O SE Humaytá foi um submarino modificado da classe Balilla construído na Itália para a Marinha do Brasil. O submarino teve a sua quilha batida por Odero-Terni-Orlando, em La Spezia, no dia 19 de novembro de 1925, foi lançado a 11 de junho de 1927 e entregue à Marinha do Brasil a 11 de junho de 1929.[2]

SE Humaytá


SE Humaytá
 Brasil
Operador  Marinha do Brasil
Homônimo Fortaleza de Humaitá
Estaleiro Cantieri Navale Odero Terni Orlando (OTO)
Batimento de quilha 19 de novembro de 1925
Lançamento 11 de junho de 1927
Comissionamento 20 de julho de 1929
Descomissionamento 25 de novembro de 1950
Indicativo visual 92
Chamada PXTA
Destino Sucateado
Características gerais
Deslocamento 1450 t (padrão)
1884 t (carregado)
Comprimento 86,71 m
Boca 7,7 m
Calado 4,26 m
Propulsão 2 motores diesel Fiat Q 458 de 8 cilindros gerando 2000 hp a 360 rpm
2 motores elétricos principais Savigliano de 500 hp a 221/242 rpm, acoplados a dois eixos acionando dois hélices de três pás cada
2 motores geradores auxiliares Fiat Q 304 de 425 hp e 288 Kw cada, e acumuladores Hensenberger do tipo Ironclad-Exide PA-820 - 25/20
Velocidade 17 nós 31,48 km/h) 19,56 mph) (superfície)
10 nós 18,52 km/h) 11,50 mph) (imersão)
Autonomia 12840 nm a 10 nós (superfície)
120 nm a 4 nós (imersão)
Profundidade 100 m
Armamento 1 × 120 mm (4,7 pol.)/41 Ansaldo canhão de convés
2 × 13,2 mm (0,52 pol.)/76 metralhadoras
6 tubos de torpedos de 533 mm (21 pol.) (4 na proa, 2 na popa)
12 × torpedos
16 × minas
Sensores 1 eco-sondador ultra-sonoro Atlas
1 agulha giroscópica Sperry Mk V
1 agulha magnética
1 periscópio de observação e 1 de ataque
2 transmissores de 500w do tipo Cacique S/A AB 500 FI
3 transceptores de 10w do tipo Cacique S/A TR 10 AF
1 receptor do tipo Cacique S/A AC 512 AFI
2 receptores do tipo Marine Radio Receiver CR 91
3 receptores Ecophone Comercial EC 3 e holofote de sinais General Electric
Tripulação Original:
5 oficiais
9 suboficiais
6 sargentos
34 cabos e marinheiros
Tempo de paz:
5 oficiais
6 suboficiais
12 sargentos
40 cabos e marinheiros
5 taifeiros
Notas
[1]

O Submarino de esquadra Humaytá, foi o terceiro navio e o primeiro submarino a ostentar esse nome na Marinha do Brasil. Recorda o famoso episódio da Guerra do Paraguai, em homenagem a Fortaleza sobre o rio Paraguai, cuja passagem foi forçada pela Esquadra Brasileira, em 19 fevereiro de 1868.[3]

História

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O SE Humaytá foi encomendado pela Marinha do Brasil como um submarino com capacidade de atingir umagrande profundidade. As alterações no projeto padrão da classe Balilla incluem a colocação dos motores diesel e elétricos mais à frente, a eliminação dos aviões de proa e uma distribuição diferente dos tanques de lastro por todo o submarino. O submarino também ficou mais longo, com comprimento total de 87 m e com o calado menor, 4 m.

O Submarino foi construído pelo Cantieri Navale Odero Terni Orlando (OTO), La Spezia, Itália, onde foi encomendado em 1926 com os rendimentos da venda do encouraçado Deodoro à Marinha Mexicana forneceram recursos para a compra do S Humaytá.

Sob o comando do capitão de corveta Alberto de Lemos Basto, deixou o estaleiro, no dia 25 de junho de 1929, com a tripulação brasileira, concluindo sem escalas, a travessia do Mediterrâneo e do Atlântico, portanto mais de 5.000 milhas, chegando ao Rio de Janeiro em 18 de julho de 1929. Assim que chegou à Baía de Guanabara, após 23 dias de percurso, foi recebido por jornalistas, altos oficiais da Marinha e pelo embaixador da Itália no Brasil, Bernardo Attolico.[4][5]

Foi comissionado na Marinha do Brasil no dia 20 de julho de 1929 e prestou serviço durante muitos anos, incluindo durante a Segunda Guerra Mundial, tendo sido desativado a 25 de novembro de 1950.[6][7]

Durante seu serviço ativo, navegou um total de 19134,4 milhas náuticas na superfície, 1514,7 milhas náuticas em imersão, em 980 horas.

Comandantes

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Capitão de CorvetaAlberto Lemos Basto
Capitão de Corveta Fernando Cochrane
Capitão-Tenente Áttila Monteiro Aché (interino)
Capitão de Corveta Mário Azevedo Coutinho
Capitão de Corveta Aldo de Sá Brito e Souza
Capitão de Corveta Ernesto de Araújo
Capitão de Corveta Jorge do Paço Mattoso Maia
Capitão de Corveta Fernando Almeida da Silva
Capitão de Corveta Adhemar de Siqueira
Capitão de Corveta Victorino da Silva Maia
Capitão de Corveta Lúcio Martins Maia
Capitão de Corveta Alberto Salvador d'Orsi
Capitão de Corveta Áttila Franco Aché
Capitão de Corveta Dário Croccia de Moraes

Ver Também

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Referências

  1. https://www.naval.com.br/ngb/H/H012/H012.htm
  2. «SE Humaytá - H» 
  3. «Histórico SE Humaytá - H» (PDF). Diretoria do patrimônio histórico e documentação da marinha. Consultado em 4 de setembro de 2024 
  4. Galante, Alexandre (6 de agosto de 2017). «Os 100 anos da Força de Submarinos e o Prosub – parte 2». Poder Naval. Consultado em 4 de setembro de 2024 
  5. Chegada do SE Humaytá - H (PDF). Brasil: Fundação Getulio Vargas. 2014. p. 82 
  6. «NGB - Submarino de Esquadra Humaytá». www.naval.com.br. Consultado em 9 de janeiro de 2022 
  7. «Humaytá Submarino» (PDF). Marinha do Brasil. Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha