Muçuã
O muçuã ou jurará (Kinosternon scorpioides) é uma pequena espécie sul-americana de cágado da família dos quinosternídeos que se alimenta especialmente de peixes, girinos, insetos e algas.
Muçuã | |||||||||||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||||||||
Kinosternon scorpioides L., 1766 |
Distribuição geográfica
editarA espécie Kinosternon scorpioides ocorre do México à América do Sul, na Argentina, Brasil, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Guiana e Trinidad. [1]
No Brasil, pode ser encontrada nas bacias dos rios Amazonas, Tocantins e São Francisco, e bacias do Atlântico Norte e Nordeste, nos estados do Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Goiás e Minas Gerais. No entanto, as maiores populações dessa espécie ficam no Maranhão e no Pará.[1]
Costuma habitar riachos, lagoas, margens de lagos, pântanos e lagoas temporárias, em diferentes ecossistemas, como a Baixada Maranhense, a ilha de Marajó, os Lençóis Maranhenses e a Floresta Nacional dos Carajás.[1]
Características
editarO tamanho máximo observado para as fêmeas é de 18,5 cm e dos machos, 27 cm.[1]
Sua carapaça possui três carenas longitudinais, formada por onze a treze escudos, e o focinho termina em forma de bico. [2]
Uma característica desta espécie é que o plastrão é dividido em 3 segmentos, sendo a parte anterior e posterior móveis, para maior proteção do animal.[1]
O período reprodutivo acontece uma vez por ano, com 01 a 03 ninhadas por estação reprodutiva e um período de incubação é de 176 dias. O sexo é determinado pela temperatura de incubação. Pode colocar de 2 a 6 ovos. A maturidade sexual é atingida entre 2,8 e 5 anos.[1]
Há uma estrutura córnea na extremidade da cauda, utilizada para segurar a fêmea no acasalamento, de onde vem seu nome científico (escorpióide). [2]
Podem se enterrar no barro até o período de chuvas.[1]
Possui alimentação onívora, se alimentando de peixes, girinos, anfíbios, insetos e algas.[2]
Conservação
editarMuito conhecido na cidade brasileira de Belém (no Maranhão é conhecido como Jurará), o K. scorpioides é usado em larga escala na alimentação do homem. Em Belém, é comum servirem as casquinhas de muçuã, ou seja, um mexido da carne desse animal, na própria carapaça. [1]
De pequeno porte, o muçuã é apanhado aos milhares na ilha de Marajó e muito vendido ilegalmente no mercado de Belém, nas denominadas "cambadas", unidos por perfurações no carapaça e amarrados por fio de arame. [2]
Áreas de campo natural são muitas vezes queimadas de forma proposital para sua captura. O avanço do perímetro urbano de São Luís e a construção de casas de veraneio no litoral do Maranhão também reduzem a sua área de distribuição.[1]
A espécie, se não for protegida, dentro em pouco estará ameaçada de extinção, embora já exista produção em cativeiro (quelonicultura).[1] [2]
Eventualmente é criada como animal de estimação.[1]
Referências
editar- ↑ a b c d e f g h i j k «Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Répteis - Kinosternon scorpioides - Muçuã». www.icmbio.gov.br. Consultado em 14 de novembro de 2020
- ↑ a b c d e Araújo, Jamila da Costa. «Produção e nutrição de muçuãs (kinosternon scorpiodes) em cativeiro: estudos preliminares para desenvolvimento de um sistema zootécnico» (PDF)