Jason Becker
Jason Eli Becker (Richmond - CA, 22 de Julho de 1969) é um guitarrista neo-clássico americano que ganhou fama aos 16 anos como guitarrista da banda Cacophony, sendo considerado um virtuoso.
Jason Becker | |
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Informação geral | |
Nome completo | Jason Eli Becker |
Nascimento | 22 de julho de 1969 (55 anos) |
Origem | Richmond, Califórnia |
País | Estados Unidos |
Gênero(s) | Metal neoclássico Heavy metal Hard rock Blues Jazz Avant-garde Pop rock |
Instrumento(s) | guitarra sintetizador baixo elétrico teclados |
Período em atividade | 1986 – presente |
Afiliação(ões) | Cacophony David Lee Roth |
Página oficial | JasonBecker.com |
Aos 20 anos foi diagnosticado com Esclerose lateral amiotrófica. Mesmo impossibilitado de mover os músculos de seu corpo, Becker continuou compondo com o auxílio de sistemas e programas de computador. Por conta disso, ele foi agraciado com diversos prêmios, como o Guitar Player Lifetime Achievement Award. Também foi criada uma categoria especial em sua homenagem chamada Jason Becker Award For Creativity, Courage and Inspiration. Em 2012, foi homenageado com o Living Inspiration Award no 22º Annual LA Music Awards.[1]
Carreira
editarInício
editarSeu pai, Gary Becker, que tinha estudado violão erudito, começou a lhe dar aulas quando ele tinha apenas 3 anos de idade. Aos 8, já sabia tocar muito bem o violão. Papai Gary tentou ensinar-lhe todas as notas certas e escalas quando ele tinha cinco anos, mas ele não estava interessado. Mas quando foi lhe mostrado os acordes de "As I Went Out One Morning", de Bob Dylan, algo mudou. Tudo fazia sentido.[2] Jason passou então a praticar horas a fio as músicas de Bob Dylan, Eric Clapton, Jeff Beck e Eddie Van Halen, entre outros, e a estudar a obra de Niccolò Paganini.
Aos 13 anos, ele já reproduzia, nota por nota, as músicas de Eric Clapton.[2] Com 16 anos, Jason terminou o 2o grau na escola mais cedo que os demais, para poder se concentrar em se tornar um guitarrista profissional. Nunca houve qualquer dúvida, diz Pat, de que ele não ganharia a vida tocando guitarra.[2]
Cacophony
editarBecker leu um anúncio de jornal onde o produtor Mike Varney solicitava o envio de gravações caseiras para poder selecionar novos talentos da guitarra. jason então gravou uma fita e a enviou para Mike.[2] Varney associou-o ao guitarrista mais experiente, Marty Friedman, então formaram a banda Cacophony.
Jason conheceu Marty Friedman, e os dois se tornaram amigos rapidamente, pois compartilhavam das mesmas preferências musicais. Sob a produção de Mike Varney eles montaram a banda Cacophony, que gravou dois álbuns: Speed Metal Symphony, em 1987, e Go Off!, em 1988. O Cacophony excursionou por vários países, notadamente no Japão e na Europa, onde Jason foi formando uma legião de fãs e admiradores, ao mesmo tempo em que influenciava jovens guitarristas.
Em 1988, Becker decidiu seguir uma carreira solo, e lançou o álbum Perpetual Burn.
Esclerose lateral amiotrófica
editarAos 20 anos, Becker foi convidado para a superbanda The David Lee Roth Band para substituir Steve Vai, que havia deixado o grupo. Ele começou a gravar o álbum A Little Ain't Enough em 1990 e ganhou o prêmio de "guitarrista revelação" da revista Guitar Magazine.
O futuro da carreira de Jason parecia cada vez mais promissor, até que, ainda durante as gravações de A Little Ain't Enough, Backer começou a mancar da perna esquerda, alegando fraqueza. Por um tempo, Becker ignorou o problema, mas após pressão de seus amigos e familiares, ele foi ao médico, que pediu exames mais detalhados. Constatou-se, então, a manifestação da Doença de Lou Gehrig, também conhecida como esclerose lateral amiotrófica ou "ELA" — uma doença degenerativa e incapacitante - ainda sem cura. Embora Jason tivesse concluído, já com algum esforço, as gravações do álbum, ele não estava mais em condições de sair em turnê com a banda. Para conseguir terminar a gravação do álbum, ele teve de usar cordas de guitarra mais leves (mais finas) e outras técnicas, que facilitavam tocar com as mãos enfraquecidas.
No decorrer dos anos, Jason foi perdendo os movimentos do corpo, primeiro das pernas, depois braços - obrigando-o a parar de tocar guitarra - e por fim a fala. Como é comum da doença, a ELA não comprometeu sua capacidade cognitiva e nem sua audição ou visão, mantendo-o portanto plenamente lúcido. A degeneração estabilizou-se em 1997. Atualmente, Jason respira com a ajuda de um aparelho que controla o funcionamento de seu diafragma e comunica-se através de um sistema desenvolvido por seu próprio pai, Gary, que dividiu as letras do alfabeto em grupos de quatro, numa tela, onde Jason direciona seus olhos, formando palavras.[3]
Reconhecimento e legado
editarApesar de paralisado, incapaz de falar ou de tocar, Jason não desistiu de sua paixão pela música. Em casa, Jason continuou compondo e gravando em seu estúdio particular. Com o auxílio de um programa de computador, ainda consegue compor músicas. Foi dessa forma que ele lançou o álbum Perspective, em 1996. Este foi o primeiro álbum lançado por um artista sem os movimentos do corpo por conta da Doença de Lou Gehrig.
Jason ainda dá entrevistas e é muito bem-humorado, sendo assessorado por seus pais. Vários tributos foram lançados em homenagem a Jason Becker, despertando a admiração de vários músicos e do público em geral. Músicas como Altitudes e Serrana são frequentemente usadas como peças de estudo por guitarristas.
Documentário
editarEm 2012, o diretor Jesse Vile lançou um documentário sobre a trajetória de Becker, intitulado Jason Becker: Not Dead Yet, onde reuniu diversos amigos e familiares de Jason para contar sua história, desde a infância, sobre o nascimento da paixão pela música, a revelação do talento, o sucesso, a manifestação da ELA e a batalha que Becker travou com a doença para manter-se vivo.
Discografia
editarSolo
editar- 1988 - Perpetual Burn
- 1996 - Perspective
- 1999 - The Raspberry Jams
- 2003 - The Blackberry Jams
- 2008 - Collection
- 2012 - Boy Meets Guitar, Vol. 1 of the Youngster Tapes
- 2018 - Triumphant Hearts
- 1991 - A Little Ain't Enough
- 1997 - The Best (faixas 3, 7 e 17)
Com Joe Becker
editar- 2005 - Short Stories
Participações especiais
editar- 1988 - Marty Friedman: Dragon's Kiss (participação nas faixas "Saturation Point", "Evil Thrill" e "Jewel")
- 1989 - Richie Kotzen: Richie Kotzen (produção)
- 2013 - Steve Hunter: The Manhattan Blues Project (participação na faixa "Daydream by the Hudson")
- 2014 - Marty Friedman: Inferno (co-composição da faixa "Horrors")
Compilações
editar- 1989 - Guitar Masters (Roadrunner Records)
- 1998 - Metal Guitars – High Voltage Instrumentals (Disky Communications)
- 2009 - Shrapnel's Super Shredders: Neoclassical (Shrapnel Records)
- 2009 - This is Shredding, Vol. 1 (Shrapnel Records)
- 2009 - This is Shredding, Vol. 2 (Shrapnel Records)
Tributos
editar- 2001 - Warmth in the Wilderness: A Tribute to Jason Becker - Lion Music
- 2002 - Warmth in Wilderness 2: Tribute Jason Becker - Lion Music
- 2012 - Jason Becker's Not Dead Yet! (Live in Haarlem) - Primal Events
Videos instrucionais
editar- 2005 - Hot Licks – The Legendary Guitar of Jason Becker
Filmes
editarVer também
editarReferências
- ↑ lamusicawards.com/ Jason Becker
- ↑ a b c d loudersound.com/ Jason Becker: the man who could have been king
- ↑ «Jason Becker's Bio» (em inglês). The Jason Becker Migration. Consultado em 15 de Julho de 2013. Arquivado do original em 28 de julho de 2013