Utagawa Kuniyoshi

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Utagawa Kuniyoshi (歌川国芳?) foi um pintor, desenhista e xilógrafo japonês discípulo de Utagawa Toyokuni. É famoso por suas estampas de pessoas e animais. Especializa-se também em episódios heróicos da história japonesa, tendo feito uma série sobre o monge budista Nichiren. Ficou conhecido como o precursor dos mangás no Japão.[1]

Utagawa Kuniyoshi
歌川国芳

Nascimento 1 de janeiro de 1797
Japão Japão
Morte 14 de abril de 1861
Genyadana
Ocupação Desenhista, Pintor, Xilógrafo

História

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Onodera Juni, preparando o jigai, da obra Seichu gishin den.

Kuniyoshi nasceu em 1797, filho de um tintureiro de seda e de nome Yoshisaburō. Aparentemente, ajudou o seu pai na sua empresa e sugere-se que esta experiência influenciou seus desenhos têxteis e do uso da cor nas suas impressões. Diz-se que com sete ou oito anos, Kuniyoshi ficou impressionado com as figuras de guerreiros e artesãos, que marcou sua posterior evolução.

Yoshisaburō demonstrou suas habilidades em desenho com doze anos, atraindo a atenção de Utagawa Toyokuni.[2] Oficialmente, entrou no estúdio de Toyokuni em 1811 e tornou-se um dos seus principais pupilos. Ele permaneceu como um aprendiz até 1814, quando mudou o seu nome para o nome artístico de Kuniyoshi e tornou-se independente. Durante esse ano fez o seu primeiro livro, as ilustrações de kusazoshi Gokana Gobuji Chūshingura, uma paródia da história original Chūshingura. Em 1815, Kuniyoshi criou ilustrações para os livros yomihon, kokkeibon, Gokana e hanashibon, e desenhos impressos de forma distinta sobre os seus atores e guerreiros.

Apesar do seu início promissor, Kuniyoshi não foi capaz de criar muitas obras entre 1818 e 1827, provavelmente devido à falta de encomendas dos editores, e da concorrência dentro da escola Utagawa. No entanto, durante este período, apresentou pinturas de mulheres bijinga experimentado os padrões e efeitos de luz e sombra da arte ocidental, mostrando mais tentativas para imitar a real compreensão destes princípios.

 
Uma pintura de Handaka por Utagawa Kuniyoshi (Museu Britânico).

A sua situação económica tornou-se insustentável e teve de começar a vender tatames usados. Durante a década de 1820, Kuniyoshi desenvolveu folhetos heróicos que mostravam os primeiros sinais de um estilo. Em 1827, ele recebeu a seu primeiro cargo importante para a série Tūszoku Hitori no gōketsu hyakuhachinin, que foi baseado em um conto popular chinês, o Shuihu zhuan. Nesta série, Kuniyoshi desenhou heróis sozinhos em folhas individuais, mostrando as tatuagens de seus personagens, uma inovação que influência a moda de Edo. A série Suikoden tornou-se muito popular em Edo e aumentou a procura de impressões de guerreiros de Kuniyoshi, conseguindo entrar em círculos literários e Ukiyo-e.

Kuniyoshi continuou com suas impressões de guerreiros, aproveitando seus personagens em histórias de guerra como Heikei Monogatari e Genpei seisuki. Seus desenhos eram únicos quando introduzidos a figura do herói, sonhos, aparições de fantasmas, presságios e habilidades sobre humanas. Este tema está incluído no seu trabalho Taira Tomomori borei no zu e no tradicional Gōjō no bashi no zu de 1839.

Durante as reformas Tempō de 1841 a 1843, proibiu-se oficialmente as ilustrações de cortesãs e actores no Ukiyo-e o que pode ter influenciado a produção de desenhos animados (giga-e) de Kuniyoshi, que usou para disfarçar actores e cortesãs reais. Também serviu como uma crítica bem-humorada ao Shogunato e tornaram-se populares entre o público insatisfeito com a política.

Durante a década seguinte as reformas, Kuniyoshi criou impressões de paisagens (fūkeiga), que se encontravam fora da censura e satisfaziam o aumento da popularidade da sua viagem. Entre suas obras destaca-se Sankai meisan zukushi, que incorporava o uso da sombra e perspectiva ocidental, e Tôto meisho, que influenciou Fujaku sanjurokkei de Hokusai. Também durante este tempo, ele criou obras sobre a natureza, animais, aves e peixes, que mimetizavam a pintura tradicional japonesa e chinesa. Nenhum gravurista japonês do século XIX mostra tanta fantasia, capacidade de imaginação e senso do humor como Utagawa Kuniyoshi, que pode ser considerado precursor dos mangás (quadrinhos japoneses) atuais.[3]

Final da vida

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No final dos anos 1840, Kuniyoshi começou novamente a ilustrar atores, evitando a censura através de retratos infantis ou caricaturas de famosos atores Kabuki, tais como Nitakaragura kabe no mudagaki. Em 1856, Kuniyoshi sofreu uma paralisia que o impediu de mover seus membros com facilidade. Suas obras foram mais fracas no uso suave da linha e menos vitais. Antes de sua morte, em 1861, Kuniyoshi pôde presenciar à abertura do porto de Yokohama aos estrangeiros e em 1860 realizou duas obras representando ocidentais na cidade. Kuniyoshi morreu em março de 1861 em sua casa em Genyadana.

Pupilos

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Kuniyoshi foi um professor e teve muitos alunos que continuaram o seu trabalho na escola Utagawa. Entre os mais notáveis se encontram Yoshitoshi, Yoshitora, Yoshiiku, Yoshikazu e Yoshifuji. Seus alunos começaram uma aprendizagem no trabalho no estilo Musha-e, semelhante ao de seu mestre. Quando se tornaram artistas independentes desenvolveram seus próprios estilos. Seu mais importante estudante era Yoshitoshi, considerado o último comandante da impressão xilográfica.

Galeria

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Referências

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  1. Hashimoto, Madalena. HEDRA, ed. Pintura e escritura do mundo flutuante: Hishikawa Moronobu e ukiyo-e Ilhara Saikaku e ukiyo-e-zôshi. [S.l.: s.n.] 446 páginas. ISBN 85-87328-48-4 
  2. «Utagawa Kuniyoshi». Consultado em 17 de agosto de 2009 
  3. «Londres homenageia Kuniyoshi, o precursor do manga». Consultado em 17 de agosto de 2009 

Fontes

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  • ARTE JAPONESA - KUNIYOSHI
  • B. W. Robinson, Kuniyoshi (Victoria and Albert, Londres, 1961)
  • B. W. Robinson, Kuniyoshi: The Warrior Prints (Cornell University, Ithaca, 1982)
  • Robert Schaap, Timothy T. Clark, Matthi Forrer, Inagaki Shin'ichi, Heroes and Ghosts: Japanese Prints By Kuniyoshi 1797-1861 (Hotei, Leiden, 1998)
  • Merlin C. Dailey, David Stansbury, Utagawa Kuniyoshi: An Exhibition of the Work of Utagawa Kuniyoshi Based on the Raymond A. Bidwell Collection of Japanese Prints at the Springfield Museum of Fine Arts (Museum of Fine Arts, Springfield, 1980)
  • Merlin C. Dailey, The Raymond A. Bidwell Collections of Prints by Utagawa Kuniyoshi (Museum of Fine Arts, Springfield, 1968)

Ligações externas

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