Nanga Parbat é a nona montanha mais alta do mundo, com 8125 m de altitude, e a 14.ª mais proeminente. Localiza-se na zona ocidental dos Himalaias, no Paquistão, e mais especificamente na região da Caxemira. Tem 187,87 km de isolamento topográfico.[1] O seu nome significa "montanha nua" em urdu. Outros nomes, com os quais esta montanha é conhecida, são "Diamir" (rei das montanhas) e "killer mountain" (a montanha assassina).[2] Com efeito, é uma das montanhas mais mortíferas dos Himalaias com uma percentagem ao redor de 28% entre tentativos de acesso e acidentes mortais.[2]  Até 2009 a montanha foi escalada com sucesso 326 vezes (22 foram mulheres), por enquanto 68 pessoas morreram.[3] De seguida serão listados os casos mortais mais conhecidos:

Nanga Parbat
Nanga Parbat
Nanga Parbat
Nanga Parbat está localizado em: Planalto tibetano
Nanga Parbat
Localização no Nanga Parbat
Coordenadas 35° 14' N 74° 36' E
Altitude 8125 m (26658 pés)
Posição: 9
Proeminência 4608 m
Posição: 14
Cume-pai: Monte Everest
Isolamento 187,87 km
Listas 8000s
Ultra
Localização Paquistão
Cordilheira Himalaia
Primeira ascensão 3 de julho de 1953 por Hermann Buhl
Rota mais fácil Neve, escalada em gelo

História das ascensões

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A montanha foi escalada completamente pela primeira vez em 3 de julho de 1953 pelo alpinista austríaco, Hermann Buhl, e sua equipe alemã de alpinistas. Essa escalada representa um dos feitos mais impressionantes na história do alpinismo, porque foi a única vez, na qual a primeira acensão de um oito mil foi realizada por um alpinista só, em um assalto solitário desde o último campo até o topo.[10]

Em 1962 os alpinistas Toni Kinshofer, Siegfried Löw e Anderl Mannhardt atingiram o cume pelo lado Diamir. Essa rota é hoje considerada como aquela normal e conhecida também como rota Kinshofer. Se tratou também da segunda subida de um mesmo oito mil em um período no qual ainda nem todas as 14 montanhas mais altas do mundo tinham sido escaladas.[11]

Em 1970 os irmãos Günther e Reinhold Messner atingiram o topo pelo inviolado lado Rupal, a parede vertical mais alta do mundo (ca. 4500 metros), realizando no mesmo tempo a primeira travessia daquela montanha (a segunda travessia em absoluto de um oito mil), descendo pelo lado Diamir.[7][12]

Em 1978 Reinhold Messner atingiu o cume em solitário, sendo esse feito também o primeiro solitário integral (desde o acampamento base até o topo) em absoluto de um oito mil. Naquela escalada ele abriu duas novas rotas pelo lado Diamir, uma na subida - a qual até hoje nunca foi repetida - e uma na descida.[13]

Em 2005 Steve House e Vince Anderson abriram uma via diretíssima na parede Rupal. Com esse feito os dois alpinistas americanos ganharam o prestigioso prêmio Piolet d’Or.[14]

O primeiro português a atingir o seu cume foi João Garcia, em 10 de julho de 2009 e até hoje resulta ser o único lusófono que escalou essa montanha.[15]

Em 26 de fevereiro de 2016, o italiano Simone Moro, o basco Alex Txicon e o paquistanês Ali Sadpara realizaram a primeira ascensão invernal, subindo pela rota Kinshofer.[13] Naquela mesma expedição fez parte também a sul-tirolesa, Tamara Lunger, a qual desistiu poucos metros antes do topo.[16]

Em 25 de janeiro de 2018, o polaco Tomasz Mackiewicz e a francesa Elisabeth Revol alancearam com sucesso o cume, realizando a segunda subida invernal daquela montanha por uma nova rota no lado Diamir com um estilo leve e minimal, sendo a primeira vez que um topo em cima dos 8000 metros foi conquistado naquela maneira no inverno [17]. Trata-se também da primeira ascensão invernal do Nanga Parbat por conta de uma mulher e a segunda subida feminina em absoluto de uma montanha de 8000 mil metros durante a temporada mais fria. Durante a decida faleceu Tomasz, por enquanto a Revol foi salvada por um team de alpinistas, que naquele momento estavam tentando a primeira ascensão invernal do K2, relativamente próximo ao Nanga Parbat [18].

Em 03 de junho de 2019, Moeses Fiamoncini se tornou o primeiro brasileiro a conquistar o cume dessa montanha. O alpinista escalou em um período de apenas 62 dias o Everest, o Nanga Parbat e o K2, sendo as duas últimas sem o uso de oxigênio suplementar. [19]

Todas as escaladas listadas neste elenco foram realizadas sem recurso a oxigênio artificial.

Referências

  1. Peakbagger.com. «Nanga Parbat, Pakistan». Consultado em 19 de abril de 2018 
  2. a b «ALL 8000ers - ASCENTS vs FATALITIES». www.8000ers.com. Consultado em 20 de abril de 2016 
  3. «Nanga Parbat». www.8000ers.com. Consultado em 20 de abril de 2016 
  4. Tenderini, Mirella; Shandrick, Michael (2013). Vita di un esploratore gentiluomo (em italiano). [S.l.]: Corbaccio. ISBN 9788863807097 
  5. Herrligkoffer, Karl Maria (1954). Nanga Parbat 1953. Munique: Nymphenburger Verlag 
  6. «Repubblica.it  » cronaca  » Reinhold e il giovane Guenther una maledizione lunga 35 anni». www.repubblica.it. Consultado em 20 de abril de 2016 
  7. a b «Breve História do Montanhismo». www.semanademontanhismo.com.br. Consultado em 22 de abril de 2016. Arquivado do original em 12 de maio de 2016 
  8. Publico.pt. «Alpinista austríaco morre na escalada do Nanga Parbat». Consultado em 10 de julho de 2009 [ligação inativa]
  9. «Massacre no acampamento base do Nanga Parbat». www.extremos.com.br. Consultado em 22 de abril de 2016 
  10. Buhl, Hermann (1962). È buio sul ghiacciaio. [S.l.]: Società Editrice Internazionale 
  11. «THE DIAMIR FACE OF NANGA PARBAT : Himalayan Journal vol.25/14». www.himalayanclub.org. Consultado em 20 de abril de 2016 
  12. Messner, Reinhold (2003). La montagna nuda: Il Nanga Parbat, mio fratello, la morte e la solitudine. [S.l.]: Corbaccio. ISBN 978-88-7972-579-8 
  13. a b Moro, Simone (2016). Nanga. Fra rispetto e pazienza, come ho corteggiato la montagna che chiamavano assassina (em italiano). [S.l.]: Rizzoli. ISBN 9788817090230 
  14. «XV Piolet d'or a Steve House e Vincent Anderson». www.planetmountain.com. Consultado em 20 de abril de 2016 
  15. Publico.pt. «João Garcia atinge o cume da "Montanha Assassina" no Paquistão». Consultado em 10 de julho de 2009. Arquivado do original em 12 de julho de 2009 
  16. «Alpinismo: Moro, Sadpara e Txicon, la prima invernale del Nanga Parbat». La Gazzetta dello Sport - Tutto il rosa della vita. Consultado em 20 de abril de 2016 
  17. «Le sette vite di Tomek | Montagna.TV». www.montagna.tv (em italiano). Consultado em 5 de maio de 2018 
  18. «French woman flown from 'Killer Mountain'». BBC News (em inglês). 2018 
  19. «Moeses Fiamoncini faz cume no Nanga Parbat». AltaMontanha. 4 de julho de 2019. Consultado em 23 de março de 2022 

Bibliografia

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  • Dicionário Ilustrado das Maravilhas Naturais do Mundo, Ed. Selecções do Reader's Digest, 1980.



Os catorze picos com mais de oito mil metros de altitude
 
Everest
1.     Everest 8 844 m
2.    K2 8 611 m
3.     Kanchenjunga 8 586 m
4.     Lhotse 8 516 m
5.     Makalu 8 462 m
6.     Cho Oyu 8 201 m
7.   Dhaulagiri 8 167 m
8.   Manaslu 8 156 m
9.   Nanga Parbat 8 125 m
10.   Annapurna 8 091 m
11.    Gasherbrum I 8 068 m
12.    Broad Peak 8 047 m
13.    Gasherbrum II 8 035 m
14.   Shishapangma 8 013 m
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