Juncaceae
Juncaceae Juss. é uma família de monocotiledôneas, parte da ordem Poales, formada por 8 gêneros e 464 espécies reconhecidas[1]. São geralmente plantas herbáceas perenes, rizomatosas e de crescimento lento. São superficialmente semelhantes e muitas vezes confundidas com gramíneas[2]. A maior parte das espécies são capazes de utilizar solos úmidos e de baixa fertilidade.
Juncaceae | |||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||
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Géneros | |||||||||||||||||
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Descrição
editarApresentam caules cilíndricos não-lenhosos com até 100 cm de altura. Possuem folhas simples, alternadas e geralmente rentes ao caule formando uma capa[3][4]. Em algumas espécies, as folhas são reduzidas a ponto de não serem facilmente observáveis, se confundindo com o caule[4].
As flores são geralmente bissexuais, com algumas espécies dioicas, e apresentam estrutura trímera, com três pétalas e três sépalas (ou, em alguns casos, seis tépalas), dois a três estames e um pistilo trilocular[4]. Como em outras Poales, as flores são bastante reduzidas, com 3-6mm de comprimento, e organizadas em inflorescências que podem atingir até 6 cm de comprimento[4].
Ocorrência
editarSão plantas com distribuição ampla, presentes em regiões temperadas e árticas de todos os continentes exceto a Antártida[5][6]. São capazes de explorar ambientes muito diversos, com diferentes níveis de umidade e fertilidade. Várias espécies são especializadas para solos extremamente úmidos ou de drenagem ruim, caracterizando-as como espécies pantanosas e de galeria por excelência.
No Brasil, sua distribuição é geralmente limitada a ambientes de clima ameno e regiões montanhosas, especialmente espalhadas ao longo da região Sul e dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e partes de Minas Gerais e Espírito Santo[7]. Entre as espécies encontradas em território brasileiro incluem-se uma do gênero Luzula (no caso, Luzula campestris) e onze espécies do gênero Juncus (incluindo Juncus acutus, J. krausii, J. tenuis, J. capillaceus, J. effusus, J. conglomeratus/leersi, J. marginatus, J. microcephalus, J. densiflorus, J. ustulatus, J. michranthus).
Taxonomia
editarA família Juncaceae é composta por oito gêneros, com a maior parte das espécies concentradas nos gêneros Juncus e Luzula[1][5][6]. Os gêneros restantes são geralmente pequenos e predominantemente neotropicais[5]. Juncus aparenta ser um gênero parafilético, enquanto Luzula é monofilético[5][6]. A relação entre esses e os outros gêneros é relativamente mal resolvida[6]. Juncaceae parece ter evoluído em ambientes abertos e relativamente secos, adaptados para dispersão anemocórica, a cerca de 72 milhões de anos, no Cretáceo tardio[8].
A família foi reconhecida pela APG II em 2003, e mantida nas APG III e APG IV subsequentes, como parte de Poales[9]. Nessa ordem, Juncaceae é parte de um clado ciperídeo relativamente basal, composto por Cyperaceae, Juncaceae e Thurniaceae e agrupado com outro clado formado por todas as outras Poales exceto bromelíadas[8].
Poales
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Usos
editarOs juncos e seus parentes têm um amplo histórico de uso humano. São parte da composição tradicional dos tatames japoneses, usados a partir do século IX, junto de bambu e palha de arroz[10][11]. No Norte da Europa medieval, por outro lado, era costumeiro usar juncos secos - às vezes misturados com ervas aromáticas - como uma cobertura espalhada pelo chão de terra batida, propiciando isolamento térmico e absorvendo sujeira e detritos para fácil remoção[12]. Também nessa região era comum o uso da medula de junco, mergulhada em graxa ou azeite, como uma vela de brilho forte e de baixo custo[13][14].
Em tempos mais recentes, plantas da família Juncaceae têm sido exploradas como uma fonte de fenantrenos, compostos aromáticos com propriedades medicinais[15].
Géneros
editarLigações externas
editar- «Família Juncaceae» (em inglês). em APWebsite
- «Família Juncaceae» (em inglês). em DELTA: L.Watson e M.J.Dallwitz
- «Juncaceae na flora da América do Norte» (em inglês)
- «Juncaceae na flora da China» (em inglês)
- «Juncaceae na flora da Nova Zelândia» (em inglês)
- «Informações e fotos» (em inglês)
Referências
editar- ↑ a b Xu, Zhenghao; Chang, Le (2017). Xu, Zhenghao; Chang, Le, eds. «Juncaceae». Singapore: Springer (em inglês): 821–834. ISBN 978-981-10-5403-7. doi:10.1007/978-981-10-5403-7_29. Consultado em 27 de março de 2023
- ↑ «Juncaceae - an overview | ScienceDirect Topics». www.sciencedirect.com. Consultado em 27 de março de 2023
- ↑ «Poales». www.mobot.org. Consultado em 27 de março de 2023
- ↑ a b c d «Juncaceae (Rush Family)». plants.montara.com. Consultado em 27 de março de 2023
- ↑ a b c d Drábková, Lenka Záveská. «Phylogenetic Relationships within Juncaceae: Evidence from all three Genomic Compartments with Notes to the Morphology». Consultado em 27 de março de 2023
- ↑ a b c d Roalson, Eric H. (maio de 2005). «Phylogenetic Relationships in the Juncaceae Inferred from Nuclear Ribosomal DNA Internal Transcribed Spacer Sequence Data». International Journal of Plant Sciences (em inglês) (3): 397–413. ISSN 1058-5893. doi:10.1086/428757. Consultado em 27 de março de 2023
- ↑ Balslev, Henrik (1996). «Juncaceae». Flora Neotropica: 1–167. ISSN 0071-5794. Consultado em 27 de março de 2023
- ↑ a b academic.oup.com. doi:10.1111/boj.12160 https://academic.oup.com/botlinnean/article-lookup/doi/10.1111/boj.12160. Consultado em 27 de março de 2023 Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ academic.oup.com. doi:10.1111/boj.12385 https://academic.oup.com/botlinnean/article-lookup/doi/10.1111/boj.12385. Consultado em 27 de março de 2023 Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ «Structure of Tatami | Original Kyoto Tatami | MOTOYAMA TATAMI SHOP». kyo-tatami.com (em inglês). 28 de junho de 2015. Consultado em 27 de março de 2023
- ↑ «What are Tatami Mats? All You Need to Know». Japan Objects (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023
- ↑ «Rush-bearing | Folk Customs» (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023
- ↑ «Rushlight | lighting | Britannica». www.britannica.com (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023
- ↑ «The Rushlight Club: What is a Rushlight?». www.rushlight.org. Consultado em 27 de março de 2023
- ↑ Bús, Csaba; Tóth, Barbara; Stefkó, Dóra; Hohmann, Judit; Vasas, Andrea (1 de agosto de 2018). «Family Juncaceae: promising source of biologically active natural phenanthrenes». Phytochemistry Reviews (em inglês) (4): 833–851. ISSN 1572-980X. doi:10.1007/s11101-018-9561-5. Consultado em 27 de março de 2023