Tratado de Constantinopla (1800)

O Tratado de Constantinopla de 2 de abril [OS 21 de março] de 1800 foi concluído entre o Império Otomano e o Império Russo e anunciou a criação da República Septinsular, o primeiro estado grego autônomo desde a queda do Império Bizantino.

O novo estado compreendia as Ilhas Jônicas, sete ilhas ao largo da costa ocidental da Grécia, que estiveram sob o domínio veneziano por séculos e, portanto, escaparam da conquista otomana, ao contrário do continente grego. Após a queda da República de Veneza em 1797, as ilhas ficaram sob domínio francês. Inicialmente populares, os franceses rapidamente alienaram os gregos com suas políticas anticlericais e, especialmente, a nobreza nativa das ilhas, com seus ideais republicanos. Em 1798, os russos e otomanos lançaram uma expedição conjunta contra as ilhas controladas pelos franceses, culminando na captura de Corfu em 1799. Na sequência, representantes da nobreza das ilhas foram para a capital otomana, Constantinopla, e a capital russa, São Petersburgo, para garantir o autogoverno da ilha. As negociações resultantes levaram à criação da República Septinsular como uma república federal sob a suserania do sultão otomano. Uma constituição conservadora e reacionária, a chamada "Constituição bizantina", foi emitida ao mesmo tempo e consagrou o domínio da nobreza nos assuntos das ilhas. Na prática, as ilhas permaneceram sob influência russa e não otomana, e os desenvolvimentos políticos internos resultaram na adoção de uma nova constituição já em 1801. A República Septinsular sobreviveria até 1807.[1]

Referências

  1. Moschonas, Nikolaos (1975). "Τα Ιόνια Νησιά κατά την περίοδο 1797-1821" [The Ionian Islands in the period 1797-1821]. In Christopoulos, Georgios A. & Bastias, Ioannis K. (eds.). Ιστορία του Ελληνικού Έθνους, Τόμος ΙΑ΄: Ο Ελληνισμός υπό ξένη κυριαρχία (περίοδος 1669 - 1821), Τουρκοκρατία - Λατινοκρατία [History of the Greek Nation, Volume XI: Hellenism under Foreign Rule (Period 1669 - 1821), Turkocracy – Latinocracy] (in Greek). Athens: Ekdotiki Athinon. pp. 382–402. ISBN 978-960-213-100-8