Zootaxa, n. 1526, p. 1-36.
- ↑ Une araignée de cette espèce trouvée dans un régime de banane pique une cliente, na página da BBC.
- ↑ Herzig, Ward, Ferreira dos Santos, 2002 : “Intersexual variations in the venom of the Brazilian armed spider Phoneutria nigriventer (Keyserling, 1891).” Toxicon, vol. 40, n.º 10, pp. 1399–1406[ligação inativa].
- ↑ Venomous Animals and their Venoms, vol. III, ed. Wolfgang Bucheral and Eleanor Buckley
- ↑ Colonie di ragni velenosissimi all’interno delle banane. Allarme in tutta Europa.
- ↑ (em inglês) Spider venom may provide impotence solution sur ABCNews Online
- ↑ (em inglês) Spider venom may provide impotence solution em ABCNews Online
Publicação original
[editar | editar código-fonte]- Keyserling, 1891 : Die Spinnen Amerikas. Brasilianische Spinnen. Nürnberg, Predefinição:Vol., p. 1-278.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Nunes, KP.; A. Costa-Gonçalves; LF. Lanza; SF. Cortes; MN. Cordeiro; M. Richardson; AM. Pimenta; RC. Webb; R. Leite; ME. De Lima (2008). «Tx2-6 toxin of the Phoneutria nigriventer spider potentiates rat erectile function.». Toxicon. 51 (7): 1197-206. PMID 18397797. doi:10.1016/j.toxicon.2008.02.010
- Simò, Miguel; Antonio D. Brescovit (2001). «Revision and cladistic analysis of the Neotropical spider genus Phoneutria Perty, 1833 (Araneae, Ctenidae), with notes on related Ctenidae». Bulletin of British Arachnological Society. 12 (2): 67-82
- Bernard, C.; C. Legros; G. Ferrat; U. Bischoff; A. Marquardt; O. Pongs; H. Darbon (2000). «Solution structure of hpTX2, a toxin from Heteropoda venatoria spider that blocks Kv4.2 potassium channel.». Protein Sci. 9 (11): 2059-67. PMID 11152117
- Santos, RG.; CR. Diniz; MN. Cordeiro; ME. De Lima (1999). «Binding sites and actions of Tx1, a neurotoxin from the venom of the spider Phoneutria nigriventer, in guinea pig ileum.». Braz J Med Biol Res. 32 (12): 1565-9. PMID 10585642
- Elsevier Health Sciences, ed. (2009). Clinical Neurotoxicology: Syndromes, Substances, Environments, Expert Consult - Online and Print. [S.l.: s.n.] p. 485–. ISBN 978-0-323-05260-3
- Lawrence I. Gilbert; Sarjeet S. Gill (28 de maio de 2010). Insect Pharmacology: Channels, Receptors, Toxins and Enzymes. [S.l.]: Academic Press. p. 115–. ISBN 978-0-12-381448-7
- Rosemary H. Waring; Glyn B. Steventon; Steve C. Mitchell (2007). Imperial College Press, ed. Molecules of Death. [S.l.: s.n.] p. 363–. ISBN 978-1-86094-814-5
- Abba Kastin (26 janeiro 2013). Academic Press, ed. Handbook of Biologically Active Peptides. [S.l.: s.n.] p. 467–. ISBN 978-0-12-385096-6
- Jérôme Casas (2011). Academic Press, ed. Spider Physiology and Behaviour [electronic Resource]: Physiology. [S.l.: s.n.] p. 28–. ISBN 978-0-12-387668-3
- Pamela Nagami, M.D. (1º setembro 2005). St. Martin's Press, ed. Bitten: True Medical Stories of Bites and Stings. [S.l.: s.n.] p. 294–. ISBN 978-1-4668-2764-6
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Catalogue of Life. Species 2000: Leiden, the Netherlands https://www.catalogueoflife.org/data/search?q=Phoneutria+nigriventer&type=EXACT. Consultado em 20 de setembro de 2012 Em falta ou vazio
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(ajuda) - «Phoneutria nigriventer» (em inglês). Fauna Europaea
- «Phoneutria nigriventer (Keyserling, 1891)» (em inglês). ITIS (www.itis.gov). Consultado em 20 de setembro de 2012
- (em inglês) Animal Diversity Web : Phoneutria nigriventer
- «Phoneutria nigriventer» (em inglês). NCBI. Consultado em 20 setembro 2012
- En es.treknature.com Phoneutria nigriventer
- Catalogue of Life: 2010 Annual Checklist
- Picadura de araña produce erección
- En es.treknature.com Phoneutria nigriventer
- uBio: Phoneutria nigriventer Schiapelli & Gerschman, 1966