Sinópia
Sinópia[1] é uma cor vermelha-acastanhada, semelhante ao ocre, de pigmentos terrosos, utilizada na pintura a óleo tradicional. É produzida com óxidos de ferro obtidos das argilas ou quartzos, oriundos da região de Sinope na Turquia[2], comummente designados sinople.[3]
Sinópia | |
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Coordenadas de cor | |
Tripleto hexadecimal | #CB410B |
sRGB (r, g, b) | (203, 65, 11) |
CMYK (c, m, y, k) | (0, 68, 95, 20) |
HSV (h, s, v) | (17°, 95%, 80%) |
A sinópia foi descrita por Cennino Cennini na sua obra "Il libro dell'arte" , do século XV, como:
«cor natural conhecida por sinópia, ou porfírio, é vermelho; e esta cor tem característica pobre e seca. Pode-se trabalhar bem com ela; e quanto mais se trabalha, mais se torna útil...»
Cennini faz esta análise para um tipo especial de sinópia usada em Florença nas pinturas que traziam tons encarnados.
Técnica de pintura
editarAo modo de pintar murais e frescos, o que implica, primeiramente, o desenhar de um esboço prévio - a que se dá o nome de desenho-guia, sobre parede, dum esquema geral da pintura em tamanho natural, de modo a orientar a área de reboco que se irá aplicar no final.[4]
Assim, dá-se o nome de sinópia ao desenho, transposto com base no primeiro esboço do desenho-guia, que se faz sobre o nucleus ou a parede nua.[5] A sinópia é, portanto, executada sobre uma primeira camada preparatória de reboco a que na Itália renascentista se dava o nome de arriccio e em Portugal se conhece como emboço.[3][4] Sobre o emboço deita-se uma segunda camada, conhecida na Itália Renascentista como intonaco e em Portugal como reboco.[4]
Tal uso é encontrado na pintura mural dos templos do Egito Antigo e na pintura romana. No século XVI era usado um cartão perfurado para que as marcações guiassem o pintor. No século seguinte passou-se a usar um pó que era pulverizado com um saco para que preenchesse as perfurações do cartão; Michelangelo e Rafael usaram terra vermelha.
Referências
- ↑ Infopédia. «sinópia | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 21 de outubro de 2022
- ↑ Maciel, M. Justino (2006). Vitrúvio : tratado de arquitectura. Thomas Noble Howe. Lisboa: IST Press. p. 276. 454 páginas. ISBN 9789728469436. OCLC 181901487
- ↑ a b Seabra Carvalho, José Alberto (2011). Primitivos portugueses, 1450-1550 : o século de Nuno Gonçalves. Lisboa: Museu Nacional de Arte Antiga. p. 86. ISBN 978-972-776-410-5. OCLC 732626577
- ↑ a b c Lancha, Janine (2000). Corpus dos mosaicos romanos de Portugal. II, Conventus pacensis. 1, A villa de Torre de Palma. Pierre André. Lisboa: Instituto Português de Museus. p. 133. ISBN 9789727760800. OCLC 491292668
- ↑ Caetano, Joaquim Inácio (2001). «A PINTURA A FRESCO E AS SUAS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS - O CASO DOS EXEMPLARES DOS SÉCULOS XV E XVI NO NORTE DE PORTUGAL E SUA CONSERVAÇÃO» (PDF). Casa de Sarmento. Revista de Guimarães (11): 202. Consultado em 21 de outubro de 2022