Mostrar código-fonte de Conflito israelo-palestino

{{Multitag|mnot|fref|p1=hist-mo|data=junho de 2017}}
{{Ver desambig|o conflito atual|Guerra Israel-Hamas}}
{{Info/Conflito militar
 |cores       = background:#ffccaa;
 |nome        = Conflito israelo-palestino
 |conflito    = [[Conflito árabe-israelense]]
 |imagem      = Occupied Palestinian Territories.jpg
 |imagem_legenda   = Mapa de [[Palestina (região)|Israel e Palestina]], mostrando as zonas de controle conforme delineado pelos [[Acordos de paz de Oslo|Acordos de Oslo]], dezembro de 2011
 |data        = início do {{séc|XX}} - presente
 |local       = [[Territórios palestinos]]
 |resultado   = em andamento
 |combatente1 = {{PSEb}} [[Estado da Palestina|Palestina]]
* [[Imagem:Flag_of_Hejaz_1917.svg|borda|23px]] [[Protetorado de Toda-Palestina]] <small>(1948-1959)</small>
* {{PALb}} [[Organização para a Libertação da Palestina]] <small>(1964-1993)</small>
* [[Imagem:Flag_of_Hamas.svg|borda|23px]] [[Hamas]] <small>(1987-presente)</small>
* [[Imagem:Flag_of_Jihad.svg|borda|23px]] [[Movimento da Jihad Islâmica na Palestina|Movimento da Jihad Islâmica]] <small>(1987-presente)</small>
* {{PALb}} [[Autoridade Nacional Palestiniana]] <small>(2000-2004)</small>
* {{PALb}} [[Imagem:Flag_of_Hamas.svg|borda|23px]] [[Faixa de Gaza]] <small>(2006-presente)</small>
'''Apoiado por:'''<br>[[Imagem:Flag_of_the_Arab_League.svg|borda|23px]] [[Liga Árabe]] <small>(1948–presente)</small><br>[[Imagem:OIC_Logo_since_2011.svg|borda|23px]] [[Organização para a Cooperação Islâmica]] <small>(1969–presente)</small><br>{{SYR}} <small>(1948–presente)</small><br>{{IRN}} <small>(1979–presente)</small><br>'''Ex-apoiadores:'''<br>{{URS}} <small>(1965–1991)</small>
 |combatente2 = {{ISRb}} [[Israel]]<br>'''Apoiado por:'''<br>{{USA}} <small>(1967–presente)</small><br>'''Ex-apoiadores:'''<br>{{FRA}} <small>(1953–1967)</small><br>{{GBR}} <small>(1956)</small><br>{{LEBb}} [[Estado Livre do Líbano]] <small>(1979-1984)</small>
* [[Imagem:Forces_Libanaises_Flag.svg|borda|23px]] [[Forças Libanesas]] <small>(1975-1990)</small>

 |baixas_extra_subtítulo = Total de mortos em ambos os lados
 |baixas_extra  = {{formatnum:21500}} (1965–2013)<ref>Monty G. Marshall. ''Major Episodes of Political Violence 1946-2012''. SystemicPeace.org. "Ethnic War with Arab Palestinians / PLO 1965-2013". Atualizado em 12 de junho de 2013: {{citar web|url=http://www.systemicpeace.org/warlist.htm|título=Archived copy|acessodata=14-11-2013|urlmorta=sim|wayb=20140121015442}}</ref>

 |notas  = <div style="background:lightsteelblue; text-align:center; font-size:100%; font-weight:bold">Propostas diplomáticas de Paz</div>
<div style="text-align:center font-size: 100%;">
[[Acordos de Camp David]] <small>(1978)</small> • [[Plano de paz de Fahd|Plano Fahd]] <small>(1981)</small> [[Conferência de Madrid]] <small>(1991)</small> • [[Acordos de paz de Oslo|Acordos de Oslo]] <small>(1993–1995)</small> • [[Cúpula de Camp David de 2000|Cúpula de Camp David]] <small>(2000)</small> • [[Cúpula de Taba de 2001|Cúpula de Taba]] <small>(2001)</small> • [[Iniciativa de Paz Árabe]] <small>(2002)</small> • [[Conferência de Annapolis]] <small>(2007)</small>
</div>
<div style="background:lightsteelblue; text-align:center; font-size:100%; font-weight:bold">Temas relacionados</div>
<div style="text-align:center font-size: 100%;">
[[Assentamentos israelenses]]<br>[[Muro israelense na Cisjordânia|Muro da Cisjordânia]]• [[Estado Judeu]]<br>[[Violência política palestina]]<br>[[Refugiados palestinos]]• [[Estado da Palestina]]<br>[[Posições sobre Jerusalém]]<br>[[Solução do Estado único]]</div>
}}
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O {{PBPE|conflito israelo-palestino|conflito israelo-palestiniano}} é a designação dada à luta armada entre [[israel]]enses e [[palestinos]], sendo parte de um contexto maior, o [[conflito árabe-israelense]]. As raízes remotas do conflito remontam aos fins do {{séc|XIX}} quando colonos [[judeus]] começaram a migrar para a região e se juntar a outros judeus remanescentes das invasões históricas. Sendo os judeus um dos povos do mundo que não tinham um Estado próprio, tendo sempre sofrido por isso várias perseguições, foram movidos pelo projeto do [[sionismo]] — cujo objetivo era refundar na [[Palestina (região)|Palestina]] um estado judeu. Entretanto, a Palestina nos últimos séculos foi habitada por uma maioria [[árabes|árabe]], muitos oriundos da Síria e outros territórios vizinhos pertencentes ao [[Império Otomano]] em busca de pastoreio e outros trabalhos.

== História ==
=== Fim do Século XIX - 1920: Origens ===
{{Artigo principal|Sionismo|Declaração Balfour (1917)|Correspondência Huceine-McMahon}}
[[Imagem:Sykes-Picot-1916.gif|esquerda|thumb|Zonas de influência [[França|francesa]] e [[Reino Unido|britânica]] estabelecidas pelo [[Acordo Sykes-Picot]]]]

As tensões entre judeus e árabes começaram a emergir a partir da década de 1890, após a fundação do movimento [[sionista]], e principalmente quando [[judeus]] provenientes da [[Europa]] começaram a [[emigração|emigrar]], formando e aumentando comunidades judaicas na Palestina, por compra de terras dos otomanos e por compra direta a árabes proprietários de terrenos. No {{séc|XIX}}, quando propagava a ideia da migração em massa para o [[Oriente Médio]], o movimento sionista cunhou um slogan famoso: "a Palestina é [[uma terra sem povo para um povo sem terra]]". A ideia não era de que o local estava vazio, mas sim de que os quase 500 mil habitantes do local no meio do {{séc|XIX}}, sendo cerca de 350 mil árabes 80 mil judeus e ainda outros grupos nunca haviam formado um estado soberano naquele território, tendo sempre sido terras colônias de grandes impérios. Mas o que deixou os árabes residentes na região da palestina especialmente furiosos, foi o fato de que fosse fundado um estado onde a religião não fosse a islâmica.<ref>{{Citar web|url=http://historia.abril.com.br/guerra/criacao-israel-duas-visoes-conflitantes-435008.shtml|titulo=Cópia arquivada|acessodata=2011-01-05|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100617231541/http://historia.abril.com.br/guerra/criacao-israel-duas-visoes-conflitantes-435008.shtml|arquivodata=2010-06-17|urlmorta=yes}}</ref> Estabeleceram-se assim comunidades agrícolas nas terras históricas da [[Judeia]] e de [[Israel]], que eram então parte do Império Otomano.<ref>{{citar web|url=http://www.ismi.emory.edu/JournalArticles/MESapr84.html|titulo=The Jewish National Fund: Land Purchase Methods and Priorities, 1924 - 1939|autor=STEIN, Kenneth W.|ano=1984 |mes=Abril|formato=Volume 20 Número 2|obra=Middle Eastern Studies|paginas=190-205|lingua=inglês|acessodata=2009-11-24|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080517012132/http://www.ismi.emory.edu/JournalArticles/MESapr84.html|arquivodata=2008-05-17|urlmorta=yes}}</ref>

Em 2 de novembro de 1917, durante a [[Primeira Guerra Mundial]], o Ministro Britânico de Relações Exteriores, [[Arthur Balfour]], emitiu o que ficou conhecido como a [[Declaração Balfour]], que diz: ''"O governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o Povo Judeu…"''. A pedido de [[Edwin Samuel Montagu]] e de [[George Nathaniel Curzon|Lord Curzon]], uma linha foi inserida na declaração afirmando "que seja claramente entendido que nada será feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judaicas na Palestina, ou os direitos e estatuto político usufruídos pelos judeus em qualquer outro país".<ref name=macintyre>{{citar jornal
|último=Macintyre
|primeiro=Donald
|título=The birth of modern Israel: A scrap of paper that changed history
|obra=The Independent
|acessodata=2009-01-07
|data=2005-05-26
|url=http://www.independent.co.uk/news/world/middle-east/the-birth-of-modern-israel-a-scrap-of-paper-that-changed-history-492084.html
}}</ref> A [[Legião Judaica]], um grupo de batalhões compostos sobretudo de voluntários sionistas, havia assistido os britânicos na reconquista da Palestina.<ref>[http://us.geocities.com/fusaoracial/jabotinsky_zeev.htm{{ligação inativa|data=fevereiro de 2024|2023}}]</ref> A utilização do termo ambíguo "lar nacional" alarmou os árabes e, de forma a aplacá-los, em 7 de novembro de 1918 o [[Reino Unido]] assinou com a [[França]] a [[Declaração Anglo-Francesa]],<ref name="Thomas13">Thomas, 1999, p.13</ref> declarando como objetivo comum a ambos os países "a libertação final e completa dos povos que há muito vêm sendo oprimidos pelos [[povos turcos|turcos]], e o estabelecimento de governos nacionais e administrações (na [[Síria (região)|Síria]], [[Iraque]] e Palestina) cuja autoridade deriva do livre exercício da iniciativa e escolha por parte das populações indígenas".<ref>[http://en.wikisource.org/wiki/Anglo-French_Declaration Declaração Anglo-Francesa] na [[Wikisource]].</ref> No entanto, em 1919, num memorando governamental interno, Balfour declarou que não tinha intenção de consultar os habitantes da Palestina sobre as suas aspirações, contrariando assim a Declaração de 1918 e a Declaração Balfour na sua promessa de não prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judaicas da Palestina.<ref name="Thomas13"/> A oposição árabe a este plano levou aos [[motins de 1920 na Palestina]] e à formação da organização judaica conhecida como ''[[Haganah]]'' ("a Defesa", em [[hebraico]]), da qual mais tarde se separaram os grupos ''[[Irgun]]'' e ''[[Lehi]]''.<ref>{{harvnb|Scharfstein|1996|p=269}}. "During the First and Second Aliyot, there were many Arab attacks against Jewish settlements… In 1920, [[Hashomer]] was disbanded and [[Haganah]] ("The Defense") was established."</ref>

Assinado em janeiro de 1919, o [[Acordo Faysal-Weizmann]] promovia a cooperação árabe e judaica para o desenvolvimento de uma [[Terra de Israel]] na Palestina e uma nação árabe numa larga parte do [[Oriente Médio]].

=== 1920 - 1948: Mandato Britânico da Palestina ===
{{Artigo principal|Mandato Britânico da Palestina|Declaração de Independência do Estado de Israel}}

Em 1920, a [[Conferência de San Remo]], suportada em grande medida pelo [[Acordo Sykes-Picot]] (acordo anglo-francês de 1916), alocava ao [[Reino Unido]] a área que presentemente constitui a [[Jordânia]], a área entre o [[rio Jordão]] e o [[mar Mediterrâneo]] e o [[Iraque]]. A [[França]] recebeu a [[Síria]] e o [[Líbano]]. Em 1922, a [[Liga das Nações]] concedeu ao Reino Unido um [[Mandato Britânico da Palestina|mandato na Palestina]] em condições semelhantes à Declaração Balfour.<ref>{{citar web|url=http://www.fordham.edu/halsall/mod/1922mandate.html|publicado=Fordham University|título=League of Nations: The Mandate for Palestine, July 24, 1922|obra=Modern History Sourcebook|data=1922-07-24|acessodata=2007-08-27}}</ref> A população da área neste momento era predominantemente [[muçulmana]], enquanto na maior área urbana da região, [[Jerusalém]], era majoritariamente judaica.<ref>J. V. W. Shaw , "A Survey of Palestine, Vol 1: Prepared in December 1945 and January 1946 for the Information of the Anglo-American Committee of Inquiry", Reprinted 1991 by The Institute for Palestine Studies, Washington, D.C., p.148</ref>

[[Imagem:Resistance of Palestinian men and women.png|thumb|A [[Revolta Árabe|Grande revolta árabe]]]]

O líder religioso muçulmano [[Amin al-Husayni|Mohammad Amin al-Husayni]] opôs-se à ideia da independência de parte da região da Palestina no [[Estado de Israel]], objetando a qualquer forma de [[Terra de Israel]]. Durante a [[década de 1920]] do {{séc|XX}}, as tensões aumentaram dando lugar a episódios de violência tais como as [[Distúrbios de 1920 na Palestina|revoltas de Nebi Musa]] (1920) e as [[Distúrbios de Jaffa de 1921|revoltas de Jaffa]] (1921). Para satisfazer os árabes e devido à inabilidade britânica para controlar a violência instalada no Mandato, foi criado, em todos os territórios a leste do [[rio Jordão]], o semiautônomo [[Emirado da Transjordânia]] (correspondente a cerca de 80% do território do  [[Mandato Britânico da Palestina|Mandato]]). Apesar disso, a violência continuou a aumentar durante as décadas de 30 e 40, resultando em perdas de vidas em ambos os lados. Alguns dos fatos mais marcantes nesse período foram o [[Tumultos palestinos de 1929|Massacre de Hebrom de 1929]], as atividades da organização islâmica ''Mão Preta'', a [[grande revolta árabe]] (1936-1939), os ataques realizados pelo grupo [[militante]] [[Irgun]], os massacres como o de [[Massacre de Ein al Zeitun|Ein al Zeitun]] e o [[Atentado do Hotel King David|atentado do Hotel Rei Davi]] em 1946.{{Carece de fontes|hist-mo|data=junho de 2017}}

[[Imagem:UN Palestine Partition Versions 1947.jpg|thumb|Mapa do [[Plano de Partilha da Palestina]] em novembro de 1947.]]

A recém-criada [[Organização das Nações Unidas]] recomendou a aplicação do [[Plano da ONU para a partição da Palestina de 1947|Plano de partição da Palestina]], aprovado pela [[Assembleia Geral das Nações Unidas]] através da Resolução 181, de 29 de novembro de 1947, propondo a divisão do país em dois Estados, um árabe e um judeu, baseando-se nas populações até então estabelecidas na região. Assim, os judeus receberam 55% da área, sendo que, deste percentual, 60% era constituída pelo [[deserto do Negueve]]. Segundo esta proposta, a cidade de [[Jerusalém]], fundada pelos judeus, teria um estatuto de cidade internacional - um ''[[corpus separatum]]'' - administrada pelas Nações Unidas para evitar um possível conflito sobre o seu estatuto.<ref>{{harvnb|Best|2003|pp=118–9}}</ref> A [[Agência Judaica]] aceitou o plano nos termos acordados. Em 30 de novembro de 1947, a [[Alta Comissão Árabe]] rejeitou o plano, na esperança de que o assunto fosse revisto e uma proposta alternativa apresentada. Nesta altura, a [[Liga Árabe]] não considerava ainda uma intervenção armada na Palestina, à qual se opunha a Alta Comissão Árabe.<ref>Quigley, 1990, p.38</ref> Em 14 de maio de 1948, um dia antes do fim do Mandato Britânico, a Agência Judaica proclamou a independência, nomeando o país de Israel nos territórios acordados e votados na partilha.{{Carece de fontes|hist-mo|data=junho de 2017}}

=== 1948 - 1967 ===
{{Artigo principal|Guerra árabe-israelense de 1948|Guerra dos Seis Dias}}
[[Imagem:Is-map.PNG|thumb|[[Linha Verde (Israel)|Fronteiras de Israel]] em 1949]]

Tropas da [[Transjordânia]], [[Egito]], [[Síria]], [[Líbano]] e [[Iraque]] atacaram o recém-criado Estado de Israel. Os estados árabes declararam o propósito de proclamar um "Estado Unido da Palestina" em todo o território<ref>[http://en.wikisource.org/wiki/Cablegram_from_the_Secretary-General_of_the_League_of_Arab_States_to_the_Secretary-General_of_the_United_Nations  Telegrama do Secretário-Geral da Liga Árabe ao Secretário-Geral da Nações Unidas] 15 de Maio de 1948 - Wikisource anglófono. Acessado a 13 de Agosto de 2006. {{en}}</ref> em detrimento de um estado árabe e de um estado judaico. Eles consideravam que o plano das [[Nações Unidas]] era ilegal porque vinha em oposição à vontade da população árabe da Palestina.{{Carece de fontes|hist-mo|data=junho de 2017}}

As lutas terminaram com a assinatura do [[Armistício israelo-árabe de 1949]], que formalizou o controle israelita das áreas alocadas ao estado de Israel juntamente com mais de metade da [[Estado da Palestina|área alocada ao estado árabe]]. A [[Faixa de Gaza]] foi ocupada pelo [[Egito]] e a [[Ocupação da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental pela Jordânia|Cisjordânia foi ocupada pela Transjordânia]] (que passou a se chamar simplesmente de [[Jordânia]]), até junho de 1967, altura em que Israel voltou a conquistar esses territórios durante a [[Guerra dos Seis Dias]].{{Carece de fontes|hist-mo|data=junho de 2017}}

Cerca de dois terços dos árabes da Palestina fugiram ou foram expulsos dos territórios que ficaram sob controle judaico (68% destes estimulados pelos próprios governos dos países árabes para que os seus exércitos pudessem "arrasar mais facilmente" o novo Estado que surgia) criando uma grande onda de [[refugiado]]s que se abrigaram para campos nos países vizinhos tais como o [[Líbano]], a [[Jordânia]], a [[Síria]], a [[Cisjordânia]] e para a área que mais tarde se tornaria conhecida como a [[Faixa de Gaza]]. Aos palestinos que abandonaram ou foram expulsos das áreas ocupadas pelos israelitas não foi permitido o regresso às suas casas. As [[Nações Unidas]] estimam que cerca de 711 mil.<ref>{{citar web|url=http://domino.un.org/unispal.nsf/9a798adbf322aff38525617b006d88d7/93037e3b939746de8525610200567883!OpenDocument|titulo=General Progress Report and Supplementary Report of the United Nations Conciliation Commission for Palestine, Covering the Period from 11 December 1949 to 23 October 1950|acessomesdia=|acessoano=|data=22 de outubro de 1950|mes=|obra=U.N. General Assembly Official Records, 5th Session, Supplement No. 18, Document A/1367/Rev. 1|publicado=''United Nations Concilation Commission''|lingua=inglês|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070606212650/http://domino.un.org/unispal.nsf/9a798adbf322aff38525617b006d88d7/93037e3b939746de8525610200567883%21OpenDocument|arquivodata=2007-06-06|citacao=|urlmorta=yes}}</ref> árabes tornaram-se refugiados como consequência do conflito. O destino dos refugiados palestinos de hoje é um grande ponto de discórdia no conflito israelo-palestino.<ref>{{citar web|url=http://web.mit.edu/cis/pdf/VanEvera_flashpointsinwar.pdf|formato=PDF|publicado=Massachusetts Institute of Technology|último=Van Evera|primeiro=Stephen|acessodata=2007-09-11|título=Nature of the Flashpoint|obra=Center for International Studies}}</ref><ref>{{harvnb|Reveron|Murer|2006}}</ref> Com a não absorção dos árabes palestinos pelos países árabes e a não criação do Estado Palestino, os árabes palestinos se auto-constituíram povo e passaram a exigir o seu retorno a suas antigas casas, apesar de a grande maioria já não ter nascido nas regiões reivindicadas.

Durante as décadas seguintes ao fim da guerra de 1948, entre 700 mil e 900 mil [[judeus]] foram igualmente expulsos dos países árabes onde viviam. Em muitos casos isto foi devido a um sentimento antijudeu, ou devido a expulsão (no caso do [[Egito]]) ou ainda devido a opressões legais (no [[Iraque]]). Deste número, cerca de dois terços acabaram por se deslocar para [[campo de refugiados|campos de refugiados]] em [[Israel]], enquanto os restantes migraram para [[França]], [[Estados Unidos]] e para outros países ocidentais (incluindo a [[América Latina]]).{{Carece de fontes|hist-mo|data=junho de 2017}}

Durante a década de 1950, Israel foi atacado constantemente por militantes, principalmente a partir da Faixa de Gaza, que estava sob controle egípcio.<ref>{{harvnb|Gilbert|2005|p=58}}</ref> Em 1956, Israel criou uma aliança secreta com o Reino Unido e a [[França]] destinada a recapturar o [[canal do Suez]], que os egípcios tinham nacionalizado (ver [[Guerra do Suez]]). Apesar da captura da [[península do Sinai]], Israel foi forçado a recuar devido à pressão dos [[Estados Unidos]] e da [[União Soviética]], em troca de garantias de direitos marítimos de Israel no [[Mar Vermelho]] e no Canal.<ref>{{citar web|url=http://history.sandiego.edu/GEN/20th/suez.html|publicado=University of San Diego|título=The Suez Crisis|acessodata=2007-07-15|data=2005-12-05}}</ref>

Em 1964 os estados árabes estabeleceram a [[OLP]]. O artigo 24º da carta (ou pacto) de fundação da OLP, de 1964<ref>{{citar web|url=http://www.palestine-un.org/plo/pna_two.html|titulo=Carta de fundação da OLP|acessomesdia=|acessoano=|autorlink=|mes=|paginas=|lingua=inglês|arquivourl=https://web.archive.org/web/20001217042800/http://palestine-un.org/plo/pna_two.html|arquivodata=2000-12-17|citacao=|urlmorta=yes}}</ref> estabelecia: "Esta Organização não exerce qualquer soberania territorial sobre a Cisjordânia, sobre a Faixa de Gaza e sobre a Área de Himmah." Em 1967 o Egito bloqueia o [[canal de Suez]] aos navios israelenses e inicia manobras militares na península do Sinai, ao mesmo tempo que a Jordânia e Síria mobilizavam seus exércitos, na fronteira com Israel. Prevendo um ataque iminente, Israel inicia a guerra preventiva ([[Guerra dos Seis Dias]]).{{Carece de fontes|hist-mo|data=junho de 2017}}

=== 1967 - 1993 ===
{{Artigo principal|Operação Litani|Guerra do Líbano de 1982|Primeira Intifada}}

Em consequência da guerra, Israel expandiu-se territorialmente, ocupando a [[Cisjordânia]] (conquistada da [[Jordânia]]), a [[Faixa de Gaza]] e a península do Sinai (conquistadas do [[Egito]]) e as [[colinas de Golã]] (conquistados da [[Síria]]). A parte da [[Cidade Antiga (Jerusalém)|Cidade Antiga de Jerusalém]] (também chamada [[Jerusalém Oriental]]), tomada a 7 de junho por Israel da Jordânia, seria reunificada por Israel com a Cidade Nova, formando um [[município]] sob jurisdição israelita.

O fracasso dos Estados Árabes na guerra de 1967 levou ao surgimento de organizações não-estatais árabes no conflito, sendo a mais importante a [[Organização de Libertação da Palestina]] (OLP), que foi concebida sob o lema "a luta armada como única forma de libertar a pátria.".<ref>[http://www.nytimes.com/2005/03/13/magazine/13PALESTINIANS.html?pagewanted=2 NYTimes - The Interregnum]</ref><ref>[http://www.mfa.gov.il/MFA/Foreign+Relations/Israels+Foreign+Relations+since+1947/1947-1974/33+The+Palestinian+National+Covenant-+July+1968.htm Israel Ministry of Foreign Affairs - The Palestinian National Covenant- July 1968]</ref> No final da década de 1960 e início da década de 1970, grupos palestinos lançaram uma onda de ataques<ref>{{Citar web|url=http://www.palestinefacts.org/pf_1967to1991_terrorism_1970s.php|título=palestinefacts.org|website=www.palestinefacts.org|acessodata=11 de março de 2024}}</ref> contra alvos israelenses ao redor do mundo,<ref>Andrews, Edmund L. and John Kifner.[http://www.nytimes.com/2008/01/27/world/middleeast/27habash.html?pagewanted=2&ei=5088&en=9767c2c5b87668e6&ex=1359090000&partner=rssnyt&emc=rss "George Habash, Palestinian Terrorism Tactician, Dies at 82."] ''[[The New York Times]]''. January 27, 2008. May 12, 2008.</ref> incluindo um [[Massacre de Munique|massacre de atletas israelitas]] nos [[Jogos Olímpicos de Verão de 1972]], em [[Munique]], na [[Alemanha]]. Israel reagiu com a [[Cólera de Deus|Operação Cólera de Deus]], no qual os responsáveis pelo massacre de Munique foram encontrados e executados.<ref>{{harvnb|Crowdy|2006|p=333}}</ref>

Em 1973 começa a [[Guerra do Yom Kippur]]. Entre 1977 e 1979, Israel e [[Egito]] fazem um acordo de paz: Israel retirou-se da [[península do Sinai]] e concordou em iniciar negociações sobre uma possível [[Região autônoma|autonomia]] para palestinos em toda a [[Linha Verde (Israel)|Linha Verde]], um plano que nunca foi executado. O governo israelense começou a encorajar assentamentos judeus no território da Cisjordânia, criando atritos com os palestinos que viviam nessas áreas.<ref>{{Citar web|url=http://www.pedalnaestrada.com.br/pages.php?recid=456|título=pedalnaestrada.com.br|website=www.pedalnaestrada.com.br|acessodata=11 de março de 2024}}</ref> Em 1978, Israel invade o sul do [[Líbano]] ([[Operação Litani]]) e chegaram até o [[rio Litani]], com o objetivo de liquidar as bases da Organização de Libertação da Palestina no país, já que a guerrilha palestina costumava contra-atacar o norte de Israel. A invasão foi um sucesso militar, já que as forças da [[OLP]] foram empurrados para norte do rio. No entanto, o clamor internacional levou à criação das forças de paz [[FINUL]] e de uma retratação parcial israelita.{{Carece de fontes|hist-mo|data=junho de 2017}}

Em 1982, Israel invade o [[Líbano]], em uma tentativa de remover os militantes do ''[[Fatah]]'', liderados por [[Yasser Arafat]] do sul do Líbano, onde tinham estabelecido, durante a guerra civil do país, um enclave semi-independente utilizado para lançar ataques [[terrorismo|terroristas]] a civis israelenses. A invasão, que levou à morte de 20 mil civis libaneses, foi amplamente criticada tanto dentro como fora de Israel, especialmente após o ataque da milícia cristã aos palestinos da região, no episódio que ficou conhecido como ''[[massacre de Sabra e Shatila]]'', perpetrado pela milícia maronita com apoio logístico de Israel. O ataque obteve sucesso em exilar Arafat na [[Tunísia]]. Em 1985, Israel se retirou do território libanês, exceto por uma estreita faixa de terra designado por Israel como a [[Zona de Segurança Israelense]]. A partir de 16 de junho de 2000, Israel tinha retirado completamente as suas tropas do Líbano.

A [[Primeira Intifada]], um levante palestino contra Israel,<ref>{{citar enciclopédia|enciclopédia=Encarta|publicado=Microsoft|url=http://encarta.msn.com/encyclopedia_761579974/Intifada.html|título=Intifada|acessodata=2007-09-16|ano=2007}}</ref> eclodiu em 1987, com ondas de violência nos territórios ocupados. Ao longo dos seis anos seguintes, mais de mil pessoas foram mortas, muitas das quais por atos internos de violência dos palestinos.<ref>{{harvnb|Stone|Zenner|1994|p=246}}. "Toward the end of 1991,… were the result of internal Palestinian terror."</ref> Durante a [[Guerra do Golfo]] em 1991, a [[OLP]] e os palestinos apoiaram os ataques de mísseis lançados contra Israel pelo líder iraquiano [[Saddam Hussein]], na tentativa de provocar a entrada de Israel para a guerra.<ref>{{citar jornal|url=http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9D0CE7DB173EF93AA35751C1A967958260|título=After 4 Years, Intifada Still Smolders|publicado=The New York Times|data=1991-12-09|acessodata=2008-03-28|último=Haberman|primeiro=Clyde}}</ref><ref>{{harvnb|Mowlana|Gerbner|Schiller|1992|p=111}}</ref>

=== 1993 - 2000:  processo de paz de Oslo ===
{{Artigo principal|Acordos de paz de Oslo}}
[[Imagem:Bill Clinton, Yitzhak Rabin, Yasser Arafat at the White House 1993-09-13.jpg|thumb|[[Yitzhak Rabin]] e [[Yasser Arafat]] dão as mãos, acompanhados por [[Bill Clinton]], quando ocorreu a assinatura dos [[Acordos de Oslo]], em 13 de setembro de 1993.]]

Em 1993, com o [[Acordo de Paz de Oslo]], é criada a [[Autoridade Palestina]], sob o comando de [[Yasser Arafat]], mas os termos do acordo jamais foram cumpridos por ambas as partes. A intenção era o reconhecimento do direito do estado de Israel existir e uma forma de dar fim ao [[terrorismo]]. O apoio público dos árabes aos Acordos foi danificado pelo [[Massacre da Gruta dos Patriarcas]], pela continuação dos assentamentos judeus e pela deterioração das condições econômicas. O apoio da opinião pública israelense aos Acordos diminuiu quando Israel foi atingido por ataques suicidas palestinos.<ref>[http://brasilia.mfa.gov.il/mfm/web/main/document.asp?SubjectID=5802&MissionID=8&LanguageID=211&StatusID=0&DocumentID=-1]</ref>

Em novembro de 1995 o assassinato de [[Yitzhak Rabin]] por um militante de extrema-direita judeu, chocou o país.<ref>{{Citar web|url=http://blog.estadao.com.br/blog/chacra/?title=radicalismo_judaico_bate_de_frente_com_e&more=1&c=1&tb=1&pb=1|titulo=Cópia arquivada|acessodata=2009-11-24|arquivourl=https://web.archive.org/web/20081220234845/http://blog.estadao.com.br/blog/chacra/?title=radicalismo_judaico_bate_de_frente_com_e&more=1&c=1&tb=1&pb=1|arquivodata=2008-12-20|urlmorta=yes}}</ref> No final da década de 1990, Israel, sob a liderança de [[Benjamin Netanyahu]], desistiu de [[Hebrom]],<ref>{{harvnb|Bregman|2002|p=257}}</ref> assinando o [[Memorando de Wye River]], dando maior controle da região para a [[Autoridade Nacional Palestina]].<ref>{{citar web|url=http://www.state.gov/p/nea/rls/22694.htm|publicado=U.S. Department of State|título=The Wye River Memorandum|data=1998-10-23|acessodata=2007-07-16}}</ref>

[[Ehud Barak]], eleito primeiro-ministro em 1999, começou por retirar forças israelenses do sul do [[Líbano]], realizando negociações com a Autoridade Palestina de [[Yasser Arafat]] e o [[Presidente dos Estados Unidos]] [[Bill Clinton]] durante a [[Cúpula de Camp David de 2000]]. Durante esta cimeira, Ehud Barak ofereceu um plano para o estabelecimento de um Estado palestino na Faixa de Gaza e 91% da Cisjordânia, retendo porém o controlo sobre todas as fronteiras e principais cursos de água, e anexando definitivamente 12% do [[Vale do Jordão]], a região mais fértil da Cisjordânia, a favor de Israel, reservando-se ainda o direito de permanecer entre 12 a 30 anos em outros 10% dessa região.<ref>Enderlin, 2003, p. 211</ref> Yasser Arafat rejeitou o acordo, exigindo, como pré-condição para as negociações, a retirada de Israel para as fronteiras de Junho de 1967.<ref>Enderlin, 2003, p. 195</ref> Após o colapso das negociações, começou a [[Segunda Intifada]].<ref>[http://www.libanoshow.com/home/oriente_medio/perguntas_respostas.htm]</ref>

=== 2000 - 2009 ===
{{Artigo principal|Segunda Intifada|Plano de retirada unilateral de Israel|Muro israelense na Cisjordânia|Operação Chumbo Fundido}}
[[Imagem:BarrierMay2005.png|thumb|esquerda|O percurso da [[Muro da Cisjordânia|barreira israelense da Cisjordânia]] aprovada em maio de 2005]]

A [[Intifada de Al-Aqsa]] começou no fim de setembro de 2000, na época em que o líder da oposição israelense [[Ariel Sharon]] e um grande contingente de guardas armados visitaram o complexo [[Monte do Templo]] em [[Jerusalém]]. Amplos motins e ataques eclodiram em Jerusalém e em muitas das grandes cidades israelenses, e se espalharam por toda a [[Cisjordânia]] e a [[Faixa de Gaza]]. Um grupo israelense de direitos humanos, ''[[B'Tselem]]'', estimou o número de mortos em 3.396 palestinos e 994 israelenses,<ref>{{citar web|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/middle_east/3694350.stm|titulo=Estimativa do número de mortos na Intifada de Al-Aqsa|acessomesdia= |acessoano=|autorlink=|mes=|publicado=BBC|lingua=inglês|citacao=}}</ref> embora esse número seja criticado por não mostrar toda a imagem, e não distinguir entre combatentes e civis (terroristas suicidas, por exemplo, são contados entre os mortos).<ref>{{citar web|url=http://www.ict.org.il/casualties_project/stats_page.cfm|titulo=Críticas à estimativa do número de mortos na Intifada de Al-Aqsa|acessomesdia= |acessoano=|autorlink=|mes=|paginas=|lingua=inglês|citacao=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.telegraph.co.uk/news/main.jhtml?xml=/news/2006/03/19/wmid219.xml&sSheet=/news/2006/03/19/ixnewstop.html|titulo=Críticas à estimativa do número de mortos na Intifada de Al-Aqsa|acessomesdia= |acessoano=|autorlink=|mes=|paginas=|lingua=inglês|citacao=}}</ref>

[[Ariel Sharon]] foi escolhido como novo primeiro-ministro em 2001 durante uma eleição especial. Durante seu mandato, Sharon realizou seu [[Plano de retirada unilateral de Israel|plano de retirada unilateral da Faixa de Gaza]] e também liderou a construção da [[Muro da Cisjordânia|barreira israelense da Cisjordânia]], para dificultar os atentados [[terrorista]]s de [[homens-bomba]]s palestinos. Com a eleição de Ariel Sharon, o Estado israelense passou a negar qualquer negociação com os palestinos sem antes cessar os frequentes ataques terroristas aos civis israelenses.{{Carece de fontes|hist-mo|data=junho de 2017}}

Em 2004, morre Yasser Arafat. A Autoridade Palestina passa ao eleito [[Mahmud Abbas]]. Em 2005, Israel evacuou e destruiu de forma unilateral os assentamentos [[judeus]] e os postos militares avançados israelenses da [[Faixa de Gaza]] e do norte da [[Cisjordânia]] ([[Plano de retirada unilateral de Israel]]). Entretanto, apesar de ter conquistado a soberania sobre Gaza (mas não sobre a Cisjordânia), os palestinos entraram em um conflito interno que ocasionou a tomada de poder pelo [[Hamas]] da Faixa de Gaza e o recrudescimento dos ataques com mísseis caseiros contra Israel a partir desta região, paralisando novamente as conversações de paz. Em 2006 o Hamas, grupo terrorista fundamentalista que não reconhece a existência de Israel, é eleito democraticamente através de voto popular e obtém a maioria das cadeiras no [[Parlamento Palestino]].{{Carece de fontes|hist-mo|data=junho de 2017}}

No final de dezembro de 2008, o cessar-fogo entre o [[Hamas]] e Israel acabou após foguetes serem disparados a partir da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas. Israel respondeu com uma série de intensos [[Bombardeio estratégico|ataques aéreos]].<ref>{{citar jornal|autor=Associated Free Press|título=Israeli jets pound Hamas|url=http://www.smh.com.au/news/world/israeli-jets-pound-hamas/2008/12/29/1230399085970.html?page=fullpage#contentSwap1|publicado=The Sydney Morning Herald|data=2008-12-29|acessodata=2008-12-29|língua=en|citação=''Israeli tanks massed at the Gaza border as warplanes again pounded [[Hamas]] targets in the densely populated enclave where raids have killed nearly 300 people in less than two days.''}}</ref> Em 3 de Janeiro de 2009, tropas israelitas entraram em Gaza marcando o início de uma ofensiva terrestre.<ref>{{citar jornal|primeiro=Jason|último=Koutsoukis|título=Battleground Gaza: Israeli ground forces invade the strip|url=http://www.smh.com.au/news/world/battleground-gaza/2009/01/04/1231003847085.html|publicado=smh.com.au|data=5/1/9|acessodata=5/1/9|língua=en|citação=''Late on Saturday thousands of Israeli troops and tanks invaded the [[Hamas]]-ruled Gaza Strip after eight days of punishing air strikes failed to halt the group's rocket fire into Israel.''}}</ref>

<center>
<gallery widths="180px" perrow="3">
imagem:Daily Life in Southern Israel under rocket fire.wmv.OGG|Video de um ataque com foguetes no sul de Israel, Março de 2009
imagem:A rocket fired from a civilian area in Gaza towards civilian areas in Southern Israel.jpg|Um foguete Qassam disparado por um civil na Faixa de Gaza para o sul de Israel, janeiro de 2009
imagem:Gazasmoke.JPG|Uma explosão causada por um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza durante o conflito de 2008-2009 entre Israel e Gaza, janeiro de 2009
</gallery>
</center>

=== 2010 - 2020 ===
{{Artigo principal|Conversações de Paz entre Israelenses e Palestinos em 2013|Operação Pilar Defensivo|Operação Margem Protetora}}
[[Imagem:Iron Dome in Operation Protective Edge.jpg|miniaturadaimagem|Um míssil sendo disparado do sistema de defesa antiaéreo ''[[Cúpula de Ferro]]'' durante a [[Operação Margem Protetora]], de 2014.]]

Em 2 de setembro de 2010, sob a mediação do [[presidente norte-americano]], [[Barack Obama]], e em meio a muito ceticismo, o [[primeiro-ministro de Israel]], [[Benjamin Netanyahu]] e o presidente da [[Autoridade Nacional Palestina]] (ANP), [[Mahmoud Abbas]], concordaram em retomar negociações de paz diretas, após uma interrupção de 20 meses.<ref>[http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/09/02/israel-palestinos-concordam-em-avancar-nas-negociacoes-de-paz-917548457.asp Israel e palestinos concordam em avançar nas negociações de paz]. ''[[O Globo]]'', 2 de setembro de 2010.</ref> Contudo, a irredutibilidade do governo Netanyahu e a proteção diplomática americana impedindo na [[ONU]] punições a Israel pela transgressão das normativas internacionais têm reduzindo as margens de manobra dos negociadores, colocando mais uma vez um impasse numa solução final.<ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/04/1446465-analise-o-colapso-do-processo-de-paz-israelense-palestino.shtml|título=Análise: o colapso do processo de paz israelense-palestino|acessodata=29 de abril de 2014|autor=Yuri Haasz|coautores=Hussein Ali Kalout|data=28 de abril de 2014|publicado=O Público}}</ref>

Os últimos anos têm sido marcados por acentuados confrontos entre o [[Hamas]] e Israel, enquanto as negociações com a ANP estagnavam. Em 2012, [[Operação Pilar Defensivo|um único conflito de uma semana]] na Faixa de Gaza terminou com a morte de mais de 200 pessoas (a maioria palestinos). Em 2014, o governo israelense lançou [[Operação Margem Protetora|uma nova ofensiva]] contra Gaza que deixou centenas de mortos. Os recentes conflitos são caracterizados por bombardeios aéreos maciços por parte de Israel a áreas palestinas residenciais densamente povoadas,<ref>{{citar web|url=https://noticias.terra.com.br/mundo/oriente-medio/israel-usa-forte-arsenal-contra-foguetes-palestinos-antigos,c12cacafe8627410VgnCLD200000b1bf46d0RCRD.html|titulo=Israel usa forte arsenal contra foguetes palestinos antigos|data=11/07/2014|acessodata=05/01/2017|publicado=BBC BRASIL.com}}</ref> que fazem várias vítimas inocentes, e pelo lançamento de foguetes, majoritariamente [[Foguete Qassam]], pelos militantes palestinos, que acabam atingindo primordialmente áreas desabitadas,<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/11/milicias-palestinas-reagem-e-disparam-foguetes-contra-israel.html|titulo=Milícias palestinas reagem e disparam foguetes contra Israel}}</ref> embora foquem a população civil israelense.<ref>{{citar web|URL=http://www.bbc.com/news/world-middle-east-20388298|título=Israel-Gaza violence|publicado=[[British Broadcasting Corporation|BBC]]|acessodata=15 de julho de 2014}}</ref><ref>{{citar web|URL=http://www.ebc.com.br/noticias/internacional/2014/07/entenda-o-conflito-entre-israelenses-e-palestinos|título=Faixa de Gaza: entenda o conflito entre israelenses e palestinos|publicado=[[BBC]]|acessodata=25 de julho de 2014}}</ref>

Segundo o jornalista Pepe Escobar, especialista em questões [[geopolítica]]s, os últimos grandes ataques de Israel à [[Faixa de Gaza]]  ([[Operação Chumbo Fundido]], entre 2008 e 2009, e sobretudo a [[Operação Margem Protetora]], em 2014) constituem uma espécie de mini [[solução final]], que consiste em expulsar os palestinos de Gaza, despovoando gradativamente a zona e convertendo seus antigos residentes em [[refugiados palestinos|refugiados]]. Para o jornalista, a vitória, definida pelos israelenses como 'destruição do Hamas', significa a inexistência de qualquer poder político capaz de impedir Israel de ter acesso à "terra econômica prometida", a saber, os [[jazimento]]s de [[gás natural]] do território de Gaza. "Trata-se de uma guerra energética disfarçada de [[limpeza étnica]] em câmara lenta", diz Escobar.<ref>{{es}} [http://www.elespiadigital.com/index.php/tribuna-libre/6454-entrevista-a-pepe-escobar-panorama-geopolitico-bajo-el-imperio-del-caos- Entrevista a Pepe Escobar: Panorama geopolítico bajo el Imperio del Caos]. elespiadigital.com,  11 de agosto de 2014.</ref>

=== 2021–presente ===
{{Excerto|Conflito israelo-palestino de 2021|apenas=parágrafos}}

==== Conflitos em 2022 ====
{{Excerto|Bombardeio da Faixa de Gaza por Israel em 2022|apenas=parágrafos}}
{{Evolução territorial da Palestina}}

==== Conflitos em 2023 e 2024 ====
{{Excerto|Guerra_Israel-Hamas|apenas=parágrafos}}

== Histórico demográfico ==
=== Século XIX – 1948 ===
{|
|- style="vertical-align:top"
|
{| class="wikitable" style="text-align:center; width:350px"
|+ Demografia da Palestina<ref name="SelaMain">"Arab-Israel Conflict." ''The Continuum Political Encyclopedia of the Middle East''. Ed. Avraham Sela. New York: Continuum, 2002. pp. 58-121.</ref><ref>Y. Gorny, 1987, 'Zionism and the Arabs, 1882-1948', p.&nbsp;5</ref>
|-
! style="width:50px" |Ano
! style="width:80px" |Judeus
! style="width:80px" |Árabes
! style="width:80px" |Total
|-
| 1800
| 6 700
| 268 000
|  274 700
|-
| 1880
| 24 000
| 525 000
|  549 000
|-
| 1915
| 87 500
| 590 000
|  677 500
|-
| 1931
| 174 000
| 837 000
|  1 011 000
|-
| 1936
| > 400 000
| < 800 000
|  1 200 000
|-
| 1947
| 630 000
| 1 310 000
| 1 940 000
|}

=== 1949 – 1967 ===
{|
|- style="vertical-align:top"
|
{| class="wikitable" style="text-align:center; width:350px"
|+ Demografia de Israel<ref name="www1.cbs.gov.il">Israeli Central Bureau of Statistics "[http://www1.cbs.gov.il/reader/shnaton/shnatone_new.htm?CYear=2004&Vol=55&CSubject=24 Statistical Abstract of Israel, No. 55, 2004] {{Wayback|url=http://www1.cbs.gov.il/reader/shnaton/shnatone_new.htm?CYear=2004&Vol=55&CSubject=24|date=20110928032734}}", and "[http://www1.cbs.gov.il/shnaton58/download/st02_06x.xls Statistical Abstract of Israel 2007: Population by district, sub-district and religion] {{Wayback|url=http://www1.cbs.gov.il/shnaton58/download/st02_06x.xls|date=20110928032753}}" ICBS website</ref>
|-
! rowspan=2 style="width:50px" | Ano
! colspan=2 | Israel
! rowspan=2 style="width:80px" | Total
|-
! Judeus !! Árabes
|-
| 1949
| 1 013 900
| 159 100
| 1 173 000
|-
| 1961
| ?
| ?
| ?
|}
| &nbsp;&nbsp;&nbsp;
|
{| class="wikitable" style="text-align:center; width:350px"
|+Demografia de Gaza e da Cisjordânia<ref>Justin McCarthy "Palestine's Population During the Ottoman and the British Mandate Periods"</ref>
|-
! rowspan=2 style="width=50px" | Ano
! colspan=2 style="white-space:nowrap" | Ocupados pelo<br>Egito em Gaza
! colspan=2 style="white-space:nowrap" | Ocupados pela<br>Jordânia na Cisjordânia
! rowspan=2 | Total
|-
! Judeus !! Árabes !! Judeus !! Árabes
|-
| 1950
| ?
| 240 000
| ?
| 765 000
| ?
|-
| 1960
| ?
| {{formatnum:302 000}}
| ?
| {{formatnum:799 000}}
| ?
|}
|}

=== 1967 – 2006 ===
{|
|- style="vertical-align:top"
|
{| class="wikitable" style="text-align:center; width:350px"
|+ Demografia de Israel<ref name="www1.cbs.gov.il"/>
|-
! rowspan=2 style="width:50px" | Ano
! colspan=2 | Israel
! rowspan=2 style="width:80px" | Total
|-
! style="width:80px" | Judeus
! style="width:80px" | Árabes
|-
| 1967
| 2 383 600
| 392 700
| 2 776 300
|-
| 1973
| 2 845 000
| 493 200
| 3 338 200
|-
| 1983
| 3 412 500
| 706 100
| 4 118 600
|-
| 1990
| 3 946 700
| 875 000
| 4 821 700
|-
| 1995
| 4 522 300
| 1 004 900
| 5 527 200
|-
| 2000
| 4 955 400
| 1 188 700
| 6 144 100
|-
| 2006
| {{formatnum:5137800}}
| {{formatnum:1439700}}
| {{formatnum:6652896}}
|}
| &nbsp;&nbsp;&nbsp;
|
{| class="wikitable" style="text-align:center; width:350px"
|+Demografia da Faixa de Gaza e da Cisjordânia<ref>U.S. Census Bureau "International Data Base (IDB), Country Summary: West Bank and Gaza Strip"</ref>
|-
! rowspan=2 | Ano
! colspan=2 | Ocupados por Israel em Gaza
! colspan=2 | Ocupados por Israel na Cisjordânia
! rowspan=2 style="width:80px" |
|-
! Judeus !! Árabes !! Judeus !! Árabes
|-
| 1970
| ?
| 368 000
| ?
| 677 000
| ?
|-
| 1980
| ?
| 497 000
| ?
| 964 000
| ?
|-
| 1985
| ?
| 532 288
| ?
| 1 044 000
| ?
|-
| 1990
| ?
| 642 814
| ?
| 1 254 506
| ?
|-
| 1995
| ?
| 875 231
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{{Referências}}

== Ligações externas ==
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* {{Link|pt|2=http://www.ebc.com.br/noticias/internacional/2014/07/entenda-o-conflito-entre-israelenses-e-palestinos |3=O conflito entre israelenses e palestinos}}
* [http://www.estadao.com.br/especiais/as-disputas-territoriais-no-oriente-medio,116792.htm Infográfico: As disputas territoriais no Oriente Médio]. Evolução do traçado geopolítico da região, desde 1914 até 2005. ''[[O Estado de S. Paulo]]''.
* [https://web.archive.org/web/20110825095123/http://pphp.uol.com.br/tropico/html/textos/3098,1.shl Entrevista com o embaixador Stéphane Hessel, último sobrevivente entre os redatores da [[Declaração Universal dos Direitos Humanos]] (1948)]
* [http://www.ifamericansknew.org/download/synopsis.pdf A Synopsis of the Israeli-Palestinian Conflict]

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