Mostrar código-fonte de Funk carioca

{{Ver desambig|prefixo=Se você|este=|procura o gênero musical americano de mesmo nome|funk}}
{{Info/Gênero musical
 |nome                 = ''Funk'' brasileiro
 |cor fundo            = #32cd32
 |cor título           = white
 |imagem               = Buchecha - Mixturando (7).jpg
 |imagem_legenda       = [[Buchecha]], um dos nomes do funk carioca
 |origens estilísticas =[[Freestyle (gênero musical)|freestyle]], [[miami bass]], [[rap]] e [[Charme (música)|charme]]<ref>{{Citar web |url=http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2015/02/charme-e-funk-nasceram-nas-favelas-cariocas-e-ganharam-pistas-do-pais.html |titulo=Charme e funk nasceram nas favelas cariocas e ganharam as pistas do país |data=27 de fevereiro de 2015 |acessodata=25 de maio de 2021 |website=Jornal da Globo |publicado=G1 |lingua=pt-br |arquivourl=https://archive.ph/rPlPT |arquivodata=10 de agosto de 2015}}</ref>
 |contexto cultural    = meados da [[década de 1980]], [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], [[Brasil]]
 |instrumentos         = [[caixa de ritmos]], [[toca-discos]], ''[[sampler]]'', [[sintetizador]], [[Canto (música)|vocal]]
 |popularidade         = alta no Brasil a partir de meados da [[década de 1990]],  alta em Portugal a partir de meados da [[década de 2010]]
 |subgêneros           = [[Funk melody]]<br>[[Funk ostentação]]<br>[[Funk ousadia]]<br>[[Funk proibidão]]<br>[[New funk]]<br>[[#Eletrofunk|Eletrofunk]]<br>[[#Brega funk|Brega funk]]<br>[[#Funk 150 BPM|Funk 150 BPM]]<br>
 |gêneros fusão        =[[#Pagofunk|Pagofunk]]<br>[[#Funknejo|Funknejo]]<br>
 |cenas regionais      =
 |outros tópicos       = [[Black Rio]]<br>[[Charme (música)|Charme]]<br>[[Samba-funk]]
}}
O '''funk carioca''' ({{IPA-pt|fɐ̃(ŋ)ki}}<ref>Dicionário escolar da língua portuguesa/Academia Brasileira de Letras. 2ª edição. São Paulo. Companhia Editora Nacional. 2008. p. 614.</ref>) ou simplesmente '''funk''' — também chamado de "baile funk" ou "favela funk" no mundo [[Anglofonia|anglófono]] — é um gênero musical oriundo das [[favela]]s do [[Unidades federativas do Brasil|estado]] do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], no [[Brasil]]. Apesar do nome, é diferente do ''[[funk]]'' originário dos [[Estados Unidos]]. Isso ocorreu pois, a partir dos anos 1970, começaram a ser realizados bailes ''da pesada'', ''black'', ''[[soul]]'', ''shaft'' ou ''funk'' no Rio de Janeiro. Com o tempo, os ''[[DJ]]s'' foram buscando outros ritmos de [[música negra]], mas o nome original permaneceu. O funk brasileiro tem uma influência direta do ''[[miami bass]]'' e do ''[[Freestyle (gênero musical)|freestyle]]''.<ref name="batidão"/><ref name="som"/> O termo "baile ''funk''" é usado para se referir a [[festa]]s em que se toca o ''funk''. Apesar de ser inicialmente popularizado como funk carioca, o gênero passou a ser tocado e produzido em diferentes regiões do país.<ref>''Furacão 2000''. Disponível em http://furacao2000.com.br/site/agenda/. Acesso em 24 de abril de 2013.</ref>

O ''funk'', basicamente ligado ao público jovem, tornou-se um dos maiores fenômenos de massa do Brasil. Na década de 1980, o antropólogo [[Hermano Vianna]] foi o primeiro cientista social a abordá-lo como objeto de estudo, em sua dissertação de mestrado<ref>VIANNA, Hermano. {{link|pt|2=http://www.overmundo.com.br/banco/o-baile-funk-carioca-hermano-vianna|3=''O baile funk carioca: festas e estilos de vida metropolitanos''.|4=[[UFRJ]]. [[Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro|Museu Nacional]], 1987.  Disponível para download a partir do site [[Overmundo]].}}</ref><ref>FACINA, Adriana - [http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19190.pdf "Não me bate doutor": funk e criminalização da pobreza]. V Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura. Salvador, 27 a 29 de maio de 2009.</ref> que daria origem ao livro ''O Mundo Funk Carioca'' (1988).<ref name="batidão"/>

Tal gênero musical é alvo de críticas por fazer apologia ao sexo e ao tráfico de drogas.<ref name=NE>{{citar web|url=https://novaescola.org.br/conteudo/8678/por-que-o-funk-e-proibido-na-escola|título=Por que o funk é proibido na escola|acessodata=15 de junho de 2021|autor=|data=|website=[[Nova Escola]]|arquivodata=|arquivourl=|urlmorta=no}}</ref>

== História ==
=== Anos 1970: Antecedentes ===
Os chamados bailes ''funk'' têm origem no início da década de 1970, quando surgiram os chamados ''bailes da pesada'', realizados no [[Canecão]] pelos [[DJ]]s [[Big Boy]] e  [[Ademir Lemos]], nesses bailes os ritmos predominantes eram [[soul]] e [[funk]]<ref name="décadas"/> Com o tempo, surgem outros bailes, chamados de ''black''  ou ''shaft'',<ref>{{Citar periódico| autor =Sandra Almada| data =| ano =2013| titulo =O dom de ser negro| jornal =[[Raça Brasil]]| numero =175|  editora =[[Editora Escala]]| local =| url =http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/173/um-buchecha-consciente-cantor-carioca-que-comemora-15-275027-1.asp/| língua =<!-- *** -->| arquivourl =https://web.archive.org/web/20160205160506/http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/173/um-buchecha-consciente-cantor-carioca-que-comemora-15-275027-1.asp/| arquivodata =2016-02-05| urlmorta =yes}}</ref> nome inspirado no filme [[Shaft (1971)|''Shaft'']] (1971), um [[blaxploitation]], nome dados aos filmes destinados a comunidade afro-americana, estrelado por [[Richard Roundtree]] que teve trilha sonora de soul e funk composta por [[Isaac Hayes]].<ref name="batidão" /> Em [[1973]], surge a equipe de som [[Furacão 2000]],<ref>Lúcio Ribeiro (09 de fevereiro de 2001). Furação 2001. [[Folha de S.Paulo]]</ref> outras equipes surgem nesse período como  Black Power e Soul Grand Prix, esse último fundado por [[Dom Filó]]<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/brasil/ditadura-perseguiu-ate-bailes-black-no-rio-de-janeiro-16733859|título=Ditadura perseguiu até bailes black no Rio de Janeiro|autor=Flávia Oliveira|data=11/07/2015|publicado=[[O Globo]]|acessodata=}}</ref> Em [[1976]], o artigo ''Black Rio – O orgulho (importado) de ser negro no Brasil'' de Lena Frias, publicada no [[Jornal do Brasil]], serviu para batizar o movimento de ''[[Black Rio]]'',<ref>{{citar web|url=http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/tornado-black-e-musical|título=Tornado ‘black’ e musical|autor=Sandra C. A. Pelegrini e Amanda Palomo Alves|data=13/04/2011|publicado=[[Revista de História da Biblioteca Nacional]]|acessodata=}}</ref> que inclusive foi usado para [[Banda Black Rio|nomear a uma banda]].<ref name="batidão" /><ref>[http://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2016/07/26/referencia-para-funk-carioca-movimento-black-rio-se-renova-aos-40-anos.htm Referência para funk carioca, movimento Black Rio se renova aos 40 anos]</ref>

Em meados da década, os bailes funk perderam um pouco da popularidade por conta do surgimento da [[disco music]],<ref name="Super">{{citar web|url=http://super.abril.com.br/cultura/movimento-black-rio-desarmado-perigoso-445240.shtml|titulo=Rock Brasileiro 1976 - 1977 - O movimento Black Rio: Desarmado e perigoso|autor=Luciano Marsiglia|data=|publicado=[[Super Interessante]]|acessodata=}}</ref> uma versão [[música pop|pop]] de [[soul]] e [[funk]], sobretudo após o lançamento do filme [[Os Embalos de Sábado à Noite]] (1977), estrelado por [[John Travolta]]<ref name="Catarse">{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/cultura/os-70-anos-black-de-gerson-king-combo-10901735|título=Os 70 anos black de Gerson King Combo|autor=Silvio Essinger|data=28/11/2013|publicado=[[O Globo]]|acessodata=}}</ref> e com trilha sonora da banda [[Bee Gees]].<ref>{{Citar web |url=http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/183/black-revival-produtores-de-bailes-black-se-associam-para-298622-1.asp/ |titulo=Black Revival |acessodata=2016-04-02 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160509190302/http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/183/black-revival-produtores-de-bailes-black-se-associam-para-298622-1.asp/ |arquivodata=2016-05-09 |urlmorta=yes }}</ref> Na época, o então adolescente, Fernando Luís Mattos da Matta se interessou pela discotecagem ao ouvir o programa  "Cidade Disco Club" na [[rádio Cidade (Rio de Janeiro)|Rádio Cidade do Rio de Janeiro]] (102,9 FM),<ref name="batidão" /> anos mais tarde, Fernando adotaria o apelido de [[DJ Marlboro]] e a rádio ficaria conhecida como a "rádio [[rock]]" carioca.<ref>[http://vejario.abril.com.br/materia/servicos/radio-cidade-volta-ao-ar-rj Na batida do rock]</ref>

=== Anos 1980 ===
[[Imagem:Rocinha road 2010.JPG|thumb|esquerda|250px|O ''funk'' carioca é originário das [[favelas]] do [[Rio de Janeiro]]]]

A partir da [[década de 1980]], os bailes ''funk'' do Rio de Janeiro começaram a ser influenciados por novos ritmos, tais como o ''[[Miami bass]]'',<ref>{{Citar periódico| autor = | data = | ano = 2010 | titulo = Ritmo Quente - Get Up! - Parte 2 | jornal = Raça Brasil | numero = 140 |  editora = Editora Escala | local = | url = http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/140/artigo161066-2.asp/ |língua= <!-- *** --> }}</ref> que trazia músicas mais [[Erotismo|erotizadas]] e batidas mais rápidas.<ref name="som">{{Citar livro|autor=Janaína Medeiros|título=Funk carioca: crime ou cultura? : o som dá medo e prazer Coleção Repórter especial|editor=Editora Terceiro Nome|publicação= 2006|páginas=16|isbn=9788587556745}}</ref> Por volta de [[1986]], o sociólogo [[Hermano Vianna]] presenteia o [[DJ Marlboro]] com uma [[Caixa de ritmos|bateria eletrônica]] do modelo Boss Doctor Rhythm DR-110.<ref name="batidão" /> As primeiras gravações de ''funk'' carioca eram versões desse gênero musical.<ref name="som" /> Também nessa década surgem os [[Charme (música)|bailes charme]], criados pelo Corello DJ e que tocavam canções românticas de [[R&B contemporâneo]],<ref>{{citar livro|autor=Frederick Moehn|título=Contemporary Carioca: Technologies of Mixing in a Brazilian Music Scene|editora=Duke University Press|ano=2012|páginas=112|id=9780822351559}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2015/02/charme-e-funk-nasceram-nas-favelas-cariocas-e-ganharam-pistas-do-pais.html|título=Charme e funk nasceram nas favelas cariocas e ganharam as pistas do país|autor=|data=27/02/2015|publicado=[[Jornal da Globo]]|acessodata=}}</ref> como o ''[[new jack swing]]''.<ref>Pode crê!: música, política e outras artes, Edições 3-4, Programa de Direitos Humanos/Projeto Rappers do Geledés, Instituto da Mulher Negra, página 54, 1994</ref>

De acordo com Malboro, a principal influência para o surgimento do ''funk carioca'' foi o single ''Planet Rock'' de [[Afrika Bambaataa]] e [[Soulsonic Force]], lançado em 1982, misturando o funk de [[James Brown]] e a [[música eletrônica]] do grupo alemão [[Kraftwerk]] (tendo inclusive [[sampler|sampleado]] trechos de "Trans-Europe Express"),<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL1288890-7085,00.html|título=De James Brown ao 'Rap das armas', veja a linha do tempo do funk carioca|autor=Amauri Stamboroski Jr.|data=01/09/2009|publicado=O Globo|acessodata=}}</ref><ref>[http://colunas.globoradio.globo.com/platb/canais-de-audio/2011/10/18/miami-bass-para-iniciantes/ Miami Bass para iniciantes]</ref>   a canção foi denominada na época como funk e hoje é reconhecida como um dos primeiros singles de [[electro]],<ref name="batidão" /> Bambaataa também é reconhecido como um dos precursores do [[hip hop]] e pela associação cultura [[Zulu Nation]].<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/cultura/afrika-bambaataa-celebra-os-30-anos-de-planet-rock-6062014|título=Afrika Bambaataa celebra os 30 anos de ‘Planet Rock’|autor=Carlos Albuquerque|data=12/09/2012|publicado=O Globo|acessodata=}}</ref>

As rádios passaram a dedicar espaço em sua grade horária para os sucessos feitos no ritmo ''funk''. Um dos mais famosos foi a regravação de uma canção de [[Raul Seixas]], o "[[Rock das 'Aranha']]".<ref name="som" /> A ela, se juntaram outras [[paródia]]s de gravações de cantores de ''[[Freestyle (gênero musical)|latin freestyle]]'' (servindo de inspiração para o ''[[funk melody]]'') como [[Stevie B]], Corell DJ, entre outros MCs.<ref name="batidão">{{Citar livro|autor=Silvio Essinger|título=Batidão: uma história do funk  |editor=[[Editora Record]]|publicação=[[2005]]|isbn= 9788501071651}}</ref> Um dos ''[[rap]]s'' (ou "melôs", como também eram chamados) que marcaram o período mais politizado no ''funk'' carioca foi o "Feira de Acari", que falava sobre a "Robauto", a feira de peças de carro roubadas realizada no bairro de [[Acari (bairro do Rio de Janeiro)|Acari]].<ref name="som" />

Ao longo da nacionalização do ''funk'', os bailes — até então, realizados nos clubes dos bairros do subúrbio da capital do estado do Rio de Janeiro — expandiram-se a céu aberto, nas ruas, onde as equipes rivais se enfrentavam disputando quem tinha a aparelhagem mais potente, o grupo mais fiel e o melhor ''DJ''. Neste meio, surgiu [[DJ Marlboro]], um dos vários protagonistas do movimento ''funk''. Com o tempo, o ''funk'' ganhou grande apelo entre moradores de comunidades carentes, pois as músicas tratavam do cotidiano dos frequentadores, abordando a [[violência]] e a pobreza das [[favela]]s.{{carece de fontes|data=janeiro de 2024}}

=== Anos 1990 ===
Com o aumento do número de ''raps''/melôs gravadas em português, apesar de quase sempre se utilizar a batida do ''miami bass'', o ''funk'' carioca começou a década de 1990 criando a sua identidade própria. As suas letras refletem o dia a dia das [[Favela|comunidades]] ou fazem exaltação a elas (muitos desses ''raps'' surgiram de concursos de ''rap'' promovidos dentro das comunidades).<ref>[http://articles.chicagotribune.com/1994-02-17/news/9402170301_1_funk-samba-manoel-ribeiro Young Brazilians Hark To New Beat]</ref> Em consequência, o ritmo ficou cada vez mais popular e os bailes se multiplicaram.{{carece de fontes|data=janeiro de 2024}}

Uma outra vertente popular do ''funk'' carioca era o ''funk melody'', com músicas mais melódicas e temas mais românticos,<ref>{{Citar periódico| autor =André Rezende| data =| ano =2012| titulo =Um buchecha consciente| jornal =Raça Brasil| numero =173|  editora =Editora Escala| local =| url =http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/173/um-buchecha-consciente-cantor-carioca-que-comemora-15-275027-1.asp/| língua =<!-- *** -->| arquivourl =https://web.archive.org/web/20160205160506/http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/173/um-buchecha-consciente-cantor-carioca-que-comemora-15-275027-1.asp/| arquivodata =2016-02-05| urlmorta =yes}}</ref> seguindo mais fielmente a linha musical do ''freestyle'' americano e alcançando sucesso nacional. Destacaram-se, nesta primeira fase, [[Latino (cantor)|Latino]], [[Copacabana Beat]], [[MC Marcinho]], entre outros.{{carece de fontes|data=janeiro de 2024}}

A partir de [[1995]], o ''rap'', até então executado apenas em algumas rádios, passou a ser tocado inclusive em algumas [[Rádio AM|emissoras AM]]. O que parecia ser um modismo "desceu os morros", chegando às áreas nobres do Rio de Janeiro. O programa da [[Furacão 2000]] (inspirado no programa americano ''[[Soul Train]]'') na [[Central Nacional de Televisão]] fazia sucesso, trazendo os destaques do ''funk'' e deixando de ser exibido apenas no Rio de Janeiro, ganhando uma edição nacional.<ref name="batidão"/> Além disso, muitos artistas passaram a se apresentar no programa [[Xuxa Park]], apresentada por [[Xuxa]].<ref>{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/noticia/entretenimento/abracado-pelo-poder-publico-o-funk-diz-creu-aos-detratores/|título=Abraçado pelo poder público, o funk diz ‘créu’ aos detratores|autor=Maria Carolina Maia e Beatriz Souza|data=|publicado=Veja|acessodata=}}</ref><ref>[https://web.archive.org/web/20070228204324/http://www.bravonline.com.br/noticias.php?id=1233 Funk em questão]</ref> Artistas como [[Claudinho & Buchecha]], entre outros, tornaram-se referência nessa fase áurea, além de equipes de som como Pipo's, Cashbox e outras. A [[Rádio Imprensa (Rio de Janeiro)|Rádio Imprensa]] teve papel importante nesse processo, ao abrir espaço para os programas destas e de várias outras equipes.{{carece de fontes|data=janeiro de 2024}}

Alguns [[bordão|bordões]] e gritos de guerra criados nos bailes tornavam-se sucesso, como foi o caso de "Uh, tererê" (um falso [[cognato]] do ''rap'' "''Whoop! There it is!''" do grupo americano Tag Team) e "Ah, eu tô maluco".<ref>{{Citar periódico | autor = Marcelo Camacho | data = 18/06/1997 | titulo = Ah, eu tô maluco | jornal = Veja | numero = 1500 |  editora = [[Editora Abril]] | local = | url =https://web.archive.org/web/20090206170109/http://veja.abril.com.br/180697/p_149a.html |língua= <!-- *** --> }}</ref> O funk carioca também influenciou outros ritmos, como a "paradinha funk" do Mestre Jorjão, da [[GRES Unidos do Viradouro|Viradouro]], no desfile de [[carnaval]] de [[1997]].<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/Carnaval2010/0,,MUL1424276-17812,00.html|titulo=Inventor da 'paradinha' funk da Viradouro promete surpresa na Sapucaí|data=23/12/2009|acessodata=|publicado=[[Portal G1]]|autor=Lívia Torres}}</ref> [[Ivo Meirelles]] misturou samba, funk, soul e rap ao criar o [[Funk'n'Lata]].<ref>[https://www.vice.com/pt/article/a-historia-do-tamborzao-a-levada-que-deu-cara-ao-ritmo-do-funk-carioca/ A História do 'Tamborzão', a Levada Que Deu Cara ao funk carioca]</ref><ref>[http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0020-38742014000100009#nt105 A Era Lula/Tamborzão política e sonoridade]</ref><ref>{{Citar jornal|url=http://revistatrip.uol.com.br/trip/funk-vs-rap|titulo=Funk vs Rap|data=março de 2009|jornal=[[Revista Trip]]|editora=Trip Editora e Propaganda SA|autor=Tatiana Ivanovici Kwiezynski|paginas=74 a 81|issn=1414-350X}}</ref> A cantora [[Fernanda Abreu]] é outra artista que foi influenciada pelo funk carioca.<ref>{{Citar web|url=https://gshow.globo.com/programas/domingao-do-faustao/danca-dos-famosos/2019/noticia/fernanda-abreu-comemora-os-30-anos-do-funk-e-fala-sobre-o-ritmo-sempre-fui-uma-defensora.ghtml|titulo=Fernanda Abreu comemora os 30 anos do funk e fala sobre o ritmo: 'Sempre fui uma defensora'|acessodata=2023-03-30|website=gshow|lingua=pt-br}}</ref>

Paralelo a isso, outra corrente do ''funk'' ganhava espaço junto às populações carentes: o "[[proibidão]]". Normalmente com temas vinculados ao [[tráfico de drogas]], os ''raps'' eram, muitas vezes, exaltações a grupos criminosos locais e provocações a grupos rivais, os "alemães" ([[gíria]] também usada para denominar os grupos rivais dentro dos bailes ''funk''). Normalmente, as músicas eram cantadas apenas em bailes realizados dentro das comunidades e divulgados em algumas rádios comunitárias.<ref>{{citar web|ultimo=de Faria|primeiro=Debora Costa|url=https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/46346|titulo=O local e o global no funk brasileiro e no kuduro angolano|data=22-8-2014|acessodata=10-2-2023|website=Repositório institucional- Universidade Federal de São Paulo}}</ref>

Em meados dos anos 1990, ganharam força os chamados "bailes de corredor", em que os salões eram divididos em grupos rivais, cujos integrantes trocavam agressões.<ref name="Não_nomeado-20231105175035">{{Citar web|url=https://www.terra.com.br/reporterterra/funk/dia3_not4.htm|titulo=Reporter Terra : : : : : Funk|acessodata=2023-03-30|website=www.terra.com.br}}</ref> Em [[1996]], Rômulo Costa, da [[Furacão 2000]], e José Claudio Braga, o Zezinho, da equipe ZZ Disco, trocaram acusações sobre a promoção de bailes funk com violência.<ref name=":2">{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/9/23/cotidiano/14.html|titulo=Folha de S.Paulo - Funk embala violência no Rio - 23/9/1996|acessodata=2023-03-30|website=www1.folha.uol.com.br}}</ref> Na época, um incidente ocorrido no baile do clube [[Pavunense Futebol Clube|Pavunense]] resultou em uma perseguição a um ônibus cheio de funkeiros. Chegando ao [[Centro (Rio de Janeiro)|Centro do Rio de Janeiro]], uma dupla em uma moto atirou no ônibus, matando duas pessoas.<ref name=":2" /> Zezinho alegou que não pode ser responsabilizado por algo que aconteceu a 32 quilômetros do clube e que os bailes promovidos por Rômulo Costa possuíam "mais violência".<ref name=":2" />

A primeira iniciativa em investigar casos de violência em bailes funk aconteceu em [[1995]], com a CPI do Funk, instalada na [[Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro]] pelo deputado [[Albano Reis]], sendo presidida pelo parlamentar [[Carlos Correia (político brasileiro)|Carlos Correia]].<ref>{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/100439_13/52653 |título=Instalada a CPI dos bailes funk |data=11 de outubro de 1995 |periódico=O Fluminense}}</ref> Representantes das equipes de som - entre eles, Rômulo Costa - foram ouvidos, abordando também a discriminação sofrida pelos jovens que frequentam os bailes. A CPI propôs também ouvir os juízes que proibiram a frequência de menores de 18 anos nos bailes.<ref>{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/100439_13/52885 |título=Começa o trabalho da CPI do Funk |data=19 de outubro de 1995 |acessodata=30 de março de 2023 |periódico=O Fluminense}}</ref> Ao fim dos trabalhos, a comissão sugeriu mudanças nos bailes, como maior transparência na contratação de segurança e dos ônibus para o transporte das galeras.<ref name=":3">{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/100439_13/58355 |título=CPI do Funk sugere mudanças nos bailes |data=25 de abril de 1996 |acessodata=30 de março de 2023 |periódico=O Fluminense}}</ref> Além disso, propuseram a realização de um seminário sobre violência e juventude.<ref name=":3" />

Entretanto, os casos de violência e até de prostituição e pornografia envolvendo menores permaneceram nos bailes funk do Rio de Janeiro. Em [[1997]], fazia sucesso nas [[Locadora de vídeo|videolocadoras]] do Grande Rio o [[Video Home System|VHS]] "Rio Funk Proibido", que trazia cenas de violência nos bailes e de shows com forte carga erótica.<ref name=":4">{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/100439_13/72287 |título=Funk |data=5 de junho de 1997 |acessodata=30 de março de 2023 |periódico=O Fluminense}}</ref> Rômulo Costa, que na época presidia a Liga das Equipes de Som do Rio de Janeiro, criticou a circulação do vídeo, alegando que tais cenas não representavam os bailes que aconteciam no Rio.<ref name=":4" /> Em 1999, promotores do [[Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro|Ministério Público do Rio de Janeiro]] acusaram os produtores do vídeo de envolver menores de idade em cenas de pornografia.<ref>{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/030015_11/268557 |título=Produtores são acusados de pornografia |data=4 de fevereiro de 1999 |acessodata=30 de março de 2023 |periódico=Jornal do Brasil}}</ref> O vídeo chegou a ser proibido pelo juiz Siro Darlan, da Vara da Infância e do Adolescente, mas prosseguiu sendo distribuído de maneira clandestina.<ref name=":5">{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/154083_05/56965 |título=Polícia investiga ligação funkeiros-tráfico |data=4 de novembro de 1999 |acessodata=30 de março de 2023 |periódico=Tribuna da Imprensa}}</ref>

No dia 24 de outubro de [[1999]], os bailes funk do Rio de Janeiro chegaram a ser proibidos após três adolescentes serem mortos em um confronto entre galeras.<ref name=":5" /> O fato aconteceu no Clube Chaparral, em [[Bonsucesso]].<ref>{{Citar web|url=https://www.dgabc.com.br/2017/Noticia/254201/briga-em-baile-funk-deixa-3-mortos-e-4-feridos-no-rio|titulo=Briga em baile funk deixa 3 mortos e 4 feridos no Rio - Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: nacional|acessodata=2023-03-30|website=Jornal Diário do Grande ABC|lingua=pt-BR}}</ref> Isso fez com que o juiz Siro Darlan se reunisse com promotores dos bailes para garantir que não haveria violência nesses eventos.<ref name=":5" /> Na época, a Polícia Civil também investigava o incentivo do tráfico de drogas aos bailes funk.<ref name=":5" /> No dia 13 de novembro, José Claudio Braga, dono da ZZ Disco, foi preso após ser acusado de aliciar menores de idade para fazer strip-tease em bailes funk.<ref name=":6">{{Citar web|url=https://www.dgabc.com.br/Noticia/131087/promotor-de-baile-funk-e-preso-no-rio|titulo=Promotor de baile funk é preso no Rio - Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: nacional|acessodata=2023-03-30|website=Jornal Diário do Grande ABC|lingua=pt-BR}}</ref> Na época, a polícia se baseou em imagens registradas pela [[TV Globo]] para efetuar a prisão.<ref name=":6" /> No dia 1º de dezembro, Rômulo Costa, da Furacão 2000, também foi preso no mesmo inquérito que investigava os casos de violência nos bailes e outros delitos.<ref>{{Citar web|url=https://www.dgabc.com.br/Noticia/153206/produtor-de-baile-e-dono-da-furacao-2000-funk-e-preso-no-rj|titulo=Produtor de baile e dono da 'Furacao 2000' funk é preso no RJ - Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: nacional|acessodata=2023-03-30|website=Jornal Diário do Grande ABC|lingua=pt-BR}}</ref>

Em meio à investigação policial, acontecia uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, dessa vez aberta pelo deputado [[Alberto Brizola]].<ref name="Não_nomeado_2-20231105175035">{{Citar web|url=https://www.dgabc.com.br/Noticia/307990/cpi-quer-interdicao-em-bailes-funks-no-rj|titulo=CPI quer interdiçao em bailes funks no RJ - Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: nacional|acessodata=2023-03-30|website=Jornal Diário do Grande ABC|lingua=pt-BR}}</ref> Parlamentares enviaram ao então secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Josias Quintal, um pedido para a interdição temporária de 28 clubes no estado que promoviam os bailes funk por causa de casos de violência.<ref name="Não_nomeado_2-20231105175035"/> O Ministério Público produziu um relatório chamado de "A Verdade Real Sobre a Violência nos Bailes Funks", mostrando que os casos de violência eram organizados e não apenas brigas corriqueiras que aconteciam nos eventos.<ref name="Não_nomeado-20231105175035"/> Em [[2000]], uma lei regulamentou os bailes funk do Rio de Janeiro.<ref>{{Citar web|url=https://www.terra.com.br/reporterterra/funk/dia3_not1.htm|titulo=Rio de Janeiro cria e esquece lei que regulamenta os bailes funk|acessodata=2023-03-30|website=www.terra.com.br}}</ref>
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=== Anos 2000 ===
A década de 2000 começou com um reposicionamento do funk.<ref name=":11">{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/030015_12/587 |título=Pelo bem do funk |data=9 de janeiro de 2000 |acessodata=4 de abril de 2023 |periódico=Jornal do Brasil}}</ref> Houve a diminuição dos eventos violentos, ao mesmo tempo em que surgiram músicas com letras mais sensuais e dançantes.<ref>{{Citar web|url=https://www.terra.com.br/reporterterra/funk/historia_do_funk.htm|titulo=História do funk: do soul ao batidão|acessodata=2023-03-30|website=www.terra.com.br}}</ref> Maior equipe de som do Rio de Janeiro, a Furacão 2000 deixou as páginas policiais e ganhou projeção nacional com os ''hits'' lançados. Responsáveis pela equipe, o casal Rômulo e [[Verônica Costa]] ganharam as manchetes nacionais e se tornaram celebridades.<ref name=":7">{{Citar web|url=https://www.terra.com.br/reporterterra/funk/dia4_not1.htm|titulo=Febre do funk e temporada de caça aos MC's esfriam com o final do verão|acessodata=2023-03-30|website=www.terra.com.br}}</ref> O até então desconhecido [[Dennis DJ]], funcionário da equipe à época, começou a fazer sucesso nos bailes do Rio de Janeiro<ref name=":8">{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/030015_12/17081 |título=Batidão funk ainda manda no Rio |data=26 de junho de 2000 |acessodata=30 de março de 2023 |periódico=Jornal do Brasil}}</ref> – o disc-jockey produziu vários êxitos, como "[[Cerol na Mão]]", do [[Bonde do Tigrão]], e "[[Um Tapinha Não Dói|Tapinha]], dos MCs Naldinho e [[MC Beth|Beth]]. <ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/musica/noticia/para-dennis-dj-que-produziu-de-cerol-na-mao-a-malandramente-reggae-e-nova-onda-do-funk.ghtml|titulo=Para Dennis DJ, que produziu de 'Cerol na mão' a 'Malandramente', reggae é nova onda do funk|acessodata=2023-03-30|website=G1|lingua=pt-br}}</ref> Por outro lado, o já veterano [[DJ Marlboro]] apostava no que chamava de "new funk", com letras mais trabalhadas, voltadas para a dança.<ref name=":12">{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/030015_12/7695 |título=A praia do Rio é funk |data=7 de abril de 2000 |acessodata=4 de abril de 2023 |periódico=Jornal do Brasil}}</ref><ref name=":11" />

Gírias como "popozuda",<ref name=":8" /> "potranca", "pixadão",<ref>{{citar web|url=http://memoria.bn.br/DocReader/030015_12/19791|titulo=Baile funk para "mauricinhos"|data=27 de agosto de 2000|acessodata=30 de março de 2023|website=Jornal do Brasil}}</ref> "cachorra"<ref name=":9">{{Citar web|url=https://www.terra.com.br/reporterterra/funk/dia2_not2.htm|titulo=Funk desperta a ira de feministas e tira o sono de pais e educadores|acessodata=2023-03-30|website=www.terra.com.br}}</ref> e "purpurinada"<ref name=":7" /> tomavam conta das letras do funk no início da década de 2000. Algumas expressões provocaram a revolta de setores feministas, acusando o funk de rebaixar a imagem das mulheres – a própria Verônica Costa reconhecia que algumas músicas passavam dos limites.<ref name=":9" />  Um dos principais alvos do movimento feminista era a música "Tapinha", que era apontada como um incentivo à violência contra a mulher. Quinze anos após o lançamento da canção, em [[2015]], a Furacão 2000 foi condenada a pagar R$ 500 mil de indenização, valor que foi repassado ao Fundo Federal de Defesa dos Direitos Difusos da Mulher.<ref>{{Citar web|url=http://www.conjur.com.br/2015-out-16/musica-tapinha-nao-doi-incita-violencia-mulher-trf|titulo=Música "Tapinha não dói" estimula violência contra a mulher, decide TRF-4|acessodata=2023-03-30|website=Consultor Jurídico|lingua=pt-BR}}</ref>

[[Imagem:M.i.a.1.jpg|thumb|180px|A inglesa [[M.I.A.]] frequentemente usa ritmos dos bailes ''funk'' em suas músicas, especialmente no álbum ''Arular''. Isso ajudou a difundir internacionalmente o estilo.]]

Em 2000, a banda de [[rock]] gaúcha [[DeFalla]] experimenta o sucesso no gênero com o hit "[[Popozuda Rock'n'Roll]]", do álbum ''Miami Rock.''<ref>Silvia D e Silvio Essinger (16/01/2001) [http://cliquemusic.uol.com.br/materias/ver/funk-carioca-e-a-explosao-do-fim-de-seculo Funk carioca é a explosão do fim de século]</ref> No ano anterior, [[Edu K]], vocalista do grupo, havia misturado rock e funk ao produzir ''[[Broncas Legais]]'', o primeiro álbum da banda [[Comunidade Nin-Jitsu]].<ref>[http://rollingstone.uol.com.br/edicao/21/funk-de-gaucho#imagem0 Funk de Gaúcho]</ref><ref>[http://cliquemusic.uol.com.br/materias/ver/comunidade-e-sideral-nova-direcao-em-seus-segundos-albuns Comunidade e Sideral: nova direção em seus segundos álbuns]</ref>

Com o sucesso dos álbuns da série ''[[Furacão 2000 - Tornado Muito Nervoso|Tornado Muito Nervoso]]'', da Furacão 2000, o funk chegou a São Paulo. Em [[2001]], a própria equipe de som começou a fazer bailes na capital paulista, assim como o grupo [[Bonde do Tigrão]].<ref name=":10">{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0902200106.htm|titulo=Folha de S.Paulo - Furação 2001 - 09/02/2001|acessodata=2023-03-30|website=www1.folha.uol.com.br}}</ref> Programas de televisão como ''[[Domingo Legal]]'', do [[Sistema Brasileiro de Televisão|SBT]], e ''[[Programa H|Superpositivo]]'', da [[Rede Bandeirantes|Band]], também passaram a levar artistas do gênero.<ref name=":10" /> No [[Rock in Rio|Rock in Rio 3]], [[Paula Toller]] cantou um trecho de "Tapinha".<ref name=":10" />

No mesmo ano, o grupo de [[pagode baiano]] [[É o Tchan!]], cujas vendas começaram cair naquele ano, gravou um álbum dedicado ao gênero, produzido pelo [[DJ Memê]]<ref>{{Citar periódico| autor = Sérgio Martins | data = 18/04/2001 | titulo = Segura o Tchan | jornal = Veja | numero = 1696 |  editora = | local = | url = https://web.archive.org/web/20090219110301/http://veja.abril.com.br/180401/p_130a.html|língua= <!-- *** --> }}</ref> já o grupo [[As Meninas (banda)|As Meninas]] gravou uma [[versão cover|versão ''cover'']] de "Tapinha",<ref>[http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI143540-15518,00.html ''Tá dominado'']</ref> curiosamente, uma canção do grupo, "[[Xibom Bombom]]", inspirou o hit O Rap do Sufocador de [[Mister Catra]].<ref name="caça">[http://www.terra.com.br/reporterterra/funk/dia4_not1.htm Febre do funk e temporada de caça aos MC's esfriam com o final do verão ]</ref> O ''funk'' ganhou espaço fora do Rio de Janeiro e ganhou reconhecimento internacional quando foi eleito umas das grandes sensações do verão [[Europa|europeu]] de [[2005]]. Foi a base para um sucesso da cantora inglesa [[M.I.A.]], "''Bucky Done Gun''", produzido por [[Diplo]],<ref>{{Citar periódico |ultimo=Lotudo |primeiro=Thiago |data=Outubro de 2005 |titulo=Rosinha, Bronx e Trenchtown |jornal=[[Revista Trip]] |paginas =138 |editora =Trip Editora e Propaganda SA |local= |issn=1414-350X |url= }}</ref> que também excursionou pelo gênero.<ref>{{Citar periódico | autor = Claudio Albuquerque | data = março de 2005 | titulo = Poder Invisível | jornal = [[Bravo! (revista)|Bravo!]] | numero = 90 |  editora = [[Editora Abril]] | local = | url =https://web.archive.org/web/20070228204334/http://www.bravonline.com.br/noticias.php?id=1234 }}</ref>

Apesar do sucesso, nesse período, os artistas do funk não ganhavam cachês altos, apesar de um CD da Furacão 2000, ''Tornado Muito Nervoso 2,'' ter vendido 350 mil cópias,<ref>{{Citar web|ultimo=Camacho|primeiro=Marcelo|ultimo2=Carneiro|primeiro2=Marcelo|url=http://veja.abril.com.br/280301/p_082.html|titulo="Engravidei do trenzinho"|data=2001-03-28|acessodata=2022-04-03|website=[[Revista Veja]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090212091544/http://veja.abril.com.br/280301/p_082.html|arquivodata=2009-2-12}}</ref> segundo a empresária Kamilla Fialho, criadora da produtora K2L e ex-funcionária da Furacão 2000: "O que tinha na época era a estrutura da Furacão e o DJ Marlboro. A Furacão era estrela, o Marlboro era estrela. Os artistas eram complemento dos eventos."<ref name=":1">{{Citar web|url=https://kondzilla.com/m/o-passado-o-presente-e-o-futuro-do-funk-com-kamilla-fialho|titulo=O passado, o presente e o futuro do funk com Kamilla Fialho|acessodata=2022-04-03|website=kondzilla.com|lingua=pt}}</ref>

[[Ficheiro:Tati-Quebra-Barraco.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|237x237px|[[Tati Quebra Barraco]] é reconhecida como uma das pioneiras no gênero musical, e uma das principais mulheres expoentes do estilo.]]
Um dos destaques dessa fase (e que foi objeto até de um documentário europeu sobre o tema) foi a cantora [[Tati Quebra-Barraco]], que se tornou, através das letras de suas músicas, um símbolo de mulheres que demonstram resistência à dominação masculina.{{Carece de fontes|música=sim|Brasil=sim|data=abril de 2017}} Em 2004 a funkeira foi convidada a participar do Festival Ladyfest, em Stuttgart, que queria uma artista feminina como representante da cultura brasileira. Além do festival, a cantora apresentou-se também em uma festa para convidados no Palácio da República, em Berlim e ainda fez shows em Berlim, Zurique e Amsterdã. A passagem, paga pelo Ministério da Cultura, gerou polêmica em vários jornais no Brasil, chegando o Jornal O Globo Online a criar a pergunta: "funk é cultura?", contando com mais de 500 respostas e opiniões diversas. Parte da sociedade criticou o empreendimento artístico do governo. Até a própria classe artística ficou dividida com relação ao fato.{{carece de fontes|data=janeiro de 2024}}

Entre 2007 e 2008, o gênero movimentou cerca de 10 000 000 de [[Real (moeda brasileira)|reais]] por mês no estado do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]].<ref name="funkmovimenta">[http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u492067.shtml Funk movimenta R$ 10 milhões por mês só no Rio de Janeiro, diz estudo]</ref> Algumas letras eróticas e de duplo sentido, normalmente desvalorizando o [[Mulher|gênero feminino]], também revelavam uma não originalidade, ao copiar samples de outros estilos.<ref name="caça" />

Em julho de 2007, em [[Angola]], surgiu o primeiro grupo de ''funk'' angolano, "Os Besta-Fera". Seu vocalista principal, MC Lucas, esteve no Rio de Janeiro, onde aprendeu a cantar o ''funk'' brasileiro. O estilo também está presente no trabalho da cantora japonesa Tigarah.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL452299-9980,00-TIGARAH+FAZ+FUNK+CARIOCA+PARA+JAPONES+OUVIR.html|título=Tigarah faz funk carioca para japonês ouvir|autor=Marianne Nishihata|data=03/05/08|publicado=Portal G1|acessodata=}}</ref>

A respeito desse sucesso, o [[antropólogo]] [[Hermano Vianna]], autor do pioneiro estudo "O Mundo ''Funk'' Carioca" (1988), ISBN 8571100365, afirmou:

{{quote2|Todo esse mercado foi criado nas duas últimas décadas, sem ajuda da indústria cultural estabelecida. (...) Não conheço outro exemplo tão claro de virada mercadológica na cultura ''pop'' contemporânea. O ''funk'' agora tem números claros que mostram uma atividade econômica importante, que pode, assim, ser levado a sério pelo poder público<ref name=funkmovimenta />}}

Em 2008, Leonardo Mota, o MC Leonardo, fundou a Associação dos Profissionais e Amigos do ''Funk'' (Apafunk). Leonardo iniciou a carreira na década de 1990, ao lado do irmão Júnior, tendo sido ambos responsáveis pelo sucesso "[[Rap das Armas]]",<ref>{{Citar periódico | autor = | data = | ano = 2012 | titulo = Invasão na Rocinha | jornal = Raça Brasil | numero = 170 |  editora = Editora Escala | local = | url = http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/170/artigo267461-1.asp/ |língua= <!-- *** --> }}</ref><ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/998363-legalizado-funk-ganha-edital-e-festa-publica-no-rio.shtml|título="Legalizado", funk ganha edital e festa pública no Rio|autor=Marco Aurélio Canônico|data=30/10/2011|publicado=[[Folha de S.Paulo]]|acessodata=}}</ref> no mesmo ano, o [[deputado federal]] [[Chico Alencar]] ([[PSOL]] - RJ) apresenta um projeto de lei que declara o ritmo "forma de manifestação cultural popular".<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/cultura/projeto-na-camara-define-funk-como-expressao-da-cultura-popular-brasileira-3604158|título=Projeto na Câmara define funk como expressão da cultura popular brasileira|autor=|data=17/12/2008|publicado=[[O Globo]]|acessodata=}}</ref> Em julho de 2009, a Apafunk criou a "roda de funk", inspirada nas [[roda de samba|rodas de samba]].<ref>[http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1229488-5606,00-RODA+DE+FUNK+DO+MORRO+DE+SANTA+MARTA+VAI+A+JUSTICA+CONTRA+PM.html 'Roda de funk' do morro de Santa Marta vai à justiça contra PM]</ref><ref>[http://extra.globo.com/casos-de-policia/batalhao-da-pm-vai-abrir-os-portoes-para-uma-roda-de-funk-370518.html Batalhão da PM vai abrir os portões para uma roda de funk]</ref>

Em setembro de [[2009]], a [[Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro]] aprovou o projeto dos deputados [[Wagner Montes]] e [[Marcelo Freixo]] que definiu o ''funk'' como "movimento cultural e musical de caráter popular do Rio de Janeiro".<ref>[http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u618209.shtml Deputados revogam restrições ao funk no Rio e estilo vira movimento cultural]</ref> Em novembro do mesmo ano, a secretária de transportes do Estado do Rio de Janeiro lançou o evento conhecido como "Trem do ''Funk''", inspirado no evento anterior "Trem do [[Samba]]", que já era realizado desde 1996. Através desse evento, a [[Supervia]] destina uma composição que abriga uma festa dedicada ao ''funk'' circulando desde a estação da [[Central do Brasil]] até [[Belford Roxo]].<ref>{{citar web|url=http://www.jb.com.br/rio/noticias/2009/11/20/trem-do-funk-leva-o-baile-para-os-trilhos-do-rio/|título=Trem do Funk leva o baile para os trilhos do Rio|autor=Thiago Jansen|data=20/11/2009|publicado=[[Jornal do Brasil]]|acessodata=}}</ref>

=== Anos 2010 ===
Em [[2011]], foi realizado a Batalha dos [[Passinho]]s, um concurso promovendo o estilo de dança criado nos bailes e inspirado em passos de outros estilos musicais, como o [[ballet clássico|''ballet'' clássico]], o ''jazz'', o ''[[hip hop]]'' e o [[frevo]].<ref>{{citar web|url=http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/batalha-do-passinho-elege-o-primeiro-rei-do-funk-no-rio-20110927.html|título=Batalha do Passinho elege o primeiro rei do funk no Rio |autor=Jéssica Ventura|data=27/09/2011|publicado=[[R7]]|acessodata=}}</ref> No mesmo ano, foi realizada a primeira "Rio Parada ''Funk''".<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2011/10/rio-parada-funk-reune-milhares-no-centro-da-cidade.html|título=Rio Parada Funk reúne milhares no Centro da cidade|autor=Marcela Beaklini|data=30/10/2011|publicado=G1|acessodata=}}</ref> Em 2012, esse estilo de dança ganhou as páginas policiais, após o dançarino Gualter Damasceno Rocha, de 22 anos, conhecido com o "Rei dos Passinhos", ter sido assassinado. Gualter desapareceu na noite de ''[[Ano-Novo|réveillon]]'': após sete dias, teve o corpo reconhecido por um irmão através de fotos.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/01/justica-do-rio-autoriza-exumacao-de-corpo-de-dancarino-do-passinho.html|título=Justiça do Rio autoriza a exumação de corpo de dançarino do 'passinho'|autor=|data=11/01/2012|publicado=[[Portal G1]]|acessodata=}}</ref>

Ainda 2011, surge a Liga do Funk, uma associação paulista idealizada pelo empresário Marcelo Galático.<ref name="vejasp.abril.com.br">[http://vejasp.abril.com.br/materia/paulistano-nota-dez-marcelo-galatico Empresário auxilia jovens da periferia por meio do funk]</ref><ref>{{citar web|url=http://revistaepoca.globo.com/cultura/noticia/2013/02/ascensao-do-cantor-naldo-de-engraxate-idolo-popular.html|título=A ascensão do cantor Naldo: de engraxate a ídolo popular|autor=Mauricio Meireles|data=15/02/2013|publicado=[[Revista Época]]|acessodata=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/musica/noticia/2013/01/nao-vou-ficar-preso-ao-funk-e-quero-uma-carreira-mundial-diz-naldo.html.|título='Não vou ficar preso ao funk e quero uma carreira mundial', diz Naldo|autor=Rodrigo Ortega|data=11/01/2013|publicado=G1|acessodata=}}</ref> Foi também lançado o [[Teatro musical|musical]] ''Funk Brasil - 40 anos de baile'', baseado no livro ''Batidão - Uma História de Funk'', do jornalista Silvio Essinger.<ref name="décadas">{{citar web|url=http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/08/musical-conta-historia-de-4-decadas-do-funk-no-brasil-relembre-40-hits.html|título=Musical conta história de 4 décadas do funk no Brasil; relembre 40 hits|autor=José Raphael Berrêdo|data=09/08/2012|publicado=G1|acessodata=}}</ref>

O gênero foi ganhando cada vez mais espaço no [[Carnaval do Rio de Janeiro|carnaval carioca]],<ref>[http://oglobo.globo.com/cultura/mcs-gravam-marchinhas-classicas-em-forma-de-funk-4217529 MCs gravam marchinhas clássicas em forma de funk]</ref><ref>[http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/musica/2014-02-28/anitta-naldo-e-valesca-popozuda-gravam-marchinhas-de-carnaval-em-ritmo-de-funk.html Anitta, Naldo e Valesca Popozuda gravam marchinhas de carnaval em ritmo de funk]</ref> sendo adotado por grupos de [[bate-bola]]<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/rio/blocos-de-carnaval/na-batida-do-funk-os-bate-bolas-se-reinventam-no-suburbio-carioca-7562772|título=Na batida do funk, os bate-bolas se reinventam no subúrbio carioca|autor=Renato Onofre|data=12/02/2013|publicado=[[O Globo]]|acessodata=}}</ref> e o surgimento do ''Bloco Apafunk''.<ref>[http://www.cultura.rj.gov.br/artigos/bem-alem-do-batidao Bem além do batidão]</ref> Artistas do funk começaram a se profissionalizar,<ref name=":1" /> passando a fazer aula de canto e instrumentos musicais,<ref>{{citar web|url=http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/musica/2012-05-29/naldo-e-bonito-ver-os-globais-querendo-entrar-no-meu-camarim.html|título=Naldo: "É bonito ver os globais querendo entrar no meu camarim"|acessodata=6 de janeiro de 2013|publicado=[[IG]]|autor=Valmir Moratelli}}</ref> usar bandas, coreografias, uma das pioneiras na mudança foi a produtora K2L de Kamilla Fialho, que empresariou artistas como Naldo Benny (ex- MC-Naldo, que fazia dupla com seu irmão Lula, morto em 2008), [[MC Sapão]],<ref>{{Citar web|url=https://extra.globo.com/tv-e-lazer/o-sapao-virou-principe-mc-muda-de-estilo-faz-aula-de-teatro-mira-carreira-internacional-6173800.html|titulo=O Sapão virou príncipe: MC muda de estilo, faz aula de teatro e mira carreira internacional|acessodata=2022-04-03|website=Extra Online|lingua=pt-BR}}</ref> [[Lexa (cantora)|Lexa]] e [[Anitta]],<ref>{{Citar web|url=https://www.uol.com.br/splash/reportagens-especiais/kamilla-fialho/|titulo=Rainha do funk: Kamilla Fialho encarou o machismo de frente e se transformou em uma das maiores empresárias musicais do país|acessodata=2022-04-03|website=www.uol.com.br|lingua=pt-br}}</ref> alguns desses elementos como o uso de bandas já eram vistos em [[Claudinho & Buchecha]],<ref>{{Citar web|url=https://www.folhadelondrina.com.br/folha-2/claudinho-e-buchecha-lancam-so-love-112890.html|titulo=Claudinho e Buchecha lançam ''Só Love'' {{!}} Folha de Londrina|data=1998-12-13|acessodata=2022-04-20|website=[[Folha de Londrina]]|lingua=pt-br}}</ref> mas não foi algo que se expandiu muito no gênero.{{carece de fontes|data=janeiro de 2024}}

Os artistas também passaram a incorporar elementos de [[hip hop]], [[Música pop|pop]] e [[R&B contemporâneo|R&B]].<ref>{{Citar web|url=http://entretenimento.r7.com/pop/naldo-lanca-cd-com-participacao-de-mano-brown-e-capa-polemica-assinada-por-romero-britto-06102019|titulo=Naldo lança CD com participação de Mano Brown e capa polêmica assinada por Romero Britto|data=2015-11-17|acessodata=2022-04-03|website=R7.com|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://veja.abril.com.br/cultura/anitta-mira-e-acerta-em-pop-alegre-e-vibrante-em-novo-cd/|titulo=Anitta mira – e acerta – em pop alegre e vibrante em novo CD|acessodata=2022-04-03|website=VEJA|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2019/04/29/lexa-kekel-amor-bandido-e-uma-tentativa-de-hit-com-insistencia-randb-romantico-e-falta-de-diccao.ghtml|titulo=Lexa, Kekel, 'Amor Bandido' e uma tentativa de hit com insistência, R&B romântico e falta de dicção|acessodata=2022-04-03|website=G1|lingua=pt-br}}</ref> Segundo Fialho, isso se refletiu no cachê, após sair da Furacão 2000, em três ou quatro meses, o cachê de Anitta saltou de R$ 1 500,00 para R$ 15 000,00.<ref>{{Citar web|url=https://www.purepeople.com.br/noticia/kamila-fialho-ex-empresaria-de-anitta-fala-sobre-o-rompimento-e-traicao_a28720/1|titulo=Kamila Fialho, ex-empresária de Anitta, fala sobre o rompimento: 'É traição'|acessodata=2022-04-03|website=www.purepeople.com.br|lingua=pt-br}}</ref>

Entre 2013 e 2016 o funk produzido no Rio de Janeiro foi perdendo espaço para o [[funk paulista]] e o [[funk ostentação]].<ref>{{citar web|url=http://extra.globo.com/tv-e-lazer/funk-carioca-perde-espaco-para-os-paulistas-8048091.html|título=Funk carioca perde espaço para os paulistas|publicado=Extra|acessodata=29 de dezembro de 2016}}</ref> Entre os principais representantes do movimento atual estiveram [[Nego do Borel]], [[MC TH]], [[MC Delano]], [[MC Nandinho]] e [[MC Nego Bam]].<ref>{{citar web|url=http://istoe.com.br/malandramente/|titulo=Malandramente|publicado=IstoÉ|acessodata=29 de dezembro de 2016}}</ref><ref>{{Citar web|obra=UOL Música|título=Dream Team do Passinho investe em música própria em álbum de estreia - Últimas Notícias - UOL Música|url=http://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2015/08/05/dream-team-do-passinho-investe-em-musica-propria-em-album-de-estreia.htm|acessadoem=2016-01-20}}</ref> A popularização da canção "Baile de favela" de MC João, em 2015, trouxe à mídia as festas nas quais são realizados os eventos de ''funk'' em São Paulo, conhecidas como "bailes de favela".<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/musica/noticia/2016/01/baile-de-favela-muda-vida-de-mc-joao-que-sustenta-familia-desde-os-17-anos.html|título='Baile de favela' muda vida de Mc João, que sustenta família desde os 17 anos|publicado=Globo|acessodata=29 de dezembro de 2016}}</ref> Diversos meios de comunicação abordaram reportagens sobre estes eventos, inclusive sendo alvo de uma reportagem do programa televisivo ''[[A Liga]]'', da [[Rede Bandeirantes]].<ref>{{citar web|url=http://entretenimento.band.uol.com.br/aliga/2016/videos/programas/bailes-de-favela/15848786/maria-paula-vai-ate-a-maior-favela-do-brasil-conhecer-o-baile-do-helipa.html|título=Maria Paula vai até a maior favela do Brasil conhecer o Baile do Helipa|publicado=Band|acessodata=29 de dezembro de 2016}}</ref> O teor de erotismo das músicas e a promiscuidade vista dentro dos bailes também foi pauta de jornais reconhecidos no país, como ''[[O Globo]]''.<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/cultura/baile-de-favela-18978276|título=Baile de favela|publicado=O Globo|acessodata=29 de dezembro de 2016}}</ref>

Em 2018, a [[Câmara Municipal do Rio de Janeiro]] aprovou o projeto da vereadora [[Verônica Costa]] que definiu o [[passinho]] como "Patrimônio Cultural Imaterial do povo carioca".<ref>[https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/passinho-conquista-titulo-de-patrimonio-cultural-do-rio.ghtml Passinho conquista título de patrimônio cultural do Rio]</ref> Em 2019, mais reconhecimento internacional, o MC [[Kevin o Chris]] grava uma versão de "Ela é do Tipo" com o rapper canadense [[Drake (artista)|Drake]],<ref>{{Citar web |url=https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2019/11/06/ouca-a-versao-com-drake-para-ela-e-do-tipo-de-kevin-o-chris.htm |titulo=Ouça a versão com Drake para Ela É do Tipo, de Kevin O Chris |acessodata=2021-08-13 |website=entretenimento.uol.com.br |lingua=pt-br}}</ref> [[Madonna]] grava com [[Anitta]] uma [[versão cover]] de "[[Faz Gostoso]]" de [[Blaya]], cantora [[Portugueses|luso]]-brasileira que vive em [[Portugal]], para onde Madonna se mudou em 2017.<ref>{{Citar web |url=https://g1.globo.com/pop-arte/musica/rock-in-rio/2019/noticia/2019/04/18/antes-de-anitta-e-madonna-faz-gostoso-ja-era-hit-em-portugal-com-letra-sobre-traicao-conheca.ghtml |titulo=Antes de Anitta e Madonna, 'Faz gostoso' já era hit em Portugal, com letra sobre traição; conheça |acessodata=2021-08-13 |website=G1 |lingua=pt-br}}</ref>

=== Anos 2020 ===
Em 2023, é aprovado o Dia Nacional do Funk, comemorado em [[12 de julho]], na mesma época em que o gênero passa a ser largamente usado em comerciais de televisão e rádio.<ref>{{Citar web|ultimo=PODER360|url=https://www.poder360.com.br/congresso/camara-aprova-criacao-do-dia-nacional-do-funk/|titulo=Câmara aprova criação do “Dia Nacional do Funk”|data=2023-12-21|acessodata=2024-02-08|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref>

Em Minas Gerais surge um novo subgênero, chamado de MTG (sigla de montagem), o gênero remete aos [[mashups]] muito populares na década de 1990, os mashups podem ser de qualquer estilo, seja [[MPB]], [[forró]], [[Música pop|pop]].<ref>{{Citar web|ultimo=BH|primeiro=Portal Sou|url=https://soubh.uai.com.br/noticias/cultura/mtg-sigla-identifica-o-funk-de-belo-horizonte-e-domina-as-paradas-musicais|titulo=‘MTG’: sigla identifica o funk de Belo Horizonte e domina as paradas musicais {{!}} Notícias Sou BH|data=2024-06-02|acessodata=2024-11-05|website=Portal Sou BH|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{citar web|ultimo=Medeiros|primeiro=Gabriela|url=https://extra.globo.com/entretenimento/musica/noticia/2024/07/o-que-e-mtg-faixas-ocupam-topo-das-paradas-alavancam-carreiras-e-geram-debate-sobre-direitos-autorais-conheca.ghtml|titulo=O que é MTG? Faixas ocupam topo das paradas, alavancam carreiras e geram debate sobre direitos autorais; conheça!|data=08/07/2024|website=[[Extra (jornal)|Extra]]}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=estadaoconteudo|url=https://www.terra.com.br/diversao/musica/entenda-o-que-e-o-mtg-genero-absorve-hinos-do-pop-e-os-transforma-em-funk-e-ate-forro,f14079890cccdbb66e020c556a323111qpy5j1ei.html|titulo=Entenda o que é o MTG: gênero absorve hinos do pop e os transforma em funk e até forró|acessodata=2024-11-05|website=Terra|lingua=pt-BR}}</ref>

== São Paulo ==
Durante muitos anos, cultivou-se uma grande rivalidade entre os estados de [[São Paulo (estado)|São Paulo]] e [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] no que tange aos estilos musicais predominantes em cada região.<ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/vaguinaldo_20010128.htm|título=As rivalidades entre São Paulo e Rio, e as músicas de Jobim|acessodata=17 de fevereiro de 2014|data=28 de janeiro de 2001|publicado=Folha Online}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2604200712.htm|título= A inócua rivalidade Rio x SP|acessodata=17 de fevereiro de 2014|data=26 de abril de 2007|publicado=Folha Online}}</ref> O Rio de Janeiro, por exemplo, criou o que era chamado de funk carioca, que possui em sua essência temas como a vida nas [[favela]]s e a exaltação da mulher - esta última, através do ''[[funk melody]]'', e ao "[[proibidão]]", que canta sobre [[criminalidade]] e possui conteúdos de apelo sexual; no entanto, tal estilo não era aceito em São Paulo, pois era julgado pela maioria como alienante - apesar de uma crítica social se encontrar presente.<ref name="m">{{Citar livro|url= |autor=Leonardo Lichote |título=A potência do Funk |local= |editora= |página=33 }}</ref> Em contrapartida, os paulistas apresentavam um discurso contundente espelhado nos rappers norte-americanos da chamada [[hip hop old school|velha escola do hip hop]], preocupando-se em expor os problemas do governo em batidas pesadas e agressivas, as quais não foram bem-recebidas no estado vizinho por serem vistas como "chatas e antidiversão".<ref name="m" /> Esta divisão explica a existência de poucos cantores de funk em São Paulo, bem como poucos rappers no Rio de Janeiro.<ref>{{citar web|url=http://cliquemusic.uol.com.br/materias/ver/rap-brasileiro|título=Rap Brasileiro|acessodata=17 de fevereiro de 2014|publicado=CliqueMusic}}</ref> Com o funk ostentação, essa divisão entre os estados acabou ficando bem menor, visto que ambos encontraram um "meio-termo" em seus ideais.<ref name="m" />

O funk não era um dos gêneros musicais mais populares no [[estado de São Paulo]], sendo que em meados da [[década de 1990]], cerca de cinco DJs executavam canções do gênero em festas e bailes.<ref name="e">{{citar web|url=http://tvig.ig.com.br/cinema/funk-ostentacao-o-filme-8a4980263ae073f0013b2e850b2a0b55.html|título=Documentário: Funk Ostentação|acessodata=16 de fevereiro de 2014|data=26 de novembro de 2012|publicado=iG TV}}</ref> DJ Baphafinha, um dos pioneiros na profissão em São Paulo, afirmou que o funk chegou na [[Baixada Santista]] no ano de 1995, através de Lourival Fagundes, dono da [[gravadora]] Footloose.<ref name="e" /> Sem fazer nenhuma menção à ostentação, os MCs Jorginho e Daniel compuseram a primeira música de ''funk paulista'', chamada "Fubanga Macumbeira", que em tom humorado fazia menção à mulheres.<ref name="e" /><ref>{{citar web|url=http://clipesdefunk.com/jorginho-e-daniel-fubanga-macumbeira/|título=Jorginho e Daniel: Fubanga Macumbeiro|acessodata=16 de fevereiro de 2014|data=21 de janeiro de 2014|publicado=Clipes de Funk}}</ref> Desde tal momento até 2008, o funk do estado de São Paulo procurou abordar temas como a [[criminalidade]] e o [[erotismo]], mantendo a sonoridade e a temática muito similares ao do funk carioca, tendo como destaque nomes como MC Dinho da Neném, MCs Renatinho & Alemão, e MC Duda do Marapé.<ref name="e" />

Em 2011, surgiu a "Liga da Funk", uma associação paulista idealizada pelo empresário Marcelo Galático.<ref name="vejasp.abril.com.br"/> Em 2016, é sancionado o [[Dia Estadual do Funk de São Paulo]], a data escolhida foi [[7 de julho]], data da morte do [[MC Daleste]].<ref>{{citar web | url=http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/09/1815574-governador-geraldo-alckmin-sanciona-dia-do-funk-de-sao-paulo.shtml | título=''Alckmin sanciona feriado estatual que homenageia MC Daleste'' |publicado=[[Folha de S.Paulo]]}}</ref>

==Subgêneros==
===Funk melody===
{{Principal|Funk melody}}

===Funk ostentação===
{{Principal|Funk ostentação}}

===Funk ousadia===
{{Principal|Funk ousadia}}

===Funk proibidão===
{{Principal|Funk proibidão}}

=== ''New funk'' ===
Subgênero surgido em 1999, o ''new funk'' misturava o funk com [[dance-pop]]. Enquanto as letras das músicas de ''funk'' carioca naquela época eram focadas nas dificuldades nas favelas, o ''new funk'' apresentava ritmos e letras centradas na sensualidade e no divertimento.<ref>{{citar livro|autor=Silvio Essinger|título=Batidão: uma história do funk|editora=[[Editora Record]]|ano=2005|páginas=10, 207 e 208|id= 9788501071651}}</ref> O termo foi uma criação do DJ Marlboro, que buscava letras mais trabalhadas para o gênero.<ref name=":12" /> O cantor mais conhecido dessa vertente é Jah-Mai, intérprete da música "New Funk".<ref>{{citar periódico |url=http://memoria.bn.br/DocReader/100439_14/6287 |título=Jah-Mai no ritmo do dance |data=27 de julho de 2000 |acessodata=4 de abril de 2023 |periódico=O Fluminense}}</ref>

===Eletrofunk===
Surgido em 2011 em [[Curitiba]], no [[Paraná]], o gênero mistura [[música eletrônica]] com funk, sendo impulsionado pela produtora Eletrofunk Brasil, que revelou diversos artistas paranaenses, produzindo e lançando videoclipes em seu canal no Youtube.<ref>{{citar web|url=http://trabalhosujo.com.br/mc-mayara-e-um-hit-pra-esquentar-esse-outono/|titulo=MC Mayara e um hit pra esquentar esse outono|obra=Trabalho Sujo|acessodata=26 de março de 2020}}</ref> O gênero ganhou repercussão nacional em 2012 com a cantora [[MC Mayara]] com as faixas "Primeira Vez" e "Teoria da Branca de Neve".<ref>{{citar web|url=https://extra.globo.com/tv-e-lazer/a-solange-da-vida-real-mc-mayara-bomba-na-web-com-musica-minha-primeira-vez-4337806.html|titulo=A Solange da vida real: MC Mayara bomba na web com a música ‘Minha primeira vez’|obra=Extra|acessodata=26 de março de 2020}}</ref> Aos poucos outros artistas ganharam fama, como Edy Lemond, DZ MC's e DJ Cléber.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/pr/parana/musica/noticia/2013/09/por-que-ter-um-se-posso-ter-sete-pergunta-funkeira-que-virou-hit-na-web.html|titulo='Por que ter um, se posso ter sete?', pergunta funkeira que virou hit na web|obra=G1|acessodata=26 de março de 2020}}</ref>

===Brega funk===
{{AP|Brega funk}}

===Funk 150 BPM===
Em 2018 surgiu uma outra vertente, o funk de 150 [[batidas por minuto]] ou 150 BPM, liderado pelos DJs Polyvox<ref>[https://oglobo.globo.com/cultura/musica/funk-carioca-acelera-chega-150-bpm-em-renovacao-liderada-pelo-dj-polyvox-22466637 Funk carioca acelera e chega a 150 bpm em renovação liderada pelo DJ Polyvox]</ref><ref>[http://www.jb.com.br/carnaval-2018/noticias/2018/02/08/carnafunk-bloco-do-150-bpm-acelera-o-ritmo-em-guaratiba/ 'Carnafunk - Bloco do 150 BPM' acelera o ritmo em Guaratiba]</ref><ref>[https://www.vice.com/pt_br/article/ywexvx/como-o-150-bpm-se-tornou-o-ritmo-dominante-do-funk-carioca Como o 150 BPM se tornou o ritmo dominante do funk carioca]</ref> e [[DJ Rennan da Penha|Rennan da Penha]].<ref>{{citar web|url=https://kondzilla.com/nego-borel-aparece-no-150bpm-febre-funk-carioca/|título=Nego do Borel aparece no 150BPM, febre do funk carioca|acessodata=24 de março de 2019|data=10 de julho de 2018|publicado=KondZilla}}</ref> Em 2019, o funk 150 BPM foi adotado por [[bloco carnavalesco|blocos carnavalescos]].<ref>[https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/carnaval/2019/noticia/2019/03/01/blocos-do-carnaval-de-rua-do-rio-adotam-funk-150-bpm-veja-video.ghtml Blocos do carnaval de rua do Rio adotam 'funk 150 bpm']</ref>

=== Funknejo ===
Surgiu por volta de 2012,<ref>{{Citar web|url=https://oglobo.globo.com/cultura/funknejo-faz-sucesso-ao-juntar-generos-principio-inconciliaveis-5154262|titulo=Funknejo faz sucesso ao juntar gêneros a princípio inconciliáveis|data=2012-06-09|acessodata=2024-11-05|website=O Globo|lingua=pt-BR}}</ref> foram populares os [[Arranjo musical|rearranjos]] de hits do [[sertanejo universitário]] para a batida comum do funk feitos por [[Disc jockey|DJs]]. A vertente ganhou mais força quando as parcerias entre [[Dupla sertaneja|duplas sertanejas]] e [[Mestre de cerimônias|MCs]] do funk tiveram início dando origem a novos sucessos musicais dentro desse ritmo.<ref>{{Citar web |url=https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/funknejo-duetos-de-sertanejos-com-mcs-emplacam-nas-paradas-de-fim-de-ano-no-brasil.ghtml |titulo=Funknejo: duetos de sertanejos com MCs emplacam nas paradas de fim de ano no Brasil |acessodata=2021-05-25 |website=G1 |lingua=pt-br}}</ref>

=== Pagofunk ===
Fusão do funk com o [[Pagode (estilo musical)|pagode]],<ref>{{Citar web |url=https://kondzilla.com/m/funk-e-pagode-se-misturam-veja-como-isso-vem-acontecendo-no-universo-do-funk |titulo=Funk e pagode se misturam? Veja como isso vem acontecendo no universo do funk |acessodata=2021-08-12 |website=kondzilla.com |lingua=pt}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2020/03/08/mulheres-no-pagode-conheca-cantoras-que-comandam-ritmo-em-salvador-e-lutam-por-reconhecimento-e-respeito.ghtml |titulo=Mulheres no pagode: conheça cantoras que comandam ritmo em Salvador e lutam por reconhecimento e respeito |acessodata=2021-08-13 |website=G1 |lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.carnavalesco.com.br/uniao-da-ilha-ensaia-presenca-de-pagode-no-meio-da-bateria-e-laila-cria-novo-modelo-de-treino-na-rua/ |titulo=União da Ilha ensaia presença de pagode no meio da bateria e Laíla cria novo modelo de treino na rua |data=2020-01-16 |acessodata=2021-08-13 |website=Carnavalesco |lingua=pt-BR}}</ref> o termo também se refere a festas onde tocam ambos os estilos,<ref>{{Citar web |url=https://piaui.folha.uol.com.br/materia/pancadao-da-turbininha/ |titulo=Pancadão da Turbininha |acessodata=2021-08-12 |website=revista piauí |lingua=pt-BR}}</ref> as origens do subgênero podem ser rastreadas em meados dos anos 90, em 1997, a dupla [[Claudinho & Buchecha]] gravou a canção  Fuzuê no álbum ''[[A Forma]]'', a canção usa um [[cavaquinho]], instrumento presentes em gêneros como [[samba]], [[choro]] e pagode, na letra, a dupla homenageia artistas do pagode,<ref>{{Citar periódico |título=Claudinho & Buchecha - funk, charme, alegria e muito balanço| editora = [[Editora Símbolo]] |jornal=[[Raça Brasil]] - Edição Extra |numero=6 |autor=Francisco Oliveira |ano=1997}}</ref> antes de formar a dupla com [[Claudinho (cantor)|Claudinho]], [[Buchecha]] integrou uma banda de pagode chamada Raio de Luz.<ref name="cravo">{{citar web|url=https://dicionariompb.com.br/artista/buchecha|título=Claudinho e Buchecha|data=|acessodata=|publicado=[[Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira]]|autor=}}</ref> O [[Grupo Raça]] fez sucesso com "Ela sambou, eu dancei", escrita por [[Arlindo Cruz]], A. Marques e Geraldão,<ref>{{Citar web |url=https://immub.org/compositor/geraldao |titulo=Geraldão {{!}} IMMuB - O maior catálogo online da música brasileira |acessodata=2021-08-12 |website=immub.org |lingua=pt-br}}</ref> que fazia alusão ao funk carioca, em 2014, a canção ganhou uma releitura com elementos de funk com o próprio Arlindo Cruz com [[Mr. Catra]].<ref>{{Citar web |ultimo=daniela.lima |url=https://odia.ig.com.br/diversao/2014-09-11/arlindo-cruz-comemora-as-700-musicas-gravadas-e-agradece-a-deus-em-cd.html |titulo=Arlindo Cruz comemora as 700 músicas gravadas e agradece a Deus em CD {{!}} Diversão {{!}} O Dia |acessodata=2021-08-12 |website=odia.ig.com.br |lingua=pt-BR}}</ref>

[[Mc Leozinho]], fez uso do [[cavaquinho]] na canção Sente a pegada de 2008.<ref name=":0">{{Citar web |url=https://oglobo.globo.com/cultura/musica/cavaquinho-pancadao-instrumento-do-samba-invade-funk-19444621 |titulo=Cavaquinho pancadão: instrumento do samba invade o funk |data=2016-06-05 |acessodata=2021-08-12 |website=O Globo |lingua=pt-BR}}</ref> Artistas como [[MC Delano]] e [[Ludmilla (cantora)|Ludmilla]] também o uso de [[cavaquinho]] em algumas canções,<ref name=":0" /> Ainda na infância, Ludmila eventualmente cantava em grupo de pagode de seu ex-padrasto.<ref>{{Citar web|url=https://extra.globo.com/tv-e-lazer/musica/ludmilla-se-aventura-no-pagode-ao-lancar-album-em-live-nesta-sexta-feira-24389926.html|titulo=Ludmilla se aventura no pagode ao lançar álbum em live nesta sexta-feira|acessodata=2022-11-18|website=Extra Online|lingua=pt-BR}}</ref> Em 2015, Ludimilla também participou de um dueto com o grupo [[Molejo]] em Polivalência, nova versão da música do álbum de mesmo nome lançado em 2000, em 2020, lançou ''[[Numanice]]'', um [[EP]] dedicado ao pagode.<ref>{{Citar web |url=https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2020/04/24/ludmilla-entra-com-naturalidade-no-pagode-em-ep-que-transita-entre-a-festa-e-a-sofrencia.ghtml |titulo=Ludmilla entra com naturalidade no pagode em EP que transita entre a festa e a sofrência |acessodata=2021-08-12 |website=G1 |lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://web.archive.org/web/20091202004304/http://cliquemusic.uol.com.br/discos/ver/molejo/polivalencia |titulo=Cliquemusic : Disco : POLIVALÊNCIA |data=2009-12-02 |acessodata=2021-08-12 |website=web.archive.org}}</ref> 

Em 2021, o cantor [[MC Bola]] participa do DVD do Grupo Presença, na ocasião, Bola comentou: ''Eu costumo dizer que o funk e o pagode caminham na mesma rua, são ritmos muito semelhantes, os dois tem origem no gueto''.<ref>{{Citar web|url=https://www.atribuna.com.br/cidades/geral/mc-bola-dribla-crise-na-musica-e-ousa-em-novo-ritmo-que-mistura-rap-com-eletronico-video|titulo=MC Bola dribla crise na música e ousa em novo ritmo que mistura rap com eletrônico; VÍDEO|acessodata=2022-11-18|website=A Tribuna|lingua=pt-BR}}</ref> O cantor já foi intérprete da [[escola de samba]] [[Brasil (escola de samba)|Brasil]], localizada em [[Santos Dumont|Santos]].<ref>{{Citar web|ultimo=de Castro|primeiro=João Paulo|url=http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/carnaval/2014/noticia/2014/03/mc-bola-participa-do-carnaval-e-brinca-o-bola-nao-anda-desfila.html|titulo=MC Bola participa do Carnaval e brinca: 'O Bola não anda, desfila'|data=2014-03-04|acessodata=2022-11-18|website=Carnaval 2014 em Santos e Região|lingua=pt-br}}</ref>

Em 2022, [[Ludmilla]] lança ''[[Numanice 2]],'' novamente dedicado ao pagode,''<ref>{{citar web|ultimo=Rocha|primeiro=Leonardo|url=https://portalpopline.com.br/veio-ai-ludmilla-lanca-o-numanice-2-seu-segundo-album-de-pagode/|titulo=Veio aí! Ludmilla lança o “Numanice #2”, seu segundo álbum de pagode|data=26 de janeiro de 2022|acessodata=15 de maio de 2022|publicado=[[POPline]]|}}</ref>'' no mesmo ano, o álbum lhe rende o [[Grammy Latino]] na categoria [[Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba/Pagode|Melhor Álbum de Samba/agode]].<ref>{{Citar web|url=https://br.noticias.yahoo.com/cantora-ludmilla-vence-grammy-latino-samba-pagode-numanice-2-223531920.html|titulo=É “Numanice”! Ludmilla vence Grammy Latino com álbum de pagode|acessodata=2022-11-18|website=br.noticias.yahoo.com|lingua=pt-BR}}</ref> No [[Carnaval do Rio de Janeiro]] de 2023, Ludmilla estreou como intérprete de [[samba-enredo]], participando do desfile da [[Beija-Flor (escola de samba)|Beija-Flor]] ao lado do veterano [[Neguinho da Beija-Flor]].<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2023/02/19/ludmilla-vai-puxar-samba-ao-lado-de-neguinho-da-beija-flor-na-sapucai-dividir-esse-momento-com-ele-esta-sendo-muito-especial.ghtml|titulo=Ludmilla vai puxar samba ao lado de Neguinho da Beija-flor na Sapucaí: 'Muito especial'|acessodata=2023-02-20|website=G1|lingua=pt-br}}</ref>

=== ''Brazilian phonk'' ===
Fusão do funk com o [[phonk]].<ref>{{Citar web|url=https://www.terra.com.br/diversao/musica/brazilian-phonk-por-que-o-funk-de-bailes-de-sp-ganhou-outro-nome-e-se-espalhou-pela-europa,9e06f39a963715542bb0ee4e4b33099ao8lvyrhb.html|titulo=Brazilian phonk: Por que o funk de bailes de SP ganhou outro nome e se espalhou pela Europa?|acessodata=2023-07-23|website=Terra|lingua=pt-BR}}</ref>

=== Trapfunk ===
Na década de 2010, o [[trap]] chega no Brasil, com artistas misturando os dois estilos.<ref>{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/12/trap-se-estabelece-na-cena-hip-hop-brasileira-com-influencias-de-emo-e-anime.shtml|titulo=Trap se estabelece na cena hip-hop brasileira com influências de emo e anime|data=2018-12-19|acessodata=2024-11-09|website=Folha de S.Paulo|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Ferreira|primeiro=Gabriela|url=https://kondzilla.com/trapfunk-cresce-nas-quebradas-e-motiva-jovens-a-se-jogarem-no-movimento/|titulo=Trapfunk cresce nas quebradas e motiva jovens a se jogarem no movimento|data=2020-02-18|acessodata=2024-11-09|website=KondZilla|lingua=pt-br}}</ref>

== Críticas ==
O estilo musical, embora apresente expansão mercadológica, continua sendo alvo de muita resistência da sociedade,<ref>[http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/estudante-que-ouvia-funk-no-celular-e-morto-a-tiros-em-onibus-da-baixada-20121025.html Estudante que se recusou a baixar funk no celular é morto a tiros em ônibus da baixada] {{Wayback|url=http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/estudante-que-ouvia-funk-no-celular-e-morto-a-tiros-em-onibus-da-baixada-20121025.html |date=20121028180333 }}, acessado em [[26 de outubro]] de [[2012]]</ref><ref>[http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u486382.shtml Jornal britânico destaca polêmica sobre funk carioca]</ref> sendo bastante criticado por intelectuais e por parte da população. O ''funk'' brasileiro costuma ser criticado por apresentar uma linguagem [[Ato obsceno|obscena]]; e por fazer referências à [[violência]] e ao [[Droga ilícita|consumo]] e ao [[tráfico de drogas]].<ref>[http://jbonline.terra.com.br/leiajb/noticias/2009/07/05/rio/rio_acima_a_pm_nao_pode_ter_medo_do_funk.asp Funk carioca e a PM do Rio]{{Ligação inativa|data=maio de 2019 }}</ref><ref>SANTOS, C. W., CASTRO, R. R., PIRES, V. H. B. L. ''Adolescência: a violência no baile funk''. 2007. Disponível em http://web2.cesjf.br/sites/cesjf/revistas/cesrevista/edicoes/2007/adolescencia_a_violencia_no_baile_funk.pdf. Acesso em 24 de abril de 2013.</ref>

[[Regis Tadeu]], em sua [[Crítica musical|crítica]] para o ''[[Yahoo!]]'', disse que {{quote2|[nada] é aproveitável. Do tal 'funk' ao '[[pagode (estilo musical)|pagode]] xexelento' (...) do [[Sertanejo universitário|sertanejo]] (...) ao tal '[[forró eletrônico]]', o que se vê e ouve é [um] [[tsunami]] de lixo musical inédito na história da música brasileira.<ref>{{citar web|url= https://br.noticias.yahoo.com/blogs/mira-regis/ind%C3%BAstria-do-forr%C3%B3-eletr%C3%B4nico-%C3%A9-o-retrato-de-um-233304010.html|título= Indústria do “forró eletrônico” é o retrato de um Brasil cretino|acessodata= 30 de outubro de 2016|autor= Regis Tadeu|data= 20 de agosto de 2015|obra= Yahoo!|publicado= }}</ref>}} O jornalista Gilson Santos, disse que o funk é {{Quote2|uma depravação e lixo cultural (...) Não dá considerar como 'cultura', algo tão grotesco, burro e malfeito.<ref>{{citar web|url= http://www.jornalavozdearaxa.com.br/funk-depravacao-e-lixo-cultural/|título= FUNK: DEPRAVAÇÃO E LIXO CULTURAL|acessodata= 31 de outubro de 2016|autor= Gilson Santos|data= 3 de abril de 2015|publicado= www.jornalavozdearaxa.com.br}}</ref>}}

O músico [[Domenico Lancellotti]] acredita que apesar das limitações, o gênero possui qualidades:<ref>{{citar periódico |url=https://web.archive.org/web/20070228204324/http://www.bravonline.com.br/noticias.php?id=1233 |titulo=Funk em questão |data=março de 2005 |publicado=[[Bravo! (revista)|Bravo!]] |número=90}}</ref>

{{Quote|Desde o início de nossa banda ([[X+2|Moreno + 2]]), a mídia, quando se refere a nós, usa o termo ‘experimental’ para ajudar a definir nosso som. À minha vista, não existe nada mais ‘experimental’ no Brasil (talvez no mundo!) do que o baile funk das favelas do Rio de Janeiro. São textos pornográficos ou escatológicos sobre base rítmica sem harmonia — muitas vezes tudo desafinado. Nós e também toda a produção do rock underground (ou não) do Brasil ficamos no chinelo se nos compararmos com a inventividade e a força do funk. Admiro muito essa cultura popular e DJ Malboro é o pilar dessa estrutura.}}

Grande parte do criticismo vem da associação do ritmo ao tráfico de drogas, pois bailes ''funk'' são costumeiramente realizados por traficantes para atrair consumidores de drogas aos [[Favela|morros]].<ref>[http://odia.terra.com.br/rio/htm/dos_bailes_do_chapeu_aos_esticas__168453.asp Dos bailes aos esticas da droga]{{Ligação inativa|data=maio de 2019 }}{{Citar periódico| autor =FILHO, F. A., PERNAMBUCANO, M.| data =19/06/2002| titulo =No front inimigo| jornal =[[IstoÉ]]| numero =1907|  editora =| local =| url =http://www.istoe.com.br/reportagens/detalhePrint.htm?idReportagem=25686&txPrint=completo.| língua =<!-- *** -->}}</ref> Outro problema relatado sobre o ''funk'' é o volume no qual costuma ser executado: bailes ''funk'', quase sempre, não respeitam qualquer limite quanto ao volume de som, infringindo leis relativas ao limite de volume permitido em ambientes públicos.<ref>[http://jbonline.terra.com.br/nextra/2009/01/10/e100118669.asp Bailes funk com uso de drogas revoltam moradores]</ref><ref>''Carta Capital''. Disponível em http://www.cartacapital.com.br/sociedade/bailes-funks-e-carros-com-o-som-alto-podem-ser-proibidos-nas-ruas-de-sao-paulo/. Acesso em 24 de abril de 2013.</ref><ref>''RAC.com.br''. Disponível em http://portal.rac.com.br/noticias/index_teste.php?tp=campinas-e-rmc&id=/95545&ano=/2011&mes=/08&dia=/26&titulo=/baile-funk-tira-sono-de-moradores-na-vila-brandina. Acesso em 24 de abril de 2013.</ref><ref>''Sampa online: comunidade, cidadania, cultura e lazer''. Disponível em http://www.sampaonline.com.br/bronca.php?idBairro=santoamaro. Acesso em 24 de abril de 2013.</ref>

Em junho de 2017, uma sugestão legislativa para criminalização do gênero, proposta pelo microempresário Marcelo Alonso chegou ao [[Senado Federal]],<ref>[http://istoe.com.br/romario-relator-proposta-fim-funk Proposta que pretende acabar com funk chega ao Senado]</ref> em setembro do mesmo ano, o senador [[Romário]], relator da proposta, rejeitou a mesma na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado.<ref>[https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2017/09/20/interna_politica,902094/senado-rejeita-projeto-que-criminalizava-o-funk-carioca.shtml Senado rejeita projeto que criminalizava o funk carioca]</ref> Em dezembro do mesmo ano, o clipe canção "[[Vai Malandra]]", de [[Anitta]], fez uma crítica à proposta e foi alvo de críticas, sendo acusado de [[apropriação cultural]] e objetivação do corpo feminino,<ref>[http://gente.ig.com.br/celebridades/2017-12-22/anitta-vai-malandra.html Polêmicas levantadas por Anitta em "Vai Malandra são assuntos de jornal inglês]</ref> apesar de a cantora contradizer tais acusações.

Em janeiro de 2018, duas canções foram motivo de controvérsias: o single "[[Que Tiro Foi Esse]]", de [[Jojo Maronttini]], foi acusada de fazer apologia à violência (segunda a cantora, o nome da canção veio de uma [[gíria]] [[LGBT]])<ref>[http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2018/01/17/interna_diversao_arte,653718/jojo-maronttinni-sentada-diferente-que-tiro-foi-esse.shtml Música de Jojo Maronttinni, 'Que tiro foi esse', é candidata a hit do verão]</ref>; já o single "Só surubinha de leve", do MC Diguinho, foi acusada de fazer apologia ao [[estupro]]. Devido à polêmica, a canção foi retirada do serviço de [[streaming]] [[Spotify]].<ref>[https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/so-surubinha-de-leve-de-mc-diguinho-sera-excluida-do-spotify-apos-ser-acusada-de-fazer-apologia-do-estupro.ghtml 'Só surubinha de leve', de MC Diguinho, é excluída das paradas do Spotify após ser acusada de fazer apologia do estupro]</ref>

Em entrevista ao [[Nova Escola]], Marcos Neira, o professor da Faculdade de Educação da [[Universidade de São Paulo]] (USP) respondeu que o gênero é "um complexo movimento cultural. Rejeitá-lo como um todo por causa de algumas de suas características é desconhecimento e preconceito".<ref name=NE/>

Para Bruno Ramos, articulador nacional do Movimento Funk, falta envolvimento do Estado:<blockquote>''A forma como o Estado enxerga o jovem da periferia é sempre como problema e não solução. Os fluxos incomodam por causa da ocupação das ruas, do volume das músicas, das letras. Se as letras têm uma problemática, é porque as pessoas não conhecem nossa realidade. As outras questões não têm relação com o funk, e sim com a falta de iniciativas públicas que ajudem a organizar os bailes.''<ref>{{Citar web|ultimo=Ramos|primeiro=Vanessa|ultimo2=Coutinho|primeiro2=Andreia|url=https://expresso.estadao.com.br/naperifa/representantes-do-funk-falam-de-cultura-criminalizacao-e-desafios/|titulo=Faltam políticas públicas para a cultura funk no Brasil, dizem especialistas|data=2022-02-03|acessodata=2022-02-06|website=[[Estadão|Estadão Expresso]]|lingua=pt-BR}}</ref></blockquote>

== Ver também ==
* [[Black Rio]]
* [[Cultura de massa]]
* [[Rap no Brasil]]
* [[Samba-rock]]
* [[Rolezinho]]

{{Notas}}
{{Referências}}
;Web
* ''[https://www.nexojornal.com.br/explicado/2017/10/22/Popular-e-perseguido-funk-se-transformou-no-som-que-faz-o-Brasil-dan%C3%A7ar Popular e perseguido, funk se transformou no som que faz o Brasil dançar]'', reportagem do [[Nexo Jornal]].

== Bibliografia ==
* Marcelo Marthe. "[https://web.archive.org/web/20090224212546/http://veja.abril.com.br/070201/p_118b.html Com o funk em alta, popozudas cariocas impõem seu estilo]". Veja, 7 de fevereiro de 2001.
* Marcelo Camacho e Marcelo Carneiro. "[https://web.archive.org/web/20090212091544/http://veja.abril.com.br/280301/p_082.html Engravidei do trenzinho]" {{pt}} Veja, 28 de março de 2001.
* [[Hermano Vianna|VIANNA, Hermano]] . "O Mundo ''Funk'' Carioca" (1988) ISBN 8571100365
* Silvio Essinger. Editora Record. Batidão: uma história do funk.ISBN 9788501071651
* HERSCHMANN, Micael. [http://micaelherschmann.files.wordpress.com/2013/05/o-funk-e-o-hip-hop-invadem-a-cena.pdf ''O funk e o hip-hop invadem a cena'']  2ª ed Rio de Janeiro: UFRJ, 2005
** VIANNA, Hermano. {{link|pt|2=http://www.overmundo.com.br/banco/o-baile-funk-carioca-hermano-vianna|3=''O baile funk carioca: festas e estilos de vida metropolitanos''.|4=[[UFRJ]]. [[Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro|Museu Nacional]], 1987.  Disponível para download a partir do site [[Overmundo]].}}
* VIANNA, Hermano. [http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/download/2304/1443 Funk e cultura popular carioca] ''Estudos Hitóricos''. Rio de Janeiro. vol. 3, n. 6. 1990, p.&nbsp;244-253.
* FACINA, Adriana. [https://www.academia.edu/5386275/_Nao_me_bate_doutor_funk_e_criminalizacao_da_pobreza "Não me bate doutor": funk e criminalização da pobreza]. V Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura. Salvador, 27 a 29 de maio de 2009.

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