Paranaíba: diferenças entre revisões
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| vizinhos = '''Norte''': [[Lagoa Santa (Goiás)|Lagoa Santa]] ([[Goiás|GO]])<br>'''Nordeste''': [[Itajá (Goiás)|Itajá]] ([[Goiás|GO]])<br>'''Leste''': [[Carneirinho]] ([[Minas Gerais|MG]])<br>'''Sudeste''': [[Aparecida do Taboado]]<br>'''Sul''': [[Aparecida do Taboado]]<br>'''Sudoeste''': [[Inocência (Mato Grosso do Sul)|Inocência]]<br>'''Oeste''': [[Inocência (Mato Grosso do Sul)|Inocência]]<br>'''Noroeste''': [[Cassilândia]], [[Itajá (Goiás)|Itajá]] ([[Goiás|GO]])
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<!-- Página oficial -->| site_prefeitura = {{Link|pt|2=http://www.paranaiba.ms.gov.br|3=www.paranaiba.ms.gov.br}}
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}}
'''Paranaíba''' é um [[Município (Brasil)|município brasileiro]] da [[Região Centro-Oeste do Brasil|região Centro-Oeste]], situado no [[estados do Brasil|estado]] de [[Mato Grosso do Sul]]. Fundada em [[1838]], Paranaíba teve importante papel na [[Guerra do Paraguai]], pois foi rota de apoio logístico para a fuga dos civis envolvidos nesse conflito. A cidade é equidistante e a meio caminho entre
== Etimologia ==
{{VT|Topônimos tupi-guaranis no Brasil}}
''Paranaíba'' é uma expressão da [[Língua geral paulista|língua geral meridional]] que significa "rio ruim" (''paraná'' = rio; ''aíba'' = ruim).<ref>NAVARRO, E. A. ''[[Dicionário de Tupi Antigo|Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil]]''. São Paulo. Global. 2013. p. 590.</ref> Designa o rio de [[Rio Paranaíba|mesmo nome]], que banha a cidade.
== Origem ==
=== Período Pré-Colonial ===
De acordo com pesquisas arqueológicas desenvolvidas no nordeste do Mato Grosso do Sul, a região seria habitada por grupos humanos a pelo menos 10 milênios<ref name=":0">{{citar livro|título=12.000 anos: Arqueologia do Povoamento Humano no Nordeste de Mato Grosso do Sul|ultimo=Kashimoto|primeiro=Emília|ultimo2=Martins|primeiro2=Gilson Rodolfo|editora=Editora Life|ano=2012|local=Campo Grande|isbn=9788563709165}}</ref>. Em Paranaíba, abrigos de cavernas próximos a córregos como o Pedra Branca contém diversos [[Sítio arqueológico|sítios arqueológicos]], como o MS-PA-01<ref>{{citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/sgpa/cnsa_detalhes.php?4528|titulo=Sítio MS-PA-01|acessodata=6 de julho de 2022|website=Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref>, MS-PA-02 Casa de Pedra<ref>{{citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/sgpa/cnsa_detalhes.php?4529|titulo=Sítio MS-PA-02 Casa de Pedra|acessodata=6 de julho de 2022|website=Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref>, MS-PA-03<ref>{{citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/sgpa/cnsa_detalhes.php?4530|titulo=Sítio MS-PA-03|acessodata=6 de julho de 2022|website=Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref>, MS-PA-04A<ref>{{citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/sgpa/cnsa_detalhes.php?4531|titulo=Sítio MS-PA-04A|acessodata=6 de julho de 2022|website=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional|publicado=Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos}}</ref>, MS-PA-04B<ref>{{citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/sgpa/cnsa_detalhes.php?4532|titulo=Sítio MS-PA-04B|acessodata=6 de julho de 2022|website=Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref>, MS-PA-Triângulo da Serra<ref>{{citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/sgpa/cnsa_detalhes.php?24486|titulo=Sítio MS-PA-Triângulo da Serra|acessodata=6 de julho de 2022|website=Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref> e MS-PA04C<ref>{{citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/sgpa/cnsa_detalhes.php?4533|titulo=Sítio MS-PA-04C|acessodata=6 de julho de 2022|website=Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref>, onde foram encontrados fragmentos de ossos de animais, [[Ferramenta de pedra|instrumentos de pedra]] feitos em [[Arenito|arenito silicificado]], alguns poucos [[Cerâmica|fragmentos cerâmicos]] mais recentes, estruturas de combustão e [[Gravura rupestre|grafismos rupestres]] predominantemente vermelhos. Em geral, os desenhos representam desde animais até formas geométricas, além de figuras abstratas ainda pouco compreendidas<ref name=":1">{{citar livro|url=http://www.anchietano.unisinos.br/publicacoes/textos/veroneze1992/veroneze.htm|título=A ocupação do Planalto Central Brasileiro: o nordeste do Mato Grosso do Sul.|ultimo=Veroneze|primeiro=Ellen|editora=Universidade Vale do Rio dos Sinos|ano=1993|local=São Leopoldo/RS|tipo=Dissertação de Mestrado em História|acessodata=6 de julho de 2022}}</ref><ref>{{citar periódico |url=https://periodicos.ufpe.br/revistas/clioarqueologica/article/view/247042 |titulo=Pinturas e Gravuras do Mato Grosso do Sul |data=2000 |acessodata=6 de julho de 2022 |jornal=Clio série Arqueológica |publicado=Universidade Federal de Pernambuco |número=14 |ultimo=Beber |primeiro=Marcus Vinicius}}</ref>. Alguns dos [[Carvão vegetal|carvões]] encontrados no subsolo desses sítios foram datados pelo método [[Carbono-14|Carbono 14]], revelando períodos de ocupação que variam desde 11.400 anos [[Antes do Presente]] até 6710 +- 100 anos Antes do Presente<ref name=":0" /><ref>{{citar periódico |url=https://www.cambridge.org/core/journals/antiquity/article/abs/early-huntergatherers-in-the-americas-perspectives-from-central-brazil/708B40BD449C942A17546E3ABE740EFF |titulo=Early hunther-gatherers in the Americas: perspectives from Central Brazil |data=1998 |acessodata=6 de julho de 2022 |jornal=Antiquity |publicado=Cambridge University Press |número=72 |ultimo=Kipnis |primeiro=Renato |paginas=581-592}}</ref><ref>{{citar web|ultimo=Bueno|primeiro=Lucas|ultimo2=Gilson|primeiro2=Simon-Pierre|url=https://brc14database.com.br/|titulo=BRC14database Project|data=2021|acessodata=6 de julho de 2022}}</ref>.
Essas primeiras [[Povos indígenas do Brasil|populações ameríndias]] não conheciam a [[agricultura]], vivendo da caça e coleta de alimentos nos vales e morros do atual nordeste sul-matogrossense<ref name=":1" />. Obtinham matéria-prima para produção de ferramentas em afloramentos de arenito, [[sílex]] e outras rochas, também se utilizando de fibras vegetais, [[couro]] e ossos de animais. Indícios de cultivo e consumo de plantas domesticadas, além da fabricação e uso de cerâmicas para diversos fins datam dos últimos três ou quatro milênios, época em que a presença de povos falantes de idiomas [[Macro-jê|Macro-Jê]] e [[Línguas tupi-guaranis|Tupi-Guarani]] é reconhecida em toda a área entre os rios [[Rio Sucuriú|Sucuriú]] e Paranaíba. Localizados a céu aberto, os sítios arqueológicos MS-PA-05<ref>{{citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/sgpa/cnsa_detalhes.php?4534|titulo=Sítio MS-PA-05|acessodata=6 de julho de 2022|website=Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref>, Santana<ref>{{citar web|url=https://sicg.iphan.gov.br/sicg/bem/visualizar/38462#&panel1-2|titulo=Sítio Santana|data=2022|acessodata=6 de julho de 2022|website=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional|publicado=Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão}}</ref>, Rio Paranaíba 22 (RP22)<ref>{{citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/sgpa/cnsa_detalhes.php?23698|titulo=Sítio RP-22|acessodata=6 de julho de 2022|website=Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref>, Rio Paranaíba 23 (RP23)<ref>{{citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/sgpa/cnsa_detalhes.php?23699|titulo=Sítio RP-23|acessodata=6 de julho de 2022|website=Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref> e Rio Paranaíba 24 (RP24)<ref>{{citar web|url=http://portal.iphan.gov.br/sgpa/cnsa_detalhes.php?23700|titulo=Sítio RP-24|acessodata=6 de julho de 2022|website=Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref> provavelmente representam antigas aldeias ou acampamentos de caça desses grupos indígenas, sendo identificados [[Ferramenta de pedra|instrumentos líticos lascados]], além de diversos fragmentos de cerâmicas.
=== Período Colonial ===
De acordo com as fontes históricas disponíveis, as primeiras expedições europeias a alcançar as margens do rio Paranaíba se depararam com várias aldeias [[Kayapó]], povo de idioma relacionado ao tronco Macro-Jê<ref>{{citar web|ultimo=Nimuendajú|primeiro=Curt|url=http://portal.iphan.gov.br/indl/pagina/detalhes/1563|titulo=Mapa Etno-histórico do Brasil e Regiões Adjacentes|data=2017|acessodata=6 de julho de 2022|website=Inventário Nacional de Diversidade Linguística|publicado=Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional}}</ref>. Ao contrário de outros grupos indígenas da região, os Kayapó se concentravam nas zonas de florestas próximas de rios e locais com relevo colinoso, áreas com bastante fertilidade para a caça e plantação, estabelecendo aldeias com casas dispostas ao redor de uma praça descampada<ref>{{citar web|ultimo=Verswijver|primeiro=Gustaaf|ultimo2=Gordon|primeiro2=Cesar|url=https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Meb%C3%AAng%C3%B4kre_(Kayap%C3%B3)|titulo=Mebêngôkre Kayapó|data=2002|acessodata=6 de julho de 2022|website=Povos Indígenas no Brasil|publicado=Instituto Socioambiental}}</ref>. Registros arqueológicos encontrados em vários locais do [[Região Sudeste do Brasil|Sudeste]] e Centro-Oeste indicam que os Kayapó habitam a região provavelmente desde o início da Era Comum<ref>{{citar periódico |url=https://www.revistas.usp.br/revmae/article/view/137283 |titulo=Arqueologia Jê no sertão paulista: os Kayapó Meridionais na bacia do Rio Grande-SP |data=2016 |acessodata=6 de julho de 2022 |jornal=Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia |publicado=Universidade de São Paulo |número=27 |ultimo=Rasteiro |primeiro=Renan |paginas=90-102}}</ref><ref>{{citar periódico |url=https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/180 |titulo=Da pré-história à história: (Re) pensando a arqueologia e os povos canoeiros do Pantanal |data=2003 |acessodata=6 de julho de 2022 |jornal=Revista de Arqueologia |publicado=Sociedade de Arqueologia Brasileira |número=1 |ultimo=Oliveira |primeiro=Jorge Eremites |paginas=71-86 |volume=16}}</ref>.
Retratados como um povo guerreiro em documentações do período colonial e imperial, os Kayapó foram submetidos a diversas perseguições e massacres desde a chegada dos primeiros grupos de colonizadores europeus. Esses primeiros contatos ocorreram por meio das [[Bandeirantes|bandeiras paulistas]] do século XVIII, que atravessavam o sertão com o objetivo de capturar indígenas para servirem como escravos. A primeira descrição dos Kaiapó foi elaborada pelo sertanista Capitão [[Antonio Pires de Campos]], o Pai-Pirá, no ano de [[1723]]. Nesse ano, Antônio estava percorrendo o [[Rio Tietê]], passando pelo [[Rio Grande (Minas Gerais)|Rio Grande]] até o Rio Paranaíba, e afirmou que acima desse curso d’água se encontrava o “''gentio chamado Caiapó''”. Nesse mesmo documento, Campos afirma que estes se organizavam em aldeias numerosas, cada uma governada por um [[cacique]]<ref>{{citar livro|título=Relatos sertanistas|ultimo=Campos|primeiro=Antônio Pires|editora=Livraria Martins Editora|ano=1976|editor-sobrenome=Taunay|editor-nome=Alfredo d'Escragnolle|local=São Paulo|páginas=181-200|capitulo=Breve notícia do gentio bárbaro que há na derrota das minas de Cuiabá e seu recôncavo}}</ref>. Por conseguinte, em [[1742]], Antônio Pires de Campos iniciou uma guerra contra os Kaiapó, atuando principalmente nas aldeias de Santana, Rio das Pedras e Lanhoso – locais situados atualmente na região do [[Triângulo Mineiro]]. Apesar da intensidade dos confrontos, os quais teriam se estendido até meados da década de [[1750]]<ref name=":2">{{citar web|url=https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ms/paranaiba/historico|titulo=Paranaíba|data=2017|acessodata=6 de julho de 2022|website=Cidades. História & Fotos|publicado=Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística}}</ref>, há registro da presença Kayapó na região de Paranaíba até pelo menos [[1848]]<ref name=":2" />.
=== Século XIX: Fundação do povoado e criação da Vila de Santana do Paranaíba ===
Durante todo o [[século XVIII]], a região entre os rios Sucuruí e Paranaíba não foi alvo de tentativas consistentes de colonização luso-brasileira. Somente em [[1830]] vieram os primeiros colonizadores, oriundos de [[Minas Gerais]]. Tratava-se das famílias Garcia Leal, Rodrigues da Costa, Correia Neves, Barbosa e Lopes, tendo à frente José Garcia Leal, [[Januário Garcia Leal Sobrinho]] e [[Luís Correia Neves]]. José Garcia Leal é considerado, ao lado de seu irmão Januário, líder dos colonizadores - seus familiares que estabeleceram fazendas de criação de gado três léguas do povoado de Sant’ana do Paranaíba, seduzidos pelas águas do [[ribeirão Ariranha]] e pela fertilidade do solo, que se prestava às várias culturas de subsistência. Luís Correia Neves, por sua vez, estabeleceu-se ao sul da vila, em águas do [[rio Quitéria]]<ref name=":2" /><ref>{{citar livro|título=Desbravadores de Sertões: Saga e Genealogia dos Garcia Leal|ultimo=Barbosa Garcia|primeiro=Elio|editora=Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul|ano=2009|local=Campo Grande|isbn=}}</ref>. Como em todo o contexto rural brasileiro desse período, essas grandes fazendas pioneiras em Paranaíba eram baseadas no [[Escravidão no Brasil|trabalho escravo]] de afro-brasileiros e africanos, os quais foram trazidos em grandes quantidades pelas famílias que se estabeleceram na região.
O povoado original de Santana do Paranaíba começou a tomar forma na primeira metade da década de 1830, portanto, em terreno possivelmente doado por João Alves dos Santos<ref>{{citar web|ultimo=Fonseca|primeiro=Gislaine|ultimo2=Barbosa Júnior|primeiro2=Ailton|url=https://www.memoriasdeparanaiba.com.br/historia/|titulo=História de Paranaíba|data=2022|acessodata=6 de julho de 2022|website=Memórias de Paranaíba}}</ref>. Em [[1836]] erguia-se a primeira igreja, pela conjugação de esforços dos Garcia e do Padre Francisco Sales de Souza Fleury, primeiro pároco da [[freguesia]] recém-estabelecida. Segundo consta, Ana Angélica de Freitas, esposa do Capitão José Garcia Leal, teria fornecido uma imagem de [[Ana, mãe de Maria|Nossa Senhora Santana]] para a igreja<ref name=":3">{{citar web|ultimo=Pereira Brandão|primeiro=Maria Aparecida|ultimo2=Castro|primeiro2=Daniel|url=https://cmparanaiba.ms.gov.br/?pag=T1RjPU9EZz1PVFU9T0dVPU9HST1PVEE9T0dFPU9HRT0=&idmenu=226|titulo=Vila de Sant’Anna|acessodata=6 de julho de 2022|website=História do Município de Paranaíba|publicado=Câmara Municipal de Paranaíba|ultimo3=Sabino|primeiro3=Leidiane|ultimo4=Seraguci|primeiro4=Márcio}}</ref>. Em [[1838]], foi criado o distrito administrativo subordinado à comarca de [[Mato Grosso]], com sede em [[Cuiabá]]. Para além dos colonizadores pioneiros já citados, a localidade também atraiu migrantes das então Províncias de [[Província de São Paulo|São Paulo]] e [[Província de Minas Gerais|Minas Gerais]]. Esse afluxo de pessoas foi facilitado pela abertura da estrada do Piquiri, que ligava Cuiabá ao litoral por meio de rotas que atravessavam [[Araraquara]] e [[Uberaba]], obra incentivada pela família Garcia Leal, já que a rota atravessava terras de sua propriedade<ref name=":3" />. O caminho que seguia em direção à Minas Gerais passava pelo chamado porto Alencastro, considerado o início da estrada do [[Sertão da farinha podre|Sertão da Farinha Podre]], antiga denominação dada à região do Triângulo Mineiro<ref name=":4">{{citar web|url=https://ihgms.org.br/efemerides/mudanca-do-nome-do-municipio-de-santana-do-paranaiba-57|titulo=Mudança do nome do município de Santana do Paranaíba|acessodata=6 de julho de 2022|website=Efemérides|publicado=Instituto Histórico e Geográfico do Mato Grosso do Sul}}</ref>.
No dia 01 de Julho de [[1857]], a freguesia foi anexada à recém criada [[Miranda (Mato Grosso do Sul)|Vila de Miranda]], e em 4 de julho de 1857 foi elevada também à condição d Vila, quando a povoação denominada Sant'Ana do Paranaíba, em homenagem a Nossa Senhora Santana, padroeira do lugar, foi elevada à categoria de vila, criando-se o município, desmembrado de Miranda.
{{Quote|''LEI Nº 5, DE 04 DE JULHO DE 1857''
''O TENENTE CORONEL ALBANO DE SOUSA OSORIO, VICE-PRESIDENTE DA PROVINCIA DE MATO GROSSO:''
Linha 103 ⟶ 119:
''Palacio do Governo de Mato Grosso em Cuiabá aos quatro de Julho de mil oitocentos e cincoenta e sete, trigessimo sexto da Independencia e do Imperio.''
''Albano de Sousa Osorio''}}
Na [[Guerra do Paraguai]], Paranaíba teve uma participação muito importante, pois foi na época, a rota de apoio logístico e de fuga dos civis envolvidos no conflito. Destaca-se nesse período da história de Paranaíba a atuação de José Francisco Lopes em [[1867]], o Guia Lopes, na célebre retirada da Laguna, e a documentação de Alfredo de Taunay, o [[Visconde de Taunay]], que atravessou a região neste ano registrando suas observações sobre os habitantes, seus hábitos e sobre sua natureza, escrevendo a partir disto o romance [[Inocência (romance)|Inocência]], cujo drama se passa naquele universo, tornando a região conhecida em grande parte do mundo. Ainda em Santana de Paranaíba foram instalados dois corpos de [[cavalaria]] e um entreposto para apoio logístico e fornecedor de suprimentos para abastecer as frentes de combate. Muitos dos combatentes que lutaram na guerra, na sua maioria brancos pobres e negros que obtiveram sua liberdade ao participarem da guerra, assim como os migrantes que fugiram das zonas de conflito posteriormente se instalaram definitivamente na Vila de Santana de Paranaíba<ref>{{citar periódico |url=https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/download/1715/1216 |titulo=Um Cenário de Formação da Cidade de Paranaíba/MS |data=2015 |acessodata=6 de julho de 2022 |jornal=IX Seminário Sul-Mato-grossense de Pesquisa em Educação Matemática |publicado=Universidade Federal do Mato Grosso do Sul |ultimo=Cristina da Silva |primeiro=Natália |ultimo2=Pinto |primeiro2=Tiago Pedro |paginas=130-142}}</ref>.
Este novo povoamento deu início a um novo ciclo de colonização para região, onde áreas pouco conhecidas, como eram os sertões, foram mapeadas, reocupadas e nomeadas. Os antigos moradores da região, como foi o caso dos grupos indígenas, foram totalmente dizimados ou forçados a se mudarem e a agricultura de subsistência deu lugar a grandes extensões de fazendas voltadas ao cultivo de [[café]] e criação de gado<ref>{{citar livro|título=Cidades e sertões: entre a história e a memória|ultimo=Arruda|primeiro=Gilmar|editora=EDUSC|ano=2000|local=Bauru|página=26|isbn=9788574600482}}</ref>.
Em fins do século XIX, Santana do Paranaíba era a mais populosa das [[Comarca|comarcas]] do sul do Mato Grosso, fruto de sua grande vantagem geográfica, permitindo a realização de comércio com os estados de [[Goiás]], [[Minas Gerais]] e [[São Paulo (estado)|São Paulo]]<ref name=":3" />. Com isso, em [[1894]], a vila foi elevada à condição de cidade pela lei estadual n° 79 de 13 de julho daquele ano, mantendo-se o nome “Santana do Paranaíba”. O nome atual, sem referência à Nossa Senhora de Santana, passou a ser utilizado a partir de [[1939]], ainda que um Decreto-Lei de [[1938]] tenha brevemente rebatizado o município apenas como Santana<ref name=":2" />. Nos anos seguintes, a alusão ao rio Paranaíba retornou ao nome oficial da cidade, permanecendo desde então como tal<ref name=":4" />.
==Geografia==
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; Clima
Está sob influência do clima tropical (''[[Aw]]''). A temperatura média anual é de {{fmtn|24|℃}}, com precipitação pluviométrica anual de {{fmtn|1400}} milímetros (mm). Segundo dados da estação climatológica principal do [[Instituto Nacional de Meteorologia]] (INMET) na cidade (localizada próxima à [[BR-497]]), referentes ao período de 1971 a
{{Tabela climática
|localidade = Paranaíba
|larguraporcentagem =
|Jan_Max_°C = 31.5 |Jan_Med_comp_°C = 25.7 |Jan_Min_°C = 21.6
|Fev_Max_°C = 31.9 |Fev_Med_comp_°C = 25.9 |Fev_Min_°C = 21.6
|Mar_Max_°C = 31.6 |Mar_Med_comp_°C = 25.7 |Mar_Min_°C = 21.3
|Abr_Max_°C = 31.1 |Abr_Med_comp_°C = 24.8 |Abr_Min_°C = 19.7
|Mai_Max_°C = 28.6 |Mai_Med_comp_°C = 21.7 |Mai_Min_°C = 16
|Jun_Max_°C = 28.2 |Jun_Med_comp_°C = 20.9 |Jun_Min_°C = 14.8
|Jul_Max_°C = 29.1 |Jul_Med_comp_°C = 21.2 |Jul_Min_°C = 14.4
|Ago_Max_°C = 31.5 |Ago_Med_comp_°C = 23.3 |Ago_Min_°C = 16.3
|Set_Max_°C = 32.2 |Set_Med_comp_°C = 24.8 |Set_Min_°C = 18.8
|Out_Max_°C = 32.8 |Out_Med_comp_°C = 26.1 |Out_Min_°C = 20.8
|Nov_Max_°C = 32.2 |Nov_Med_comp_°C = 26 |Nov_Min_°C = 21.1
|Dez_Max_°C = 31.7 |Dez_Med_comp_°C = 25.8 |Dez_Min_°C = 21.4
|Max_Ano_°C = 31 |Med_comp_Ano_°C = 24.3 |Min_Ano_°C = 19
|Jan_REC_Max_°C = 38.4 |Jan_REC_Min_°C = 13.8
|Fev_REC_Max_°C = 38.2 |Fev_REC_Min_°C = 16.5
|Mar_REC_Max_°C = 37 |Mar_REC_Min_°C = 8.8
|Abr_REC_Max_°C = 37 |Abr_REC_Min_°C = 7.6
|Mai_REC_Max_°C = 34.8 |Mai_REC_Min_°C = 3.4
|Jun_REC_Max_°C = 34.6 |Jun_REC_Min_°C = 1.8
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|Ago_REC_Max_°C = 39 |Ago_REC_Min_°C = 1.2
|Set_REC_Max_°C = 42.8 |Set_REC_Min_°C = 7
|Out_REC_Max_°C = 44.6 |Out_REC_Min_°C = 10.1
|Nov_REC_Max_°C = 41.2 |Nov_REC_Min_°C = 8.3
|Dez_REC_Max_°C = 39.4 |Dez_REC_Min_°C = 10.9
|Max_Rec_Ano_°C = 44.6 |Min_Rec_Ano_°C = 1.2
|Jan_Precip_mm = 286 |Jan_hsol =
|Fev_Precip_mm = 200.7 |Fev_hsol =
|Mar_Precip_mm = 181.3 |Mar_hsol = 230 |Mar_umid_comp = 76
|Abr_Precip_mm = 65.6 |Abr_hsol =
|Mai_Precip_mm = 49 |Mai_hsol =
|Jun_Precip_mm = 25.5 |Jun_hsol =
|Jul_Precip_mm = 14.5 |Jul_hsol =
|Ago_Precip_mm = 16.9 |Ago_hsol = 260.5 |Ago_umid_comp = 51
|Set_Precip_mm = 60.2 |Set_hsol =
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|Dez_Precip_mm = 218.2 |Dez_hsol =
|Ano_Precip_mm = 1353.7 |Ano_hsol =
|fonte = [[Instituto Nacional de Meteorologia|INMET]] (
}}
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*Parque Espelho d'Água
*Praça da Paz
*Praça da República. Reaberta em 2022.<ref>{{Citar web|url=https://www.paranaiba.ms.gov.br/portal/noticias/governo/paranaiba-inaugura-da-praca-da-republica/|titulo=Paranaíba inaugura Praça da República|acessodata=2024-12-16|website=Prefeitura Municipal de Paranaíba-MS|lingua=pt-BR}}</ref> Possui uma antiga figueira que foi plantada em 1968.<ref>{{Citar web|url=https://bolsaoms.com.br/noticias/paranaiba/prefeitura_inaugura_area_de_lazer_espaco_dos_amigos|titulo=Prefeitura inaugura área de lazer|acessodata=2024-12-16|website=bolsaoms.com.br}}</ref>
;Zona Rural
*[[Lagoa do Areré]]
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[[Ficheiro: matrizparanaiba.JPG|thumb|right|150px|Igreja Matriz de Paranaíba]]
[[Ficheiro: stoantonioparanaiba.JPG|thumb|right|150px|Igreja de Santo Antônio]]
Paranaíba está localizada no país mais católico do mundo em números absolutos. A [[Igreja Católica]] teve seu estatuto jurídico reconhecido pelo governo federal em outubro de 2009,<ref>{{Citar web |url=http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/10/08/senado-aprova-acordo-com-vaticano-767959739.asp |arquivourl=https://www.webcitation.org/61tYcvRxj?url=http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/10/08/senado-aprova-acordo-com-vaticano-767959739.asp |arquivodata=2011-09-22 |título=Senado aprova acordo com o Vaticano |autor=Cristiane Agostine |publicado=O Globo |data=8 de outubro de 2009 |acessodata=26 de março de 2010 |urlmorta=no }}</ref> ainda que o Brasil seja atualmente um [[Estado secular|estado oficialmente laico]].<ref>{{citar web
A [[Igreja Católica]] reconhece como [[padroeiro]]s da cidade [[Nossa Senhora Sant'Ana]]. O município pertence à Circunscrições eclesiásticas da Regional Oeste I (que atende [[Mato Grosso do Sul]]) e de acordo com a divisão resolvida pela [[Igreja Católica]], o município de Paranaíba pertence à Província Eclesiática de Campo Grande, mais precisamente à [[Diocese de Três Lagoas]] e é sede de duas paróquias. Seu atual [[bispo]], desde maio de [[2009]], é o bispo prelado brasileiro [[José Moreira Bastos Neto]], que veio a falecer em [[2014]], sendo que atualmente a diocese três-lagoense está sem bispo. Paranaíba possui 63,28% da população, sendo a Católica Apostólica Romana com 63,25% e a Católica Ortodoxa com 0,03%.<ref name="SIDRA_Religião"/><ref name="Grupos_religiosos"/>
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* [http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/territorio/infounit.asp?codunit=4693&codunitibge=5006309&nomeunit=Parana%EDba+%2D+MS&n=6&nomenivel=Munic%EDpio&z=t&o=4 Sidra - Paranaíba]
{{Municípios do Mato Grosso do Sul}}
{{Subdivisões de Mato Grosso do Sul}}
{{Portal3|Região Centro-Oeste do Brasil|Mato Grosso do Sul|Paranaíba}}
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[[Categoria:Paranaíba| ]]
[[Categoria:Fundações em Mato Grosso em 1838]]
[[Categoria:Topônimos de origem tupi]]
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