Guerra Polaco-Soviética
A Guerra Polaco-Soviética (português europeu) ou Polonesa-Soviética (português brasileiro) foi um conflito armado envolvendo a Rússia Soviética e a Polónia de fevereiro de 1919 a março de 1921.
Guerra Polaco-Soviética | |||
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Data | 1919-1921 | ||
Local | Europa Central e Oriental | ||
Desfecho | Reconhecimento da Independência da Polônia | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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História
Por 123 anos a Polônia ficou subjugada pela Alemanha, Áustria e Rússia. Então, após a Primeira Guerra Mundial, os Aliados decidiram restaurar a independência do país. Logo estoura a Revolta na Grande Polônia (1918-1919), militares revoltam-se contra os alemães que ocupavam a parte oeste do país, que, sem condições para reprimir a revolta e com uma revolução comunista que deveria ser detida em seu país, retiram suas tropas da região. Finalmente a Polônia ressurge, proclamando a criação da Segunda República da Polônia, onde, pelo Tratado de Versalhes, a Alemanha teve que entregar à Polônia a cidade portuária de Danzig.
A Guerra
Na Rússia, desde a tomada do poder pelos bolcheviques, Vladimir Lênin desejava instaurar regimes socialistas em toda a Europa e, aproveitando as greves e revoltas comunistas na Alemanha, começou a planejar a invasão da Polônia. Em 1919, o Exército Branco estava sofrendo vários reveses, os comunistas estavam vencendo a Guerra Civil Russa e, com os ânimos exaltados nas cidades alemãs desde a derrota na guerra e a abdicação de Guilherme II, os comunistas conseguiam se fortalecer. Lênin então ordena a invasão da Polônia. A Polônia então recruta urgentemente novas tropas, compra armas e envia diplomatas para conseguir apoio de outros países e da Liga das Nações.
A República Popular da Ucrânia, sob a liderança de Symon Petliura, decide apoiar os poloneses fornecendo apoio logístico além de aeródromos e estradas com o propósito de também expulsar os comunistas que haviam invadido a Ucrânia durante a Guerra Civil Russa para instalar uma república socialista. Os polaco-ucranianos conseguem avançar e lançam a Ofensiva de Kiev, num grande ataque para reconquistar a capital ucraniana e derrubar o governo comunista, entretanto o ataque fracassa e logo as tropas polacas e ucranianas sofrem terríveis reveses. No campo diplomático, os poloneses conseguiram, apesar da insatisfação do primeiro-ministro Lloyd George, o apoio britânico, que promoveu embargos econômicos à Rússia e à França. O Reino Unido decide assinar uma aliança com os polacos e envia o Exército Azul, comandado pelo General Joséf Haller, que continha oficias franceses para auxiliar os polacos (dentre eles estava Charles de Gaulle). Além disso, vários soldados e pilotos de vários outros países também foram socorrer os poloneses. A jovem Polônia estava com dificuldades de receber as armas. A Hungria havia enviado uma grande quantidade de armamentos, mas a Tchecoslováquia recusava-se a permitir a passagem do material, que só foi feito de modo clandestino. A Polônia tentou aliar-se à Lituânia, mas esta preferiu se aliar aos bolcheviques, pois temia ser anexada futuramente pela Polônia, que desejava reconquistar os antigos territórios que pertenciam à República das Duas Nações, nos séculos XVII e XVIII. Isso ocasionou a Guerra polaco-lituana, e, apesar da perda da capital Vilnius para a Polônia, os lituanos conseguiram a sua independência e as relações diplomáticas entre os dois países só foi restabelecida em 1938.
A Batalha de Varsóvia
A Batalha de Varsóvia (13 a 25 de agosto de 1920) marcou o ponto de virada a favor das forças armadas polacas. O estadista e General Józef Piłsudski decidiu retirar as forças polacas para o Rio Vístula e lá resistirem ao ataque soviético, com o apoio dos generais Władysław Sikorski e Joséf Haller que deveriam atacar o Norte por trás de Varsóvia e resistir entrincheirado ao ataque inimigo, respectivamente. Enquanto no centro, o exército de Piłsudski atacaria um ponto fraco descoberto pelo serviço de inteligência polaca que interceptou mensagens de rádio e as decodificou. O Exército Vermelho comandado pelo jovem general Mikhail Tukhachevsky avançava já cantando vitória, assim que conquistasse a Polônia, diziam eles, logo rumariam para a Alemanha, França, Inglaterra e toda a Europa. A Polônia apelou ao mundo declarando que só ela poderia impedir o avanço comunista, com isso consegue mais apoio. Quando os soviéticos chegaram no Vístula, perto de Varsóvia, os poloneses de Piłsudski atacaram enquanto os de Haller resistiram aos sovieticos, depois de alguns dias, os polacos fecharam o cerco ao Exército Vermelho empurrando-o até a fronteira com a Prússia Oriental, onde esmagaram definitivamente os comunistas e salvaram a Europa do perigo vermelho.
Fim da guerra
Após a vitória em Varsóvia, também chamada de Milagre no Vístula, os polacos retomaram a ofensiva reconquistando antigos territórios. Diante do fracasso, Lênin decide acabar com a guerra assinando o Tratado de Riga, que reconhecia a independência da Polônia. Entretanto, os polacos não conseguem expulsar os bolcheviques da Ucrânia, que torna-se uma república socialista, e Symon Petliura e os membros do antigo governo exilam-se na França. A Polônia aumenta significamente seu território, iniciando um período de rápido desenvolvimento. O Marechal Józef Piłsudski torna-se, em 1926, após um golpe de Estado, ditador. Mesmo assim, adquire a simpatia do povo, que o chamava carinhosamente de Vovô ou O Marechal, tornando-se no herói polonês.